quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Briatore e Symonds fora... A casa está caindo

Nelson Piquet parece ter conseguido o que queria. A Renault emitiu um comunicado oficial, informando a demissão de Flávio Briatore e Pat Symonds da equipe. Ambos são acusados por Piquet de terem arquitetado toda a marmelada de Cingapura 2008, quando Nelsinho Piquet teria se acidentado de propósito para favorecer Fernando Alonso.

Para mim não há mais dúvidas de que todo este caso é verdadeiro. A telemetria do carro de Nelsinho, a atrapalhada entrevista de Symonds na semana passada (desconversando o tempo todo), as circunstâncias em que tudo aconteceu e agora esta demissão só comprovam que a Renault tem conhecimento do caso e está agindo desta maneira para se poupar de punições mais severas. Agora tudo fica a cargo das investigações, para definir as punições, ou não, aos culpados. Mas todos nós já perdemos: os atletas, dirigentes, torcedores e todos que, em algum momento, pararam para assistir uma corrida de Fórmula 1.

Briatore é um babaca. Não é de hoje que dá mostras de seu caráter desprezível. Tem um faro invejável para descobrir pilotos talentosos, é verdade, mas também é hábil ao costurar contratos de longa duração, prendendo estes profissionais a si e fazendo da carreira deles o que bem entende. Mas em sua trajetória na Fórmula 1 se tornou famoso pelas suas artimanhas fora da pista, burlando regulamentos, criando carros irregulares (assoalhos na Benetton, amortecedores na Renault, apenas para ficar em dois exemplos) e, agora, mandando pilotos se arrebentarem no muro. Espero que seja punido exemplarmente pela FIA, de uma maneira que o impeça de voltar à F1 por qualquer equipe que seja.

Mas a personalidade de Briatore não deve servir de muletas para sentirmos pena e absolvermos Nelsinho pela sua manobra. Não há contrato que justifique a atitude de um piloto de bater de propósito para beneficiar outro. O que aliás é a novidade. Já vi pilotos baterem uns nos outros, em disputas de título, o que é triste mas, até certo ponto, faz parte do automobilismo. Mas criar um plano conspiratório tão grande, para beneficiar o companheiro é realmente desprezível.

E que tipo de personalidade é essa que fez com que Nelsinho fizesse o que fez para denunciar a farsa só depois de ser demitido? Ora, Rubens Barrichello entregou uma vitória para o companheiro, numa das cenas mais tristes da Fórmula 1, mas jamais escondeu isso de ninguém.

Podemos até questionar o fato de ele ter aceitado fazer isso e não ter rasgado o contrato com a Ferrari, mas aí é outra história. Ao denunciar a palhaçada só agora, quase um ano depois de tudo, Nelsinho não fez o bem que pensa ter feito a todos. A denúncia foi apenas mais um capítulo do desrespeito ao automobilismo que toda essa história representou até agora.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Brawn com a mão na taça

A cada GP fico mais impressionado com a capacidade desta equipe Brawn. No início do ano, ela assombrou a todos com a competitividade de seu carro. Mas ninguém acreditava que isso seria mantido. Logo logo as equipes mais ricas se desenvolveriam e engoliriam os ingleses. Mas eis que chegamos à fase final da temporada e, há quatro provas do fim do mundial, Jenson Button e Rubens Barrichello arranjam uma dobradinha espetacular em Monza, templo do automobilismo, colocando no chinelo as tais equipes mais ricas.

Não há dúvida de que Button e Barrichello, juntamente com Ross Brawn, são os maiores vencedores de 2009. Não importa qual dos pilotos vai ficar com o título. Possivelmente eles se tornarão campeão e vice da temporada, com sua equipe levando o caneco de construtores. Equipe constituída às pressas, em cima das cinzas de uma rica, desorganizada e vergonhosa Honda. Uma lição que o esporte dá numa Fórmula 1 que se tornou, quase que exclusivamente, um negócio.

Vamos aos pitacos sobre a corrida:

_ Assim como a Brawn, a Force Índia vem dando um show. Belíssima performance da equipe em Monza, desta vez com Sutil e Liuzzi.

_ Aliás, que passão do italiano em cima de Kovalainen na primeira volta não? Por fora, contra um carro que tem KERS! A manobra mais bonita do GP.

_ A Red Bull andou para trás e saiu da disputa pelo título. Webber vem voltando a ser o que sempre foi, um piloto mediano, e Vettel precisa conter seu ímpeto. Se continuar tentando andar mais que o carro, pode arrumar problemas mais sérios.

_ A Renault, em meio a escândalos e baixarias, conseguiu beliscar uns pontinhos com Alonso, como de costume. Grosjean permanece andando lá atrás, como andava Nelsinho Piquet. Ou seja, parecem ter trocado 6 por meia dúzia.

_ Lewis Hamilton decepcionou legal. Fez uma pole improvável, mas na corrida andou para trás. E, no fim, errou sozinho tentando se aproximar de Jenson Button. A boa notícia, para ele, é que a McLaren parece ter encontrado um caminho competitivo.

_ Giancarlo Fisichella: melhor que Badoer, mas isso não é vantagem. Mesmo vendo sua ex-equipe andando lá na frente, o italiano deve estar feliz. Seu sonho era correr na Ferrari. Mas seu desempenho foi ruim, assim como era na época da Renault. O que só comprova que Físico só anda bem em equipes menores.

Classificação Final (8 primeiros)

1) Rubens Barrichello – Brawn GP Mercedes Benz
Perfeito em todo o fim de semana. Conseguiu se classificar à frente do companheiro, mesmo com o carro mais pesado, o que foi decisivo para seu bom resultado. Está vivendo um de seus melhores momentos na carreira.
2) Jenson Button - Brawn GP Mercedes Benz
Finalmente uma boa corrida, inteligente e eficaz, como nas primeiras do ano. A diferença é que seu companheiro de equipe acordou. Tem boa vantagem no campeonato, mas se relaxar, pode se dar mal no fim do ano.
3) Kimi Raikkonen – Ferrari
Herdou o pódio no fim, com o erro de Lewis Hamilton. Não brilhou, mas fez boa prova e vai colocando uma dúvida na cabeça da Ferrari: ficar com ele ou optar por Alonso.
4) Adrian Sutil – Force India Mercedes Benz
Bela performance do alemão, finalmente marcando pontos. A Force Índia, junto com a Brawn, é a grande surpresa do campeonato.
5) Fernando Alonso – Renault
Mais alguns pontinhos, desta vez, fazendo uso do KERS. Não fez mais porque não dava mesmo.
6) Heikki Kovalainen – McLaren Mercedes Benz
Sempre no meio dos pontos, sem jamais brilhar. Kovalainen já mostrou que seu lugar não é numa equipe grande.
7) Nick Heidfeld – BMW
Mais dois pontinhos para a retirante BMW. Não deixa de ser um bom resultado.
8) Sebastian Vettel – Red Bull Renault
Erra muito, porque passa dos limites. Precisa aprender a se controlar.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Vergonha...

“Nelsinho Piquet pode ser inocentado, mesmo se tiver se acidentado de propósito em Cingapura!”

Foi esta a manchete do Jornal Nacional de ontem, lida por Fátima Bernardes e sua boca cheia de dentes, sorrindo de orelha a orelha, como se estivesse dando uma notícia para aliviar todo o povo brasileiro. Aparentemente Nelsinho Piquet se envolveu em uma das polêmicas mais sujas e descabidas da história da Fórmula 1, mas como seu pai fez a denúncia, o brasileiro poderá ser inocentado. Fiquemos felizes, ó povo brasileiro, afinal nosso piloto não levará a culpa, e poderemos comemorar: um brasileiro se arrebentou no muro de propósito e não será punido. Uau. Somos demais!

Incrível como não há limites para a cara de pau e a falta de profissionalismo dos “jornalistas” da Rede Globo. Reginaldo Leme, que deve estar torcendo que para sua aposentadoria chegue logo, comandou a reportagem e tentou contornar o ufanismo da apresentadora, dizendo o óbvio: Nelsinho pode não ser punido pela FIA, em razão da denúncia do pai, mas dificilmente seguirá na F1 caso tudo seja comprovado. Sua punição não será uma multa. Será a perda de qualquer chance em qualquer equipe, desde que o dono não seja seu pai.

Está na hora de o povo brasileiro começar a mostrar a sua indignação contra essa pouca vergonha promovida pela emissora. Nosso país tem alguns bons atletas, que se destacam em suas modalidades. Não tem mais porque o Brasil trata o esporte como sucata em 90% das situações. Nosso automobilismo está capenga, não existem pistas de atletismo, os ginásios têm goteiras. Apenas duas coisas funcionam por aqui: o Vôlei, que possui um enorme e bem vindo apoio da iniciativa privada e o Futebol, que revela craques em campos de várzea, que não precisam de manutenção e não carecem de dinheiro. Qualquer um pode chegar, jogar e, se tiver sorte, ser descoberto por algum olheiro.

Mas para a Globo, nossos atletas são espetaculares, os melhores. Se perdem, é porque foram injustiçados. Se ganham é porque são muito melhores que os outros. Prost jogou o carro para cima de Senna no Japão, em 89? Canalha, trapaceiro, mal caráter. Senna fez o mesmo com Prost, no ano seguinte, na mesma pista? Esperto, sagaz, malandro.

Nelsinho Piquet jogou o carro no muro de propósito, colocando em risco não só a sua vida, mas a vida de fiscais de pista que poderiam ser atingidos por pedaços do Renault? Vítima da equipe, do crápula Flávio Briatore, pobre Piquetzinho... Mas tudo bem, seu pai denunciou e ele será absolvido! Isso é o que importa!

Queria que fossem todos para o inferno...

sábado, 5 de setembro de 2009

Escolha de Fisichella é uma bela tacada... Mas pode ter sido tarde

Depois de muita especulação, a Ferrari confirmou Giancarlo Fisichella como substituto de Felipe Massa até o final do ano. Luca Badoer, lançado aos leões completamente fora de forma e sem condições de pilotar um carro de F1, não continuará como titular. E, somando suas atuações ridículas à sua idade avançada, certamente sua carreira de piloto está comprometida. Eu não contrataria um piloto desses.

A política da Ferrari para a contratação de Fisichella é mais ou menos a mesma que levou os italianos a apostarem em Badoer: um prêmio. Físico sempre demonstrou grande entusiasmo ao falar da Ferrari, chegando a dizer que o sonho da sua vida era pilotar um dos carros vermelhos. Ao final de sua carreira, conseguiu.

Não é um piloto espetacular. Sempre brilhou em equipes pequenas, mas decepcionou na Renault bi-campeã do mundo. Porém, tem algo que falta a Badoer: ritmo. Está na ativa, acaba de fazer a grande corrida da sua vida, chegando em segundo na Bélgica, pilotando um Force India. Não há dúvidas de que, de certo modo, fez por onde conseguir esta vaga.

Deverá marcar alguns pontos para a equipe, o que será importante. A Ferrari cresceu de forma consistente ao longo do ano, não demonstrou picos, sua curva de ascensão é positivamente gradativa. Ter dois pilotos competitivos é fundamental para que a equipe consiga pontos importantes, batalhando por uma posição melhor no campeonato.

Além disso, ao optar por Fisichella a Ferrari evita polêmicas desnecessárias. Caso contratasse Robert Kubica ou, até mesmo Fernando Alonso, a equipe poderia desmotivar Kimi Raikkonen, já que esses dois poderiam perfeitamente ser contratados para o próximo ano, no lugar do finlandês. Isso porque, até aqui, não existem dúvidas sobre a permanência de Felipe Massa. Giancarlo Fisichella é uma solução temporária, não ameaça quem quer que seja.

Uma bela tacada da Ferrari para o final da temporada. Pena que demoraram muito para tomar esta decisão.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Uma chance aos pequenos

É muito legal quando uma equipe pequena, que só anda lá atrás, de repente “acha” um acerto incrível para uma determinada pista e consegue surpreender todo mundo. Não são muitos casos assim na F1. Me lembro de uma corrida, em 1990, na França, quando as March de Ivan Capelli e Maurício Gugelmin lideraram boa parte da prova, ao optar por não trocar pneus. O brasileiro acabou abandonando, mas Capelli foi chegou em segundo lugar, sendo ultrapassado por Alain Prost quando faltavam três voltas para o fim. Foi um dia de festa de para a Fórmula 1.

Pois 19 anos depois a Force India resolveu surpreender também. Sabe-se lá como a equipe, figura fácil no fim do grid, arrumou um acerto ideal para Spa-Francorchamps, possibilitou que Giancarlo Fisichella fizesse uma incrível pole-position no sábado e chegasse ao pódio no domingo. Isso sem contar Adrian Sutil, que mesmo não marcando pontos, fez uma corrida combativa ultrapassando, pressionando e dando trabalho aos outros pilotos. Fosse um pouquinho mais constante teria chegado entre os oito primeiros.

A Force India só não ganhou a corrida porque, como é de praxe em Spa, Kimi Raikkonen esteve perfeito. Venceu com autoridade, fazendo uma largada ousada e ultrapassando Fisichella quando o Safety Car deixou a pista no começo da prova, controlando a corrida com tranqüilidade.

Quem deve estar bastante preocupado é Jenson Button. Mal na classificação, o inglês se envolveu no acidente que também tirou da prova Lewis Hamilton, Jaime Alguesuari e Romain Grosjean de uma só vez. Para sorte do inglês, só Sebastian Vettel conseguiu um bom resultado entre aqueles que o ameaçam. Mark Webber esteve muito mal durante todo o fim de semana e Rubens Barrichello, mais uma vez, teve problemas na largada e só conseguiu dois pontinhos.

É bom o inglês da Brawn começar a se preocupar. Se não melhorar o desempenho, pode ver sua vantagem se acabar rapidamente.

Classificação Final (8 primeiros):

1º) Kimi Raikkonen – Ferrari
Quando está acordado, é um grande piloto. Pena que esteja acontecendo tão pouco.
2º) Giancarlo Fisichella – Force India Mercedes Benz
Fantástico. Mais uma vez Fisichella prova que só vai bem em times pequenos. Um resultado histórico para sua equipe.
3º) Sebastian Vettel – Red Bull Renault
Não tinha chances, perante o bom desempenho de Ferrari e Force India. Mas conseguiu um bom resultado na luta pelo título.
4º) Robert Kubica – BMW
A performance de Kubica (e também de Heidfeld) deve deixar a covarde BMW com vergonha de ter anunciado sua saída.
5º) Nick Heidfeld – BMW
Idem a Kubica. É uma pena que talvez não consiga um lugar para correr em 2010.
6º) Heikki Kovalainen – McLaren Mercedes Benz
Poderia ter lutado mais à frente, mas não vem bem o ano todo. Marcou pontos, mas foi pouco. 7º) Rubens Barrichello – Brawn GP Mercedes Benz
Pela terceira vez no ano, teve problemas com a embreagem. Não venceria a prova, mas poderia ter ficado em quarto lugar, ou até chegado ao pódio. Precisa discutir isso com a equipe (internamente, por favor).
8º) Nico Rosberg – Williams Toyota
Mantendo sua regularidade no ano. Desta vez, sem brilhar, mas marcando seus pontinhos.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Atividade: o x da questão



A performance de Luca Badoer, ao volante da Ferrari, em Valência, apenas prova por A+B que a tecnologia da Fórmula 1, aliada à performance dos carros, não permitem mais que um piloto, por melhor que seja, consiga sentar num carro depois de anos, e fazer tempos competitivos. Não que Badoer seja um assombro como piloto mas, quando correu na categoria há dez anos, certamente era bem mais competitivo do que foi.

O que quero dizer é que já não basta mais saber dirigir. É preciso ter ritmo de prova, condicionamento físico e familiaridade com o comportamento do carro. E dificilmente um piloto que não andava num F1 há 8 meses, e mesmo assim, quando andou, fez apenas testes, conseguirá andar rápido. Me lembro de uma frase de Antônio Pizzonia, após fazer o seu primeiro teste num Fórmula 1. Perguntado se era fácil pilotar o carro, o amazonense respondeu: “É fácil movimentá-lo, fazê-lo sair do lugar. Difícil é andar rápido”.

O que nos leva a concluir que a Ferrari cometeu um erro grotesco, expondo Badoer e todos os outros pilotos há um risco iminente. Por que Luca conseguiu movimentar o carro, é verdade, mas não conseguiu fazê-lo de um modo competitivo. Foi lento ao extremo, rodou, saiu da pista, foi punido por passar dos limites nos boxes tanto nos treinos quanto nas corridas. É a pior performance da história da categoria. Nunca se viu algo parecido.

Badoer não precisava passar por isso. E nem a Ferrari. Os italianos deram mais uma mostra de sua desorganização atual, conseqüência direta da saída do trio Ross Brawn, Jean Todt e Michael Schumacher. A Ferrari se precipitou em anunciar a volta do heptacampeão, demorou a perceber que ele não teria condições de pilotar e, ao invés de buscar alguém com mais ritmo de prova, resolveu “premiar” Luca Badoer. Poderiam ter chamado Marc Gene, que tem competido em outras categorias de turismo, ou mesmo um dos desempregados Sebastien Bourdais ou Nelsinho Piquet. Não seria necessário muito dinheiro ou esforço para contar com um dos três. E, certamente, ofereceriam um desempenho melhor do que o que vimos do “premiado” Badoer.

É mais um erro para a coleção da Ferrari. Que deverá ser repetido, pois não haverá tempo para trazer outro piloto em Spa. Boa sorte a Badoer e aos outros pilotos que estiverem na pista.

domingo, 23 de agosto de 2009

GP de Valência: show de Rubens, numa prova chata

Bela vitória de Rubens Barrichello, agora há pouco em Valência, uma corrida chata, como têm sido chatas a maioria das provas este ano. Tirando aquelas nas quais vemos muita chuva, o resto temos que ficar mesmo é com as ultrapassagens nos boxes. Ainda bem que isso vai terminar no ano que vem, mas isso é assunto para outro dia.

Dizia que Rubinho ganhou a corrida de forma brilhante. E foi mesmo. Obviamente contou com o erro da McLaren que jogou a corrida de Lewis Hamilton na lata do lixo, ao se embananar no pit-stop do inglês. Mas, como já disse antes, corridas são assim mesmo. Rubens tem seus azares e não pode reclamar. Hoje foi seu dia, estava no lugar certo e na hora certa, como Button esteve no início do ano e aproveitou.

É cedo para dizer que o brasileiro tem chances de título, pois a diferença dele para Jenson Button é de 18 pontos, o que é muita coisa. Mas matematicamente é possível e Rubens pode se aproveitar do momento pouco favorável pelo qual passa o colega inglês. Vamos acompanhar.

Aos pitacos:

_ Essa pista de Valência pode até ser bonita, mas o traçado é de doer. Difícil de ultrapassar. Porque torrar esta grana, construindo uma pista destas, se a cidade tem um belo autódromo para sediar corridas? Coisas da F1...

_ Romain Grosjean estreou pela Renault e não fez nem mais nem menos do que Nelsinho Piquet, ao contrário do que Galvão Bueno tentou fazer parecer. A vantagem do francês é que esta era sua primeira prova e ele ainda tem o que evoluir.

_ Vou escrever mais detalhadamente sobre Luca Badoer, mas adianto que acho o italiano o menos culpado do que aconteceu neste fim de semana. Um vexame que ele não precisava passar.
_ Irreconhecível a Red Bull neste final de semana. Bom para a Brawn que vai conseguindo administrar a vantagem que Jenson Button abriu no início da temporada.

Classificação Final (8 primeiros):

1º) Rubens Barrichello – Brawn Mercedes Benz
Impecável, desde o início do fim de semana. Sua melhor corrida no ano. Se mantiver o desempenho, pode entrar na briga.
2º) Lewis Hamilton – McLaren Mercedes Benz
Fez uma bela prova, mas foi prejudicado pela equipe. A McLaren renasceu em 2009.
3º) Kimi Raikkonen – Ferrari
Vai beliscando pódios e pontos importantes para a equipe.
4º) Heikki Kovalainen – McLaren Mercedes Benz
Bem nos treinos e discreto na corrida. Continuo achando que é muito carro para pouco braço.
5º) Nico Rosberg – Williams Toyota
O contrário de Kovalainen. Com eficiência e velocidade, vai conseguindo pontos importantes, com um carro ruim.
6º) Fernando Alonso – Renault
Continua salvando o ano da Renault, com seus pontos. Leva o carro nas costas.
7º) Jenson Button - Brawn Mercedes Benz
Caiu muito nas últimas corridas, mas ainda tem uma enorme vantagem no campeonato. É só saber administrar.
8º) Robert Kubica – BMW
Há quanto tempo não víamos o polonês nos pontos! Um desperdício de talento, com um carro abaixo da crítica.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

A desistência do campeão

* Texto escrito há mais de uma semana. Postado só agora por pura falta de tempo deste blogueiro

Relutei bastante antes de escrever sobre a alardeada volta de Michael Schumacher à Fórmula 1, justamente por sentir que o próprio alemão se mostrou bastante reservado e pouco empolgado com a notícia, frente ao oba oba feito pela imprensa esportiva. Schumacher se limitou a divulgar um comunicado seco, reafirmando sua lealdade à Ferrari e sua amizade com Felipe Massa.
Mas foi só entrar no cockpit da Ferrari de 2007, emprestada por um milionário que adquiriu o carro que fez de Kimi Raikkonen campeão, para que Michael acusasse dores do pescoço. Um esporte que maltrata tanto esta parte do corpo do atleta, não perdoaria alguém que não sentava num carro há quase dois anos (ele chegou a participar dos testes para a temporada de 2008). Schumacher percebeu que não seria fácil, tentou fazer alguns treinos de kart, mas viu que não daria mesmo. E hoje anunciou que está fora da prova de Valência. O substituto de Massa será Luca Badoer, italiano com uma extensa folha de serviços prestados à Ferrari.

Obviamente que muitos dirão que Schumacher foi covarde, que não respeitou os torcedores que compraram ingresso para vê-lo e etc. Bom, em primeiro lugar, irresponsável foi a Ferrari, que o anunciou antes de saber se ele estava ou não em condições. E, para mim, Michael Schumacher deu foi uma demonstração de profissionalismo sem igual ao desistir de participar de uma prova, na qual ele não teria mesmo condições de correr, colocando em risco não só a sua, como a integridade de outros pilotos.

Isso sem contar que estamos falando da imagem de um heptacampeão do mundo, o maior de todos os tempos. Não pegaria bem para ele voltar andando no meio do pelotão, sem os reflexos em dia. Em 1995 Nigel Mansell voltou à Fórmula 1 com 40 anos nas costas e, em duas corridas, conseguiu resultados e tempos tão medíocres, que foi despedido. Saber a hora de parar é um dom que poucos atletas têm.

Confesso que sim, fiquei bastante animado por poder ver de volta aquele que escreveu seu nome na história da categoria. Mas sua desistência, depois de tentar e perceber que não dava mesmo, me fazem admirá-lo ainda mais.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Renault demite Nelsinho Piquet

Nelsinho Piquet está demitido da Renault. Não é uma novidade, todos já esperávamos por isso. A questão era saber quando a confirmação viria. Veio agora, por meio de uma nota divulgada pelo próprio piloto. O brasileiro está fora, seu substituto ainda não foi informado, mas é possível que seja Lucas di Grassi, outro brasileiro.

É preciso ver a demissão de Nelsinho sob dois ângulos diferentes: o do próprio brasileiro e o do seu chefe, Flávio Briatore. O mandatário da Renault não é exatamente um líder nato, no sentido de lidar com novatos. Suas críticas abertas a Nelsinho Piquet sempre soaram um tanto deselegantes e cruéis e, certamente, contribuíram para que o clima não fosse dos melhores para o brasileiro. Quando chegou em segundo lugar na Alemanha, no ano passado, até mesmo Fernando Alonso chegou a fazer comentários irônicos sobre o resultado. Ninguém nunca tentou esconder a má vontade com o filho do tricampeão Nelson Piquet e, para qualquer pessoa, é praticamente impossível trabalhar sob um clima tão ruim quanto este.

Mas se é verdade que Nelsinho foi prejudicado por um ambiente ruim, também é preciso dizer que, em nenhum momento, o brasileiro apresentou um desempenho sequer regular, que pudesse justificar sua permanência na equipe. Isso porque se o ambiente é hostil (é hostil para muitos pilotos, em muitas equipes, essa é a verdade) não há registros de uma equipe que prejudique um piloto abertamente. Ninguém está na Fórmula 1 brincando, é um negócio muito caro para se desperdiçar tempo e dinheiro com um piloto prejudicando-o.

Em seu 1 ano e meio de F1, Nelsinho Piquet marcou 19 pontos no ano de estréia. Fez uma ou outra corrida razoável, e nada mais. De resto cometeu uma série infindável de erros, rodadas, batidas grotescas e foi muito, muito mais lento do que seu companheiro Fernando Alonso. Classificou-se à frente do espanhol apenas uma vez, por obra do acaso. Assim como foi obra do acaso seu melhor resultado, o já citado pódio pelo segundo lugar no GP da Alemanha de 2008. Neste ano, enquanto Alonso se esfola para conseguir alguns pontos para a equipe, Nelsinho permanece zerado, sem conseguir chegar sequer perto dos pontos. Não adianta tentarmos defender, é muito pouco para um piloto de Fórmula 1.

E ainda tem o próprio desempenho do brasileiro em corrida. Sempre discreto, do meio do pelotão para trás, adotando a conservadora tática de encher o tanque e fazer menos paradas. Coisa que nunca deu certo. Faltou para ele, um corridão. Daqueles inesquecíveis, que o cara põe um sopro de combustível, sai passando todo mundo, barbariza e, independente do resultado final, chama a atenção para si.

Sobre o futuro resta esperar. Esperar, inclusive, pelo desempenho do substituto do brasileiro. Se o tal piloto andar lá na frente, marcar pontos e se aproximar de Alonso, acho que a carreira de Nelsinho estará sepultada. Caso contrário, pode argumentar, junto à essas novas equipes, que possui alguma experiência na categoria. E tem ainda a chance de seu pai montar uma equipe, o que ainda parece improvável.

O fato é que o brasileiro está a pé. Um final triste, para uma história que prometia ser bem mais vitoriosa.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Menos uma...


E não é que a BMW, apenas três anos depois de comprar a Sauber, uma equipe séria, comprometida e engajada no esporte, fecha as portas? Se isso não se chama sacanagem, preciso que alguém redefina esta palavra para mim. E ainda tem gente que defende as montadoras na Fórmula 1.

É o mesmo caso da Honda: hora de fazer os planejamentos, orçamentos financeiros. Para isso, avaliam-se resultados. Qual era o resultado da Honda quando deixou a F1? E qual é o da BMW nesta temporada? Bastou que os alemães fizessem uma bomba de carro (que além de ruim, é feio de doer) para que o notório crescimento da equipe fosse esquecido. Pode parecer estranho, mas o mundo corporativo é assim mesmo: basta um ano ruim para que surjam demissões, cortes em investimentos, cancelamentos de projetos, etc.

Não sei se alguém vai comprar o que restou da equipe e montar um time, se o que sobrar será devolvido a Peter Sauber ou se, ao invés de 13, teremos 12 equipes em 2009, mas querem saber? Estou começando a gostar desta brincadeira. O sucesso da Brawn mostrou que ainda é possível montar uma equipe independente e enfrentar as montadoras de peito aberto. A Williams também está viva este ano, quando muitos achavam que ela sequer chegaria tão longe em sua história na F1.

Sinto que estamos próximos de ver um movimento de retorno da F1 às suas origens. Ao invés de montadoras, balanços financeiros, preocupações ecológicas e toda essa baboseira, teremos de volta a turma que batalha para ter uma equipe. Que bate na porta das empresas para pedir patrocínios, pneus, motores, gasolina. Que vibram com as vitórias. Que choram com as derrotas. Mas que continuam lutando na Fórmula 1 fazendo da categoria um esporte de alta competição, mas sobretudo, um campeonato de corrida de carros.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

O GP da Hungria e o fim definitivo do domínio da Brawn

Não há muito o que comentar sobre o acidente de Felipe Massa, uma enorme infelicidade. Preferi falar mais sobre o papel da imprensa neste processo, no post abaixo. Sobre a corrida, infelizmente também há pouco a falar. A prova foi chata, como são chatas todas as corridas na Hungria. Vitória de Lewis Hamilton, como Kimi Raikkonen em segundo, mostrando que McLaren e Ferrari parecem ter encontrado um caminho até o fim do ano.

E poderão roubar pontos importantes da Red Bull, para alegria de Jenson Button. Como já era esperado, os carros brancos de Ross Brawn, sem dinheiro para testar e desenvolver o equipamento, estão caindo verticalmente. E Button já está buscando marcar o maior número de pontos possíveis. Neste fim de semana, a Brawn apresentou um desempenho que lembrou a Honda do ano passado, com seus dois pilotos sofrendo para manter suas posições. E Rubens Barrichello sequer chegou perto de pontuar.

Mas se existe uma nota zero a dar nesse fim de semana, quem merece levá-lo é a FIA. Kimi Raikkonen fez um strike na largada e não foi punido. Eu não sou daqueles que acha que punições deste tipo devem ser aplicadas, pois toques em largadas acontecem, mas se Mark Webber foi punido na Alemanha, qual a diferença entre o que ele fez lá e Kimi fez na Hungria?

E ainda tem a absurda e rigorosa punição à Renault, que está suspensa do próximo GP por causa da roda de Fernando Alonso, que se soltou após o pit-stop. Ora, quantas este tipo de incidente já aconteceu? Deixar de pontuar numa corrida em que largara na pole position, já não é punição suficiente para uma equipe que tem um carro deficiente, com um grande piloto por trás? Essa briga ainda deve render alguns capítulos mas, mesmo que a situação seja revertida, é uma vergonha que tenha sido proposta pela FIA.

E vamos aos pitacos:
_ Falando em Renault, logo no fim de semana em que alardeou que teria o mesmo carro que o companheiro, Nelsinho largou em 15º, enquanto Alonso saiu na pole. Na corrida, o brasileiro fez aquilo que vem fazendo ao longo de toda a sua carreira na F1: nada.

_ Depois de toda a polêmica, Jaime Alguersuari fez uma corridinha honesta pela Toro Rosso. Nada espetacular, mas não bateu, não rodou e ainda terminou a frente do companheiro Sebastian Buemi. Nada mal para quem nunca tinha pilotado um carro de F1 em condição de corrida.

_ Ferrari e McLaren vêm mostrando reação. Já a BMW, a cada corrida, anda para trás. O desempenho dos alemães é ridículo, nem de longe fazem lembrar a sensação que foram no ano passado. É bom esquecerem 2009 e se concentrarem na construção de um carro melhor em 2010.

Classificação Final (8 primeiros)

1º) Lewis Hamilton – McLaren Mercedes Benz
Vitória digna de um campeão, ultrapassando Mark Webber na corrida e rumando tranqüilo até o final. Parece ter encontrado o caminho das pedras. Pena que tarde demais.
2º) Kimi Raikkonen – Ferrari
Não foi exatamente uma corrida exuberante, mas conseguiu o melhor resultado da equipe no ano.
3°) Mark Webber – Red Bull Renault
Por incrível que pareça, é o adversário mais forte para Jenson Button. Concentrado, regular, na melhor fase da carreira. Webber é o nome do momento na F1.
4º) Nico Rosberg – Williams Toyota
Depois que parou com essa história de se concentrar na sexta feira, passou a marcar pontos importantes.
5º) Heikki Kovalainen – McLaren Mercedes Benz
Mesmo muito atrás do companheiro, ajudou à dar à Mclaren o seu melhor fim de semana. Mesmo assim, espera-se mais dele.
6º) Timo Glock – Toyota
Uma bela prova do alemão, saindo do meio do grid e se aproveitando das paradas dos adversários. Talvez o melhor piloto do fim de semana.
7º) Jenson Button – Brawn Mercedes Benz
Sofreu para marcar dois pontinhos. A esta altura, só lhe resta torcer para que o crescimento de Ferrari e McLaren roube pontos da Red Bull.
8º) Jarno Trulli – Toyota
Apagado, Trulli ainda salvou este pontinho importante. Mas não vem tendo um bom ano.

O acidente de Massa e o comportamento da imprensa

O incrivelmente infeliz acidente de Felipe Massa, no treino para o GP da Hungria, fomenta algumas discussões sobre o papel da imprensa na divulgação de notícias. O site Grande Prêmio, uma das referências em noticiário automobilístico, estampou ainda no sábado a manchete de que Felipe corria sim risco de morte. E, por causa disso, recebeu uma chuva de críticas.

Em seu blog, Flávio Gomes, o responsável pelo site, se defendeu dizendo que o jornalismo não tem que procurar por boas notícias. Tem que noticiar os fatos e ponto final, sejam eles bons ou ruins. Concordo com ele. E, de mais a mais, de fato, no sábado a notícia oficial que foi divulgada pelo médico responsável pelo tratamento de Massa era de que a situação do brasileiro era estável, mas grave, o que o deixava, naturalmente, correndo risco de morte.

Mas por que isso deveria ser discutido, já que parece ser algo tão natural? Simples. Porque a Rede Globo, com sua maneira sempre muito peculiar de exercer o jornalismo, parece estar a caça das boas notícias. Durante a transmissão da corrida, a grande preocupação de Galvão Bueno não era a de informar o real estado de saúde do brasileiro e sim de garantir que ele estava bem e fora de perigo. Contribuiu para isso a participação do médico particular do brasileiro, que o tempo todo quis garantir que não havia risco de morte no caso de Massa.

Mas o mais absurdo foi o que fizeram hoje, pela manhã. O Bom Dia Brasil foi atrás de um neurologista que sequer teve contato com Massa após o acidente. Mesmo assim, deu uma entrevista “garantindo” que o estado de saúde dele era bom e que logo ele deveria se recuperar. Uau. Se isso não se chama irresponsabilidade, acho que não entendo mais de jornalismo. Já a palavra oficial do hospital que está atendendo o brasileiro e que, obviamente, conhece melhor do que ninguém a situação, vem sendo solenemente ignorada. Porque, provavelmente, os boletins médicos fornecidos pelo hospital não devem contribuir para o mundo colorido global, onde tudo é sempre ótimo, lindo, todos estão bem e felizes.

Às favas com todos eles.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Sebastien Bourdais está fora

E eis que Sebastien Bourdais é demitido da Toro Rosso. Sim, os boatos já davam conta disso há bastante tempo mas o anúncio oficial saiu apenas hoje. A equipe ainda não confirmou, mas seu substituto deverá ser o espanhol Jaime Alguersuari que tem um patrocinador fortíssimo por trás.

Bourdais foi campeão da Fórmula 3000 internacional, não conseguiu chance na F1 e rumou para os EUA. Aproveitando-se da fraqueza da então Cart e seus pilotos de 5ª categoria, Bourdais se sagrou tetracampeão pela Newman-Haas e chegou à principal categoria do automobilismo com status de piloto de ponta.

Porém, na pista, a coisa não andou. Levou um banho do seu companheiro Sebastian Vettel e, neste ano, não estava conseguindo superar Sebastien Buemi, um estreante. Em nenhum momento vimos um único lampejo de brilho em Bourdais, nem mesmo quando a Toro Rosso mostrou grande evolução, no fim de 2008.

O que será que acontece com esses pilotos que vêm da Fórmula Indy? Michael Andretti, Alessandro Zanardi, Jacques Villeneuve, Cristiano da Matta e Juan Pablo Montoya são exemplos de uma turma que foi campeã por lá e tentaram a sorte na F1. Somente Jacques Villeneuve conseguiu o título, mas mesmo assim, teve uma carreira de mais baixos do que altos. Andretti e Zanardi deram vexame, enquanto Montoya e Da Matta, até pareceram que iam vingar, mas jamais se adaptaram ao ambiente hostil da Fórmula 1. O colombiano, por exemplo, se mandou para a Nascar, onde vive feliz e sorridente a bordo daquelas banheiras de gasolina.

Sebastien Bourdais é mais um que vai passar em branco na F1, depois de fazer sucesso nos Estados Unidos. Será que ainda vale a pena investir nessa turma?

segunda-feira, 13 de julho de 2009

GP da Alemanha poe a Red Bull na disputa

Fico na dúvida se digo que o GP da Alemanha foi ou não uma boa corrida. Para os padrões atuais, segundo os quais se não chover a corrida é ruim, sim, podemos dizer que assistimos a uma prova com muitas alternativas. Mas ainda está muito longe daquilo que eu pelo menos esperava, como compensação ao visual horroroso dos carros em 2009, que mudaram em função de um regulamento técnico que deveria privilegiar as ultrapassagens. Se é para ser assim, que voltem com o visual antigo, muito mais bonito e com cara de carro de corrida.

Mas se tem algo que me anima a acompanhar o restante da temporada, é a virada de jogo da Red Bull que, no momento, conta com o melhor carro do grid e precisa tirar uma diferença de 22 pontos que separam Jenson Button de Sebastian Vettel. Vamos ver o comportamento da equipe Brawn que, ontem, fez sua pior corrida do ano.

Ruim do ponto de vista estratégico (três paradas), do ponto de vista dos mecânicos (erro no pit stop de Barrichello) e do ponto de vista dos pilotos que nada fizeram na pista para tentar chegar em posições melhores. Nesse quesito, Rubinho se destaca. Fez uma boa largada, mas não abriu diferença para Mark Webber e empacou atrás de Felipe Massa após o primeiro pit. Suas acusações ao final da prova, dizendo que a equipe deu um show de como perder uma corrida, foram rebatidas por Ross Brawn com uma frase contundente e corretíssima: “Ninguém ganha uma corrida fazendo apenas a 11ª melhor volta entre todos os pilotos”. Pergunto a Rubens: o show é de quem?

E vamos aos pitacos:

_ Mark Webber quase pos tudo a perder na largada ao jogar seu carro de forma irresponsável em cima de Rubens Barrichello. Foi punido com justiça, mas isso não fez nenhuma diferença, tamanha a vantagem dos carros da Red Bull neste fim de semana. Tanto ele quanto Vettel são candidatos ao título.

_ Nelsinho Piquet até conseguiu tirar o zero do placar nas classificações com Alonso. Mas, na corrida, voltou a apresentar um desempenho abaixo da crítica. Boato ou não, a sua substituição na Renault parece ser inevitável em 2010 ou, quem sabe, ainda este ano.

_ Adrian Sutil é o piloto do quase. Quase pontuou em Mônaco no ano passado, mas foi acertado por Kimi Raikkonen. Quase pontuou em Sepang este ano, mas rodou na pista molhada. Na Alemanha vinha fazendo uma bela prova mas se precipitou na saída dos boxes e novamente se enroscou com Raikkonen.

_ Já Giancarlo Fisichella prova por A + B que sua carreira só decola quando está em equipes ruins. Fez uma bela prova ontem, com grandes ultrapassagens no início da prova.

_ Tive a impressão de que o furo no pneu de Lewis Hamilton aconteceu por causa de um toque na asa dianteira de Mark Webber, antes da primeira curva. Se não fosse isso, poderíamos ver uma bela exibição do inglês, que conseguiu uma largada primorosa.

Classificação Final (8 primeiros)

1º) Mark Webber – Red Bull Renault
Quase perdeu a prova na largada ao bater em Rubens Barrichello. Mas de resto foi perfeito. Sua comemoração ao final foi emocionante.
2º) Sebastian Vettel – Red Bull Renault
Aos poucos vai descontando a diferença em relação a Jenson Button. Mesmo errando muito, segundo a visão equivocada no “narrador rei”.
3º) Felipe Massa – Ferrari
Perfeito. Felipe vem compensando a deficiência do carro com muita velocidade, constância e, principalmente, trabalho.
4º) Nico Rosberg – Williams Toyota
Bela prova de Rosberg, finalmente conseguindo um resultado a altura de suas boas atuações nos treinos de sexta.
5º) Jenson Button – Brawn Mercedes Benz
Já percebeu que não tem carro para vencer. Com isso, vai garimpando pontos importantes para a disputa do título. Tem o time a seu favor, algo que conquistou com trabalho e, principalmente, velocidade.
6º) Rubens Barrichello – Brawn Mercedes Benz
Muita reclamação para pouca velocidade. Não é a toa que a carreira de Rubens Barrichello será marcada pelo fato de ter sido sempre 2º piloto quando esteve em equipes fortes. Ele colaborou bastante para isso.
7º) Fernando Alonso – Renault
Um erro incrível na volta de apresentação, seguido de uma boa corrida, com direito a melhor volta e tudo mais. Alonso é o cara mais desperdiçado do grid da Fórmula 1.
8º) Heikki Kovalainen – McLaren Mercedes Benz
Um início bastante combativo, mas no fim um resultado decepcionante. Outro que deverá dar tchau à equipe em 2010. Um tchau bastante justo.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Despedida de Max Mosley: o caminho para a reviravolta da Fórmula 1



Um dia após o anúncio do “acordo-pizza FIA e FOTA” e da divulgação das 13 equipes que disputarão o mundial do ano que vem, é preciso fazer algumas reflexões. E uma das boas notícias que tirei do noticiário de ontem é a de que Max Mosley vai, finalmente, deixar a presidência da Federação Internacional de Automobilismo. Ele já havia tomado esta decisão, mas ameaçou voltar atrás caso o acordo de paz não fosse selado.

À frente da FIA desde 1993, ele se tornou mandatário máximo da Fórmula 1 ao ser eleito para presidente da extinta FISA, em 1991. Na ocasião, substituiu Jean Marie Ballestre, dirigente francês odiado no Brasil, por se posicionar a favor de Alain Prost nos seus duelos contra Ayrton Senna. Um cara polêmico e vaidoso, mas que teve papel importantíssimo na modernização da Fórmula 1, principalmente no que diz respeito à segurança.

Mosley ficou no poder durante 16 anos, tempo demais para qualquer dirigente. O comando de uma instituição precisa ser renovado de tempos em tempos. São necessárias idéias novas, relevantes, dadas por uma pessoa que conquista os outros pelo seu carisma e competência, e não pelo tempo em que está no cargo.

O grande problema de Max Mosley não são suas conclusões, muitas vezes corretas. O problema é a maneira que ele encontra para executá-las, geralmente com idéias inviáveis e, conseqüentemente, risíveis. Em 1993 o velho Max observou que a eletrônica estava tornando a categoria desigual, vide o desempenho arrasador da Williams. A solução? De um ano para o outro mandou retirar todos os equipamentos eletrônicos de uma só vez. O resultado foi uma temporada repleta de acidentes graves, resultando em duas mortes.

Recentemente, ao criticar a falta de competitividade da categoria, o velho Max sugeriu que os pilotos se revezassem nos cockpits das equipes. Hoje Michael Schumacher pilota a Ferrari, amanhã a Minardi, e assim por diante. E, aparentemente, ele não estava bêbado ao propor isso.
E tudo culmina na absurda idéia do teto orçamentário que geraria dois regulamentos distintos. Novamente, um raciocínio correto: o corte de custos é necessário, não há dúvida. Mas é preciso pensar numa maneira de solucionar isso de forma paulatina e, principalmente, racional.

Por fim, a questão das montadoras. Max sempre disse, com toda a razão, que elas não ligam para o esporte e que a Fórmula 1 não poderia ficar na mão delas, já que elas só se interessam pela categoria enquanto esta estiver rendendo frutos financeiros. Se isso não acontecer, abandonam o barco na primeira oportunidade. Um discurso correto que não foi acompanhado de nenhuma ação efetiva que pudesse evitar o fato (aqui, sejamos justos: Bernie Ecclestone abriu as portas da F1 para as montadoras e, vencer uma queda de braço com ele, quando o assunto envolve dinheiro, é bastante difícil).

Portanto, acredito que passou da hora de Max se aposentar. Sua imagem, desgastada por anos à frente da FIA, ainda sofreu um enorme baque em virtude do recente escândalo sexual, no qual ele se envolveu, deixando-se filmar durante uma sessão sadomasoquista. Espero que, para o seu lugar, venha alguém jovem, dedicado e, principalmente, com boa capacidade de discernir o que é viável do que é ridículo.


quarta-feira, 24 de junho de 2009

E chega!

Até que demorou menos do que se imaginava para que a pizza sabor FIA x FOTA, ficasse pronta. É impressionante a capacidade que a Fórmula 1 tem de criar factóides que mobilizam toda a opinião pública para anunciar, poucos dias depois, um acordo de paz. Se isso for uma estratégia para que se fale de F1 por aí, é preciso aplaudir: na última semana, até quem odeia automobilismo, comentou a respeito do racha em alguma mesa de bar. E provavelmente assistiu ao GP da Inglaterra para saber mais informações a respeito.

Ainda não sabemos os termos da negociação, mas pela fala de Max Mosley hoje de manhã, é provável que a FIA tenha recuado em relação à idéia do teto orçamentário. Max disse que não concorrerá à reeleição (certamente por pressão das equipes) e de que a Fórmula 1 vai passar por um processo de revisão dos seus gastos, visando a contenção dos custos. Assim, vago deste jeito. Ou seja, fica claro que pouca coisa vai mudar.

A lista com os participantes do mundial de Fórmula 1 2010 já foi divulgada. Às 10 equipes atuais, se juntarão Manor, Campos e USF1. Um mundial com 13 times, 26 carros. Uma ótima notícia, sem dúvida alguma.

Sinceramente, espero que esta conversa de racha, briga, teto orçamentário, seja morta e enterrada. Quem gosta de automobilismo quer saber é de carros na pista, pilotos chegando ao limite, disputando curvas e freadas. Coisas que, aliás, andam em falta, e deveriam receber mais atenção da FIA do que estes assuntos burocráticos.

domingo, 21 de junho de 2009

GP da Inglaterra: abre o olho Button!

É muito cedo para dizer, mas parece que o reinado da Brawn pode ter chegado ao fim. Isso já era esperado, em virtude dos poucos recursos da equipe de Brackley frente às equipes com mais dinheiro. E, vendo o desempenho impressionante da Red Bull em Silverstone, é bom Jenson Button se preparar para começar a marcar pontos, pensando no campeonato. A vantagem é muito grande e é preciso administra-la. Porque os carros de Adrian Newey realmente parecem ter se desenvolvido a ponto de superarem os branquinhos de Ross Brawn.

Sebastian Vettel foi dono absoluto da corrida, andando mais de um segundo à frente de seus adversários, mesmo estando mais pesado. Ficou claro que Rubens Barrichello não conseguiria acompanhar o ritmo do alemão. E mais claro ainda que seria superado por Mark Webber nas paradas de box.

A corrida foi chata e previsível, como as outras deste ano e, infelizmente, já é possível concluir que as mudanças de regulamento não influenciaram nas disputas durante a prova. Uma pena.

Vamos aos pitacos:

_ Depois de Vettel, Felipe Massa foi o grande destaque, fazendo uma prova consciente, em ritmo forte e constante. Saiu do 11º para o quarto lugar, um excelente resultado. Já Kimi Raikkonen foi mal. Burocrático ficou preso no tráfego e conseguiu apenas o 8º. Ao invés de ficar brigando com a FIA a Ferrari deveria se preocupar mais com seu carro, que é bem ruim.

_ A batida de Kovalainen e Bourdais foi bastante simbólica. Uma tremenda barbeiragem de ambos, que já deveriam ter perdido o emprego este ano. Tiveram a chance mas não corresponderam.

_ A corrida só não foi um espetáculo deprimente por causa da garra de Hamilton e Alonso, que brigaram entre si e com outros pilotos não desistindo nunca de ganhar posições. Destaque para o momento em que se encontraram e protagonizaram uma bela batalha. Ainda bem que não ouviram Luciano Burti dizer que é melhor deixar passar para não perder tempo. Ai ai...

_ E Nelsinho Piquet conseguiu ficar à frente do companheiro de equipe o que é, para ele, uma façanha até agora. Piquet está abusando da estratégia de largar com gasolina até a tampa. Mas, sobre ele, repito o que já disse várias vezes: ainda falta “a corrida”. Sua passagem na Fórmula 1 é discretíssima até agora.

_ Um grande destaque da prova: Giancarlo Fisichella. Chegou em 10º, entre os 18 que terminaram. Um grande resultado. Físico é daqueles que só vai bem quando o carro é ruim.

Classificação final (8 primeiros)
1º) Sebastian Vettel – Red Bull Renault
Domínio absoluto. Deverá começar a escalar o campeonato. O título é difícil, mas é bom Button abrir o olho.
2º) Mark Webber – Red Bull Renault
Apenas acompanhou Rubens Barrichello para supera-lo nos boxes. Poderia ter tentado a ultrapassagem, mas seguiu a convenção da Fórmula 1 moderna.
3º) Rubens Barrichello – Brawn Mercedez-Benz
Pouco pôde fazer, em relação ao domínio da Red Bull. Pela primeira vez, chegou à frente do companheiro de equipe.
4º) Felipe Massa – Ferrari
Rápido e consistente. Bela prova do brasileiro que se recuperou da má posição na largada.
5º) Nico Rosberg – Williams Toyota
Salvou mais alguns pontinhos para a equipe.
6º) Jenson Button - Brawn Mercedez-Benz
Pela primeira vez no ano, mostrou um desempenho discreto.
7º) Jarno Trulli – Toyota
Pouco combativo, competiu pelos pontos.
8º) Kimi Raikkonen - Ferrari
Outro que apareceu pouquíssimo, como de costume.

sábado, 20 de junho de 2009

Sobre mocinhos e bandidos

Quando pensamos que nosso saco já está cheio, a Fórmula 1 e sua politicagem barata consegue ficar ainda mais chata e desagradável. Já não bastasse o fato de as corridas estarem monótonas, mesmo com todas as mexidas nas regras, ainda temos que agüentar essa briga de Ecclestone e Mosley x FOTA (liderada pela Ferrari).

A verdade é que Mosley tem razão num ponto: a de que a F1 não pode ser dominada pelas montadora, como vinha sendo. A desistência da Honda, no fim do ano passado, parece ter acendido uma luz na cabeça branca do velho Max, que resolveu botar para quebrar neste ano.
O grande problema é que a entrada das montadoras jamais foi devidamente combatida pela FIA. E principalmente por Bernie Ecclestone, que vê dinheiro em qualquer coisa que faça. Outro problema foi a forma com que Max Mosley resolveu agir: propondo um regulamento esdrúxulo, em que as equipes que aceitarem um teto orçamentário terão privilégios enquanto as outras correrão por sua própria sorte. Ora, isso não existe. Fórmula 1 é uma categoria, sempre foi, e precisa ter apenas um regulamento.

Esse é o problema de Max Mosley. Seu pensamento é correto: se as equipes estão reclamando tanto da crise, porque não aceitar uma redução em seus gastos? O problema é a forma com que ele propõe as coisas. Suas idéias são radicais e estranhas demais. Esse regulamento entra para a mesma categoria da regra de definir o campeão pelo número de vitórias e da história dos pilotos se revezarem entre as equipes, entre outros delírios do presidente safadinho.

Mas, a princípio, o racha entre FIA e FOTA não preocupa. Apenas cansa. Isso porque não acredito que a FIA iria montar um campeonato oficial sem Ferrari e sem McLaren. E também não acho que as equipes fariam uma liga independente, com custos estratosféricos que acabariam afastando novos interessados e quebrando rapidamente, porque também não acredito que as montadoras estarão dispostas a gastar tanto dinheiro num esporte cujos seus CEO’s não têm o menor interesse.

Das duas uma: ou Max recua, ou a FOTA desiste desta bobagem. Ambos têm razões e culpas. Não há mocinhos e bandidos nesta história. Há é gente muito chata, trabalhando com afinco para tornar a politicagem mais importante que o esporte.

Ah, a propósito, Sebastian Vettel fez a pole para o GP da Inglaterra.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Quem faz fama...

... deita na cama. Não é a toa que Rubinho é chamado de chorão.


Começo este post pedindo desculpas aos leitores. Realmente está um pouco tarde para analisar a corrida da Turquia, mas infelizmente a falta de tempo imperou nos últimos dias. De qualquer maneira não há muito a dizer: a corrida foi terrivelmente chata, como foi chata a de Mônaco e a da Espanha. Estou cada vez mais desanimado de um dia voltar a ver um campeonato emocionante sem que, para isso, seja necessário que o mundo desabe em água, ou que alguém bata e provoque a entrada do Safety car e outras coisas parecidas.

Mas quero falar, mas aprofundadamente sobre um assunto: Rubens Barrichello. Bom, basicamente, uma largada desastrosa, que pode (e digo pode porque Ross Brawn disse que é possível que Rubens tenha cometido um erro) ter sido causada por um problema de embreagem. Vindo lá de trás o brasileiro errou, bateu em Kovalainen e atropelou Adrian Sutil, me fazendo lembrar David Coulthard em seus derradeiros momentos da carreira.

É inacreditável mas sou obrigado a admitir que, apesar de ter comemorado sua contratação pela Brawn, acho que Barrichello deveria mesmo ter se aposentado. Sim, eu acreditei que o brasileiro se daria bem este ano e achava que ele merecia encerrar sua carreira de uma maneira honrosa. Isso porque não, não sou daqueles que pensa que a carreira de Rubinho é um lixo e valorizo seus anos de Ferrari e seus dois vice-campeonatos. Mas a volta de Rubens à ponta da F1 trouxe de volta aquilo que ele tem de pior: o seu desastroso discurso e a sua maneira, digamos, peculiar, de lidar com a falta de vitórias. E depois de três anos acostumado ao profissionalismo e à concentração de Felipe Massa, que não perdeu a esportiva nem quando foi obrigado a entregar uma vitória em casa para o companheiro (Interlagos 2007), confesso que estava desabituado a ouvir essa lenga-lenga de Rubinho.

Porque agora é um tal de “as coisas só acontecem para mim”, seguido de um “meu companheiro deu sorte porque erraram na frente dele”, emendando com um “as pessoas se identificam com a minha luta para ser campeão”, que fico com preguiça todas as vezes que vejo um mau desempenho do brasileiro. E a pérola da Turquia, sem sombra de dúvida: “meu motor batia no limitador de giro 8 segundos antes do fim da reta”. Uau. Qualquer um de nós, que jogamos GP4, sabemos que precisamos regular a relação de marchas adequadamente, para aproveitar ao máximo a potência do motor. E um piloto com 17 anos de Fórmula 1 não faz isso, e ainda põe a culpa de seus fracassos no time e no acaso?

Ora, faça-me o favor Rubens.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Que venham as independentes

Brabham de Nelson Piquet: montadora só para o motor e olhe lá...


March, Brabham, Epsilon Eukadis, Lola, Campos, Superfund, Prodrive, USGPE. Essas são as marcas que se pré-inscreveram no mundial de Fórmula 1 para a temporada 2010. Isso sem contar todas as outras que já disputam a categoria e que anunciaram sua pré-inscrição na última semana, depois de uma intensa batalha contra Max Mosley e seu incrível teto orçamentário. Teto esse que deve continuar gerando polêmica, pois apesar das equipes da FOTA terem feito a inscrição sob a exigência de que essas regras fossem revistas, o velho Max parece pouco disposto a resolver o problema: deu uma entrevista hoje dizendo que vai manter o tal teto.

Bom, voltando à parte das inscrições, assunto infinitamente mais interessante do que essa chatice política, confesso que fico feliz quando vejo as equipes independentes demonstrando interesse novamente pela Fórmula 1. Sim, sabemos que dessas oito, uma ou no máximo duas deverão efetivamente se inscrever, mas juntando-as à Brawn, Wiliams e Force Índia teríamos um campeonato bem mais divertido.

Divertido porque, apesar de toda a força mercadológica que move a F1, ainda podemos acreditar que pelo menos algumas poucas pessoas que integram essas equipes têm algum amor ao esporte, ao contrário dos engravatados das montadoras. Aliás, se querem saber minha opinião sincera, eu trocaria fácil fácil Renault e Toyota por duas equipes dessas novas.

A Renault entra ano sai ano anuncia sua retirada das pistas. A Toyota gasta os tubos de dinheiro para fazer um carro feio e ruim. Imaginem se, ao invés destas duas, tivermos March e Brabham de volta, com seus carros coloridos, revivendo as glórias de um passado muito mais divertido do que esses dias de hoje. E quando falo glórias, não estou falando de vitórias. Essas equipes ficam felizes quando pontuam, festejam quando terminam uma prova. Enquanto as outras duas, a qualquer resultado duvidoso, ameaçam cair fora.

Continuo sendo um defensor fervoroso das equipes independentes. A Fórmula 1 sempre foi assim: um campeonato formado por pessoas que montam uma equipe, fazem um carro e vão atrás das montadoras para conseguir motores para correr. Que seja assim, por mais utópico que isso possa parecer hoje em dia.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Senna e Alonso: trajetórias parecidas

Comparar qualquer piloto a Ayrton Senna é sempre algo muito complicado, porque desperta a ira dos Sennistas, torcedores que elevaram o piloto ao status de semi-deus, um atleta absolutamente perfeito que jamais cometeu nenhum erro na vida. Felizmente, aqueles que como eu tiveram o privilégio de ver Ayrton pilotando, sabem que ele teve altos e baixos em sua carreira (muito mais altos do que baixos é verdade), ocasionados tanto pelos seus próprios erros, quanto pela conjuntura do grid da Fórmula 1.

E um desses maus momentos, ocasionados pelo fato de estar em uma equipe ruim, correndo com um carro pouco competitivo, aconteceu justamente quando Senna estava no auge da sua forma. Foram os anos de 1992 e 1993 quando a McLaren caiu vertiginosamente de performance depois de anos de domínio, justamente por não saber acompanhar a evolução das outras equipes. Principalmente em relação à Williams que desenvolveu os fabulosos FW14 e FW15, conduzidos aos títulos daqueles anos por Nigel Mansell e Alain Prost.



E agora vem o comparativo: que piloto está no auge da sua forma mas preso no meio do grid, limitado por um equipamento ruim? Ele mesmo, Fernando Alonso. Que assim como Senna, em nenhum momento mostrou qualquer traço de otimismo em relação à sua temporada atual. E também como o brasileiro fazia com a Williams, vem namorando a Ferrari, dando declarações elogiosas e, o principal, sendo paparicado pelos italianos.

Senna e Alonso compensaram a deficiência de seus carros no braço. Basta comparar o desempenho deles em relação aos seus companheiros de equipe. Em 92, Senna ainda tinha Gerhard Berger como parceiro e venceu três corridas, contra duas do austríaco. E ficou bem à frente dele no campeonato. Em 93, foi covardia. A McLaren trouxe Michael Andretti da Fórmula Indy e o americano teve um desempenho sofrível, sendo demitido antes do fim da temporada. Foi substituído por Mika Hakkinen, que chegou a se classificar à frente de Senna no GP de Portugal, mas não representou ameaça. E Senna foi vice-campeão daquele ano, vencendo 5 corridas contra nenhuma dos seus companheiros.

Junto com Nelsinho Piquet na Renault, desde 2008, Alonso não foi superado pelo brasileiro em nenhum treino de classificação. Em corrida ficou atrás do companheiro na Alemanha e na França. Mas a diferença entre os dois é óbvia tanto que o asturiano conseguiu a proeza de vencer duas provas em 2008 enquanto o brasileiro nem chegou perto disso (Ficou em 2º na Alemanha, mas foi um resultado absolutamente circunstancial). Em 2009, basta dizer que todos os pontos marcados pela Renault no campeonato vão para a conta do espanhol.

Senna acabou conseguindo seu objetivo. Foi para a Williams, mas com as mudanças de regulamento, pegou um carro que já não tinha mais tanta vantagem sobre os outros. E já conhecemos bem o desfecho da história. Alonso parece que também vai conseguir o quer. Deve estar na Ferrari em um ou dois anos, provavelmente em lugar de Kimi Raikkonen. Vamos acompanhar e torcer para que o espanhol consiga voltar a fazer aquilo que sabe: ganhar corridas e títulos.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Indy 500: a superação

E não é que Hélio Castroneves, que há pouco mais de um mês estava sentando no banco dos réus, ameaçado de ser preso por sonegação de impostos, foi absolvido, retomou sua carreira, rumou para Indianápolis e ganhou as 500 milhas, a maior prova do automobilismo mundial. Uma virada esportiva poucas vezes vistas. Talvez possamos comparar com o atacante Ronaldo, na Copa do Mundo de 2002, que vinha de uma contusão gravíssima no joelho, tinha a carreira ameaçada, se recuperou, foi para a Copa e decidiu o título em favor do Brasil, fazendo dois gols na final contra a Alemanha e um na semi-final contra a Turquia.

Quem me acompanha sabe que relutei muito em julgar Hélio Castroneves, mas sempre disse que, se fossem comprovadas as acusações ele tinha mais é que pagar pelo crime. Mas a justiça americana o absolveu então não há o que se discutir. Só aplaudir.

Aplaudir a vitória de um piloto que sabe como poucos correr em Indianápolis. Observe como ele se manteve sempre entre os primeiros, mas sem nunca forçar seu equipamento para liderar a corrida. Apenas no final, que é quando as 500 milhas efetivamente definem seu vencedor, é que Helinho apareceu na ponta, acelerando forte. Uma vitória maiúscula, merecida. Ganhar as 500 milhas de Indianápolis é muito mais importante do que ganhar o campeonato da Fórmula Indy. Portanto parabéns ao grande campeão.

Sobre a prova, já vi melhores. Claro, Indianápolis é sempre Indianápolis, o calor da torcida inflama o telespectador mesmo à distância, as disputas sempre envolvem uma tensão enorme pela proximidade do muro. Mas a verdade é que a prova ficou devendo em emoção, muitas vezes vimos uma fila indiana de pilotos, sem que ninguém tentasse nada de mais ousado.

E, claro, tivemos alguns acidentes. O mais grave dele, envolvendo os brasileiros Vitor Meira (que se machucou mais gravemente, mas passa bem) e Raphael Matos. Tony Kanaan, que não leva sorte nas 500, vinha bem, mas algo quebrou em seu carro e o jogou no muro duas vezes. Kanaan está sentindo dores nas costelas e sua participação nas próximas etapas ficou comprometida.

Também tivemos a batida entre Marco Andretti e Mario Moraes, que saíram esbravejando um com o outro. Mas não vi nada de muito anormal na batida deles. Coisa de corrida, coisa de Indianápolis.

Ao longo da semana, falamos mais sobre esta grande corrida. E você, o que achou da prova?

domingo, 24 de maio de 2009

Passeio de Jenson Button pelas ruas de Mônaco

Não há muito o que dizer do Grande Prêmio de Mônaco. Com exceção das primeiras voltas, com brigas ocasionadas pelo mau desempenho de Vettel e seus pneus macios, tivemos uma prova monótona, com carros espaçados entre si e ninguém arriscando nada. Ou seja, como sempre foi em Mônaco: se não chove e ninguém bate, não há nada a se fazer mesmo. Então vamos direto aos pitacos:

_ Estou surpreso com a reação da Ferrari hoje. Os carros vermelhos tiveram um fim de semana consistente e sem erros, o que é o mais importante. Embora o “locutor rei” tenha tentado insinuar que a Ferrari estragou a corrida de Felipe Massa ao não antecipar sua segunda parada, é bom informá-lo que, se tivessem feito isso, provavelmente o brasileiro perderia sua posição para Mark Webber.

_ Aliás, Felipe Massa foi o protagonista da única briga existente no GP de Mônaco, ao arriscar tudo para tentar ultrapassar Vettel no início da corrida. Realmente ele não tinha outra saída, pois se ficasse atrás não teria chance alguma no final. E quem arrisca, acaba tendo mais chance de errar. Mas é melhor assim do que esperar para ultrapassar na parada de box.

_ E a Brawn GP continua sua incrível sina de vitórias. É impressionante o domínio desta equipe. Button correu como quis e Barrichello também não teve dificuldades para superar os adversários.

_ Nelsinho Piquet, desta vez, não teve culpa de sua saída, já que foi acertado em cheio por Sebastien Buemi. O interessante foi a declaração do brasileiro, sobre pilotos estreantes que causam acidentes. Puxa, como se ele estivesse fazendo um ano espetacular. E como se, no ano de estréia, não tivesse feito bobagens atrás de bobagens. Aliás, continua fazendo no seu segundo ano.

_ Enquanto isso Fernando Alonso sempre dá um jeito de aparecer bem durante as provas. Desta vez, conseguiu ficar na pista por um longo tempo antes da sua primeira parada, dando voltas consistentes. Esse sim é um piloto diferenciado.

_ A BMW roubou, com louvor, o título de fiasco do ano, que estava na mão da Ferrari.

_ Kovalainen: já deu, não?

Classificação final (8 primeiros):

1º) Jenson Button – Brawn Mercedes Benz
Bela pole, corrida sob controle. Segue tranqüilo rumo ao título.
2º) Rubens Barrichello – Brawn Mercedes Benz
Ótima largada e corrida consistente. Só não foi melhor que o companheiro.
3º) Kimi Raikkonen – Ferrari
Perdeu a posição na largada, mas mostra que a Ferrari vem chegando aos poucos.
4º) Felipe Massa – Ferrari
Arriscou tudo no início, errou, mas isso acabou fazendo pouca diferença.
5º) Mark Webber – Red Bull Renault
Outra corrida em que veio comendo pelas beiradas. Bom resultado.
6º) Nico Rosberg – Williams Toyota
Parecia que ia lutar pelo pódio, mas acabou em sexto lugar. É um piloto bastante irregular.
7º) Fernando Alonso – Renault
Faz o que pode com o carro que tem. Somou mais uns pontinhos importantes.
8º) Sebastien Bourdais – Toro Rosso Ferrari
Finalmente marcando pontos em 2009. Mas continua andando atrás do companheiro Sebastien Buemi.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Fórmula 1 e seus dirigentes: um novo capítulo

Em qualquer esporte que se preze, quando os dirigentes começam a aparecer mais que os atletas, é porque algo está errado. E, infelizmente, na Fórmula tem sido assim há alguns anos. Escândalos de espionagem, jogos de equipe, desclassificações injustas, julgamentos, etc. E, quando os carros vão para a pista, a emoção fica devendo.

Aí, quando pensamos que finalmente vamos ter paz para acompanharmos as corridas vêm novamente os dirigentes acabar com a nossa paciência. Depois de anunciar as mudanças na categoria para 2010, Max Mosley e Bernie Ecclestone agora têm que enfrentar a fúria das equipes, que ameaçam se retirar da Fórmula 1.

Primeiro as regras. É óbvio que essa história de teto orçamentário de 40 milhões jamais vai dar certo. É um absurdo pensar numa categoria em que equipes que se adequam ao regulamento têm vantagens e outras que preferem gastar mais perdem privilégios. Imaginem a desigualdade que isso causaria. Isso sem contar que Bernie e Max, que já passaram da hora de se aposentarem, ainda voltaram com a idéia do campeão ser definido pelo número de vitórias, o que também é ridículo e rompe com todos os padrões de automobilismo que conhecemos.

Agora as equipes. Com exceção de Williams (Frank disse que não sabe fazer outra coisa na vida), Brawn GP e Force India (que não se pronunciaram), todas foram unânimes: se as regras forem mantidas, se retiram da F1.

É claro que a FIA terá que voltar atrás. Não existe Fórmula 1 sem a Ferrari, por exemplo. Seria uma perda de audiência fabulosa, um prejuízo que, sem dúvida nenhuma, ajudaria a quebrar de vez a F1. Só é necessário saber até quando esse teatrinho vai durar e até quando teremos que agüentar esses dirigentes, mais uma vez, ocupando o espaço que deveria ser destinado a discutir performances, vitórias, derrotas, ultrapassagens. Essas coisas que costumávamos chamar de esporte.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Helinho é pole em Indianápolis

Nos últimos minutos do Pole Day, treino que define o primeiro colocado no grid de largada das 500 milhas de Indianápolis, todos estavam acompanhando a última tentativa de Ryan Briscoe, que tentava tomar a pole do companheiro de equipe Hélio Castroneves. O australiano acelerou tudo que podia no seu Penske, mas ficou em segundo. E assim, teremos a honra de ver um brasileiro, que há um mês estava ameaçado de passar muitos anos na cadeia, largar na primeira posição da maior corrida de todas.

Eu, particularmente, acho Indianápolis um negócio espetacular. Durante todo o mês de maio, vários pilotos trabalham, acertam, rodam, batem, aceleram, enfim, se esfolam para conseguir uma das 33 vagas no grid de largada da corrida. E vale de tudo. Algumas equipes montam uma pequena estrutura para competir somente em Indianápolis, arranjam motores e chassis emprestados, trazem mecânicos com pouco treinamento, mas muita boa vontade. O público chega dias antes, as pessoas levantam acampamento ao redor e dentro do circuito, fazem churrasco, conhecem novos amigos, se divertem.

É a ligação entre o automobilismo puro e essa coisa chata de hoje em dia, personificada pela Fórmula 1 e seus orçamentos estratosféricos. E nenhum piloto, dos que tentam largar no dia 24 de maio, tem uma relação melhor com essa pista do que Hélio Castroneves. Já ganhou lá duas vezes, a última delas, dramática, com seu Penske se arrastando nos metros finais, quase sem gasolina. E, depois do inferno astral pelo qual vinha passando, Helinho volta e já marca a pole.

Mas isso não significa que seja o favorito. Aliás, ninguém é favorito em Indianápolis. Qualquer um dos 33 malucos que largarem pode ganhar. Desde o cara com motores emprestados, até aquele que corre numa equipe mega estruturada e endinheirada. E é por isso que, no dia 24 de maio, estarei grudado na TV, assistindo mais essa edição, da maior de todas as corridas.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

GP da Espanha ressuscita o velho Rubinho, “o brasileirinho”

É preciso tirar o chapéu para Rubens Barrichello. Se ele tiver a capacidade de bagunçar o ambiente de uma equipe surpreendente como a Brawn, depois de uma dobradinha espetacular na Espanha, será uma façanha e tanto. E o brasileiro vem se empenhando para isso, não podemos negar. Afinal, depois de uma corrida na qual conseguiu uma largada fantástica, mas não foi capaz de imprimir um ritmo forte como o do companheiro de equipe, Rubinho terminou em segundo. E o que ele faz? Sai do carro fazendo beicinhos, insinuando que foi prejudicado por causa da mudança de estratégia de três para duas paradas de Jenson Button enquanto a sua estratégia foi mantida.

É nessas horas que somos obrigados a pensar como a maioria dos torcedores brasileiros: esse Rubens Barrichello é mesmo muito bobo. Bom piloto, nada espetacular, mas eficiente, vem cumprindo seu papel na equipe. Mas, mais uma vez, quando tem um carro vencedor nas mãos, não consegue acompanhar o ritmo do companheiro de equipe.

Repito. A equipe Brawn é uma das coisas mais bacanas que já surgiram na Fórmula 1. Veio das cinzas da porcaria da Honda, é independente e está colocando as montadoras, e suas soberbas, no bolso. Rubens disse que pendura o capacete se souber que está sendo prejudicado. Meu conselho: não perca tempo investigando, a resposta já existe. Quem está se prejudicando é você. Então pendure logo a droga do capacete. Faça esse bem à F1 e à torcida brasileira.

E vamos aos pitacos:

_ No Barhein eu defendi. Disse que a prova tinha sido razoável com algumas brigas que me enchiam de esperança de que teríamos uma temporada emocionante. Mas essa corrida da Espanha é indefensável. Foi terrivelmente chata. Começo a achar que a Fórmula 1 é mesmo uma categoria fadada às ultrapassagens de box.

_ Duas pérolas no rádio da Ferrari, este fim de semana: na sexta, ao ser lembrado que estava sem o KERS, Raikkonen respondeu ao engenheiro que não era necessário que este o lembrasse disso a cada curva, pois ele podia ver as luzes no painel. E ontem, ao ser informado do erro no cálculo de combustível, Massa soltou um espetacular “o que você quer que eu faça?”. Uma equipe totalmente perdida, mas que tem pilotos com personalidade questionadora e vontade de melhorar. E por isso, têm a minha torcida.

_ Está dando pena da McLaren. O carro não corresponde, Heikki Kovalainen parece estar em outro planeta e Hamilton coitado, rema, rema, rema, para chegar apenas em nono. É a praga de Fernando Alonso, que continua firme e forte na equipe inglesa.

_ A Toyota continua forte, embora não tenha assustado muito na Espanha. Muito porque Jarno Trulli acabou saindo da corrida no início, num acidente do qual não teve culpa mas que ainda levou mais quatro pilotos e provocou a entrada do Safety Car.

_ Nelsinho Piquet continua como um zero à esquerda na Renault. Enquanto Alonso leva a equipe nas costas.

Resultado Final (8 primeiros colocado):

1º) Jenson Button – Brawn Mercedes-Benz
Rápido, eficiente, concentrado. Mudou a estratégia no início da prova, ao ver que não poderia ultrapassar Barrichello. Não há ressalvas à pilotagem que Button vem apresentando em 2009. Absolutamente fantástico.
2º) Rubens Barrichello – Brawn Mercedes-Benz
Belíssima largada. Foi perdendo ritmo ao longo da prova e levou um “nó tático” do companheiro. Garantiu a dobradinha da Brawn, mas leva nota zero pela choradeira no final. Mau perdedor, como sempre.
3º) Mark Webber – Red Bull Renault
Veio comendo pelas beiradas e conseguiu um grande resultado. Para quem esperava um banho inapelável de Vettel (eu inclusive), vem fazendo bonito com o bom carro da Red Bull.
4º) Sebastian Vettel – Red Bull Renault
Empacou atrás de Felipe Massa e só conseguiu passar quando o brasileiro tirou o pé para economizar combustível. Corrida discreta.
5º) Fernando Alonso – Renault
Muita luta e o quinto lugar como prêmio. Se não fosse ele, acho que os franceses já tinham voltado a se dedicar exclusivamente à construção de Clios e Logans.
6º) Felipe Massa – Ferrari
Um belo fim de semana de Felipe. Andou forte o tempo todo, chegando ao limite do carro. Mas um erro inacreditável no cálculo de combustível tirou dele o quarto lugar.
7º) Nick Heidfeld – BMW
Depois do resultado lamentável do Barhein não deixa de ser surpreendente que a BMW tenha marcado pontos. Mas ainda está longe da forma de 2008.
8º) Nico Rosberg – Williams Toyota
O que será que ele faz para andar na ponta todas as sextas feiras? Podiam usar a mesma fórmula mágica nas corridas.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

BMW sem KERS: para mim, esse negócio está com os dias contados

A BMW anunciou que não vai usar o KERS na corrida de domingo, na Espanha. Os alemães foram aqueles que melhor desenvolveram o dispositivo, vinham trabalhando com ele há mais tempo e, quando colocaram o carro na pista, os resultados não vieram.

Esse tal de KERS já despertou polêmica demais e, acredito, acabará sendo proibido até o fim do ano. Isso porque é caro, pesado, perigoso (a própria BMW sofreu com ele na pré-temporada, com um de seus mecânicos sendo eletrocutado) e, na prática, ninguém que está utilizando o sistema conseguiu tirar dele uma vantagem considerável. Pelo contrário: a Ferrari teve problemas no equipamento na Malásia, e resolveu chutá-lo para escanteio no Barhein.

Bobagem a Fórmula 1 dizer que o KERS representa economia, já que aproveita a energia das freadas transformando-a em potência extra. O alto custo de manutenção não paga esse investimento. Pensando pelo lado da competitividade, seria mais prático e barato adotar o nitro, como a Stock Car usa e como a Fórmula Indy usou há um tempo atrás.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Uma pergunta...

Por que a Globo, ao homenagear Ayrton Senna, um piloto com tantas vitórias, títulos e corridas memoráveis, sempre faz questão de mostrar várias vezes o final do GP do Japão de 91, quando ele deixou o companheiro Berger passar na última curva?

sexta-feira, 1 de maio de 2009

15 anos...

Já fui mais aficionado com automobilismo. É engraçado isso, porque de uns tempos para cá é que venho militando mais neste meio, mas sem dúvida, eu era mais fanático na minha adolescência.
E foi nesta época que adquiri e mantive o hábito de gravar corridas de Fórmula 1. E depois, via, revia, esperava mais alguns dias para ver de novo. Hoje só aciono meu videocassete (sim, eles ainda existem) para gravar aquelas corridas às quais não poderei ver, mais como um compromisso com vocês, leitores aqui do blog.

Não tenho mais essas fitas, com exceção de uma. E um dia desses eu a reencontrei, mexendo no meu armário. É exatamente a gravação do GP de Ímola, de 1994. Hoje faz quinze anos que aquela corrida aconteceu. Resolvi assisti-la e pude notar o quanto a Fórmula 1 mudou nesses últimos anos.

Não vou utilizar este espaço para comentar o acidente fatal de Ayrton Senna. Todos nos lembramos, temos uma relação especial com este momento do nosso esporte, sabemos o que estávamos fazendo, qual foi nossa reação. Enfim, a tragédia marcou a todos. A verdade é que esta corrida tem um valor muito grande para o automobilismo e, em especial, para a Fórmula 1. Apenas Rubens Barrichello disputava a categoria naquele ano (ele não disputou este GP, por causa do seu acidente na sexta feira) e deve se surpreender cada vez que lembra como era a F1 naquele tempo. A primeira coisa que me chama a atenção quando coloco o play é ver pelas precárias imagens (na época eu não tinha tv a cabo) os carros se equilibrando em um asfalto todo remendado.

Se o asfalto era ruim, a pista era sensacional. A corrida foi boa, apesar do clima ruim, teve muitas ultrapassagens proporcionadas pelas curvas Tamburello e Villeneuve, que eram feitas com o pé no fundo. Quando Michael Schumacher estava atrás da Ferrari de Gerhard Berger, depois da segunda largada, dava para ver o Benetton ser “sugado” pelo vácuo da Ferrari, fazendo o alemão chegar ao fim da reta em condições de ultrapassar. Cenas raras de se ver nos dias de hoje, com o calendário infestado de traçados enfadonhos que dão sono só de olhar.

Uma das coisas que mais me impressionaram, confesso, foi a falta da limitação de velocidade nos boxes. Acho que não me lembrava de como era perigoso a maneira como os carros entravam e saíam dos boxes em altíssima velocidade. Isso causou o acidente de Michelle Alboreto, que atropelou dois mecânicos e instituiu de vez a limitação da velocidade.

Esses 15 anos passaram rápido demais. Aquele fim de semana, triste e doloroso, certamente ensinou uma lição importante aos dirigentes da Fórmula 1: a de que não se pode brincar com um esporte tão perigoso. A evolução da categoria, mostra que eles aprenderam direitinho.

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Imagem da semana (especial)

Já são 15 anos... Como o tempo passa!!!

domingo, 26 de abril de 2009

O piloto do ano

Não é à toa que Jenson Button é o líder isolado e folgado do mundial de F1. Sua corrida, hoje no Barhein, foi absolutamente perfeita. Um retrato fiel do que esperamos de um piloto de corridas: eficiência. A equipe pede que ele ande rápido para não perder contato. Ele faz. A equipe solicita que ele ultrapasse Lewis Hamilton. Ele vai lá e passa, sem firulas, reclamações ou gestos espalhafatosos. Depois, pedem que ele conserve o equipamento para não ter problemas até o fim, mantendo a constância o fim. É o que ele faz.

E é por isso que ele é o principal piloto da Brawn GP. Não faz sentido uma equipe com pouco dinheiro, arriscar uma briga interna de seus pilotos, sendo que vamos entrar na fase européia do campeonato e há grandes chances das outras equipes se aproximarem dos carros brancos.

E vamos aos pitacos:

_ A corrida teve um início promissor, com muitas brigas, mas logo tudo se acomodou. Mesmo assim, estou gostando muito dessa nova Fórmula 1. Os carros estão mais próximos, os pilotos com vontade de ultrapassar, tudo muito interessante. Que continue assim.

_ Muito feia a atitude de Rubens Barrichello. Ficar jogando para a torcida, reclamando de Nelsinho Piquet que estava lutando por posições de forma limpa e leal. É por essas e outras que a torcida brasileira tem tanta birra de Rubinho. Tem um carro mais rápido? Vai lá e passa uai!

_ Nelsinho, pelo menos, chegou ao fim. Não marcou pontos, mas fez uma corrida correta. Se tivesse se classificado mais à frente poderia ter tido melhor sorte. Continuo achando difícil sua situação na Renault.

_ Impressionante como a Toyota caiu durante a prova. Os japoneses precisam resolver esse problema, porque têm realmente um bom carro este ano.

_ Ferrari e BMW são a piada do ano até aqui. Os alemães ficaram em penúltimo e último lugar. Enquanto isso, Raikkonen conseguiu os primeiros pontos da equipe italiana, com um distante 6º lugar e ainda pressionado pela Toyota de Glock. Se não reagirem na Espanha, podem começar a pensar em 2010.

_ Já a McLaren parece ter encontrado um caminho mais acertado. Para Hamilton. Porque Kovalainen está mesmo comprovando que não é do ramo.

_ A Espanha será decisiva para as grandes equipes: Renault, McLaren, Ferrari e BMW precisam reagir, ou então estão definitivamente fora da briga pelo título.

Classificação Final (8 primeiros)

1º) Jenson Button – Brawn Mercedes Benz
Perfeito, do início ao fim. É o piloto do ano.
2º) Sebastian Vettel – Red Bull Renault
Parecia bem na prova, mas ficou preso atrás de carros mais lentos. É o principal adversário de Button, até agora.
3º) Jarno Trulli – Toyota
Largada ruim, e prova burocrática. Continua o leão de treino de sempre.
4º) Lewis Hamilton – McLaren Mercedes Benz
Nada mal, pensando como o carro estava nas primeiras corridas. Hamilton começa a aparecer bem no ano.
5º) Rubens Barrichello – Brawn Mercedes Benz
Desta vez mostrou muita velocidade, mas continua inconstante. Muito aquém do companheiro de equipe.
6º) Kimi Raikkonen – Ferrari
Primeiros pontos do ano, com um carro que continua não mostrando nada. Mas era o que ele podia fazer.
7º) Timo Glock – Toyota
Liderou as primeiras voltas com autoridade. Depois desapareceu.
8º) Fernando Alonso – Renault
Que pecado. Um piloto com a qualidade de Alonso, merecia um carro melhor. A praga de Ron Dennis era forte mesmo!

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Imagem da semana

Parece aliviado o rapaz? Ou é impressão minha?

domingo, 19 de abril de 2009

GP da China: Esse Vettel é bom demais!

Foi ótimo o que Sebastian Vettel conseguiu neste fim de semana, na China: provou que toda essa histeria coletiva em torno dos difusores da Brawn não passa de choro de perdedor. Brawn GP, Williams e Toyota fizeram bons carros, essa é a verdade. Assim como fez um bom carro a Red Bull, que usa um difusor comum. Ponto final. Se Ferrari, McLaren e Renault quiserem bom desempenho, que tratem de melhorar seus carros, que são ruins.

E sem mais delongas, vamos aos pitacos sobre o GP da China:

_ Que babaquice esse negócio de Safety car em provas com chuva. Eu, saudosista que sou, acho que tinha que largar parado, como era antigamente, faça chuva ou faça sol. Mas vão dizer da questão da segurança, blá blá blá. Tudo bem, mas é preciso dar quase 10 voltas atrás do Mercedão? Tremenda falta de respeito com o público, que paga o ingresso caro para ver a corrida.

_ Sebastian Vettel é mesmo diferenciado, não resta dúvidas. Numa corrida em condições tão adversas, ele consegue vencer sem errar uma única vez. Por incrível que pareça, é candidato ao título de 2009 sim senhor!

_ Em compensação Rubens Barrichello, experiente, bom de chuva, cometeu um erro no início da prova e, mais uma vez, terminou atrás de Jenson Button, mesmo tendo se classificado à frente. Já é segundo piloto, há não ser que o inglês comece a errar bastante ao longo do ano.

_ O que parece pouquíssimo provável, já que Button fez uma bela corrida, conservadora, cautelosa, sem erros. Correu pelo resultado e não há porque reclamar disso. Ele tem muito a perder daqui para a frente.

_ Não existe corrida ruim com Hamilton na pista. Concordo que ele precisa conter sua afobação, mas sinceramente torço para que não controle. Ele vai passa três adversários, roda, volta, passa de novo, roda outra vez... É um show!

_ Mas que draga da Ferrari hein! Vou falar mais ao longo da semana. Massa vinha bem, fazia boa prova, mas teve um problema elétrico. Já Raikkonen deve estar com torcicolo, de tanto procurar adversários que o ultrapassavam.

_ E para finalizar, grande Nelsinho Piquet! Está conseguindo a proeza de me fazer reconsiderar minha posição sobre o pior piloto brasileiro que já passou pela F1. Achava que ninguém tiraria esse título de Antônio Pizzonia. Aliás, o filho do tricampeão sequer foi citado no comunicado da Renault, após a prova. Realmente, como diz nosso amigo Anselmo, Flávio Briatore adora o rapaz!

Classificação Final: (8 primeiros)
1º) Sebastian Vettel – Red Bull Renault
Nem parecia um garoto. É um piloto espetacular. Com um carro bom, como o deste ano, é candidato ao título.
2º) Mark Webber – Red Bull Renault
Atrás do companheiro o fim de semana todo. Mas uma boa posição, completando a dobradinha da Red Bull.
3º) Jenson Button – Brawn Mercedes
Conservador, correu pelos pontos. E está certíssimo.
4º) Rubens Barrichello – Brawn Mercedes
Apagado. Não é só no número de GP’s disputados que se parece com Riccardo Patrese. Tem a mesma vocação para escudeiro.
5º) Heikki Kovalainen – McLaren Mercedes
Finalmente estreou em 2009. Se aproveitou das bobagens dos outros, para ganhar posições.
6º) Lewis Hamilton – McLaren Mercedes
O showman da corrida. Ultrapassou várias e várias vezes, já que sempre rodava depois de ganhar posições. Divertidíssimo.
7º) Timo Glock – Toyota
Outro discreto que se aproveitou dos erros dos outros.
8º) Sebastien Buemi – Toro Rosso Ferrari
Quase pôs fim à corrida de Vettel, durante uma bandeira amarela. Mas fez boa prova. Estou gostando deste piloto, vamos acompanhar

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Livre

A justiça americana absolveu Hélio Castroneves de todos os crimes de sonegação pelos quais ele respondia. Também foram absolvidos sua irmã e seu advogado, inicialmente envolvidos no esquema.

Não há motivos para se duvidar da justiça americana, que adora escândalos, mas que já puniu atletas importantes dos EUA (O.J. Simpson e Mike Tyson). Portanto Helinho está livre para seguir com sua carreira, e deverá pilotar um terceiro carro da Penske em Long Beach.

É uma surpresa, sem dúvida. Ninguém apostava na inocência do piloto brasileiro, as acusações eram pesadas. Mas Hélio provou sua idoneidade. Bom para ele, bom para o Brasil, que ganha um piloto a mais para torcer na Indy e bom para a Penske, que poderá contar com seu melhor piloto.

Particularmente não gosto de Helinho como piloto, mas ele me parece um bom sujeito. Que siga sua carreira e consiga, finalmente, um título na Fórmula Indy.

Primeiras impressões Chinesas

Não há milagre. A McLaren espetou um difusor genérico no carro de Lewis Hamilton, na China, e mostrou alguma melhora. Tanto que o inglês foi o mais rápido no primeiro treino. Mas, no geral, ele terminou em 13º, mostrando que não é só a tal peça que faz a diferença nos carros da Brawn, Williams e Toyota. Ocorre que essas equipes fizeram bons carros no conjunto, assim como a Red Bull que, mesmo sem o difusor, acompanha as três de perto.

E, justamente por isso, não devemos ter uma mudança radical de panorama no GP da China. Jenson Button foi o melhor nos treinos livre, seguido por Nico Rosberg, que adora uma sexta feira. Rubens Barrichello ficou em terceiro, começando o fim de semana atrás do companheiro Button. Se não chegar à frente dele na corrida, adeus luta pelo título. Vira escudeiro de novo.

A Ferrari parece cada vez pior. Em nenhum momento os carros vermelhos estiveram à frente na classificação. Massa em 12º e Raikkonen em 14º mostram que há poucas perspectivas para os italianos nessa corrida. A Renault é outra que vai mal, com Nelsinho em 16º e Alonso em 19º (Veja só Anselmo: Piquet à frente do companheiro. Uau!). O espanhol também deverá usar um difusor genérico na prova.

Ficamos na expectativa dos treinos oficiais. Estou num fim de semana bastante movimentado, então não sei se consigo escrever sobre eles. Senão, nos vemos aqui na resenha após a corrida.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Criatividade liberada!

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Viva os difusores

E a FIA liberou os difusores de Brawn, Toyota e Williams. Agora as outras terão que correr atrás e construir suas versões da peça. Aliás, não duvido que algumas dessas equipes já estejam em fase final de desenvolvimento, já prevendo que o difusor seria liberado.

Esse é o lado bom da Fórmula 1: sem ajuda da eletrônica, os engenheiros precisam por a cuca para funcionar, se valendo da criatividade para criar diferenciais para seus carros. Quando tudo depende de controles de tração, largada, câmbios automáticos, as coisas são mais fáceis.

Parabéns às três equipes que descobriram essa peça. E, porque não, parabéns à FIA por, desta vez, não estragar o espetáculo.

Desmentiu

A Renault, em comunicado oficial, desmentiu as declarações de Nelsinho Piquet, que comentei outro dia. A Revista F1 Racing, que publicou a entrevista, continua mantendo que a fala do brasileiro é essa mesmo. Enfim, jamais saberemos a verdade. Mantenho o que já tinha dito: existem pilotos que superam as dificuldades acelerando, e outros que vivem reclamando de tudo. Que Nelsinho faça como seu pai (que também enfrentou situação adversa na Williams, contra Nigel Mansell) e escolha o caminho das vitórias.

Helinho

Ainda não saiu a sentença de Hélio Castroneves. O veredicto estava previsto para a última sexta feira, foi adiado para segunda e agora está sem data definida. Acredita-se que não deve passar desta semana. Não é à toa que esteja demorando assim. A situação parece complicada mesmo para o piloto brasileiro.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

De volta

Feriado, Semana Santa, descanso, e o blog acabou ficando para depois. Peço desculpas aos leitores, mas só hoje estou voltando a escrever neste espaço. Vou fazer um resuminho dos comentários que eu poderia ter postado, mas não postei:

_ Ele reclamou que a equipe não cuida de suas corridas, como cuida das do companheiro. Se sente excluído dentro do time enquanto seu companheiro é privilegiado. Disse que, por azar, todos os problemas mecânicos acontecem no seu carro. Já viram esse filme? Eu também. Desta vez, estrelado por Nelsinho Piquet que, num momento de puro Rubens Barrichellismo, resolveu por a boca no trombone. Confesso que fiquei esperando pelo momento em que ele diria que é só um brasileirinho no meio de todo esse exército de franceses. Bom, só posso dizer que, basicamente, existem dois tipos de pilotos: os que superam todos os problemas apertando o acelerador e os que se põem a lamentar sobre tudo e todos. Não existe uma equipe que faça dois carros diferentes, como muitos defendem. O que diferencia é o braço.

_ Valdeno Britto venceu a etapa de Curitiba, da Stock Car. E mais não posso dizer, por que...

_ ... porque a Globo transmitiu pequenos flashes da parte final da corrida. Aliás, é interessante a maneira como essa emissora trata o seu público. No sábado, assisti a uma chamada do Esporte Espetacular e percebi que eles anunciaram que os telespectadores poderiam acompanhar, dentro do programa, a semi-final do vôlei feminino e a corrida. No caso do vôlei, somente o último set foi transmitido na íntegra, enquanto os outros tiveram transmissão somente dos últimos pontos. A Stock, coitada, teve direito a duas entradas rapidíssimas, nas quais pudemos rever a largada e alguns lances pouco importantes. Resumo: os dois eventos não tiveram a transmissão prometida. Não tenho nada contra a programação da Globo, ela que transmita o que quiser, quando e como quiser. O que me deixa de queixo caído é a falta de respeito com o telespectador, que recebe uma informação, se planeja para assistir ao programa (que aliás, já foi interessantíssimo, e hoje é um mero instrumento de promoção de atletas fracassados) e acaba não vendo o que foi prometido. Absurdo.

_ A sentença de Hélio Castroneves, que sairia na última sexta feira, foi adiada. O resultado deverá ser divulgado hoje. A situação parece complicada e, segundo li por aí, será uma grande surpresa se ele for absolvido. Especula-se que a pena será de, no mínimo, 5 anos. Ou seja, sua carreira estará encerrada. Vamos acompanhar as notícias, para poder comentar depois.