domingo, 28 de setembro de 2014

Crash

Parece que o pessoal que anda no antigo traçado de Nurburgring gosta de correr riscos...


terça-feira, 23 de setembro de 2014

Problemas decisivos

Mercedes recolhe o carro de Rosberg, antes da largada em Cingapura:
problemas mecânicos podem decidir o campeonato

A Mercedes vive uma situação curiosa em 2014: ao mesmo tempo em que tem, disparado, o melhor o carro do grid, capaz de possibilitar que Lewis Hamilton abra mais de 20 segundos de vantagem no fim do GP de Cingapura, estando com pneus gastos, sofre com a falta de confiabilidade do modelo. Mais uma vez, problemas mecânicos interferiram na disputa que seus dois pilotos travam pelo título.

Em Cingapura, foi a vez de Nico Rosberg, vítima de um problema em um cabo responsável pelas informações no volante do carro. Outra potencial dobradinha que se vai. Hamilton aproveitou e assumiu a liderança do campeonato, em um momento importantíssimo e decisivo.

Depois da corrida Toto Wolf demonstrou preocupação com relação aos problemas mecânicos que a Mercedes vem enfrentando em 2014. Seu raciocínio é simples: toda a boa imagem que a equipe vem construindo para a marca alemã, nesta temporada, pode ir por água abaixo caso o título seja decidido por um problema mecânico.

Bem, não há muitas dúvidas de que Rosberg e Hamilton chegarão a Abu Dhabi, a última etapa, disputando a taça e que teremos uma briga de foice entre os dois pilotos. E seria espetacular para a equipe que a decisão acontecesse na pista. Mas, ver um dos pilotos perder o campeonato devido a falha mecânica pode ser um tiro no pé.

Não sei também até que ponto isso pode atingir as vendas de Mercedes-Benz pelo mundo, acho que bem pouco, mas é melhor que não aconteça. Até mesmo a melhor equipe da F1 precisa conviver com problemas sérios, mesmo sabendo que o campeonato de 2014 será de um de seus pilotos e que o de construtores também já está praticamente liquidado. É isso que faz dessa uma grande temporada.

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Pelo fim do rádio

Prost tenta passar Piquet e os dois batem na Holanda, em 82:
se fosse hoje, os engenheiros não permitiriam a manobra

Eu tenho uma mania que me acompanha há muitos anos: adoro assistir aos “FIA Official Season Review”, aqueles videos que a FIA lança ao final de cada temporada, com um resumo do que aconteceu no ano. Até hoje tenho guardados os VHS de 87 até 91, com narração do Reginaldo Leme. Assisti essas fitas até gastá-las.

Mas o VHS perdeu espaço, eu sempre protelei o trabalho de digitalizar o material e já há algum tempo não conseguia assistir as fitas. Mas a Internet está aí para resolver todos os problemas da vida e, outro dia, achei todos os filmes oficiais da FIA, desde 1980 até a temporada de 2010. Estão com a narração original em inglês e são ótimos para treinar a lingua, portanto baixei e comecei a assistir.

Faço essa longa introdução porque ao assistir a esses videos, me chamou a atenção o fato de que, ao longo dos anos, os pilotos foram perdendo autonomia. Se, no início dos anos 80, tudo ficava nas mãos deles, cabendo aos engenheiros e mecânicos preparar o carro e fazer bons pit stops (além de definir a estratégia de corrida, junto com o piloto), a coisa veio mudando. Hoje, o piloto não precisa se preocupar com nada, a cada segundo da corrida vem o engenheiro no radio e diz o que e como ele deve fazer.

É por isso que sou totalmente favorável a proibição da comunicação por rádio. Seria uma maneira simples de se dar ao piloto poder de decisão, reduzir a incidência de jogos de equipe o tempo todo, enfim, dar a Fórmula 1 um ar de competição mais apurado, sem ter que mexer na tecnologia dos carros, o que poderia ser um retrocesso. Comunicação com o piloto, somente por placas.

Mas a FIA consegue fazer tudo de uma maneira torta e, para a próxima corrida, estabeleceu uma estranha e evasiva proibição: as equipes não podem passar dados técnicos para os pilotos. Bem, isso é o que as equipes fazem o tempo todo, passam dados técnicos, falam pro cara contornar a curva x do jeito y, informam que o pneu está desgastando mais na banda da esquerda, dizem que o espelhinho está desregulado, que o ar-condicionado não está na temperatura ideal, blá, blá, blá.

O resultado dessa ordem ridícula, será o seguinte, já adianto: a partir do GP de Cingapura, passaremos a ver uma série de mensagens cifradas, enganando o espectador e os comissários como se estes fossem crianças idiotas.

FIA, será que não seria mais fácil proibir logo o rádio? Seria mais honesto, mudaria a dinâmica das corridas, tornaria o esporte mais humano à medida em que dá ao piloto a possibilidade de tomar decisões sobre sua corrida, como era nos anos 80.

Será que é difícil fazer as coisas de um jeito mais simples?

domingo, 7 de setembro de 2014

O anti-clímax da disputa


Sim, o GP da Itália foi uma ótima corrida. O pelotão composto por Magnussen, Vettel, Bottas, Ricciardo, Alonso, Button e Perez produziu uma série de manobras de ultrapassagem incríveis, com destaque especial para Ricciardo, que vem se especializando em dar botes ao final das provas.

Mas a grande disputa esperada para o fim de semana não aconteceu. Quando Lewis Hamilton se aproximava de Nico Rosberg, logo após o pit-stop, o alemão cometeu um erro ao final da reta, passou reto (já tinha errado ali uma vez) e entregou a vitória de bandeja para o companheiro. Com o triunfo, Hamilton descontou 7 pontos e agora tem 22 de desvantagem para Rosberg. Ainda é uma grande diferença, mas com a regra da pontuação dobrada, prevejo que teremos uma etapa final, em Abu Dhabi, que ficará na história.

O pódio foi completado por Felipe Massa, que finalmente espantou o azar e conquistou um grande resultado. Felipe largou bem, foi prudente ao evitar um toque com Magnussen na primeira curva, utilizou a incrível velocidade de reta da Williams para ultrapassar o dinamarquês e pulou para segundo. Depois, foi ultrapassado por Hamilton, mas manteve um bom ritmo e não foi incomodado por ninguém.

Um resultado importante para ele e para a equipe que, com o quarto lugar de Valteri Bottas, ultrapassou a Ferrari no mundial de construtores e pulou para o terceiro lugar. A equipe confirmou sua dupla de pilotos atual para 2015, o que dará mais tranquilidade aos dois para buscar o segundo lugar no mundial.

Falando de Bottas, que corrida fez o finlandês. Largou mal, caiu para 11°, e foi passando todos os adversários. Depois a Williams, como sempre lamentável em termos táticos, o jogou de novo atrás do pelotão após a primeira parada e foi aí que ele protagonizou uma das grandes disputas da prova, com Magnussen. É um piloto espetacular esse finlandês, essa é a verdade.

Outro destaque, mais uma vez, foi Ricciardo, que ficou quietinho a prova inteira e, no final, com pneus em melhor condição, foi engolindo os adversários. E fez uma ultrapassagem de mestre sobre Vettel, no final da prova. Ricciardo é, até agora, o melhor piloto do ano.

A próxima corrida será em Cingapura, daqui duas semanas. E espero que lá as Mercedes finalmente possam se encontrar na pista, para outra disputa memorável.