sábado, 31 de dezembro de 2011

Mark Webber: o intruso


Esta retrospectiva segue a ordem do campeonato. E Mark Webber não deveria estar aqui. Ele ficou em terceiro no campeonato graças a vitória que lhe foi dada de presente em Interlagos.

Depois de 2010, ano em que fez um campeonato muito acima da média, o australiano voltou a sua forma normal. Aos 34 anos já está perto do final da carreira. Ganhou mais um aninho na Red Bull e poderá ficar lá, empatando a chegada de alguém mais talentoso.

Sim, porque um piloto que tem nas mãos uma máquina como esta, vencer apenas uma corrida no ano e, mesmo assim, como um presente do companheiro de equipe, não merece mesmo permanecer no time.
Resta a Webber aproveitar 2012 para, pelo menos, encerrar a carreira em grande estilo. Quem sabe, no apagar das luzes, ele não nos convence de que poderia ter sido campeão do mundo algum dia.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Jenson Button: só ele desafiou o bicampeão


Quando Jenson Button foi campeão em 2009 muita gente torceu o nariz, dizendo que o inglês era um campeão fraco, que só levou a taça porque a Brawn tinha um carro muito superior nas primeiras corridas do ano. Sua mediana temporada em 2010 parecia confirmar este diagnóstico.

Que bobagem. Jenson Button é apenas um piloto diferente. Tão rápido quanto os outros, mas seu estilo é pouco espalhafatoso, não se mete em brigas desnecessárias e vai construindo seu campeonato da mesma forma que constrói suas corridas: escalando aos poucos.

Foi o piloto que mais se entendeu com os ridículos pneus esfarelentos produzidos pela Pirelli em 2011. Sua capacidade de concentração e cabeça fria o levaram a vencer as provas mais complicadas do ano (Canadá e Hungria). Na briga interna da McLaren venceu Lewis Hamilton, até então o queridinho dos prateados.
Se tiver um carro que não passe por tantos altos e baixos em 2012, pode ser, novamente, o grande adversário de Sebastian Vettel. Desta vez, em igualdade de condições.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Sebastian Vettel: O cara



É muito difícil escrever sobre Sebastian Vettel sem apelar para clichês como “o cara”, “campeão de verdade”, “sensacional”, “espetacular”. E querem saber? Não vou me esforçar para isso.

Vettel merece todos esses adjetivos. É o piloto mais bacana da nova safra da Fórmula 1. Sem afetações, concentrado no que faz, capaz de sentar no carro, acelerar, agregar toda a equipe em torno de si, sem se importar com polêmicas, jogos de equipe, e toda a baboseira que infesta a Fórmula 1 moderna. Sim, ele deixou Mark Webber vencer o GP do Brasil, mas aquela corrida já não lhe valia nada.

Vettel e a RedBull construíram um time forte, puxados pelo projeto vencedor concebido, mais uma vez, por Adrian Newey, essa máquina de produzir carros fantásticos. Claro, um dia a má fase virá e a Ferrari está aí para mostrar que a realidade vira para todo mundo. Mas, por enquanto, temos que aproveitar. A Fórmula 1, vez por outra, tem temporadas que são dominadas por determinados pilotos e determinadas equipes. A F1 dominada por Vettel e Red Bull é a mais legal até agora.

Retrospectiva 2011 – Vai começar

Meu amigo Fábio Campos costuma dizer que o automobilismo é o esporte que mais tortura os seus fãs. Ao contrário de outras modalidades, nós que gostamos de corrida, precisamos ficar do início de novembro ao final de março sem ouvir um único sonzinho de motor. É bem verdade que em meados de fevereiro começam os testes de inverno, mas é muito pouco.


Desde a época do Grid GP tenho o hábito de fazer uma retrospectiva do ano na Fórmula 1, analisando piloto por piloto, desempenho por desempenho.

Fiquei pensando muito na possibilidade de realizar ou não esta retrospectiva este ano. 2011 foi o ano da consagração da Fórmula 1 fake, com ultrapassagens forçadas por uma asa traseira fajuta, que perdeu a eficiência assim que foi compreendida pelas equipes. O ano também trouxe pneus que eu e meu amigo Luis Fernando Ramos apelidamos de “pudim”. Esses “pneus pudim” que se transformam em farofa, fazendo com que um piloto fosse obrigado a parar até 4 vezes nos boxes para trocá-los. Também tivemos os comissários de pista e suas ridículas punições a cada encostada de um piloto no outro, como se o automobilismo tivesse que ser como o tênis, ou o vôlei, um esporte sem contato.

Mas também pudemos ver a consagração de Sebastian Vettel, o novo bicampeão da categoria. O cara que esmagou todos os seus adversários em 2011, pilotando com alegria, buscando as vitórias a qualquer custo sem, com isso, prejudicar ninguém.

Também tivemos a confirmação, como se precisasse, de que Fernando Alonso é capaz de tirar de um carro aquilo que ele não tem. De que Michael Schumacher, mesmo com a idade avançada, ainda pode mostrar a velha categoria. De que Jenson Button não foi campeão em 2009 só porque tinha um grande carro.

Enfim, acho que tudo isso já é motivo suficiente para começarmos a retrospectiva. Então vamos lá. A partir de hoje, diariamente, vou tentar postar os comentários sobre cada piloto. E vamos nessa!

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Toro Rosso e Force India anunciam duplas

Force India e Toro Rosso também já têm suas duplas confirmadas para 2012. Somente Williams e Hispania ainda não fecharam seus pares, tendo confirmado apenas um piloto cada uma.

O anúncio da Toro Rosso foi o mais surpreendente até aqui: mandou Jaime Alguersuari e Sebastian Buemi passearem e assinou com Daniel Ricciardo e Jean-Éric Vergne. O interessante foi a justificativa do time: envelhecimento da dupla de pilotos, que ficou na equipe por dois anos. A Toro se define como uma equipe “reveladora de talentos”. O detalhe é que Alguersuari tem 21 anos e Buemi apenas 23.

Não é segredo para ninguém que a Toro Rosso, equipe B da Red Bull, tem a missão de revelar um companheiro decente para Sebastian Vettel em 2013, quando Mark Webber picar a mula. Mas isso tem se tornado um fardo para pilotos aparentemente talentosos. Alguersuari se junta a Klien, Liuzzi e Speed no moedor de carne dos energéticos. Buemi nunca mostrou potencial. A especulação do momento é que Jaime vá para a Hispania, fazer dupla com o conterrâneo Pedro de la Rosa.

Já a Force India confirmou Paul di Resta e traz Nico Hulkenberg para o outro cockpit. Uma boa dupla. Di Resta fez uma temporada para lá de digna em 2011 e Nico foi uma das boas surpresas de 2010, tendo sido tirado da Williams pela grana de Pastor Maldonado.

Falando em Williams, fica muito claro que o velho Frank deverá anunciar Sutil como titular. Seria uma pena que um piloto rápido e talentoso como ele ficasse de fora do grid em 2012. Não faria sentido optar por Barrichello, já que Sutil, apesar de jovem, já reúne experiência suficiente para carregar a equipe.

Vamos aguardar o anúncio para comentarmos o inevitável: o fato de que teremos somente um piloto no grid em 2012. E esse piloto é Massa.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Lá se foi mais uma...

E uma das vagas mais cobiçadas da Fórmula 1 para 2012 já tem dono: a Lotus anunciou que Romain Grosjean formará dupla com Kimi Raikkonen, o que significa que Bruno Senna e Vitaly Petrov, que terminaram 2011 como titulares, estão fora dos planos.


E eu, que apostei numa dupla brasileira na Lotus, com Senna-Barrichello, errei feio. Mas não há mistério na escolha da Lotus: Grosjean, Petrov e Senna lutavam por uma vaga apenas utilizando lobby e dinheiro. Nenhum dos três, quando sentou no carro, mostrou serviço. Grosjean substituiu Nelsinho Piquet em 2009 e conseguiu a façanha de ter um desempenho pior que o do brasileiro. Petrov se destacou apenas por impedir o título de Alonso em Abu Dhabi / 2010.

Já Senna tem uma trajetória idêntica a de Antônio Pizzonia, quando este foi titular da Williams em 2005: ambos perderam a vaga na pista. Assim como o amazonense, Senna foi muito mal. Se destacou nos treinos da Belgica e do Brasil, chegando ao Q3, marcou pontos apenas na Itália, colecionou uma série de largadas lamentáveis e demonstrou um ritmo de corrida absurdamente lento. Não fez por merecer uma vaga que tinha tudo para ser sua.

Agora, o brasileiro e Petrov se juntam a Barrichello, Sutil e mais uma horda de novatos pagantes na briga pelas vagas que restam, que são as seguintes: Williams, Toro Rosso, Marussia e Hispania. Sendo que a mais clara e cobiçada é a que resta na equipe do velho Frank, que já tem Maldonado confirmado. Sinceramente, prefiro não prever mais nada. Acho que Barrichello ainda é favorito na Williams e que a Toro Rosso vai optar por pilotos com bom histórico de desempenho, já que não precisam de grana e têm, por trás, o interesse da Red Bull para formar futuros campeões. E, neste caso, só Sutil tem retrospecto bom. Marússia e Hispania? Eu acho que nem se pagassem aos pilotos.

Sobre a dupla da Lotus: na minha opinião, mediana. Já disse aqui que Raikkonen não tem espírito de liderança, apesar de ser talentosíssimo e Grosjean vai precisar provar que também é capaz de andar rápido na Fórmula 1, o que não fez em 2009. Talvez, a tranqüilidade garantida pelo contrato de titular, ajude nisso.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Kimi Raikkonen para liderar um projeto. Não vai dar certo.

Kimi Raikkonen volta à Fórmula 1 em 2012. Não pela Williams, como muitos imaginavam, mas pela Renault (que no ano que vem passa a se chamar Lotus). Pelo que foi noticiado, Kimi queria participação societária na equipe do velho Frank que não aceitou o acordo. A Lotus, certamente, pagou uma grana boa para contar com o campeão de 2007 em seu cockpit.

O objetivo da Lotus é que Raikkonen lidere o projeto da equipe pelos próximos dois anos. Péssima ideia. Porque, apesar de muito talentoso, Kimi não tem o perfil profissional para tal trabalho. Seu negócio é sentar e acelerar. Se o carro da Lotus não nascer bem, temo que a equipe não consiga se desenvolver ao longo do ano. E, sinceramente, trocando o motor Renault pelo Cosworth em 2012, estou achando que o campeão de 2007 e seu companheiro de equipe terão que se contentar com o fim do grid.

Companheiro que pode ser Petrov, Senna ou Grosjean. Quem pagar mais vai ficar com a vaga. Em termos de resultado, nenhum deles conseguiu nada digno de nota (talvez Petrov, chegou a subir no pódio, mas teve duas temporadas completas contra algumas corridas dos outros dois).

Na Williams o caminho se abre, novamente, para Rubens Barrichello. Mas a disputa lá também envolve muita grana, principalmente se Frank Williams perder a boquinha do governo da Venezuela. O país está de olho no patrocínio da PDVSA ao carro inglês. Mas aí também a equipe passa a ter duas vagas, já que Maldonado deve dançar.

Vamos acompanhar os próximos capítulos desta movimentada novela.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Interlagos e seus três personagens

Webber a frente de Vettel em Interlagos: "problemas" de câmbio e falta de chuva
O GP do Brasil teve três personagens:


1º) A chuva. Ela ameaçou aparecer durante todo o final de semana, mas deu um baile em todo mundo. Quem já foi a Interlagos sabe muito bem o quanto é impossível prever o clima da região. Mas ela era esperada como salvadora da pátria, e seria mesmo, já que a corrida não teve nada de emocionante.


2º) O câmbio de Vettel. A Red Bull tentou arrumar uma desculpa para que seus pilotos trocassem de posição, mas esqueceu de combinar com o campeão do ano que, após deixar o australiano passar, seguiu andando forte. Uma bobagem da parte da equipe, que a esta altura, poderia ter trocado as posições sem teatro algum. Uma coisa é fazer isso quando o campeonato está decidido. Outra é tirar um piloto da disputa para beneficiar outro no meio do campeonato, né Dona Ferrari.



Nelson Piquet, a Brabham
 e a bandeira do Vasco: genial.
  3º) Nelson Piquet. O tricampeão deu algumas voltas com o Brabham BT-49, carro que lhe deu o primeiro dos três títulos a 30 anos e foi um show a parte. Sem sentimentalismos baratos, Piquet atirou para cima dos dirigentes da CBA, chamando-os de ladrões, levantou uma bandeira do Vasco da Gama na sua última volta, provocando os corintianos e ainda respondeu deliciosamente à repórter da Globo que lhe perguntou se a homenagem o deixou com vontade de chorar. “De chorar não, mas de rir sim”. Genial.

Com isso podemos notar que, infelizmente, nem mesmo Interlagos salvou este fim de temporada da monotonia. As novidades deste ano (asa móvel, KERS e pneus que esfarelam) duraram o tempo necessário para que as equipes as entendessem e passassem a conviver bem com elas. Mas também não sei até que ponto as ultrapassagens artificiais e o excesso de pit-stops das primeiras corridas contribuíram tecnicamente.

A Fórmula 1 também precisa rever conceitos, pensar um pouco como esporte, apesar de ser quase 100% bussiness. Ontem, em Interlagos, Bruno Senna foi punido por um toque em Michael Schumacher, quando o alemão tentava lhe ultrapassar. Uma tentativa de ultrapassagem envolve riscos, ninguém bateu em ninguém de propósito. Bruno quebrou um pedaço da asa. Michael furou um pneu. Já são punições naturais decorrentes de uma manobra arriscada. Agindo assim, a FIA tira dos pilotos o que lhes resta de atletas: a gana de ganhar posições e aumentar sua pontuação. Uma babaquice, em geral.

O GP do Brasil teve outra boa atuação de Jenson Button, vice campeão merecido. Menção honrosa à Alonso que ultrapassou o mesmo Button por fora, no Laranjinha. Grande destaque para Adrian Sutil que fez bela ultrapassagem sobre Nico Rosberg e garantiu um ótimo sexto lugar. Não tem lugar garantido para o ano que vem, mas será uma pena se não estiver no grid.

Para os brasileiros, o ano acaba mal. Bruno Senna precisa melhorar em ritmo de corrida. É bom em uma volta rápida, mas não mantém regularidade na prova, comete erros imbecis. Rubens Barrichello manteve a garra de sempre, mas teve um carro abaixo da crítica o ano todo. E Felipe Massa foi absolutamente patético em Interlagos, um retrato do seu ano. Fez uma parada a menos e ficou mais de 20 segundos atrás de Fernando Alonso que tem o mesmo carro. Ridículo.

Nas próximas semanas, falaremos mais sobre o fim da temporada, o título de Vettel, o domínio da Red Bull, as decepções e destaques. Que 2012 nos traga uma temporada naturalmente mais competitiva e, de preferência, com brasileiros na disputa.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Kubica está fora. E agora Renault?

A Renault anunciou que Kubica não volta à Fórmula 1 no início de 2012. Já era esperado. Quem viu as fotos do piloto publicadas a alguns dias e ligou os pontos na demora de Kubica em se reunir com a equipe já imaginava que este anúncio aconteceria. Infelizmente o polonês dá toda a pinta de que não voltará a F1. O acidente sofrido no início deste ano foi bem grave e, com os movimentos da mão direita limitados, é impossível conduzir um Fórmula 1 em alto nível.

Agora, a Renault, que no ano que vem passa a ser Lotus definitivamente, precisa saber qual receita vai seguir. Ontem, Fábio Seixas cravou que Rubens Barrichello está muito próximo de um acerto e que já teria, inclusive, uma carta de intenções assinada com a equipe. Bruno Senna disse ao Sportv que, na ausência de Kubica, ele seria a primeira opção. E Eric Bouiller andou dizendo que conta com Romain Grosjean para assumir um dos cockpits no ano que vem.

Neste momento, quem parece carta fora do baralho é Vitaly Petrov. O russo tem muito dinheiro, até se revelou um piloto bastante razoável, mas na semana passada entrou em rota de colisão com o time, talvez por estar sentindo que sua batata está no forno.

Caso confirme Rubens Barrichello, a Renault mostra que vai seguir o modelo adotado no início deste ano: piloto experiente para acertar o carro + piloto jovem e com grana para injetar dinheiro e se desenvolver na categoria.

Bem, é só ver o desempenho da equipe após a saída de Nick Heidfeld este ano, para ver que os franceses estão certos. A questão é: quem será o jovem endinheirado? Pelas próprias declarações de Bouiller, Grosjean parece o favorito. Bruno Senna começou encantando a equipe, mas depois veio caindo. Mas seu padrinho é Eike Batista, que tem muito dinheiro.

Estou achando que poderemos ter uma dupla brasileira. Em termo de dinheiro, nada como agradar um país em expansão como o nosso, que pode injetar grana numa equipe de Fórmula 1. Os próximos capítulos desta novela prometem ser bastante quentes.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Hora de pagar a conta

Barrichello, Senna e Massa: situações opostas e igualmente dramáticas para 2012

O Brasil, país que detém 8 títulos mundiais na Fórmula 1, chega ao final de 2011 representado por três pilotos: Felipe Massa, Rubens Barrichello e Bruno Senna. Nenhum dos três têm resultados convincentes este ano e as perspectivas, por diferentes motivos, são b em ruins para 2012.


Dos três, a situação mais triste é, curiosamente, a de Felipe Massa. Curiosamente, porque apesar de ser o único com contrato para 2012, é Felipe quem enfrenta o caso mais grave de execração pública, justamente por causa de seu desempenho absolutamente lamentável em 2011 (e que deve se somar à sua péssima temporada de 2010).

Massa está prestes a se tornar o primeiro piloto da Ferrari, desde Ivan Capelli em 92, a deixar de subir no pódio por uma temporada inteira. Ele tem 108 pontos no campeonato, contra 245 do companheiro Fernando Alonso, uma diferença inacreditável de 137 pontos. Mas nem precisamos ir tão longe: do grupo dos seis pilotos das três maiores equipes Felipe é, de longe, o pior. Está 119 pontos atrás de Lewis Hamilton, 5º colocado no campeonato. Na última corrida, em Abu Dhabi, iria conquistar seu melhor resultado na temporada, um quarto lugar, quando rodou sozinho na pista e perdeu a posição para Mark Webber.

Com isso tudo, não podemos deixar de pensar que a Ferrari, provavelmente, deve muitos favores a Nicolas Todt, o empresário do brasileiro. Só isso explica a permanência de Massa no time em 2012. A Ferrari já fala abertamente da não presença de Felipe em 2013, está trabalhando o jovem Jules Bianchi como futuro companheiro de Alonso e não esconde, nem mesmo no Twitter oficial, a sua indiferença em relação ao piloto brasileiro. Um buraco que o próprio Massa tratou de cavar sozinho.

Do outro lado da moeda, temos Rubens Barrichello, com 19 anos de Fórmula 1. Foi ele quem, durante anos, carregou nas costas a cobrança do país por ter um piloto vencedor. Esteve por anos na Ferrari ao lado de Schumacher, ficando atrás dele também, mas com muito mais dignidade do que Felipe mostra agora. Aos 39 anos, é carta fora do baralho na Williams em 2012, apesar de ter passado dois anos lutando contra aquela carroça.

Mesmo assim, não fala em parar. Em Abu Dhabi, após se classificar em penúltimo lugar, chegou em 12º, chegando a freqüentar a zona de pontos. Rodrigo Borges fez este post no Esporte Fino, clamando pela ida de Rubinho para a Ferrari no ano que vem. Assino embaixo. Se não é, nem nunca foi um craque do volante, Barrichello é, ao menos, um piloto com sangue nas veias, que ajuda o time, que quer obter os resultados. Mas está num beco sem saída: as poucas vagas que restam não estão à sua espera. Deverá se despedir da F1 em Interlagos. Que a torcida lhe faça a homenagem justa, que ele merece.

Por fim, temos Bruno Senna. Começou bem na Renault, com bons fins de semana na Bélgica e na Itália. Mas foi só. O carro parou o desenvolvimento, Bruno pouco vem contribuindo e o entusiasmo inicial da equipe com ele esfriou. Os dirigentes insistem em dizer que aguardam Robert Kubica e já têm a grana de Vitaly Petrov. Uma situação bastante complicada para ele.

O único brasileiro que, no momento, bate à porta da categoria é Luiz Razia, que fez uma temporada fraca na GP2 e é piloto de testes da Lotus Caterham. Os anos de abandono do automobilismo brasileiro começam, a partir do próximo ano, a cobrar a sua conta. E, pelo jeito, ela não será barata.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Nova pista, antigo vencedor

Novas regras, mais ultrapassagens, mais paradas de box, novas pistas. Quando Bernie Ecclestone pensou nas novas regras para a Fórmula 1 este ano, não imaginava que Sebastian Vettel se encarregaria de transformar um promissor campeonato, numa chatice sem fim.


Não há mais nada em disputa e, por mais que as primeiras provas tenham sido movimentadas, a verdade é que, na maioria delas, nenhum piloto teve chance. Vettel e a Red Bull detonaram a concorrência. E, como o alemão segue atrás de recordes, a perspectiva para as duas últimas provas do ano não são muito animadoras.

E foi uma pena que não pudemos ver, neste novo circuito da Índia, uma boa disputa pela liderança. O traçado seletivo, ajudado pelo relevo cheio de irregularidades, ajudou Hermann Tilke a desenhar a melhor de suas pistas até hoje.

Na verdade não vimos disputa nenhuma. Mesmo a briga entre Hamilton e Massa durou pouco, o inglês se jogou por dentro numa freada, Felipe não deu espaço e eles se tocaram mais uma vez no ano. Desta vez a FIA entendeu que Massa foi o culpado e puniu o brasileiro. Particularmente acho que qualquer tentativa de ultrapassagem envolve riscos e os toques são, às vezes, inevitáveis. E, sim, desta vez Felipe forçou a barra. Mas quebrou sua asa e essa já seria uma punição natural.

O brasileiro, aliás, se entendeu mal com as zebras do circuito indiano e quebrou sua suspensão duas vezes no fim de semana, ao subir nelas. Certamente a Ferrari está testando componentes para 2012 no carro do brasileiro, no que está certa: já que ele não ajuda em nada mesmo, que sirva pelo menos para testar inovações.

Os outros brasileiros também foram mal. Bruno Senna teve problemas com o Kers e não conseguiu marcar pontos. Começou bem na Renault, mas veio caindo e a equipe já anunciou que Romain Grosjean anda com o carro nos treinos de sexta feira de Interlagos e Abu Dhabi. Já Rubinho praticamente não disputou a corrida com a carroça da Williams.

Vamos ver se Interlagos, uma pista que geralmente oferece boas corridas, consegue superar a sanha de Vettel por recordes.

Classificação final (10 primeiros)

1º) Sebastian Vettel – RedBull Renault
Soberano, novamente fez a melhor volta da corrida no final. Está humilhando o resto.

2º) Jenson Button – McLaren Mercedes Benz
Fez o que pode para acompanhar Vettel, mas em nenhum momento conseguiu ameaça-lo. Segue firme para se tornar o vice campeão, merecidamente.

3º) Fernando Alonso – Ferrari
Andando mais que o carro, novamente, aproveitou-se da parada de box para tomar o pódio de Mark Webber.

4º) Mark Webber – RedBull Renault
Levando-se em conta o desempenho de Vettel, podemos considerar a temporada de Mark Webber absolutamente desastrosa. Mais uma vez, mesmo largando em segundo, foi ficando para trás.

5º) Michael Schumacher – Mercedes Benz
Fez o que podia com a Mercedes para garantir mais um bom resultado.

6º) Nico Rosberg – Mercedes Benz
Novamente chegando atrás de Schumacher. Está só 5 pontos a frente do companheiro. Conhecendo o heptacampeão como conhecemos, podemos afirmar: ele vai buscar.

7º) Lewis Hamilton – McLaren Mercedes Benz
Não teve culpa na batida com Massa mas teve que trocar a asa dianteira e perdeu muito tempo. Ele, Webber e o brasileiro seguem como os “coadjuvantes trapalhões” de 2011.

8º) Jaime Alguersuari – Toro Rosso Ferrari
Um bom final de ano para o espanhol e a Toro Rosso. Mais um resultado digno de nota.

9º) Adrian Sutil – Force India Mercedes Benz
Correndo em casa, esperava-se mais da equipe Indiana. Nem Sutil, nem Di Resta, conseguiram andar num ritmo bom durante a prova. O alemão ainda conseguiu dois pontinhos com a parada de box de Bruno Senna no final.

10º) Sérgio Perez – Sauber Ferrari
Sauber muito mal nessa pista. O mexicano ainda conseguiu salvar um pontinho.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Mais uma lição para aprender

Dan Wheldon celebra vitória em Indianápolis: seu último grande momento na Indy

Era para ser uma corrida festiva, a decisão de um campeonato entre dois pilotos, um evento especial, com premiação atrativa, que reuniria, inclusive, pilotos que não disputam a temporada regular da Fórmula Indy. Mas a 15ª volta do GP de Las Vegas, ontem, marcou o fim do campeonato de uma maneira trágica: um acidente violento levou 16 carros e vitimou, fatalmente, o inglês Dan Wheldon, campeão da categoria em 2005, duas vezes vencedor das 500 milhas de Indianápolis.

Há algo errado com a Indy. É evidente que correr a mais de 350KM/h num circuito oval não é e nunca será 100% seguro. Assim como Wheldon, muitos já morreram e, sem dúvida, outros tantos vão acabar morrendo também. Mas também é evidente que não se pode colocar 34 carros para correr num circuito tão pequeno. Assim como não se pode colocar carros tão velozes para correr numa improvisação desajeitada como a pista de rua de São Paulo.

Gosto muito da Fórmula Indy, já falei sobre isso aqui. É uma categoria interessante, competitiva, bem mais próxima do automobilismo clássico do que a Fórmula 1. Mas, desde que houve a separação entre IRL e Cart, em 96, a Indy parece ter perdido a medida do que é profissionalismo e do que é irresponsabilidade.

Essa corrida de Las Vegas não tinha razão de existir, não dessa maneira. Uma decisão de campeonato tem que ser atrativa por si só. Tentar montar uma “mini 500 milhas”, com 34 carros numa pista tão pequena me parece uma enorme irresponsabilidade. E é impossível não relacionar o acidente com a superlotação do traçado. A batida aconteceu no 15ª volta, estavam todos juntos buscando posicionamento. Quando os primeiros carros rodaram, deram início a um caos que, certamente, teria sido bem menos grave do que se a pista estivesse sendo ocupada pelos habituais 20 competidores.

Quem gosta de automobilismo, sabe que acidentes graves acontecem. Mas, quando ocorrem, sempre ficamos com a sensação de que poderiam ter sido evitados. Dan Wheldon (que, no Brasil, virou Don Wheldon, graças a incapacidade de Luciano do Valle de decorar nomes) não era um fora de série, mas foi um ótimo piloto. Parecia ser um bom sujeito, pelos depoimentos que surgem aqui e ali. Foi campeão da Indy em 2005 e, este ano, venceu as 500 milhas numa chegada incrível, inesquecível, um dos grandes momentos da história da corrida.

Deixou mulher e dois filhos. E algumas lições a serem aprendidas por essa competitiva, mas insegura Fórmula Indy.

Vettel vence em outra pista medíocre

“A equipe duvidou que eu faria a melhor volta da prova. Fui lá e fiz”. Assim é o relacionamento de Sebastian Vettel e a equipe Red Bull. O alemão liderava o GP da Coréia com folga, tinha as duas mãos na taça mas, na última volta foi desafiado pelo seu time e fez a melhor volta da prova. Evidentemente fez isso porque o campeonato já estava decidido, mas mostra a força do conjunto da Red Bull, conforme falei aqui outro dia.


A vitória de Vettel, somada ao terceiro lugar de Mark Webber, garantiu à equipe austríaca o título de construtores e deixou para as últimas três provas, apenas a decisão do vice-campeonato.

Infelizmente, a pista coreana, assim como a maioria dos circuitos desenhados por Hermann Tilke, não é capaz de oferecer uma boa corrida, por mais que os pilotos se esforcem. O desenho burocrático de curvas para a direita e para a esquerda, em seqüência, torna as manobras de ultrapassagens praticamente impossíveis.

Foi uma pena, portanto, que os pilotos não conseguiram manter o ritmo da 1ª volta, quando Vettel, Hamilton, Massa, Webber e Button protagonizaram uma grande disputa. Depois disso o alemão abriu vantagem e ficamos acompanhando a interessante disputa entre pilotos da Ferrari, que seguiam em 4º e 5º lugares.

Massa, que largou muito bem, tentava perseguir Mark Webber e segurava seu companheiro Fernando Alonso. A Ferrari tratou de derrubar seus pilotos, segurando-os na pista com pneus gastos tempo suficiente para que Button ultrapassasse os dois. Massa então tentou pressionar o inglês com Alonso em seu encalço, quando parou para fazer uma nova parada. Na volta pegou tráfego, Alonso se segurou mais tempo na pista e ficou a frente do brasileiro.

E aí apareceu a verdadeira diferença entre eles. Alonso voltou voando e, rapidamente, encostou no pelotão da frente. Em seu Twitter oficial, a Ferrari disse algo como “este é o ritmo de Alonso sem ninguém na sua frente”, uma clara alfinetada no brasileiro que mostra como o ambiente é ruim para Felipe nos bastidores. Mas, por mais que achemos um absurdo, é preciso constatar que a Ferrari, apesar de deselegante, tem razão. No momento, a diferença entre seus dois pilotos é gritante.

No final ainda tivemos uma perseguição insana de Webber a Button, pelo segundo lugar. O inglês da McLaren se manteve à frente e conseguiu um belo resultado na briga pelo vice campeonato.

Que é o que importa agora, até o final do ano. E, infelizmente, com duas pistas de Hermann Tilke no caminho. Só Interlagos poderá nos salvar!

Classificação Final (10 primeiros)

1º) Sebastian Vettel – Red Bull Renault
Vitória do tranquila do bicampeão, que deixou Hamilton para trás na terceira curva e não viu mais ninguém na sua frente.

2º) Lewis Hamilton – McLaren Mercedes Benz
A McLaren parecia não ter um bom ritmo de corrida e Hamilton nada pode fazer contra Vettel. Mas conseguiu frear Mark Webber e garantiu um ótimo segundo lugar.

3º) Mark Webber – Red Bull Renault
Tentou de todas as formas ultrapassar Lewis Hamilton, mas o kartódromo coreano não permite ultrapassagens.

4º) Jenson Button – McLaren Mercedes Benz
Mais discreto desta vez, aproveitou-se da boa estratégia de parada de box da equipe para se recuperar da má largada.

5º) Fernando Alonso – Ferrari
Passou toda a prova atrás de Felipe Massa, já que a pista é uma porcaria. Depois da última parada, superou o brasileiro, fez uma seqüência de voltas voadoras e encostou no pelotão da frente. E, de novo, não conseguiu ultrapassar.

6º) Felipe Massa – Ferrari
Fez sua melhor prova do ano, o que mostra a sua atual limitação. Depois que foi superado pelo companheiro, sumiu na corrida, conseguindo apenas o 6º lugar.

7º) Jaime Alguersuari – Toro Rosso Ferrari
Destaque da corrida, junto com Kovalainen, conseguiu ultrapassar Rosberg na última volta, aproveitando-se da asa móvel.

8º) Nico Rosberg – Mercedes Benz
Apático, parece desmotivado neste final de temporada. Fez uma corrida discreta e perdeu a posição para Alguersuari na última volta.

9º) Sebastian Buemi – Toro Rosso Ferrari
Salvou pontos importantes para a Toro Rosso no fim de semana, embora tenha ficado distante do companheiro de equipe.

10º) Paul di Resta – Force India Mercedes Benz
Conseguiu um ponto importante para a Force India, que não teve bom desempenho neste fim de semana.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Campeonato encerrado

Vettel e Newey: duas das razões do sucesso da Red Bull
O campeonato de 2011 acabou. Claro, ainda teremos disputas pelo vice campeonato e pela taça de construtores, mas ninguém liga para isso. O fato é que Sebastian Vettel resolveu a situação com quatro corridas de antecedência, demonstrando estar numa fase brilhante da sua carreira e conduzindo um carro com a assinatura de Adrian Newey, que geralmente é garantia de bons resultados.


O processo de amadurecimento do alemão é bastante claro. Após um campeonato errático, no qual cometeu erros e foi ameaçado até mesmo por Mark Webber em 2010, Vettel aprendeu a lição. Em 2011 não deu chances à concorrência, incluindo aí seu companheiro de equipe, e se tornou o mais jovem bi-campeão da história.

A Red Bull é um caso raro de equipe que conseguiu, em muito pouco tempo, se tornar uma das maiores da Fórmula 1. Não é, ainda, uma lenda do esporte e, evidentemente, só vai continuar nele enquanto estiver obtendo bons resultados. Mas não custa lembrar que eles chegaram à F1 em 2005 e, apenas 6 anos depois, já são bi-campeões da categoria.

E é inegável que o investimento em Sebastian Vettel e Adrian Newey é uma das razões deste sucesso. Newey é o cara que mais fez carros vencedores na categoria. Soube se atualizar para se manter no topo (ao contrário de outros como Jonh Barnard e Harvey Postlethwaite), trabalha com uma equipe composta só de feras e sabe o que um carro precisa para ser mais rápido.

Já Vettel tem a cara do esporte atual. Profissional ao extremo, tem a equipe em torno de si pelo seu carisma e consegue ser um campeão que não atrai a antipatia de ninguém (Senna era o “midiático” e Schumacher o “Dick Vigarista”, só para citar dois exemplos) e ainda prova o seu talento na pista, alternando corridas agressivas com provas cautelosas em busca do resultado, como foi no Japão. E, quando erra, como no Canadá, assume a falha e aprende com ela.

É cedo para saber se Vettel conseguirá chegar perto dos recordes do compatriota Schumacher. Ele precisaria contar com uma sintonia perfeita entre piloto + equipe durante mais alguns anos, como aconteceu com a Ferrari na década passada, para se aproximar destes números. Difícil? Com certeza. Mas não impossível para um piloto que vem mostrando cada dia mais recursos.

PS – As tais três semanas de férias acabaram se estendendo um pouco, mas agora estou de volta à rotina de postagens no blog. Espero que ainda tenha alguém aí!

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Recesso

Este blogueiro está tirando umas férias de 3 semanas. Quando voltar, espero trazer novidades e postagens mais frequentes aqui. Até lá!

domingo, 28 de agosto de 2011

Bélgica e o show de Schumacher e Button

Schumacher e seu capacete comemorativo: ele mesmo providenciou a homenagem


A maior homenagem que Schumacher poderia receber, em seus 20 anos de Fórmula 1, seria dele mesmo: realizar uma grande corrida. E, largando da última posição, o heptacampeão chegou em 5º lugar hoje, na Bélgica, fazendo sua melhor prova desde que voltou à F1 no ano passado. Uma corrida espetacular, de um piloto que sabe o que está fazendo, em uma pista que premia aqueles que são os melhores.


Sua façanha começou logo na largada quando, na primeira parcial, já aparecia na 14ª posição, se aproveitando das confusões que aconteceram logo na primeira curva. Confusões que acabaram sendo causadas por Bruno Senna que, depois de um treino fantástico no sábado, quando se classificou em 7º, acabou perdendo o ponto de freada acertando Jaime Alguersuari, que tinha sido outro destaque da classificação. Evidentemente, não se deve julgar Bruno pelo erro de hoje e, muito menos, pelo resultado do treino de ontem. É um piloto em formação, que não havia andado num carro de verdade até hoje e, por isso, carece de tempo para mostrar serviço.

Enquanto isso, na ponta, a briga ia se desenhando com Vettel, Rosberg, Massa, Alonso e Hamilton. Webber, que fez uma péssima largada, ficou para trás. A dupla da Ferrari viveu um momentos opostos na prova. Massa, que começou bem, foi caindo em seu habitual marasmo durante a corrida. Não conseguia passar ninguém e era ultrapassado por todo mundo. Com um pneu furado, acabou apenas em 9º. Já Alonso, enquanto teve carro, foi o cara da corrida. Decidido fez uma série de ultrapassagens, a mais bonita delas sobre Felipe Massa. Mas, no final, seu carro não agüentou o ritmo forte e ele terminou em 4º.

Isso porque, no final, tivemos a entrada em cena de um outro nome importante da corrida, além de Schumacher: Jenson Button. Largando no meio do pelotão, Button veio crescendo aos poucos, fazendo uma prova eficiente. O inglês da McLaren é, junto de Vettel e Alonso, o maior destaque deste ano de 2011.

Sobre os brasileiros, um comentário final: está difícil a vida do torcedor brasileiro. Bruno Senna ainda tem um longo chão a trilhar e precisa provar que merece uma vaga na F1. Acho que seu fim de semana foi satisfatório. Já Felipe Massa chega a destoar do pelotão da frente. Dentre os pilotos das grandes equipes, ele é o pior disparado. E Rubens Barrichello, além de ter uma carroça nas mãos, ainda se dá ao luxo de cometer erros de principiante, como a batida na traseira de Kobayashi, no final da corrida. Ridículo.

Parece que minhas previsões de férias não estavam tão erradas assim.

Classificação Final (10 primeiros):

1º) Sebastian Vettel – Red Bull Renault
Chegou a ficar um bom tempo atrás de Alonso, mas com muita calma, soube fazer valer o equipamento para vencer.

2º) Mark Webber – Red Bull Renault
Largou muito mal, mas se recuperou para chegar em 2º.

3º) Jenson Button – McLaren Mercedes Benz
Sensacional. Cresceu no final da prova, fazendo várias ultrapassagens, depois de largar em 13º.

4º) Fernando Alonso – Ferrari
Decidido, esteve muito bem e chegou a liderar com boa diferença para Vettel. Mas, no final, o equipamento não correspondeu.

5º) Michael Schumacher – Mercedes Benz
Fantástico. O melhor piloto da pista, no dia em que completou 20 anos de F1. Uma corrida daquelas que ele nos acostumou a ver por anos.

6º) Nico Rosberg – Mercedes Benz
Muito combativo no início, chegou a liderar, mas seu carro não agüentou o ritmo.

7º) Adrian Sutil – Force India Mercedes Benz
Boa prova, conseguindo pontos importantes.

8º) Felipe Massa – Ferrari
Uma verdadeira avenida. É só chegar e passar. E, ele mesmo, não passa ninguém.

9º) Vitaly Petrov – Renault
Fez o que Senna deveria ter feito. Correu com cautela e conseguiu pontos.

10º) Pastor Maldonado – Williams Cosworth
Seus primeiros pontos na F1, depois de ter sido punido pela batida com Hamilton no sábado.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Uma chance que não pode ser desperdiçada


Bruno Senna na Renault: hora de aproveitar a chance
 A Renault fez aquilo que vinha ameaçando há algum tempo: colocou Nick Heidfeld para correr e promoveu Bruno Senna como titular para a corrida de domingo, na Bélgica. O processo de fritura de Heidfeld começou com críticas públicas da cúpula da equipe, em relação ao desempenho do alemão, e terminou quando ele foi considerado culpado pelo incêndio no Renault, após um pit-stop no GP da Hungria.

Justo ou injusto, a verdade é que Heidfeld não conseguiu aquilo que a Renault esperava dele: colocar sua experiência a serviço da equipe, no intuito de desenvolver o carro. O modelo, que começou bem a temporada, veio caindo de performance e, hoje, briga com a Williams e a Sauber no pelotão intermediário.

Como a colaboração não aconteceu, a equipe concluiu que talvez fosse a hora de dar uma chance a um piloto jovem, com sobrenome forte e patrocínio mais ainda. Estão certos.

Agora é hora de agarrar a chance. Acredito que, se fizer uma corrida correta em Spa, Bruno fica até o final do ano e tem chance até para 2012, depedendo da situação de Kubica. É um piloto competente, concentrado e pouco afeito a nacionalismos exagerados, o que ajuda.

Uma chance em uma equipe intermediária da Fórmula 1 é quase como ganhar na loteria. Bruno Senna ganhou. Agora, é saber gastar a grana...

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Pequenas previsões para o restante do campeonato

Atrasadíssimo nos comentários da corrida, não vou nem entrar no detalhe da corrida da Hungria. Jenson Button mostrou, novamente, que é o cara quando a situação pede um pouco de calma e tranqüilidade na análise do cenário da corrida. Calma que a McLaren não teve com Lewis Hamilton, colocando pneus intermediários num momento totalmente inadequado e tirando a vitória de Lewis.

O importante agora é que a Fórmula 1 entra em férias de 3 semanas. E, quando nos reencontrarmos com ela, na Bélgica, poderemos ter algumas surpresas:

_ Não é difícil que a RedBull volte a vencer corridas, após cair um pouco nas últimas etapas. Adrian Newey vai por a turma para trabalhar e,mesmo sem poder realizar testes, é possível evoluir utilizando a tecnologia dos túneis de vento.

_ Estou com a sensação de que Nick Heidfeld não vai correr o restante da temporada. Sua batata, que já estava assando antes do GP da Hungria, queimou de vez, e literalmente, após o incêndio no seu carro durante a prova. A equipe jogou a culpa do incidente no alemão prova inequívoca da falta de paciência dos dirigentes com ele.

_ A vida de Rubens Barrichello, que parecia resolvida, se complicou bastante. A Williams esfriou as negociações de renovação e, como Maldonado tem lugar garantido por causa de seu gordo patrocínio estatal, pode ser que Rubinho acabe se aposentando de vez.

_ Uma coisa não muda: Sebastian Vettel segue firme rumo ao título, já que, mesmo sem vencer corridas, vai ampliando sua vantagem no mundial.

Vamos ver quantas dessas previsões vão se concretizar quando os motores voltarem a roncar.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Batata de Heidfeld começa a assar na Renault

Bruno Senna em Jerez: bom desempenho nos testes da Hungria pode garantir uma vaga de titular até o final do ano.


A Renault anunciou que Bruno Senna realizará os testes de sexta feira, na Hungria, no lugar de Nick Heidfeld. A partir de sábado, o alemão volta ao posto de titular e corre normalmente no domingo.

Nada na Fórmula 1 acontece à toa. Heidfeld ganhou a vaga de Kubica no início do ano por ser um ótimo piloto, com experiência suficiente para elevar a equipe de patamar. Mostrou isso nos testes, chegando a conseguir o melhor tempo em uma das baterias. Mas seu desempenho, durante a temporada, é para lá de mediano. Conseguiu um pódio na Malásia, após realizar uma excelente corrida, mas foi só.

É bem verdade que o carro da Renault também caiu muito de desempenho e é por este motivo que Petrov também não vem fazendo nada demais.

Na minha opinião, faz bem a Renault em dar chance a Senna. Heidfeld foi contratado para trazer um diferencial para a equipe, agregar experiência, mas não está agregando nada. Apostar num jovem talento agora, que pode dar frutos futuros, me parece uma jogada inteligente.

Se Bruno Senna demonstrar capacidade nestes testes, na Hungria, e ganhar a confiança da equipe, não tenho dúvidas de que veremos o sobrinho de Ayrton largando em alguma prova até o final da temporada. Esse poderá ser o passo que falta para sua carreira decolar de vez.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

GP da Alemanha: McLaren e Ferrari encostam na RedBull

Lewis Hamilton vence na Alemanha: ele, Alonso e Webber seguem perseguindo o líder, Sebastian Vettel

Foi estranho ver o pódio do GP da Alemanha ontem, em Nurburgring e dar de cara com Hamilton, Alonso e Webber. Na verdade o estranho não era a presença deles e sim a ausência de Sebastian Vettel, líder disparado do campeonato, com 77 pontos à frente de seu companheiro na RedBull. Para assumir a liderança, Webber teria que vencer 3 provas e conseguir um 9º lugar, contando que Vettel não marque pontos daqui para a frente.


Na verdade, essa vantagem ainda pode ser maior, já que as vitórias podem perfeitamente ser divididas entre os três componentes do pódio de ontem, que são, sem dúvida, os principais rivais do alemão da RedBull. E, dispersando os pontos entre eles, o caminho de Vettel fica ainda mais curto.

McLaren e Ferrari parecem ter encostado de vez no carro da RedBull, principalmente em ritmo de corrida. Como neste ano ultrapassar não é problema, é bem possível imaginar que Hamilton e Alonso deverão ocupar o lugar mais alto do pódio mais algumas vezes, em 2011.

Mas a situação de Sebastian Vettel é muito tranqüila. Assim como Jenson Button, em 2009, o alemão não precisa sequer vencer corridas até o fim do ano para garantir o título. Basta se manter, constantemente, entre os 4 primeiros que garantirá o bi-campeonato.

Falando da corrida, o GP da Alemanha foi movimentado como têm sido todas as corridas em 2011. Logo no começo Felipe Massa tentou ganhar posições na largada, mas acabou ficando encaixotado e foi parar atrás de Rosberg. Ficou 12 voltas tentando passar o alemão, o que arrebentou com sua corrida. Já Alonso, que havia passado Vettel e perdido a posição, demorou só três voltas para recuperar o posto. E, no final, terminou quase 50 segundos à frente do companheiro brasileiro. Entenderam a diferença?

Já no pelotão do meio, a coisa seguia quente com Schumacher, Petrov, Sutil e Kobayashi, todos fazendo grandes provas. Já lá atrás, poucas surpresas com Rubens Barrichello abandonando mais uma vez, Nick Heidfeld ficando na caixa de brita (decepção do ano, não?) e o indiano Karun Chandok, mostrando que seu lugar não é mesmo na Fórmula 1.

A próxima corrida é na Hungria, pista que, historicamente, apresentou algumas das corridas mais chatas do campeonato. Vamos ver se a asa móvel e os pneus pudim dão um jeito nisso.

Classificação final – GP da Alemanha (10 primeiros)

1º) Lewis Hamilton – McLaren Mercedes
Muito raçudo, arrancou a vitória ao ultrapassar Alonso, quando este saia dos boxes na sua segunda parada. Quando poe a cabeça no lugar, geralmente faz provas espetaculares.

2º) Fernando Alonso – Ferrari
Não conseguiu segurar Hamilton na saída dos boxes, mas conseguiu um grande resultado. Caso a Ferrari mantenha esta performance, é bem possível que conquiste mais vitórias até o fim do ano.

3º) Mark Webber – RedBull Renault
Fez a pole no sábado, mas na corrida não conseguiu se manter na ponta. Sofreu com a falta de ritmo de corrida da RedBull.

4º) Sebastian Vettel – RedBull Renault
Com problemas nos freios, jamais conseguiu ser ameaça para os ponteiros. No final, garantiu o 4º lugar graças à incompetência dos mecânicos da equipe Ferrari, que foram mais lentos na parada de Felipe Massa na última volta.

5º) Felipe Massa – Ferrari
Vinha fazendo um bom trabalho, segurando Sebastian Vettel. Mas essa briga só aconteceu porque, no começo da prova, ficou 12 voltas preso atrás de Nico Rosberg.

6º) Adrian Sutil – Force India Mercedes Benz
Grande corrida do alemão, que já havia feito bom trabalho nos treinos.

7º) Nico Rosberg – Mercedes Benz
Protagonizou ótima briga com Felipe Massa nas primeiras voltas. Combativo até o fim da prova, conseguiu boa posição no final.

8º) Michael Schumacher – Mercedes Benz
Brigou muito, o tempo todo, errou, ultrapassou e foi ultrapassado. Diversão garantida nas corridas.

9º) Kamui Kobayashi – Sauber Ferrari
Fantástico desempenho, saindo lá de trás e chegando aos pontos.

10º) Vitaly Petrov – Renault
Com um carro pouco competitivo, não foi páreo para os adversários e acabou ultrapassado várias vezes. No fim, o pontinho conquistado valeu muito.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Nostalgia total: temporada 95 na Fórmula Indy


Gil de Ferran e o belo carro da Hall: um dos destaques da Indy em 95

Ando muito nostálgico nos últimos dias. Tão nostálgico que andei comprando várias corridas antigas de Fórmula 1 (temporadas 95, 96, 97, e aí por diante). Mas, há cerca de 2 meses me superei: comprei a temporada inteira da Fórmula Indy, em 95. O fornecedor foi o Jackson Lincoln, do Blog da Indy. Recomendo!


Bom, já assisti a temporada quase toda. Ontem, quando acabei de ver o GP de Mid-Ohio, me veio a pergunta inevitável: em que ponto da história o automobilismo se perdeu? Não, a temporada de 95 não foi perfeita. Houve provas chatas como Miami e Detroit, mas ninguém entrou em pânico por isso. Sabem porque? Por que a temporada em si foi boa, os pilotos faziam a diferença, para o bem e para o mal, não tínhamos fiscais e dirigentes aparecendo mais do que deveriam.

Esse GP de Mid-Ohio é um bom parâmetro. No começo da prova, Michael Andretti perseguia Jacques Villeneuve pela liderança. Depois de várias tentativas de ultrapassagem, os dois entraram juntos no boxe e Jacques saiu na frente. Andretti não teve dúvidas: com pneus frios foi para cima do canadense, jogou seu carro por fora, os dois se tocaram, bateram rodas umas 3 vezes e o americano foi-se embora. Ninguém foi punido. Christian Fittipaldi (com um belo carro da equipe Walker, reproduzindo a bandeira do Brasil) também atacou Raul Boesel e, afobado, tocou no compatriota, que rodou na pista. Um acidente de corrida, ninguém levou stop and go por causa dele.

Lá na frente, Villeneuve tinha problemas de freio e era pressionado por Gil de Ferran. Sim, aqueles carros davam problemas. Faltavam três voltas para o segundo pit-stop de ambos, mas Gil não se conteve: se meteu por fora na curva e deixou Villeneuve para trás. Não esperou o pit.

“Ah, mas eu gosto de pilotos que sabem aproveitar-se das estratégias e vencer a corrida”, dirá alguém. Eu digo calma amigo: Al Unser Jr. (ídolo deste blogueiro) retardou sua parada e, andando mais rápido do que todos mesmo com os pneus já em frangalhos, saiu da 5ª para a 2ª posição, à frente do canadense Paul Tracy.

Não acabou ainda: em certa altura Bobby Rahal também atacou Villeneuve (os dois disputavam o título). Bobby emparelhou com Jacques numa curva e o canadense não teve dúvidas: jogou o rival no muro. Ninguém foi punido e não havia uma área de escape gigantesca. Vacilou, é muro. Furioso, Bobby esperou Villeneuve passar por ele na volta seguinte e, já fora do carro, fez sinais bem pouco educados para o rival.

Em nenhum momento da prova foi possível apontar um vencedor. Há quatro voltas do fim, o motor de Michael Andretti estourou e Al Unser Jr., que tinha largado em 9º e pilotava uma Penske problemática, herdou a liderança.

Ainda tinha a transmissão, um show do SBT. Toda feita in-loco com os ótimos Téo José (locutor), Dedê Gomez (comentários, um show de informação) e Luiz Carlos Azenha (repórter), que circulava pelos boxes acompanhado de uma câmera exclusiva. Quando Emerson Fittipaldi abandonou (fazia uma péssima temporada, reflexo do carro ruim da Penske e do peso de seus 48 anos na época), Azenha conversou com o piloto que havia acabado de deixar o carro e estava furioso. Não tinha nenhum assessor de imprensa filtrando suas palavras que foram duras contra a equipe. Isso sem contar um canal direto com Christian Fittipaldi, que permitia que Téo José conversasse com o piloto durante as bandeiras amarelas.

Se você tiver a oportunidade, adquira uma dessas corridas, ou procure lances desta temporada no Youtube. A Indy, nessa época, era exatamente aquilo que nós, amantes do automobilismo, gostamos de ver: uma categoria com grandes pilotos, fábricas envolvidas e não dando as cartas e, na sua essência, mais esporte do que política. Os pilotos tinham vontade de vencer e não mediam esforços para isso. Um tempo que, infelizmente, acho que não volta mais.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

GP da Inglaterra: Alonso entra na briga?

Fernando Alonso comemora em Silverstone: ele faz a diferença


2010: após um início de ano horroroso, a Ferrari já parecia jogar a toalha para o campeonato. Mas Fernando Alonso insistia em dizer que uma vitória o colocaria na briga. O espanhol venceu o GP da Alemanha daquele ano e, por pouco, não se sagrou campeão em Abu Dhabi.


2011: após um início de ano horroroso, a Ferrari já parecia jogar a toalha para o campeonato. Mas Fernando Alonso insistia em dizer que uma vitória o colocaria na briga. E, ontem, o espanhol venceu o GP da Inglaterra.

Se o final vai ser o mesmo, é impossível saber. Mas é preciso reconhecer que não se pode duvidar de Fernando Alonso. O espanhol fez uma corrida primorosa ontem em Silverstone e, se é verdade que foi beneficiado pelo problema de Vettel no seu segundo Pit-Stop, também é verdade que depois que assumiu a liderança passou a ser o piloto mais rápido do circuito, sem permitir que ninguém chegasse perto dele.

Talvez seja por causa da proibição do difusor aquecido, mas também pode ser só uma coincidência. A verdade é que, enquanto a McLaren vai caindo ao longo do ano, a Ferrari vai se aproximando da RedBull. E, no ano passado, Alonso já mostrou que não precisa de um carro exatamente melhor. Se o equipamento for pelo menos razoável, o resto ele tira no braço.

A corrida ainda teve disputas interessantes como Webber x Vettel, Massa x Hamilton, Alonso x Hamilton. Teve Schumacher como um grande destaque, batendo no início, sendo punido e, ainda assim, chegando em nono.

É uma pena que Silverstone, um dos autódromos mais desafiadores e seletivos que a Fórmula 1 já teve, está se transformando em mais uma obra do Hermann Tilke, com suas seqüências de curvas burocráticas.

Agora é ver, nas próximas corridas, se a Ferrari vai mesmo permitir que Alonso disputa o campeonato ou se a vitória de ontem foi só uma feliz coincidência.

Classificação Final (10 primeiros):

1º) Fernando Alonso – Ferrari
Com a velha e boa garra, Alonso embolsou seus adversários. Um dos poucos pilotos da Fórmula 1 que fazem a diferença.

2º) Sebastian Vettel – RedBull Renault
Teve problemas no segundo pit-stop mas, mesmo assim, não acredito que conseguiria se manter à frente de Alonso. Mesmo assim continua muito à frente no campeonato.

3º) Mark Webber – RedBull Renault
Ficou para trás na largada e, depois, foi superado por Alonso. No final, poderia ter ultrapassado Vettel mas foi “aconselhado” pela equipe a se manter em terceiro.

4º) Lewis Hamilton – McLaren Mercedes Benz
Assim como Alonso parece estar andando mais que o carro. No final, levou a melhor numa disputa empolgante com Felipe Massa.

5º) Felipe Massa – Ferrari
Durante a prova, se manteve em seu habitual estado letárgico. Acordou no fim, quando foi avisado de que Hamilton estava sem combustível e travou uma luta leal pela posição. Aplausos em sua postura no fim da corrida, reconhecendo que não houve excesso do inglês durante a disputa.

6º) Nico Rosberg – Mercedes Benz
Voltando à zona de pontos depois de uma sequência ruim. Passou a corrida toda à frente de Sergio Perez.

7º) Sergio Perez – Sauber Ferrari
Brigou com Nico Rosberg a prova toda e não conseguiu passar. Mas segue sendo o grande destaque entre os estreantes do ano.

8º) Nick Heidfeld – Renault
Salvou pontinhos importantes para a Renault que, desde o início do ano, vem perdendo rendimento.

9º) Michael Schumacher – Mercedes Benz
Não teve culpa na batida com Kobayashi mas, mesmo assim foi punido. Depois fez uma corrida fabulosa, passando todo mundo que estava pela frente.

10º) Jaime Alguersuari – Toro Rosso Ferrari
Boa prova do espanhol que consegue mais um ponto importante na luta interna da equipe.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Sobre Felipe Massa...

Felipe Massa: uma carreira errática na Fórmula 1


Não sou muito bom com números, confio excessivamente na minha memória e, muitas vezes, acabo cometendo injustiças. Mas, para escrever este post, acabei pesquisando um pouco para não falar nenhuma bobagem. Vamos ver se consigo.


Felipe Massa nunca me convenceu. Sim, é um bom piloto, mas nunca passou disso. Suas temporadas na Sauber foram para lá de apagadas e, na Ferrari, apenas em 2008 (talvez 2006), o brasileiro obteve um desempenho digno de nota. Em todos os outros anos foi massacrado pelo seus companheiros de equipe (Schumacher, Raikkonen e Alonso).

Mas, para deixar este texto mais organizado, vamos tentar fazer um resumo da sua carreira, ano a ano. Assim, no final, podemos tentar chegar à uma conclusão juntos:

2002

Chegou à Sauber como campeão da Fórmula 3000 européia. Mas, em seu ano de estréia, foram tantas batidas e rodadas, que foi substituído antes do fim do campeonato por Heinz Harald Frentzen, que já estava aposentado. No ano seguinte virou piloto de testes da Ferrari, por influência do seu empresário Nicholas Todt.

2004

Voltou à Sauber empresado pela Ferrari e levou uma surra do companheiro Giancarlo Fisichella. O italiano marcou 10 pontos a mais que o brasileiro e foi contratado pela Renault, para o ano seguinte. A Sauber terminou 2004 em 6º lugar.

2005

Correndo ao lado de Jacques Villeneuve, na época um ex-piloto em atividade, Massa conseguiu, como melhor resultado, um 4º lugar no GP do Canadá. Marcou só 2 pontos a mais do que o combalido Villeneuve no campeonato. Os dois derrubaram a Sauber da 6ª colocação em 2004 para a 8ª em 2005. Mesmo assim, Massa arrumou um lugar na Ferrari, para substituir Rubens Barrichello, que estava de saída.

2006

No território de Schumacher, Felipe conseguiu duas vitórias: uma na Turquia e outra, histórica, no Brasil. Considerando-se que era seu primeiro ano em uma equipe grande, o desempenho foi satisfatório. Felipe ficou em 3º no campeonato, vencido por Fernando Alonso.

2007

Com a aposentadoria de Schumacher e a chegada do talentoso, mas instável Kimi Raikkonen, a expectativa era de que Felipe liderasse a nova fase da Ferrari. Nada feito. Após um ano cheio de abandonos, Massa foi o único dos quatro pilotos de equipes grandes (Ferrari e McLaren) a chegar em Interlagos sem chances de vencer o campeonato. O piloto foi obrigado a ceder a vitória, em casa, diante da torcida, para que Kimi Raikkonen se sagrasse campeão em seu primeiro ano na Ferrari.

2008

Seu melhor ano. Mas é preciso relativizar sua chegada na disputa pelo título. Massa conseguiu 5 vitórias neste ano. E chegou ao Brasil precisando vencer e torcer para Hamilton marcar apenas 3 pontos. Mas, em 2008, apenas as vitórias na Turquia, Barhein e Interlagos foram incontestáveis. Na França, venceu após Kimi Raikkonen ter um problema para lá de incomum: perdeu o escapamento do carro na metade final da prova.

Na Bélgica foi praticamente atropelado por Lewis Hamilton. Mas os fiscais entenderam que Hamilton ultrapassou de maneira irregular e puniram o inglês, tirando-lhe a vitória. E, na China, Massa conseguiu o segundo lugar após a habitual troca de posições entre pilotos da Ferrari.

Portanto, só nessas circunstâncias obteve 6 pontos, que foram fundamentais para que ele tivesse chances na última prova. Caso contrário, Hamilton já teria se sagrado campeão antes da prova em Interlagos.

2009

Vinha tendo desempenho discreto, até se acidentar na Hungria e ficar fora o resto do ano.

2010

Com a comoção gerada pelo acidente em 2009, esperava-se que Massa conseguisse se impor ao antipático, mas talentoso, Fernando Alonso. Longe disso. Felipe foi esmagado pelo companheiro de equipe que, em pouco tempo, se tornou líder da escuderia, disputou o título até o fim e, ainda por cima, fez com que a Ferrari obrigasse Massa a lhe ceder a vitória no GP da Alemanha (metade do campeonato), prova inequívoca da falta de confiança dos dirigentes vermelhos no piloto brasileiro.

Nem vou comentar 2011. Seu desempenho neste ano é tão lamentável, que faz com que eu acredite que o melhor, para a Ferrari, seja demiti-lo ao final da temporada. Não há justificativa para um piloto que, em uma equipe de ponta, não consiga sequer se aproximar do companheiro de equipe sendo, constantemente, meio segundo mais lento por volta.

Por fim, não há perseguição nenhuma ao brasileiro. Felipe Massa não tem obrigação de dar satisfação a ninguém. E também não precisa que um locutor-torcedor babaca, fique tentando limpar sua barra com a torcida. Felipe, aliás, já faz o que pode pelo nosso automobilismo, criou uma categoria escola, a Fórmula Futuro e ainda promove o Desafio das Estrelas, um evento pra lá de bacana que traz os melhores pilotos do automobilismo mundial para correr no nosso país.

É uma pena que, na pista, o brasileiro jamais tenha conseguido mostrar um terço do talento que a emissora oficial tenta fazer parecer que ele tem.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

GP da Espanha: sono é a palavra

O visual é bonito, mas a corrida é de lascar...

 
Não há muito o que dizer do GP da Espanha. Vejam só: Sebastian Vettel ganhou outra vez, desta vez sem ser incomodado. Jenson Button fez uma corrida apagada, andando o tempo todo na sexta posição. Felipe Massa, para variar, idem. Lewis Hamilton e Kamui Kobayashi, que geralmente salvam as provas do marasmo, não ultrapassaram ninguém. O destaque da prova, além de Vettel, foi Jaime Alguersuari, que largou muito atrás e chegou em 8º lugar com a Toro Rosso.

De bom mesmo, só a disputa pelo segundo lugar entre Alonso e Webber, que mesmo assim foi composta de apenas uma ultrapassagem, do espanhol sobre o australiano. As outras trocas entre os dois aconteceram nos boxes.

A asa móvel, liberada em dois pontos da pista, não conseguiu ajudar os pilotos na tarefa de ultrapassar e os pneus não representaram problemas maiores. O que nos leva a concluir que o melhor seria que essa pista, de Valência, deveria sumir do mapa. O visual é bonito, mas quem quer ver visual bonito liga no National Geografic ou no Discovery e vai ver programas sobre turismo. No domingo de manhã, queremos ver é uma corrida de carros bem disputada.

Classificação final (10 primeiros)

1°) Sebastian Vettel – Red Bull Renault
Soberano, só viu os adversários pelo retrovisor.

2º) Fernando Alonso – Ferrari
A raça de sempre, foi o único a ultrapassar em Valência. Contou com um raro bom trabalho da Ferrari para superar Webber no último pit-stop.

3º) Mark Webber – Red Bull Renault
Apagado, foi ultrapassado por Alonso e jamais mostrou qualquer poder de reação.

4º) Lewis Hamilton – McLaren Mercedes Benz
Desta vez, para desespero dos espectadores, se comportou. Claramente insatisfeito na McLaren, já jogou a toalha na briga pelo título.

5º) Felipe Massa – Ferrari
Parecia que estava economizando pneus para conseguir fazer um pit-stop a menos. Mas não, estava apenas sendo mais lento que os outros, como sempre.

6º) Jenson Button – McLaren Mercedes
Ainda é vice-líder do campeonato. Mas, com o desempenho da McLaren cada vez pior, vai ser difícil se manter.

7º) Nico Rosberg – Mercedes Benz
Não brigou com ninguém e conseguiu ser o primeiro do resto, entre as equipes.

8º) Jaime Alguersuari – Toro Rosso Ferrari
Depois de Vettel, foi o nome da corrida. Largou no fim do pelotão, conseguiu fazer uma parada a menos e obteve um ótimo resultado.

9º) Adrian Sutil – Force India Mercedes Benz
Sem cometer erros desta vez, marcou pontos importantes.

10º) Nick Heidfeld - Renault
Desempenho decepcionante da Renault nesta pista. Heidfeld, pelo menos, salvou um pontinho.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Jenson Button e a vitória de campeão em Montreal

Button comemora no Canadá: vitória da eficiência na briga interna da McLaren

Quando foi contratado pela McLaren, após vencer um campeonato com a incrível Brawn, em 2009, Jenson Button estava assumindo o risco de dividir a equipe com Lewis Hamilton, uma cria da casa que, a cada dia, vai se transformando num menino mimado, criado pela avó (ou, no caso, um avô, o Ron Dennis).



Apesar de ter perdido a batalha interna em 2010, Button jamais pareceu ter sido derrotado nos bastidores, como foi Alonso em 2007. Pelo contrário: no ano passado, Jenson passou as primeiras 6 provas a frente de Lewis no campeonato, mas começou a cair por causa de uma sucessão de erros seus e da equipe.


Mas o GP do Canadá, deste fim de semana, tratou de colocar os dois pilotos em ordem trocada de preferência. Enquanto Hamilton vai fazendo corridas cada vez mais estabanadas, Button, com seu estilo eficiente de pilotar, passou a frente do companheiro no campeonato, é vice líder, e obteve uma vitória antológica em Montreal, numa corrida absolutamente caótica e cheia de alternativas, que só mesmo uma pista das antigas poderia proporcionar.


Sobre Hamilton, ele realmente precisa por a cabeça no lugar. Não tenho nada contra seu estilo agressivo, pelo contrário, acho que ele tem sido um dos grandes responsáveis pela graça das corridas. Mas ele precisa entender que os adversários não vão abrir a porta para deixa-lo passar então, não dá para passar por cima dos outros pilotos como se eles não existissem.


Ainda sobre o Canadá, a Ferrari parece ter avançado um pouco, mas pode ser que isso seja em função de uma melhor adaptação ao circuito. Fernando Alonso se atrapalhou na estratégia e Felipe Massa perdeu o controle ao ultrapassar um retardatário.


E, para finalizar, sobre a disputa de Button com Vettel: o alemão estava tentando se manter com mais de 1 segundo na frente para impedir que Button usasse a asa móvel. E, sob grande pressão, acabou errando. Isso não o desqualifica e nem invalida seu campeonato fantástico. Mas quem sabe este final de prova não esteja sinalizando a possibilidade de a McLaren entrar na briga com um piloto menos errático? Ia ser sensacional...


Classificação Final (10 primeiros)


1º) Jenson Button – McLaren Mercedes Benz
Vitória de campeão. Mesmo se envolvendo em toques e acidentes de corrida, punições, várias paradas nos boxes, Button abriu o último trecho com “sangue nos olhos” e foi para cima de Vettel. Bonito de se ver.


2º) Sebastian Vettel – Red Bull Renault

Correu de forma segura, longe de todas as confusões. No fim, com a pressão de Button acabou errando, mas conseguiu chegar em segundo lugar. Segue disparado no campeonato.


3º) Mark Webber – Red Bull Renault

Foi tocado por Hamilton no início, mas conseguiu uma boa recuperação.


4º) Michael Schumacher – Mercedes Benz

Melhor prova do heptacampeão, desde a aposentadoria.Rápido em combativo, só não segurou o terceiro lugar porque foi vítima da asa móvel. Merecia o pódio.


5º) Vitaly Petrov – Renault

Bela prova do russo, que cresceu muito em 2011. Aliás, sinceramente e sem bairrismo, acho que a Renault poderia dar chance a Bruno Senna, no lugar de Heidfeld. O alemão não está bem e seria legal ver uma dupla jovem e motivada pilotando os carros preto e dourado.


6º) Felipe Massa – Ferrari

Vinha tendo seu melhor fim de semana mas, na segunda parte da prova, bateu sozinho ao tentar passar um retardatário por fora do trilho seco. Mas é preciso reconhecer que foi atrapalhado pela Hispania.


7º) Kamui Kobayashi – Sauber Ferrari

Outro que merecia melhor sorte. Andou muito tempo em segundo lugar mas, na última parte, perdeu rendimento.


8º) Jaime Alguersuari – Toro Rosso Ferrari

Pela prova de recuperação do espanhol, que largou lá atrás. Vem apresentando um desempenho superior ao do companheiro Buemi, o que pode ser importante já que a Red Bull anda falando em pegar um dos dois para o lugar de Webber em 2012.


9º) Rubens Barrichello – Williams Cosworth

Andou bem na corrida, embora na classificação tenha levado de Maldonado de novo. Mas é dono de todos os 4 pontos da Williams no mundial.


10º) Sebastian Buemi – Toro Rosso Ferrari

Aproveitou-se das confusões para conseguir um pontinho. Mas teve desempenho discreto em relação à Alguersuari.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Uma sugestão para aproveitar melhor a asa móvel

Depois de uma semana de discussões, a FIA acabou liberando o uso da asa móvel em Mônaco. E, por incrível que pareça, a apertada pista de Monte Carlo foi a que acabou “abraçando” melhor as traquitanas inventadas por Bernie Ecclestone e sua turminha.


Isso porque, como vimos, a utilização da asa móvel e do KERS permitiu que os pilotos tivessem a chance de disputar freadas e não de passar pelo adversário como se ele estivesse parado. Um bom exemplo foi a ultrapassagem de Hamilton sobre Schumacher: se o inglês não tivesse o auxílio da asa, não teria chegado em condições de disputar a freada. Agora, se estivéssemos numa pista mais ampla, na metade da reta ele já teria engolido o heptacampeão.


Fiquei pensando se a FIA não deveria pensar numa solução para a asa móvel que fizesse com que ela tivesse o mesmo efeito que teve em Mônaco. Da maneira como está, sendo acionada no início da reta mais longa, a vantagem do piloto que está atrás é muito grande. Acredito que, já já, os pilotos vão parar de arriscar ultrapassagens em outros pontos, aguardar a chegada do retão e acionar o dispositivo, passando pelo adversário sem dificuldades.


Uma solução: colocar a linha que demarca a permissão de acionamento da asa mais para a metade da reta. Assim o piloto começa ganhar velocidade próximo da freada e terá que arriscar mais para ultrapassar.


Talvez seja um caso a se pensar...

terça-feira, 31 de maio de 2011

500 milhas: o resgate do automobilismo

J.R. Hidelbrand se arrasta no muro enquanto Wheldon vence em Indianápolis: celebração do automobilismo

Todos os anos, quando me sento para assistir às 200 voltas das 500 milhas de Indianápolis, me pego pensando sobre os rumos do automobilismo. Afinal de contas, qual é a dificuldade de se juntar 33 caras num circuito, dar a eles carros que têm motores, volantes e rodas e aguardar para ver qual deles chegará ao final inteiro, mais rápido do que os adversário e pronto para virar uma garrafa de leite na comemoração?

Ok, a Indy tem uma porção de problemas e eles foram bastante evidenciados na última corrida aqui em São Paulo. Mas, Indianápolis, é um capítulo à parte. As 500 milhas são aquilo que mais chega perto do automobilismo clássico, que é simples: largar e chegar a um ponto mais rápido do que todos os adversários, sem se preocupar com asas móveis, KERS, obrigatoriedade de se usar dois tipos de pneus (regulamento que existe na Indy, mas é abolido em Indianápolis), punições excessivas e o diabo a quatro.

Não. Há 100 anos Indianápolis coloca no troféu Borg Warner o rosto daquele que, em 200 voltas, consegue ser rápido, ultrapassar, poupar combustível, compensar seus erros, enfim, ter aquilo que se precisa ter para ganhar uma corrida de automóveis.

A corrida do último domingo trouxe tudo isso. Tivemos poucas bandeiras amarelas, muitas disputas, gente se destacando e fazendo barbeiragens. E tivemos, para coroar o aniversário de 100 anos da prova, um final antológico.

Faltando 20 voltas para o final era impossível conhecer o vencedor. A Ganassi, que liderou boa parte da prova tentou estratégias diferentes com seus dois pilotos e errou as duas. Aí veio Danica Patrick que liderou algumas voltas até parar para reabastecer. Deixou a liderança para Bertrand Baguette que parecia ter acionado o botão do foda-se no seu carro, mas foi chamado aos boxes na volta 196.

E a vitória cairia no colo de J. R. Hildebrand, um estreante que tinha o carro pintado nas cores do exército, sua vitória seria épica para o povo americano. Seria. Porque na última curva Hildebrand, atrapalhado por um retardatário, pegou a linha suja da pista e estampou o muro. Ainda se arrastou até a linha de chegada mas a vitória já era de Dan Wheldon, inglês, que só tinha contrato para disputar essa prova (outra particularidade deliciosa das 500 milhas).

Wheldon deu sorte, mas estava lá, foi rápido quando precisou, poupou quando foi necessário, e cruzou a linha de chegada à frente de seus 33 adversários que, como ele, não tinham nenhuma asa móvel, nenhum KERS e seus pneus não viravam farofa pelo caminho. Eram ele, seu carro e sua equipe. Como é no automobilismo de verdade.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

GP de Mônaco: versatilidade de Vettel e desespero dos adversários

Vettel recebe pressão de Alonso, em Monte Carlo: vitória veio com regularidade

Para quem gosta de automobilismo, o último domingo foi daqueles para se ficar o dia todo na frente da TV, sem desgrudar um minuto. O café da manhã foi com o GP de Mônaco, uma corrida de F1 como há muito não se via e o almoço, ah o almoço: 500 milhas de Indianápolis, com direito a chegada histórica.

Mas, para não perder o foco, vamos começar do começo. O GP de Mônaco foi uma corrida movimentada, cheia de alternativas e que poderia ter tido um final ainda melhor. Isso porque Sebastian Vettel conseguiu a proeza de correr 56 voltas com o mesmo jogo de pneus e ainda precisaria resistir mais 6 giros com Fernando Alonso e Jenson Button grudados na traseira da sua Red Bull. Mas aí veio o acidente envolvendo Petrov e uma penca de pilotos e a organização preferiu dar a bandeira vermelha. E, segundo o regulamento, nessa situação é permitido alterar o status do carro, todos puseram pneus super macios e a coisa ficou igual.

Mas se foi um anti-clímax, não chegou a atrapalhar o brilho de prova que teve Schumacher fazendo duas ultrapassagens na apertada Rascasse, Rubinho ultrapassando o alemão na Mirabeau, Massa deixando Rosberg para trás na Tabac. E teve Hamilton, um dos nomes da prova: com seu estilo arrojado, fez várias ultrapassagens (a mais bonita, sobre Schumacher) mas também abusou em alguns momento, tirando Maldonado e Massa da corrida, sendo punido por ambas as manobras.


Sobre o brasileiro, acho que pode ter havido um exagero dos fiscais. Hamilton colocou o carro por dentro na Rascasse, mas o brasileiro tinha deixado espaço. Depois resolveu fechar a porta e eles acabaram batendo. No túnel, Massa pegou sujeira e bateu sozinho, não houve culpa do inglês. Mais uma baixa na já comprometida conta do brasileiro com a Ferrari.



O venezuelano, aliás, correu como gente grande, classificando a Williams entre o dez, passando a maior parte do tempo na zona de pontuação e dando muito trabalho aos adversários. Mostrando que, afinal, talvez a Williams não seja essa draga toda.



Agora a Fórmula 1 segue para o Canadá, uma pista que no ano passado fez os pilotos sofrerem com desgaste de pneus. Estou curioso para ver como esses Pirelli vão se comportar lá.



Classificação Final (10 primeiros)



1º) Sebastian Vettel – Red Bull Renault
Incluiu mais uma qualidade ao seu diverso cardápio: a capacidade de economizar pneus. Ganharia a prova em grande estilo, mas foi beneficiado pela bandeira vermelha e a possibilidade de trocar pneus.



2º) Fernando Alonso – Ferrari
Combativo e persisitente como sempre, conseguiu seu melhor resultado no ano. Pressionou Vettel no finalzinho mas não parecia ter condições de ultrapassar já que seus pneus também estavam muito gastos.



3º) Jenson Button – McLaren Mercedes Benz
Enquanto teve pista livre foi eficiente como sempre, abrindo vantagem para os adversários. No final era o que tinha melhores condições de ultrapassagens mas precisava que Alonso decidisse a vida sobre Vettel já que o espanhol, à sua frente, também podia usar a asa móvel, anulando a vantagem do inglês.



4º) Mark Webber – Red Bull Renault
Corrida discreta, ganhando destaque somente pela bela ultrapassagem sobre Kobayashi no final.



5º) Kamui Kobayashi – Sauber Ferrari
Outra corridaça do japonês, destaque de 2011 junto com Vettel. Poderia ter conseguido o 4º lugar mas, sem pneus, mas foi superado por Webber no final. Não deixou de lutar nem um minuto.



6º) Lewis Hamilton – McLaren – Mercedes Benz
Correu com o modo doidão ligado no máximo, o que sempre é uma garantia de diversão. Passou dos limites em alguns momentos mas garantiu a diversão de quem estava assistindo a corrida. Se não tivesse tido problemas na classificação, poderia ter dado trabalho a Vettel.



7º) Adrian Sutil – Force India Mercedes Benz
Junto com Maldonado foi um dos destaques da prova. Mas, ao contrário do pobre venezuelano, não foi atropelado por Hamilton Vaca Louca e pode marcar pontos importantes para sua equipe.



8º) Nick Heidfeld – Renault
Discreto, foi premiado com o 8º lugar após o acidente envolvendo vários pilotos.



9º) Rubens Barrichello – Williams Cosworth
Marcou os primeiros pontos para a Williams, mas quem merecia ter feito isso era Maldonado. Mas o resultado foi muito importante para a equipe inglesa, que vive um momento difícil na Fórmula 1.



10º) Sebastian Buemi – Toro Rosso Ferrari
Outro discretíssimo que conseguiu o pontinho por causa do acidente no final. A Toro Rosso é, de longe, a decepção de 2011.