quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Atividade: o x da questão



A performance de Luca Badoer, ao volante da Ferrari, em Valência, apenas prova por A+B que a tecnologia da Fórmula 1, aliada à performance dos carros, não permitem mais que um piloto, por melhor que seja, consiga sentar num carro depois de anos, e fazer tempos competitivos. Não que Badoer seja um assombro como piloto mas, quando correu na categoria há dez anos, certamente era bem mais competitivo do que foi.

O que quero dizer é que já não basta mais saber dirigir. É preciso ter ritmo de prova, condicionamento físico e familiaridade com o comportamento do carro. E dificilmente um piloto que não andava num F1 há 8 meses, e mesmo assim, quando andou, fez apenas testes, conseguirá andar rápido. Me lembro de uma frase de Antônio Pizzonia, após fazer o seu primeiro teste num Fórmula 1. Perguntado se era fácil pilotar o carro, o amazonense respondeu: “É fácil movimentá-lo, fazê-lo sair do lugar. Difícil é andar rápido”.

O que nos leva a concluir que a Ferrari cometeu um erro grotesco, expondo Badoer e todos os outros pilotos há um risco iminente. Por que Luca conseguiu movimentar o carro, é verdade, mas não conseguiu fazê-lo de um modo competitivo. Foi lento ao extremo, rodou, saiu da pista, foi punido por passar dos limites nos boxes tanto nos treinos quanto nas corridas. É a pior performance da história da categoria. Nunca se viu algo parecido.

Badoer não precisava passar por isso. E nem a Ferrari. Os italianos deram mais uma mostra de sua desorganização atual, conseqüência direta da saída do trio Ross Brawn, Jean Todt e Michael Schumacher. A Ferrari se precipitou em anunciar a volta do heptacampeão, demorou a perceber que ele não teria condições de pilotar e, ao invés de buscar alguém com mais ritmo de prova, resolveu “premiar” Luca Badoer. Poderiam ter chamado Marc Gene, que tem competido em outras categorias de turismo, ou mesmo um dos desempregados Sebastien Bourdais ou Nelsinho Piquet. Não seria necessário muito dinheiro ou esforço para contar com um dos três. E, certamente, ofereceriam um desempenho melhor do que o que vimos do “premiado” Badoer.

É mais um erro para a coleção da Ferrari. Que deverá ser repetido, pois não haverá tempo para trazer outro piloto em Spa. Boa sorte a Badoer e aos outros pilotos que estiverem na pista.

2 comentários:

Ron Groo disse...

BEm... Disseram que ele era parte de uma outra F1, ha muito tempo atrás.

Na verdade é mesmo. E nem naquela ele era bom...

Bruno Aleixo disse...

É verdade Groo... Nunca fez nada que prestasse mesmo. Também nunca teve um carro sequer razoável, mas outros também não tiveram e nem por isso deram vexame.