sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Pit-stop

Retrospectiva feita, agora é hora daquele tempinho necessário no final do ano. O blog faz um pit-stop agora e volta no final de janeiro.

Desejo a todos os meus leitores um Feliz Natal e um 2015 de muita velocidade e realizações!


quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

2014 em revista: Transmissão

Galvão, Burti e Reginaldo: malabarismos para  ludibriar
o espectador detonam a credibilidade da F1

A Fórmula 1 começou a despertar algum interesse nos brasileiros quando Emerson Fittipaldi começou a mostrar que o país era capaz de se destacar no cenário automobilístico internacional. Nelson Piquet ajudou nessa percepção quando começou a ganhar títulos. Mas foi na segunda metade da década de 1980 que o esporte se popularizou de vez, graças a figura icônica de Ayrton Senna.

Piloto talentosíssimo, adepto a frases de efeito, sempre pronto a empunhar a bandeira brasileira a cada vitória, Senna era o personagem perfeito. A Globo embarcou na brincadeira e trabalhou para convertê-lo num verdadeiro semideus. Com o país em crise, população desesperançada, futebol em baixa (a seleção perdeu duas copas nas quais era favorita), o tema da vitória das manhãs de domingo tornou-se a redenção do país, na figura de Ayrton Senna.

Mas, há vinte anos, Senna se arrebentou num muro em Ímola e se foi. E, por incrível que pareça, sua ausência não foi capaz de demonstrar à Globo, que a história do herói nacional, pelo menos no automobilismo, não colava mais. Rubens Barrichello carregou essa cruz e virou chacota na boca da torcida, embora tenha tido uma carreira respeitável. Felipe Massa chegou perto de ser campeão pela Ferrari, mas os anos seguintes mostraram que aquele 2008 foi uma exceção à regra. De resto, uma longa lista de brasileiros que passaram pela F1 com pouco ou nenhum destaque.

O fato é que, sem um ídolo para cultuar, a Globo partiu para uma estratégia de defender o indenfensável. Galvão Bueno, Reginaldo Leme e Luciano Burti passaram os últimos três ou quatro anos se desdobrando para convencer o telespectador de que ele não estava vendo o que estava acontecendo na realidade. Não importa qual erro Felipe Massa cometa na pista: a culpa nunca será dele, parece ser o lema.

Em 2014, atingimos o fundo do poço em termos de transmissão de Fórmula 1. Profissionais despreparados, comentários que nada acrescentam, áudios vazando no ar com locutores mostrando como fariam para ludibriar o espectador. Rubens Barrichello, que pelo menos fazia comentários técnicos interessantes, foi dispensado.

O interesse em F1, que já era pouco, foi ficando cada vez menor. A Globo tirou do ar o início dos treinos. Boatos deram conta de que a transmissão da temporada 2015 seria feita, totalmente, pelo Sportv, o que foi desmentido.

O ano de 2014 mostrou que a Fórmula 1 não é mais um esporte que se adequa às exigências da Globo. As corridas são longas, não há pilotos em condição de serem heróis e as corridas, aos domingos, tiram a chance da emissora colocar no ar algum “Desafio Espetacular de Verão”, que irá revelar um novo ícone brasileiro das praias.

Continuo com a mesma opinião: a TV fechada (por mais Litos Cavalcantis que se tenha que aturar) só vai fazer bem à F1 no Brasil. Automobilismo é um esporte especializado, quem gosta, gosta e ponto. Chega dessa massificação besta, não precisamos de heróis. Precisamos de uma equipe capaz de transmitir a corrida, narrando e comentando. O resto é bobagem.

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

2014 em revista: Regulamento


Quando a pré-temporada da Fórmula 1 2014 começou, todos estavam curiosos para ver como se comportariam os novos carros, com motores menores, turbinados, e um monte de componentes eletrônicos de recuperação de energia. Tudo ecologicamente correto e buscando a famosa redução de custos.

Os primeiros resultados foram escandalosos: a RedBull, atual campeã, mal conseguia sair dos boxes. A Lotus sequer apareceu nas duas primeiras sessões. Todos os pilotos reclamando dos carros, ariscos e difíceis de guiar. O som do motor era ridículo. Diversos dirigentes dando entrevistas, dizendo que seria uma surpresa se algum carro conseguisse chegar ao final do GP da Austrália, a primeira corrida.

Infelizmente, o novo regulamento da Fórmula 1 acabou se tornando uma sucessão de tiros n`água. A falta de confiabilidade dos carros foi superada a tempo. O som dos motores, baixo e abafado, tornou-se um problema, tanto para que assiste pela televisão, como para quem vê ao vivo. O excesso de eletrônica nos carros tornou o papel dos pilotos ainda mais irrelevante, já que eles são monitorados pelo rádio o tempo todo. As corridas de Fórmula 1 passaram a destacar aquele que economiza melhor, e não aquele que é mais rápido.

Para completar, o novo regulamento ainda mantinha esses pneus horrorosos da Pirelli que, em algumas pistas, não chegam a durar mais que seis voltas. E não podemos nos esquecer da asa móvel, que converteu as ultrapassagens em simples passagens de um piloto pelo outro.

A Fórmula 1 2014 afastou-se ainda mais de sua essência, que é a velocidade. Ao invés de vermos pilotos fritando pneus, brigando com os carros, buscando vitórias, passamos a ver gráficos de economia de combustível, câmeras térmicas para mostrar desgaste de pneus e gravações de rádio de engenheiros mandando pilotos virarem mais para a direita, do que para a esquerda.

Sim, houveram boas corridas, mas a questão é maior do que essa. A Fórmula 1 sempre foi uma experiência única. Me lembro da primeira vez que levei um primo meu a Interlagos. O moleque tinha 15 anos e quando passamos pela portaria do setor G, ouvimos um carro rasgando a reta oposta. Apenas o som e a sensação de que era um carro passando a quase 300 por hora fizeram com que esse meu primo saísse correndo desembestado na minha frente para chegar logo à arquibancada, mesmo não sabendo como chegar lá ainda.

Desconfio que a sensação não seria a mesma em 2014. E deve ser por isso que a F1, mesmo no meio de uma disputa entre dois pilotos da mesma equipe, tenha chegado ao final de uma forma meio melancólica, estranha. Talvez esteja na hora de resgatar um pouco da essência lá do passado.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

2014 em revista: Kimi Raikkonen


A volta de Kimi Raikkonen à Ferrari prometia ser um dos principais atrativos da temporada de 2014. A equipe italiana passaria a contar com dois campões em seus cockpits, uma situação inédita para eles. Além disso, seria interessante ver como seria o comportamento de Raikkonen na equipe da qual havia saído pela porta dos fundos em 2009, e como ele lidaria com o ego de Fernando Alonso.

Infelizmente, nada aconteceu. Raikkonen não mudou em nada o seu comportamento, sempre desligado e pouco preocupado com problemas de desempenho. Não se adaptou ao carro da Ferrari e pouco fez para mudar a situação. Fechou o campeonato com apenas 55 pontos, contra 161 de Alonso. A tiro da Ferrari, que trouxe o finlandês para o lugar de Felipe Massa, buscando aumentar o saldo de pontos do time, saiu pela culatra. Passou a pagar um salário bem mais alto, por praticamente o mesmo número de pontos. Se isso não é um mau negócio, desconheço o que seja.

Kimi é um piloto espetacular, e parecia ter melhorado ainda mais quando voltou à Fórmula 1 em 2012, após dois anos fazendo Rally. Conseguiu duas vitórias com um carro apenas razoável, e esteve sempre em grande forma. Mas, na Ferrari, voltou a viver os tempos apagados de 2008 e 2009, quando estava justamente na equipe italiana.

Apesar de ter sido campeão em 2007 pilotando um carro vermelho, a sensação que fica é que Raikkonen e Ferrari não foram feitos um para o outro. A temporada de 2015 parece ser a última para que o finlandês mude essa história. Embora ele não esteja nem aí para isso.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

2014 em revista: Fernando Alonso


Fernando Alonso chegou à Ferrari em 2010 para se tornar um multicampeão, como foi Michael Schumacher. Mas os anos foram passando e a impressão de que o piloto era sempre melhor do que o carro ia ficando mais forte. Mesmo quando chegou a disputar títulos, a sensação que se tinha era de que apenas Alonso estava na disputa, e a equipe já ajudaria caso não atrapalhasse.

Veio 2014 e, o que era esperança, desabou de vez. O espanhol conheceu de perto a Ferrari em sua essência: trocas de dirigentes, aposentadoria de presidente, entrevistas cheias de indiretas para lá e para cá. De um lado, Alonso criticando o carro, do outro os italianos rebatendo, pedindo empenho e cobrando mais trabalho.

A verdade é que, nesses cinco anos de parceria, apenas nos três primeiros a Ferrari ofereceu à sua estrela um carro razoável. Nas duas últimas temporadas, Alonso contou com verdadeiras cadeiras elétricas. E, numa Fórmula 1 cada vez mais engessada, é muito difícil um piloto tirar de um carro o desempenho que ele não tem.

O resultado foi um vergonhoso quarto lugar para a Ferrari no mundial de construtores, num ano sem nenhuma vitória vermelha. Alonso bem que tentou, fez uma corrida extraordinária na Hungria, mas pouco brilhou em 2014. E a Fórmula 1 precisa do brilho de um piloto como ele.

A paciência, que vinha dando sinais de que ia acabar, acabou. Alonso se mandou para a McLaren, de onde saiu brigado em 2007. Talvez seja melhor lidar com Ron Dennis, do que com os italianos trapalhões.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

McLaren 2015


Todo mundo já sabia, mas não deixa de ser espantoso: Fernando Alonso volta à McLaren em 2015. A equipe anunciou sua dupla de pilotos hoje pela manhã, mantendo Jenson Button e colocando Kevin Magnussen como reserva. Jenson deve correr mais um ano para que o dinamarquês, que fez um campeonato razoável em 2014, volte em 2016.

A volta de Alonso à equipe, depois de tudo o que ocorreu entre ele e Ron Dennis em 2007, mostra que quando há interesse envolvido, tudo pode ser superado. Foi muito grave o que rolou naquele ano, envolvendo chantagens, ameaças e muita briga. A McLaren perdeu muito com tudo aquilo, inclusive o mundial de pilotos, que estava em suas mãos. Mas Dennis e Alonso até posaram para fotos abraçadinhos na sede da equipe hoje. Então, se está tudo bem para eles, fica tudo bem para os fãs também.

O fato é que essa é a ultima chance para Alonso dar rumo final a uma carreira que caminha para terminar com menos resultados do que deveria. E isso se deve, e muito, à forma como ele saiu da McLaren em 2007, tendo que passar 2 anos numa Renault decadente. Na Ferrari, o espanhol não foi capaz de trazer o time à rotina de vitórias, que tinha ficado parada na era Schumacher, com um título de Raikkonen no meio do caminho.

Com a manutenção de Button, a Honda conta com três títulos mundiais na condução do seu projeto de retorno à Fórmula 1. É um bom negócio. Button pode não ser um às do volante, mas é um piloto extremamente eficiente, já trabalhou com os japoneses e tem ótimo relacionamento com a equipe. Além disso, numa Fórmula 1 em que adolescentes de 16 anos já são capazes de mostrar serviço, é importante que tenhamos outros nomes de peso no grid.


A princípio, Alonso, Button, McLaren e Honda formam um time de peso, mas no papel, por enquanto. Teremos que esperar para ver como essa engrenagem vai funcionar na prática. 

2014 em revista: Sebastian Vettel


Não me lembro de já ter visto um piloto que carrega o número 1 no seu carro ter um desempenho tão fraco como foi o de Sebastian Vettel, na temporada 2014. Talvez Damon Hill, em 1997, mas o inglês deixou a Williams, onde havia se sagrado campeão, para encarar um projeto ousado na Arrows. E, claro, era Damon Hill. Mesmo assim, quase venceu o GP da Hungria daquele ano, o que seria uma façanha memorável.

Mas Vettel, depois de 4 títulos consecutivos que o colocaram entre os monstros do esporte a motor, permaneceu na RedBull, tinha a equipe toda trabalhando a seu favor e corria ao lado de Daniel Ricciardo, recém chegado da Toro Rosso, com poucos resultados. Sabia-se, desde a pré-temporada, que a equipe austríaca não repetiria o domínio dos anos anteriores, mas esperava-se que Vettel fosse o cara que poderia ameaçar as Mercedes.

De fato, a RedBull mostrou uma incrível força para superar os problemas nos testes, apresentou um carro razoável, mas a estrela de Sebastian se apagou em 2014. Viu Ricciardo marcar a maior parte dos pontos da equipe e, em nenhum momento, ameaçou o reinado do companheiro. Fez algumas boas corridas, com destaque para o GP da Espanha mas, de resto, sumiu no meio do pelotão.

É injusto avaliar usar uma temporada com tantas mudanças no regulamento para colocar um ponto de interrogação sobre o talento de alguém que tem quatro títulos mundiais, mas Vettel deixou um cheiro estranho no ar. Os grandes pilotos são aqueles que se viram com carros medianos também, e que têm recursos de sobra para tirar de equipamentos ruins aquilo que eles não têm.

Foi a primeira vez, desde que começou sua série espetacular de títulos, que Sebastian enfrentou problemas reais e não foi capaz de sair desta situação. Tanto que saiu da RedBull com certa tranquilidade, ninguém lá parecia desesperado por perder seu piloto.

Bem, se Sebastian Vettel precisa mostrar ser capaz de obter bons resultados, mesmo com equipamento limitado, a Ferrari é a casa ideal para isso. Tomara que ele consiga superar também a turbulência interna da equipe. Só falta este degrau para que sua permanência no hall dos grandes campeões seja celebrada sem nenhuma sombra de dúvida.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

2014 em revista: Daniel Ricciardo


Lewis Hamilton foi o campeão, Nico Rosberg um adversário à sua altura, Valteri Bottas assombrou todo mundo e Fernando Alonso foi Fernando Alonso. Mas a temporada teve um nome: Daniel Ricciardo, o cara que conseguiu vencer três provas na temporada, de forma espetacular, com direito a ultrapassagens sobre as Mercedes no finalzinho das corridas.

Ele chegou a RedBull apenas como substituto de Mark Webber e a expectativa era de que ficasse a sombra do tetracampeão Sebastian Vettel. Com os problemas que a equipe enfrentou na pré-temporada, tudo parecia ainda mais desastroso.  Mas Ricciardo, que vinha de temporadas discretas na Toro Rosso, não quis nem saber. Deixou Vettel comendo poeira e foi a grande referência da equipe austríaca em 2014.

Dono de um estilo agressivo, Ricciardo desfilou todo o seu repertório de ultrapassagens ao longo da temporada, fazendo corridas de recuperação, sendo regular quando necessário, e atormentando a vida de Hamilton e Rosberg ao menor sinal de problema nas espetaculares Mercedes. Por causa de seu desempenho fantástico a RedBull conseguiu o vice campeonato de construtores, mesmo tendo um carro inferior à Williams.

Ricciardo foi além: em qualquer lugar do mundo, qualquer equipe sentiria a perda de um campeão como Vettel, que vai pilotar a Ferrari em 2015. Mas a RedBull não. Encarou com a maior naturalidade, pois descobriu um novo líder para o seu bem sucedido projeto de Fórmula 1.

Um líder jovem, carismático, bem humorado. A presença de Daniel Ricciardo fez bem à Fórmula 1 em 2014. E ele caminha a passos largos para se tornar um grande campeão.

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

2014 em revista: Williams


Todo mundo que gosta de Fórmula 1 acaba torcendo um pouco para a Williams. A equipe, que nos anos 90 produziu os mais espetaculares carros já vistos, se recusou a sucumbir à entrada das montadoras na F1, e pagou um alto preço por isso. Durante anos os carros de Frank Williams apanharam no fundo do grid, sofrendo com pilotos pouco expressivos.

Mas a Williams acordou em 2014, investiu pesado na estrutura da equipe e voltou a brilhar este ano. O FW36, além de bonito, provou ser um carro rápido e confiável e a Williams voltou a ter destaque, chegando a se colocar como fiel da balança na decisão do campeonato entre Lewis Hamilton e Nico Rosberg. Infelizmente faltou uma merecida vitória, mas ela deve vir, em 2015.

Com uma boa estrutura técnica, o próximo passo dos ingleses deve ser na parte tática da equipe, já que Valteri Bottas e Felipe Massa sofreram com as táticas desastradas e os pit-stops equivocados este ano. Aliás, diga-se, táticas nunca foram o forte da equipe, mesmo quando esta tinha os melhores carros do grid.

Mas isso não tira o brilho da Williams, a equipe que mais evoluiu entre 2013 e 2014. Sim, a Mercedes foi a melhor equipe do ano, mas já era uma equipe grande. A Williams fez apenas 3 pontos no ano passado e, este ano, chegou a impressionantes 320, o que a levou a terceira posição no campeonato. Não fosse o mau desempenho de Felipe na primeira metade da temporada, a Williams poderia ter brigado pelo vice campeonato.

O que só faz bem à Fórmula 1. A Williams é uma parte importante da história da categoria e precisa estar brigando na parte de cima da tabela, como foi este ano. E que continue assim.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

2014 em revista: Valteri Bottas



Valteri Bottas estreou na Fórmula 1 em 2013. Tinha fama de rápido, mas pegou um carrinho sem vergonha da Williams e pouco conseguiu fazer. Classificou-se em 3° lugar para o GP dos EUA, o que parecia uma façanha incrível, mas foi só. Dava toda a pinta de ser mais uma das inúmeras promessas que nunca vinga na categoria.

Mas em 2014 tudo mudou. A Williams investiu muito em infraestrutura e pessoal, e fez um carro espetacular, que a trouxe de volta ao grupo das grandes equipes. E, com esse carro, Valteri Bottas mostrou que é fera mesmo.

Correndo ao lado de um piloto experiente e com anos de Ferrari nas costas, o finlandês não se intimidou e fez um campeonato consistente, impondo um vantagem de 52 pontos sobre Felipe Massa ao final do ano, um número espantoso. E, mesmo quando o brasileiro chegou a sua frente, sempre tinha Bottas no encalço, pressionando.

Rápido, consistente e cometendo quase nenhum erro ao longo do ano, é difícil olhar para a temporada de Bottas e avaliar alguma corrida sua como razoável. Todas foram boas, sendo que na Alemanha, terminou em segundo lugar, à frente de Lewis Hamilton, segurando o inglês e o seu incrível Mercedes nas voltas finais.

Foi por meio das suas mãos, principalmente, que a Williams esteve, o ano todo, frequentando o pelotão da frente. Um desempenho que já coloca seu nome entre os principais da Fórmula 1, despertando, inclusive, o interesse da McLaren em certo momento. E, agora, já se fala que ele poderá substituir Raikkonen na Ferrari, em 2016.

Valteri Bottas foi, sem dúvida, um dos melhores pilotos de 2014. É um piloto credenciado a ganhar corridas e títulos, o que deve acontecer em pouco tempo.

domingo, 7 de dezembro de 2014

2014 em revista: Felipe Massa


Uma das maiores expectativas de 2014 era a respeito do desempenho de Felipe Massa na Williams. Após 8 temporadas na Ferrari, o brasileiro vinha de três anos lamentáveis na equipe italiana e estrearia numa equipe que já tinha sido grande e que há anos luta para voltar ao topo, sem sucesso.

Para espanto geral, os carros da Williams demonstraram um desempenho incrível e a equipe só não terminou a temporada em segundo lugar devido ao fantástico desempenho de Daniel Ricciardo na RedBull e à baixa de pontuação de… Felipe Massa!

Infelizmente essa é a realidade. Felipe terminou uma temporada na qual tinha o segundo melhor carro nas mãos apenas na sétima posição, e pior, 52 pontos atrás do seu companheiro de equipe, o finlandês Valteri Bottas.

Mas há algo que pode absolver o brasileiro: enquanto seu primeiro semestre foi horroroso, a segunda metade da temporada foi bastante proveitosa. Felipe fechou o ano com três pódios (Itália, Brasil e Abu Dhabi), e terminou o ultimo GP em ótima forma, chegando a pressionar o líder Lewis Hamilton, que tinha nas mãos o foguete da Mercedes.

Mas o fato é que a afirmação que se esperava de Massa em 2014 foi adiada para 2015. Se a Williams acertar a mão no carro novamente, Felipe terá uma raríssima terceira chance na carreira, já que deixou passar a segunda este ano. E, novamente, a expectativa sobre seu desempenho será grande. Vamos ver e torcer.

sábado, 6 de dezembro de 2014

2014 em revista: Mercedes


Ao se referir a 2014 é impossível não se recorrer ao clichê de dizer que foi um ano prateado. De tempos em tempos surgem equipes dominantes na Fórmula 1, mas são poucas as vezes em que se pode dizer que o domínio foi tal, que tornou humilhante a participação das outras. Foi assim com a Mercedes este ano, num desempenho comparável à McLaren, em 1988, e à Williams em 1992.

A equipe contou com o melhor motor da temporada, o seu, um chassi absolutamente equilibrado, dois pilotos espetaculares e um excelente time fora da pista. Uma receita de sucesso que resultou em 16 vitórias, com 11 dobradinhas e 18 poles position. Somente devido a falhas em seu equipamento, ou a vacilos dos pilotos, a Mercedes viu Daniel Ricciardo obter 3 vitórias e Felipe Massa marcar uma pole position, na Áustria. De resto, a equipe foi sempre um segundo mais rápida do que as outras, praticamente criando uma Fórmula 1 a parte, entre Hamilton e Rosberg.

É claro que um domínio desses, com dois pilotos em níveis semelhantes, geralmente resulta em egos inflados. E a Mercedes viveu esse problema intensamente em 2014. Após o GP de Mônaco, a tensão entre Rosberg e Hamilton aumentou a cada corrida e a equipe precisou agir.

A princípio, optou por fingir que nada estava acontecendo, o que acabou resultando numa ordem de equipe absolutamente esdruxula no GP da Hungria, quando solicitaram que Hamilton desse passagem ao companheiro. A resposta de Lewis foi até muito educada, ao negar o pedido.

Mas aí veio o GP da Bélgica, quando Nico resolveu jogar duro, furou o pneu do companheiro e provocou a ira da cúpula do time. Os dirigentes se posicionaram contra o alemão e derrubaram o ímpeto de Rosberg na luta pelo título. Garantiram o campeonato com Hamilton, mas a luta entre os dois, que poderia ser épica, acabou sendo eclipsada.

A Mercedes largou na frente em 2014, principalmente por ter entendido melhor o novo regulamento. Mas, para 2015, terá que trabalhar mais se quiser manter o domínio. E terá cuidar muito do clima interno, sem matar o espírito de competição dos pilotos. Um grande desafio para o time dos sonhos da atual Fórmula 1.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

2014 em revista: Nico Rosberg


A impressão que tenho, repensando a temporada excepcional de Nico Rosberg, é a de que ele talvez tenha exagerado na dose. Sua percepção de que para derrotar Lewis Hamilton seria necessário jogar muita pressão psicológica em cima do companheiro, foi perfeita. Ele pode negar até a morte, mas tenho certeza que foi isso que o levou a estacionar o carro no treino para o GP de Mônaco e garantir a pole e a vitória naquela corrida, parando uma reação que o seu companheiro de equipe havia conseguido no campeonato.

Demonstrando segurança, Rosberg ponteou o campeonato com autoridade mas, no GP da Bélgica, Nico jogou duro demais contra Lewis e levou a Mercedes a agir. Rosberg foi podado pela equipe e sua segurança se apagou. Viu o companheiro vencer corridas em sequência e não teve como impedir o bi-campeonato de Hamilton.

Mas Rosberg mostrou que não é bobo. Não é mais piloto que Hamilton, mas conhece os pontos fracos do companheiro e sabe como derrotá-lo. Se souber dosar a malandragem em 2015 pode, novamente, fazer um belo campeonato. E, quem sabe, com o outro final.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

2014 em revista: Lewis Hamilton


É impossível não começar a falar sobre como foi o ano de 2014 na Fórmula 1, sem relembrar o que foi a temporada do campeão, Lewis Hamilton. Aliás, sem falar na sua trajetória na categoria, que é curiosa.

Quando começou em 2007, Hamilton parecia um rolo compressor. Estreou na McLaren, atropelando Fernando Alonso, já bicampeão. A ideia de Ron Dennis, na época, era fazer com que Alonso fosse uma espécie de instructor do inglês, mas Hamilton não tomou conhecimento do companheiro, e o resultado foi uma briga de proporções bíblicas, que culminou com a saída de Alonso da equipe.

Em 2008, Lewis manteve a boa performance e derrotou Felipe Massa na disputa pelo campeonato. Então veio o novo regulamento em 2009, a McLaren caiu e Hamilton foi junto. Sua carreira parecia estagnada, até que ele foi para a Mercedes e viu a equipe crescer substanciamente, já em 2013.

Veio então 2014 e, com um carro de outro planeta, o caminho estava aberto. Mas surgiu uma nova pedra no caminho: Nico Rosberg, seu amigo e companheiro de equipe. A briga entre os dois esquentou após o GP de Mônaco, quando Hamilton acusou o parceiro de causar uma bandeira amarela de propósito no fim do treino oficial, atrapalhando sua volta rápida.

A partir daí iniciou-se uma guerra na equipe Mercedes e Hamilton dava sinais de que cederia à pressão. Mas a hora da decisão mostrou quem é quem e Lewis exibiu sua toda a sua capacidade. Ao todo, foram 11 vitórias no ano, um número impressionante. E, depois do GP da Bélgica, Hamilton jogou o companheiro Rosberg nas cordas, deixando o alemão sem reação.

Bi campeão, ainda jovem, mais experiente e com o melhor carro. Lewis Hamilton tem tudo para se tornar o principal piloto inglês da história da Fórmula 1.

domingo, 23 de novembro de 2014

Merecido


Depois de 4 temporadas de domínio da Red Bull e de Sebastian Vettel, a Fórmula 1 tem um novo campeão: Lewis Hamilton confirmou seu favoritismo em Abu Dhabi, e conquistou o bicampeonato da categoria. Uma conquista merecida, especialmente pelo Hamilton fez após a corrida da Bélgica, quando a guerra entre ele e Nico Rosberg atingiu seu ápice. A Mercedes interferiu na briga e, seja lá o que tenha sido falado, fez bem a Hamilton, que emplacou 6 vitórias em 7 corridas, completando 11 no total. Nico venceu 5 corridas ao longo do ano.

Em Abu Dhabi, não houve a batalha épica que se prometia. Rosberg largava na pole e precisava que Hamilton terminasse em terceiro, caso ele vencesse a prova. Sua única chance seria um enrosco do inglês na largada, talvez até estivesse pensando em aprontar alguma na primeira curva, para colocar o companheiro em dificuldade. Mas Lewis largou muito bem, e Rosberg muito mal. O alemão patinou e ficou para trás.

Na volta 24 seu carro teve um problema no ERS, ele perdeu potência e se arrastou até o final, com enorme dignidade, para chegar em 14°. Foi uma pena que ele não tenha conseguido se mandar a frente na largada, porque o GP de Abu Dhabi teve um fator diferencial, que poderia ter ajudado o alemão: Felipe Massa, que fez sua melhor corrida desde 2008, talvez a melhor de sua carreira.

Rápido e constante, o brasileiro fez com que seus pneus durassem muito mais do que os dos concorrentes, e conseguiu colocar pressão em Hamilton. Sabe-se lá o que aconteceria se Massa estivesse lutando com ele pelo segundo lugar, com Rosberg em primeiro.

Fiquei com a sensação de que a intenção da Williams era ir até o final com apenas um pit-stop, mas quando viram que Hamilton viria para cima, resolveram levar Felipe para os boxes para colocá-lo no papel de perseguidor, e ainda garantir o segundo lugar caso não fosse possível a ultrapassagem. Foi um grande resultado para a Williams, que viu Valteri Bottas, novamente, fazer grande prova de recuperação, depois de largar mal, e chegar em terceiro.

Também vale menção a gigantesca prova de Daniel Riccardo, que largou dos boxes para chegar em quarto lugar. Se a Red Bull acertar a mão no carro para 2015, teremos um grande candidado ao título.

Por fim, fico com a imagem abaixo. Acima de toda a rivalidade que vimos este ano, fica o gesto de Rosberg, que foi cumprimentar o companheiro pela conquista. Um título disputado de forma dura pelos dois pilotos, que foram gigantescos no final. O esporte merece momentos como este.



sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Por um novo ciclo de vitórias


Um pouco atrasado, como de costume, mas ainda em tempo de comentar os anúncios da Ferrari, ontem pela manhã: sai Fernando Alonso entra Sebastian Vettel em 2015. O tetracampeão assinou um contrato de 3 anos com o time italiano, e vai fazer dupla com Kimi Raikkonen. Não foi surpresa, mas é sempre bom esperar o anúncio oficial antes de comentar.

Sobre a saída de Alonso, muitos agradacementos, juras de amor eterno. O espanhol disse que se tornará um torcedor dos carros vermelhos. Legal, mas a verdade é que as cinco temporadas do espanhol na Ferrari não foram exatamente como a torcida e a equipe italiana sonhavam. Foram 11 vitórias e 2 vice campeonatos, em 2010 e 2012.

A impressão que fica é que a Ferrari viu em Alonso um pontencial novo Schumacher, aquele poderia dar início a um novo ciclo de vitórias para a equipe. Mas Alonso viu a Ferrari como a salvação da lavoura, já que tinha poucas perpectivas na Renault, havia brigado na McLaren e a Red Bull ainda era uma incognita. A equipe italiana se apresentava como a chance de pegar um carro campeão e trilhar o rumo dos títulos.

Mas não é assim que acontece na Ferrari. Salvo exceções, para se tornar vitorioso lá, é preciso saber lidar com o clima da equipe, construir, de fato, um time campeão. Como fez Schumacher.

E é como a Ferrari espera que possa fazer Vettel. Aos 27 anos, tetracampeão do mundo, não precisa de pressa para ganhar títulos. Já ganhou muitos e tem tempo de sobra para ganhar outros. Portanto, pode dar início a um trabalho semelhante ao que foi feito a partir de 96.

Será uma chance para que o tetracampeão mostre que pode ser competitivo sem a proteção dos austríacos da Red Bull. Simpatizo com pilotos que fazem movimentos tão bruscos na carreira. É um sinal de que não há comodismo, que existe a disposição para arriscar.

Se vai dar certo, só o tempo vai dizer. Mas é uma movimentação interessante para dar uma agitada na Fórmula 1, que anda tão cansativa.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Para relembrar: Austrália/94

Schumacher e essa coisa linda que era a Benetton B194

Foi num dia 13 de novembro, há exatos 20 anos, que Michael Schumacher conquistava o primeiro de seus 7 títulos mundiais, no GP da Austrália, que era disputado em Adelaide. Era um ano em que o alemão sobrava na turma, e parece estranho que a conquista tenha vindo apenas na última etapa do campeonato de 94.

Numa temporada triste, marcada pelas mortes de Ayrton Senna e Roland Ratzenberger, a Fórmula 1 ainda via as equipes sofrerem com o regulamento, que tinha sido radicalmente alterado em relação aos anos anteriores, produzindo um campeonato de provas bem monótonas (opa, alguém lembrou deste ano?). A Benetton entendeu melhor as regras, produziu um carro excepcional e ainda contava com Schumacher em ótima forma, pronto para adentrar a galeria dos grandes campeões.

Mas tudo começou a ruir quando o alemão fez a volta de apresentação do GP da Inglaterra à frente do pole position Damon Hill (manobra que, diga-se, ele já havia feito no GP do Brasil). Schumacher não obecedeu à bandeira preta recebida durante a corrida e foi desclassificado. E mais: seria banido de duas corridas até o final da temporada.

Mas ainda não tinha acabado: na Bélgica, irregularidades no assoalho de sua Benetton o levaram a uma nova desclassificação. As duas corridas de punição foram Itália e Portugal, GP`s vencidos com facilidade por Damon Hill. A Williams havia encontrado um acerto melhor para o problemático FW-16, principalmente após a participação de Nigel Mansell no GP da França, que apontou o caminho das pedras para que a equipe melhorasse o chassi que tanta dor de cabeça havia trazido para Ayrton Senna no início do campeonato.

Com todas essas confusões, Schumacher e Hill chegaram ao GP da Austrália separados por um ponto, com vantagem para o alemão. Mesmo assim, o título de Schumacher parecia uma barbada, já que Hill continuava a mostrar-se um piloto apenas mediano, parecendo estar ali por falta de alguém melhor.
Mas o que vimos foi diferente. Desde a largada, Damon Hill encarou o forte ritmo imposto por Michael Schumacher na ponta (Mansell havia largado na pole, mas arrancou de forma lamentável) e pressionava o alemão o tempo todo.

O momento decisivo da
temporada de 94
E foi logo após o primeiro pit-stop que ocorreu o momento decisivo: Schumacher cometeu um erro, tocou o muro e quando voltou a pista, ainda a frente de Hill, viu o inglês colocar a Williams por dentro para ultrapassar. O alemão jogou a Benetton para cima e destruiu o braço de suspensão do carro de Damon, que ainda tentou alguma coisa nos boxes, mas em vão. Schumacher parou na barreira de pneus e comemorou ali seu primeiro título mundial. Mansell herdou a ponta e venceu o GP, seu ultimo triunfo na Fórmula 1.

Não é uma maneira bonita de se ganhar um campeonato, mas no caso de Schumacher sempre achei que FIA pegou pesado nas punições que aplicou a ele para que a disputa fosse prolongada até a última prova. Ninguém mais do que ele, disparadamente o melhor piloto do grid, merecia ganhar o campeonato.

A manobra deu início a uma certa rivalidade entre ele e Hill, mas o inglês nunca foi um adversário a altura. Ele se sagraria campeão em 96, quando a Williams produziu um carro muito melhor do que todos os outros. Damon Hill encerrou a carreira em 99, na Jordan. Já Michael Schumacher ainda venceria o campeonato seguinte, na Benetton, e dominaria o início dos anos 2000 na Ferrari, tornando-se heptacampeão mundial, o maior piloto de todos os tempos, uma lenda do esporte.

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Desapeguem

Alguns pitacos sobre a transmissão que a Rede Globo fez do GP do Brasil, no ultimo domingo. Há um limite entre o que é aceitável e o que não é para se conseguir audiência e é por essas e outras que não considero nenhuma tragédia se a Globo decidir deixar as transmissões somente a cargo do Sportv.

Em primeiro lugar, o locutor: há pelo menos cinco anos, vem ficando cada vez mais claro que Galvão Bueno perdeu a mão. Basta assistir à alguma corrida antiga, mesmo as que eram disputadas por Ayrton Senna, para perceber que o locutor abandonou de vez o profissionalismo para adotar uma postura de torcedor de arquibancada. Sua narração do pit-stop de Valteri Bottas, torcendo loucamente para que algo desse errado é, desde já, um dos mais constrangedores momentos da crônica esportiva.

Narrar uma corrida, ou qualquer esporte, é transmitir as informações, traduzir o que está se passando na tela, levando a emoção do momento ao telespectador. Galvão não narra mais as corridas. Não narra as ultrapassagens, sequer sabe o que está se passando na pista. Sua preocupação é justificar todo e qualquer movimento de Felipe Massa, procurando desculpas para os erros e tentando fazer parecer que os feitos são maiores do que são. E, verdade seja dita, Reginaldo Leme aparentemente cansou de fazer o “advogado do diabo”, e também entrou nesse clima, o que é uma pena.

A outra questão é a obssessão insuportável da emissora com Ayrton Senna. Sim, ele foi importante, foi um dos maiores gênios do esporte, parte importante da popularização do automobilismo no país. Mas morreu há 20 anos.

Ontem, Interlagos tinha as presenças de Nelson Piquet e do maior de todos, Emerson Fittipaldi. A abertura da transmissão foi toda dedicada a Senna e seu capacete estava na cabine de transmissão, como uma imagem a ser cultuada. Um objeto de devoção.

A Globo precisa desvincular a imagem de Senna da Fórmula 1. É por causa de bobagens desse tipo que ouvimos a todo o momento frases como “só assistia na época do Senna”, “na época do Senna era melhor”, ou “nenhum brasileiro presta, depois do Senna só tivemos pilotos horríveis”. São coisas que em nada ajudam, estabelecem um parâmetro desleal e contribuem para a audiência pífia que as corridas têm no Brasil.

É claro que homenagear grandes ídolos faz parte do show, mas já tivemos muitas homenagens a Senna em maio. O Brasil teve outros ídolos e, de certa maneira, viveu momentos relevantes na Fórmula 1 após sua morte. Momentos que não são reconhecidos porque a Globo faz questão de, indiretamente, desvalorizá-los, com essas demonstrações de nacionalismo barato, essa covardia que faz com todos os pilotos brasileiros que tentaram alguma coisa no automobilismo mundial, após a morte de Senna.

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Três vitórias pessoais


Os três primeiros colocados do GP do Brasil, disputado ontem em Interlagos, tinham muitos motivos para comemorar, por razões completamente diferentes.

Nico Rosberg, o vencedor, não ganhava uma corrida desde o GP da Alemanha, disputado no dia 20/07. De lá para cá, viu seu companheiro Lewis Hamilton vencer 5 corridas seguidas, virando um campeonato que parecia bem encaminhado. Na sua luta contra o parceiro, Nico ainda viu a equipe se colocar a favor de Lewis, censurando suas tentativas de desestabilizar o companheiro. Com a vitória, o campeonato continua em aberto. Mesmo Hamilton ainda sendo o favorito, sabe que não pode bobear em Abu Dhabi.

Já o inglês sabe que deu um passo importante para o título. Poderia ter vencido a corrida, caso não tivesse errado e rodado na volta anterior ao seu segundo pit-stop, mas soube administrar o segundo lugar e andou o tempo todo colado no companheiro, mostrando que é um piloto cada dia mais amadurecido.

E chegamos a Felipe Massa, o terceiro colocado. É verdade que ele tinha o segundo melhor carro da pista e qualquer resultado que não fosse o pódio seria desastroso. E Felipe conseguiu o que precisava: uma corrida correta, em bom ritmo e substancialmente melhor do que a do seu companheiro, Valteri Bottas. Ele ainda cometeu dois erros nos dois pit-stops, mas nada que comprometesse. Um resultado importante para dar um pouco de alento, tanto ao piloto, quanto ao torcedor brasileiro, depois de um ano tão difícil.

O GP do Brasil ainda teve excelentes exibições de Jenson Button e Kimi Raikkonen, boas corridas de Sebastian Vettel, Fernando Alonso e Nico Hulkenberg. Foi uma boa corrida, é verdade, mas nada excelente. É triste ver a Fórmula 1 largar para uma corrida que pode ser decisiva, como a de ontem, com um grid tão vazio, carros que não fazem barulho e pneus que com 4 voltas, já precisam ser trocados.

Já fui a Interlagos várias vezes e, das vezes que não fui, sempre assisti pela televisão com tristeza, por não estar lá. Ontem não. Em nenhum momento lamentei o fato de estar assistindo a corrida no sofá, ao invés de curtir o calor das arquibancadas do setor G. Continuo com aquela sensação de fim de feira, de que algo está faltando. Arrumem isso, por favor!

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Felipe Nars


Depois de 2 anos contando apenas com Felipe Massa, o Brasil voltará a contar com dois representantes no topo do automobilismo: Felipe Nars assinou contrato com a Sauber e correrá no time suiço ao lado de Marcus Ericsson.

Com um gordo patrocínio do Banco do Brasil e temporadas competitivas na GP2, Nars entra na Fórmula 1 pelas mãos de uma equipe séria e competente. A Sauber entende do riscado e, de vez em quando, acerta a mão no carro. Kimi Raikkonen, Felipe Massa e Heinz Harald Frentzen são exemplos de pilotos que começaram por lá e depois viraram alguma coisa.

É sempre uma boa notícia. A presença de mais um piloto aumenta a atenção ao esporte e não deixa de ser uma surpresa. Há anos o Brasil não investe na formação de pilotos e a chegada de alguém na F1, que não tenha sobrenome Piquet, Senna ou Fittipaldi, deve ser comemorada.

Para os ansiosos de plantão, recomendo calma. A Sauber, apesar de séria, é uma equipe de entrada. Se Nasr marcar alguns pontinhos, já estará no lucro. O lance é conseguir ser rápido e eficiente, e chamar a atenção das equipes maiores. Talento ele tem, já provou. Agora, nos resta torcer.

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Santa falência

Barrichello na Brawn, em 2009: essa deveria ter sido a despedida
E foi divulgado o que pode ter sido uma das explicações para a saída de Rubens Barrichello da Globo: o piloto iria disputas últimas três provas da temporada da Fórmula 1 pela Caterham. A informação foi revelada pelo jornalista inglês Adam Cooper, e foi confirmada pelo piloto. Sem dinheiro, a Caterham colocaria Rubinho no lugar de Kamui Kobayashi, contando com um gordo patrocínio levado pelo brasileiro. Mas com a saída de Colin Kolles, que havia comprado a equipe, e a volta de Tony Fernandes, o antigo dono, a Caterham desistiu do negócio.

Ainda bem. De fato, Barrichello não teve a despedida que merecia depois de disputar mais de 300 GP`s de Fórmula 1. Mas isso aconteceu porque ele não quis. A primeira chance, em 2009, era a ideal a meu ver. Tinha nas mãos um grande carro na Brawn, terminou aquele campeonato em terceiro lugar, com duas vitórias. Sairia por cima. Mas arrumou um contrato com a Williams para 2010 e 2011.

Passou esses dois anos lutando com um carro abaixo da crítica e ainda tomando sufoco dos companheiros de equipe que teve nessas temporadas, os então novatos Nico Hulkenberg e Pastor Maldonado. Aí, desperdiçou a segunda chance de se despedir, correndo em casa, por uma equipe tradicional. Entrou num leilão para ver quem tinha mais dinheiro e foi preterido para dar lugar a Bruno Senna, também na Williams.
Desde então, fala em voltar. Em 2012 negociou com a mesma Caterham para disputar o GP do Brasil. No ano passado, seu nome foi ventilado pela Sauber. E, dizem, este ano ofereceu-se como piloto reserva da Mercedes em Cingapura.

Não sou dos que achincalha Rubens Barrichello, pelo contrário. Acho que foi um piloto de Fórmula 1 dos melhores, habilidoso, rápido, muito raçudo. Foi parte importante do time dos sonhos da Ferrari, na primeira metade dos anos 2000, mas não era melhor do que Schumacher. O que não é demérito, ninguém foi melhor do que o heptacampeão. Sua primeira vitória na F1, no GP da Alemanha de 2000, foi uma das mais incríveis corridas que já vi um piloto fazer.

Mas sua carreira de piloto de F1 acabou. Hoje ele é líder da Stock Car, vem fazendo um ótimo campeonato. Não tem sentido armar uma “despedida”, andando no fundo do grid com um carro abaixo da crítica, pagando para correr. Ele não merece isso e nem a torcida, que tantas vezes foi a Interlagos para vê-lo correr.

Santa falência, essa da Caterham.

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Cadê a Fórmula 1?

Hamilton virou o jogo na Mercedes. Mas, quem se importa?

É bem difícil entender o que está acontecendo com a Fórmula 1 neste final de 2014. Aquela decisão épica que todos esperávamos, entre dois pilotos da mesma equipe, numa batalha que lembrava a rivalidade entre Senna x Prost, transformou-se numa espécie de fim de feira, um apagar de luzes sem graça. Na referida disputa, a rivalidade explosiva transformou-se num show de um homem só, Hamilton, contra um Rosberg resignado e conformado. E o resto? Grid vazio, poucas disputas, poucas notícias. As pessoas estão perdendo o interesse pela F1.

De que adiantou gastar os tubos nesse novo regulamento? Sim, tivemos algumas corridas boas, mas o resultado mais visível são carros bem mais lentos, silenciosos, e tão tecnologicamente avançados que o piloto se tornou uma peça a mais. Os carros são pilotados por engenheiros, que ditam o tempo todo o que fazer, como fazer, quando fazer. Tudo o que o fã de automobilismo odeia.

Há anos eu vinha falando sobre a forma como o dinheiro se tornava preponderante na categoria, transformando-a num jogo de interesses em que ninguém pode perder nenhum centavo. É esse jogo de interesses que fez a Mercedes intervir na animadíssima briga Rosberg x Hamilton após o GP da Bélgica, uma intervenção que, aparentemente, tirou todo o tesão do alemão na luta pelo título. Depois daquilo, só deu Hamilton (que é mais piloto, sem dúvida, mas vinha comendo o pão que o diabo amassou contra a frieza do companheiro).

Em Austin, uma pista fabulosa, apenas 18 carros largaram. Caterham e Marússia alegaram não terem condições financeiras de correr e nem devem mais voltar à F1. A Lotus e a Sauber estão no bico do corvo. A equipe suiça, vinha realizando um programa especial para colocar Simona de Silvestro na F1 ano que vem, o que seria uma ótima jogada de marketing e um atrativo para a categoria. Mas não teve grana para dar continuidade e anunciou a contratação do endinheirado Marcus Ericsson para 2015. Ele estava na Caterham e não mostrou nada, mas é rico e isso basta para os padrões de entrada atuais.

A F1 precisa se reinventar, esportivamente falando. Sim, é muito legal essa história de sustentabilidade, mas ela deve vir como pano de fundo do esporte, não como bandeira principal (e que sustentabilidade é essa, com esses carros caríssimos correndo para uma audiência pífia?). Mexer no regulamento, flexibilizar as determinações para que os projetistas possam colocar suas mentes para trabalhar, dar mais autonomia aos pilotos, adotar pneus de verdade, ao invés dessas porcarias que acabam em três voltas. Sei lá, é preciso fazer algo.

Bernie Ecclestone andou falando em mexer na distribuição financeira. É uma boa medida, mas só ela não resolve. E não é Ecclestone, 84 anos, quem vai ser capaz de mexer tão profundamente. A F1 precisa de cabeças que a entendam como esporte, não apenas como negócio.

Uma categoria esportiva que não tem graça, também não tem popularidade. E o caminho para o fim, nessa condição, é curto. Espero, sinceramente, que alguém esteja pensando no assunto.

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Chance de novos rumos


Rubens Barrichello não vai mais comentar corridas de Fórmula 1 na Rede Globo. A emissora anunciou ontem, por meio de um comunicado lacônico, no qual dizia que o contrato era para algumas corridas e que se encerrou agora. Às vésperas do GP do Brasil. Sei…

Mas, independente do que tenha ocorrido, acho que quem perde com isso é o telespectador. Sou jornalista, mas não tenho nada contra ex-atletas que passam a exercer a função de comentarista. Acho uma bobagem esse papo de que tira espaço de profissionais. Bons profissionais têm espaço, e esses que estão aí na TV, principalmente no futebol, não são bons jornalistas, na sua maioria.

É claro que é preciso um pouco de preparo e talvez isso tenha faltado a Barrichello. Mas, tirando suas fracas entrevistas no grid e algumas piadinhas sem graça, suas participações sempre me pareceram esclarecedoras. Rubens deixou a F1 em 2011, conhece muito bem o comportamento destes carros e, numa categoria com tanta tecnologia, é bom ter alguém que entenda dela para ajudar na transmissão. E não é Luciano Burti, que não corre de Fórmula 1 regularmente há mais de dez anos, que vai resolver.

Com a chegada de Barrichello, em 2013, a Globo parece ter tentado trazer para o Brasil o modelo de transmissão que a Sky Sports faz na Europa. Não deu certo, principalmente porque, ao contrário da Globo, a Sky é uma emissora fechada e tem muito tempo disponível para realizar a transmissão. É o velho problema da F1 no Brasil, transmitida por uma emissora aberta com enormes interesses comerciais e uma linha editorial questionável, que insiste em enganar o espectador fazendo parecer que ele não está vendo o que está na tela. Não tem ex-piloto que salve um negócio desses.

De qualquer maneira, a participação de Barrichello na transmissão parece ter engessado sua carreira na Stock, já que a Globo não admite que contratados seus apareçam em outras emissoras. Quem sabe, livre das amarras da empresa carioca, Rubens não consiga dar um novo rumo a sua carreira? Eu não me incomodaria em vê-lo numa eventual volta à Indy, por exemplo, categoria na qual ele ficou devendo bastante.

domingo, 12 de outubro de 2014

Virou o jogo


Seja lá o que tenha ocorrido após o GP da Bélgica, quando Rosberg e Hamilton atingiram o auge da rivalidade, o fato é que o inglês saiu mais forte do episódio. As conversas devem ter sido duras e, pelo que saiu na imprensa, a Mercedes ficou ao lado dele. E Rosberg, depois daquilo, não conseguiu mais manter o mesmo desempenho. Apenas em Cingapura, teve problemas. Na Itália, no Japão e na Rússia, foi engolido pelo companheiro.

Na chatíssima pista de Sochi, Nico confirmou que a pressão pesou nos seus ombros. Tentou ultrapassar Lewis de forma suicida na primeira curva, arrebentou com seus pneus, precisou trocá-los ainda na primeira volta e só conseguiu o segundo lugar porque a Mercedes tem um carro que é de outra categoria. Mais uma dobradinha da equipe no ano, que confirma o título de construtores, de forma inapelável e merecida.
Quanto ao título de pilotos, Lewis Hamilton caminha forte. A não ser que os azares que o atrapalharam na primeira metade do campeonato voltem a incomodá-lo. Na pista, está difícil bate-lo.

A pista de Sochi apresentou uma nova característica, a qual não estávamos acostumados. Com um asfalto muito gentil, permitiu que os pilotos optassem por apenas um pit stop e Rosberg, que parou na primeira volta, chegou ao fim com a borracha em boas condições. Só Felipe Massa parou duas vezes. O brasileiro adotou uma tática diferente, já que largava em 18°. Colocou pneus macios logo na primeira volta.

Vinha bem, até que empacou atrás de Sérgio Perez. A Williams então decidiu colocar um novo jogo de pneus no carro de Felipe, para que ele pudesse superar os adversários com maior facilidade. Não adiantou. Novamente empacado atrás do mexicano da Force Índia, Massa chegou apenas em 11°, tendo nas mãos o segundo melhor carro do grid, enquanto Valteri Bottas conseguiu mais um pódio. A corrida de hoje explica um pouco a diferença de pontos entre os dois na tabela. Definitivamente, o primeiro ano de Massa na Williams poderia ter sido bem melhor.

No mais, boas corridas da McLaren e de Fernando Alonso, enquanto as Toro Rosso tiveram desempenho discreto, após boa performance nos treinos. Mas foi uma corrida estranha, na Rússia. O acidente de Jules Bianchi e seu gravíssimo estado de saúde deixou a competição em segundo plano. Antes da prova, foi feita uma bela homenagem ao piloto, que segue no hospital, sem progressos. Tenho um amigo que é médico e ele me disse que o tipo de lesão que foi descrito no boletim médico, é irreversível. E os pilotos sabem disso.

A Fórmula 1 terá muito o que discutir sobre segurança e procedimentos extra-pista nos próximos meses.

domingo, 5 de outubro de 2014

Andrea De Cesaris


Para completar o fim de semana triste para os fãs do automobilismo, fomos pegos de surpresa com o falecimento de Andrea De Cesaris, o folclórico ex-piloto da Fórmula 1. Aos 55 anos, De Cesaris sofreu um acidente de moto numa estrada em Roma, e morreu instantaneamente.

Com a carreira fortemente ligada à Alfa Romeo, foi por essa equipe que ele estreou na Fórmula 1. Com algum destaque, chegou à McLaren em 81, mas a equipe passava por um momento difícil e De Cesaris foi dispensado no final do ano. Voltou à Alfa Romeo, onde conseguiu sua primeira e única pole position, em 82.

Depois disso passou por inúmeras equipes, como Ligier, Rial, Dallara, Jordan e Sauber, onde encerrou sua carreira em 94. Mas não foram os resultados que o tornaram conhecidos e sim a capacidade incrível de se envolver em acidentes bizarros.

Uma curiosidade: Andrea De Cesaris foi o primeiro companheiro de equipe de Michael Schumacher, na Jordan, em 1991. Schumacher estreou no GP da Bélgica daquele ano, substituindo Bertrand Gachot, o outro piloto do time. Na corrida, enquanto o alemão abandonou na primeira volta, De Cesaris andou como nunca e, faltando 2 voltas para o fim, foi traído pelo motor da Jordan, quando estava em segundo. Um pecado.

Um piloto que marcou uma geração de fãs de automobilismo e que se vai muito cedo. Uma perda muito triste.

Torcida por Bianchi

Em 2003 eu fazia um programa de automobilismo na Rádio Fumec (uma rádio universitária aqui de Belo Horizonte), juntamente com Fábio Campos e Luis Fernando Ramos. E, neste ano, fizemos a transmissão do GP do Brasil de Fórmula 1, com Luis narrando e eu e Fábio in loco no autódromo. Tudo improvisado, mas com muito profissionalismo.

Foi nessa corrida que houve um dilúvio de proporções bíblicas e que transformou a curva do Sol, do circuito paulista, num rio. Vários pilotos saíram ali. Numa dessas escapadas, entrou um trator para retirar o carro (acho que era a Jaguar, de Mark Webber) e, neste momento, Michael Schumacher escapou e por muito pouco não acertou o trator. O pentacampeão saiu do carro muito bravo e soltou os cachorros em cima da FIA. Com toda a razão.

E 11 anos depois disso, o que poderia ter ocorrido com Schumacher, ocorre com Jules Bianchi, 25 anos, piloto da Marússia. No GP do Japão deste fim de semana, um trator entrou na pista para retirar a Sauber de Adrian Sutil. Novamente, como há 11 anos, a corrida não foi colocada sob Safety Car e Bianchi acabou escapando, acertando em cheio o trator. A FIA não liberou imagens, mas pelas fotos, a Marússia passou por baixo do equipamento. Toda a parte de cima do carro foi arrancada. Jules Bianchi teve uma lesão cerebral, foi operado e segue em estado grave, porém respirando sem a ajuda de aparelhos. É uma ótima notícia, já que ele poderia ter sido decapitado.

Aparentemente a FIA não acredita muito em recados. É preciso que haja uma tragédia efetiva para que ela tome providências. É interessante que a FIA tenha passado anos transformando as areas de escape dos circuitos em espaços enormes, mas não tenha se atentado para o fato de que qualquer elemento estranho presente nelas, deveria ser motive para que o Safety Car entrasse na pista. Ainda mais numa curva veloz, e numa corrida sob chuva intensa.

Foi um fim de semana tenso, este do Japão. Mas diante de um acidente como este, tudo fica para trás. Agora, o melhor a fazer é torcer pela recuperação de Jules Bianchi.

sábado, 4 de outubro de 2014

Adeus asas

Vettel celebra seu quarto título mundial: parceria vencedora
com a Red Bull chega ao fim
Todo mundo esperava um anúncio da Honda sobre a contratação de Alonso, mas o que veio foi outro: Sebastian Vettel não corre pela Red Bull em 2015. O comunicado foi feito pela própria equipe, que disse ter sido avisada ontem. Christian Horner confirmou que Daniil Kvyat será o substituto do tetracampeão. E mais: disse que Vettel será piloto da Ferrari.

É a primeira peça a se mover, num quebra cabeça interessatíssimo. Fernando Alonso deixa a Ferrari e vai correr na McLaren. Vettel vai para o lugar do espanhol. De tudo isso, a única confirmação que temos até agora é a saída do alemão da Red Bull. Por isso, vamos comentar o restante somente quando saírem os anúncios oficiais.

Sebastian Vettel estreou na Fórmula 1 pela BMW, substituindo Robert Kubica no GP de Indianápolis de 2007. O polonês havia se acidentado no GP anterior, em Montreal, e a equipe chamou Vettel, que atuava como piloto de testes. Logo de cara, marcou pontos. Sua carreira era ligada à Red Bull desde o kart e a equipe tratou de levá-lo para a Toro Rosso na corrida seguinte, colocando-o no lugar de Scott Speed (que nome!).

O alemão permaneceu lá em 2008 e venceu de forma assombrosa o GP da Itália. Em 2009 foi para a equipe principal e o resto é história. Aos 27 anos Vettel já é tetracampeão e tem tempo de sobra para reconduzir a Ferrari ao caminho das vitórias.

A Red Bull vem tendo um ano difícil em 2014, talvez o mais conturbado de sua história na Fórmula 1. Primeiro foi o desempenho pífio do carro nos testes iniciais da temporada, o que atrasou seu desenvolvimento. Depois veio o anúncio da saída de Adrian Newey, que cansou desse regulamento cheio de travas, que a cada ano limita mais o trabalho dos projetistas. E agora perde o piloto que levou a equipe a ser uma das mais respeitadas da história da F1. De boa notícia mesmo, só o desempenho de Daniel Riccardo, este ano.

Não me lembro da equipe passar por um turbilhão tão intenso em sua breve história. Será um dos capítulos interessantes da F1 no ano que vem: como a Red Bull vai superar tantas perdas para voltar ao topo.

domingo, 28 de setembro de 2014

Crash

Parece que o pessoal que anda no antigo traçado de Nurburgring gosta de correr riscos...


terça-feira, 23 de setembro de 2014

Problemas decisivos

Mercedes recolhe o carro de Rosberg, antes da largada em Cingapura:
problemas mecânicos podem decidir o campeonato

A Mercedes vive uma situação curiosa em 2014: ao mesmo tempo em que tem, disparado, o melhor o carro do grid, capaz de possibilitar que Lewis Hamilton abra mais de 20 segundos de vantagem no fim do GP de Cingapura, estando com pneus gastos, sofre com a falta de confiabilidade do modelo. Mais uma vez, problemas mecânicos interferiram na disputa que seus dois pilotos travam pelo título.

Em Cingapura, foi a vez de Nico Rosberg, vítima de um problema em um cabo responsável pelas informações no volante do carro. Outra potencial dobradinha que se vai. Hamilton aproveitou e assumiu a liderança do campeonato, em um momento importantíssimo e decisivo.

Depois da corrida Toto Wolf demonstrou preocupação com relação aos problemas mecânicos que a Mercedes vem enfrentando em 2014. Seu raciocínio é simples: toda a boa imagem que a equipe vem construindo para a marca alemã, nesta temporada, pode ir por água abaixo caso o título seja decidido por um problema mecânico.

Bem, não há muitas dúvidas de que Rosberg e Hamilton chegarão a Abu Dhabi, a última etapa, disputando a taça e que teremos uma briga de foice entre os dois pilotos. E seria espetacular para a equipe que a decisão acontecesse na pista. Mas, ver um dos pilotos perder o campeonato devido a falha mecânica pode ser um tiro no pé.

Não sei também até que ponto isso pode atingir as vendas de Mercedes-Benz pelo mundo, acho que bem pouco, mas é melhor que não aconteça. Até mesmo a melhor equipe da F1 precisa conviver com problemas sérios, mesmo sabendo que o campeonato de 2014 será de um de seus pilotos e que o de construtores também já está praticamente liquidado. É isso que faz dessa uma grande temporada.

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Pelo fim do rádio

Prost tenta passar Piquet e os dois batem na Holanda, em 82:
se fosse hoje, os engenheiros não permitiriam a manobra

Eu tenho uma mania que me acompanha há muitos anos: adoro assistir aos “FIA Official Season Review”, aqueles videos que a FIA lança ao final de cada temporada, com um resumo do que aconteceu no ano. Até hoje tenho guardados os VHS de 87 até 91, com narração do Reginaldo Leme. Assisti essas fitas até gastá-las.

Mas o VHS perdeu espaço, eu sempre protelei o trabalho de digitalizar o material e já há algum tempo não conseguia assistir as fitas. Mas a Internet está aí para resolver todos os problemas da vida e, outro dia, achei todos os filmes oficiais da FIA, desde 1980 até a temporada de 2010. Estão com a narração original em inglês e são ótimos para treinar a lingua, portanto baixei e comecei a assistir.

Faço essa longa introdução porque ao assistir a esses videos, me chamou a atenção o fato de que, ao longo dos anos, os pilotos foram perdendo autonomia. Se, no início dos anos 80, tudo ficava nas mãos deles, cabendo aos engenheiros e mecânicos preparar o carro e fazer bons pit stops (além de definir a estratégia de corrida, junto com o piloto), a coisa veio mudando. Hoje, o piloto não precisa se preocupar com nada, a cada segundo da corrida vem o engenheiro no radio e diz o que e como ele deve fazer.

É por isso que sou totalmente favorável a proibição da comunicação por rádio. Seria uma maneira simples de se dar ao piloto poder de decisão, reduzir a incidência de jogos de equipe o tempo todo, enfim, dar a Fórmula 1 um ar de competição mais apurado, sem ter que mexer na tecnologia dos carros, o que poderia ser um retrocesso. Comunicação com o piloto, somente por placas.

Mas a FIA consegue fazer tudo de uma maneira torta e, para a próxima corrida, estabeleceu uma estranha e evasiva proibição: as equipes não podem passar dados técnicos para os pilotos. Bem, isso é o que as equipes fazem o tempo todo, passam dados técnicos, falam pro cara contornar a curva x do jeito y, informam que o pneu está desgastando mais na banda da esquerda, dizem que o espelhinho está desregulado, que o ar-condicionado não está na temperatura ideal, blá, blá, blá.

O resultado dessa ordem ridícula, será o seguinte, já adianto: a partir do GP de Cingapura, passaremos a ver uma série de mensagens cifradas, enganando o espectador e os comissários como se estes fossem crianças idiotas.

FIA, será que não seria mais fácil proibir logo o rádio? Seria mais honesto, mudaria a dinâmica das corridas, tornaria o esporte mais humano à medida em que dá ao piloto a possibilidade de tomar decisões sobre sua corrida, como era nos anos 80.

Será que é difícil fazer as coisas de um jeito mais simples?

domingo, 7 de setembro de 2014

O anti-clímax da disputa


Sim, o GP da Itália foi uma ótima corrida. O pelotão composto por Magnussen, Vettel, Bottas, Ricciardo, Alonso, Button e Perez produziu uma série de manobras de ultrapassagem incríveis, com destaque especial para Ricciardo, que vem se especializando em dar botes ao final das provas.

Mas a grande disputa esperada para o fim de semana não aconteceu. Quando Lewis Hamilton se aproximava de Nico Rosberg, logo após o pit-stop, o alemão cometeu um erro ao final da reta, passou reto (já tinha errado ali uma vez) e entregou a vitória de bandeja para o companheiro. Com o triunfo, Hamilton descontou 7 pontos e agora tem 22 de desvantagem para Rosberg. Ainda é uma grande diferença, mas com a regra da pontuação dobrada, prevejo que teremos uma etapa final, em Abu Dhabi, que ficará na história.

O pódio foi completado por Felipe Massa, que finalmente espantou o azar e conquistou um grande resultado. Felipe largou bem, foi prudente ao evitar um toque com Magnussen na primeira curva, utilizou a incrível velocidade de reta da Williams para ultrapassar o dinamarquês e pulou para segundo. Depois, foi ultrapassado por Hamilton, mas manteve um bom ritmo e não foi incomodado por ninguém.

Um resultado importante para ele e para a equipe que, com o quarto lugar de Valteri Bottas, ultrapassou a Ferrari no mundial de construtores e pulou para o terceiro lugar. A equipe confirmou sua dupla de pilotos atual para 2015, o que dará mais tranquilidade aos dois para buscar o segundo lugar no mundial.

Falando de Bottas, que corrida fez o finlandês. Largou mal, caiu para 11°, e foi passando todos os adversários. Depois a Williams, como sempre lamentável em termos táticos, o jogou de novo atrás do pelotão após a primeira parada e foi aí que ele protagonizou uma das grandes disputas da prova, com Magnussen. É um piloto espetacular esse finlandês, essa é a verdade.

Outro destaque, mais uma vez, foi Ricciardo, que ficou quietinho a prova inteira e, no final, com pneus em melhor condição, foi engolindo os adversários. E fez uma ultrapassagem de mestre sobre Vettel, no final da prova. Ricciardo é, até agora, o melhor piloto do ano.

A próxima corrida será em Cingapura, daqui duas semanas. E espero que lá as Mercedes finalmente possam se encontrar na pista, para outra disputa memorável.

domingo, 31 de agosto de 2014

Aprendendo a andar em círculos

Power x Hélio em Fontana: australiano supera deficiência em ovais
e é campeão da Indy

Will Power finalmente conseguiu seu primeiro título na Indy, depois de anos tentando e batendo na trave, graças à sua própria incompetência nos circuitos ovais. A Fórmula Indy oferece este tipo de alternativa: às vezes um piloto talentoso não se dá bem correndo em círculos e acaba não conseguindo sucesso na categoria. Esse parecia ser o destino de Power mas, neste fim de semana, em Fontana, ele mudou a escrita.

E mudou porque fez uma prova de gente grande. Largando na última fila, viu seu principal adversário, Hélio Castroneves, sair na pole. Era o prenúncio de uma decisão emocionante que acabou, infelizmente, sendo bem morna. Power, com muita paciência, veio ganhando posições uma a uma enquanto Helinho não conseguia desgarrar na ponta. O brasileiro, que sabe como ninguém como ganhar uma prova de 500 milhas, parecia estar guardando equipamento para o final. Mas um erro bobo na entrada dos boxes gerou uma punição e pulverizou as chances de Helio conseguir seu primeiro título. Ficou com o vice campeonato e completou a dobradinha da Penske na tabela, algo que não acontecia desde 1994, quando a equipe terminou o ano com Al Unser Jr. campeão e Emerson Fittipaldi vice.

A corrida de Fontana foi vencida por Tony Kanaan, uma vitória importante do brasileiro, que enfrentou um ano difícil na sua nova equipe, a Ganassi. Acredito que essa vitória dará ânimo extra ao brasileiro para que ele entre 2015 com chances na disputa pelo título. Talento não lhe falta.

Quanto a Hélio Castroneves, é uma pena que não tenha conseguido, mas foi apenas a repetição de um filme que já conhecemos. Particularmente, considero-o um bom piloto e nada mais. Há anos que ele começa o ano bem e, na hora da decisão, acaba sendo superado por algum adversário. Mas tem muita moral na Penske, o que deve lhe garantir mais alguns anos de contrato com uma das melhores e mais tradicionais equipes da Indy.

Gostei do ano da categoria, a Indy vem tentando criar atrativos e é inegável a criatividade dos dirigentes. É uma categoria que carece de um pacote técnico mais variado e tem alguns pilotos de qualidade duvidosa. Mas alguns traçados são absurdamente mais desafiadores do que os da Fórmula 1, as corridas não são nada previsíveis e, claro, temos Indianápolis.

Quem sabe em 2015, com Kanaan e Castroneves fortes, não voltamos a ter um brasileiro campeão por lá? A chance é grande.

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Mercedes cavou o buraco


Rivalidades entre companheiros de equipe não são exatamente incomuns no mundo do automobilismo. Com carros iguais, pilotos que nem sempre são do mesmo nível costumam se engalfinhar na pista com alguma frequência. O que muda é a forma com que cada equipe lida com essas disputas.

Em 88 e 89 a McLaren deixou o pau comer entre Senna e Prost, até porque sabia que nenhum deles obedeceria nenhum comando. Viu os dois serem campeões, cada um em uma temporada. Quase 20 anos depois, a mesma McLaren mudou a postura no caso Alonso x Hamilton e partiu para a briga contra o espanhol, uma situação que eu nunca tinha visto. E acabou perdendo o campeonato de 2007, um ano em que tinha o melhor carro, e dois grandes pilotos.

Em 2010 foi a vez da Red Bull ter de contornar os problemas entre Webber e Vettel. E conseguiu, pelo menos, manter as aparências na base do bom humor, bem ao estilo dos austríacos.

O que nos traz a 2014 e ao duelo Hamilton x Rosberg, que a cada corrida atinge um novo patamar. Na Bélgica veio o primeiro toque entre eles, Hamilton teve um pneu furado e Rosberg perdeu o primeiro lugar ao ser obrigado a trocar a asa dianteira. De dobradinha certa da equipe a vitória de Daniel Ricciardo, um dos nomes do ano na Fórmula 1.

Depois da corrida, reunião e toda a equipe se volta contra Rosberg que, segundo quem estava neste encontro, admitiu ter batido de propósito. Algo que ele não confirmou para a imprensa.

Acho impossível que Rosberg tenha batido de propósito. Ninguém consegue ser tão cirurgico a 300 por hora, a ponto de encostar sua asa dianteira no pneu do carro da frente daquela maneira. Se pegasse roda com roda, poderia haver um capotamento. Mas, é bom lembrar, a reunião ocorreu logo depois da corrida, todos estavam de cabeça quente. Não acho difícil que Rosberg tenha sido colocado contra a parede e, furioso, tenha dito que bateu de propósito mesmo e que se dane.

Este novo capítulo só mostra que a Mercedes está bem perdida. Como pode Toto Wolf admitir que um piloto acertou outro de propósito e  a única providência que toma é anunciar que agora as ordens de equipe serão mais rígidas? Quem vai obedecer? Se estiverem faltando 10 voltas para acabar o GP da Itália, Nico estiver em primeiro com Lewis perto dele, o diretor vai pedir que mantenham as posições? E Hamilton vai obedecer isso? Tá aí uma coisa que eu quero muito ver…

A Mercedes cavou um buraco quando resolveu tratar publicamente uma crise que é interna. Desde Mônaco eles já não são um time, são dois, um lutando contra o outro. Resolver isso com ordens de equipe definitivamente não é a melhor solução e quem vai comendo pelas beiradas é a Red Bull. Teremos uma segunda metade de temporada das mais interessantes.

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Mais juventude, menos experiência


Geralmente, no intervalo entre os GP`s da Hungria e da Bélgica a Fórmula 1 enche os noticiários com boatos e confirmações sobre a troca de pilotos para a próxima temporada. Foi neste período, em 2013, que surgiram as primeiras informações da troca de Felipe Massa por Kimi Raikkonen na Ferrari.

Este ano a coisa estava mais morna, até que a Toro Rosso soltou um comunicado ontem, confirmando que Max Verstappen vai estrear na equipe em 2015, no lugar de Jean Éric Vergne. O filho de Jos Verstappen, que correu na F1 nos anos 90, vai completar 17 anos em Setembro. E sera o mais jovem piloto a correr na maior categoria do automobilismo.
Max é filho de Jos Verstappen,
que correu na Benetton em 94

Max está na Fórmula 3 europeia e, claro, deve ser muito bom piloto. Mas não tenho como comentar com profundidade pois não acompanho esta categoria. Apenas posso dizer que a experiência vem valendo cada vez menos na Fórmula 1.

Aquela velha receita, de juntar um jovem estreante, a um veterano na mesma equipe, para que o fedelho em questão possa “aprender os atalhos” já não vale de nada. E não vale porque esses garotos já chegam muito preparados, essa que é a verdade. Basta ver que, neste ano, Jenson Button vem tendo vida difícil contra Kevin Magnussen, e Felipe Massa está tomando uma surra acachapante de Valteri Bottas. Em 2011, Pastor Maldonado (vejam só…) aposentou Rubens Barrichello, na Williams. Trabalho que tinha sido iniciado por Nico Hulkenberg, um ano antes.

Pessoalmente, acho que o esporte em geral vem preconizando cada vez mais a ascensão de atletas ao topo das modalidades. Basta ver o futebol, e a forma como os clubes europeus carregam garotos de 9 ou 10 anos para jogar em Barcelona ou Madri, pagando salários altíssimos e dando a eles uma vida cheia de mordomias.

Um cara de 17 anos ainda não tem cabeça para chegar ao topo da carreira (e a F1 é o topo da carreira de um piloto), ganhar um salário milionário e acelerar um carro de Fórmula 1 em circuitos espalhados pelo mundo. É preciso ralar um pouco, passar aperto, provar que merece chegar lá não apenas por ser rápido em sentar e enfiar o pé no acelerador, mas porque sabe que a vida não é fácil, e é preciso dar valor àquilo que se conquista.

Quem tem 17 anos, ainda não sabe. Mas, é um caminho sem volta, este que o esporte tomou. Portanto, nos resta a curiosidade de ver o comportamento do piloto quando tivermos a largada para a primeira corrida de 2015.

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Mundo estranho



Terça feira à noite. No site da Revista Quatro Rodas, um furo: a Globo não transmitirá mais a Fórmula 1 a partir de 2015. É uma notícia bombástica, claro, são mais de 40 anos de transmissão da categoria em TV aberta e milhões de reais em cotas de patrocinadores, certamente interessados em renovar para o próximo ano.

A repercussão começa na Internet, redes sociais e blogs. O link com a notícia sai do ar. No intervalo da novela das 9, um dos espaços publicitários mais caros que existem, a Globo coloca uma vinheta de Fórmula 1, estampando a marca de todos os patrocinadores e o texto: “Fórmula 1 é só aqui na Globo”. Hoje a  notícia volta ao site da Quatro Rodas, mais amena e com a negativa da emissora, dizendo que a transmissão segue normalmente em 2015.

Vivemos num mundo bem estranho. O jornalista da Quatro Rodas, Marcos Sérgio Silva, certamente tem informações privilegiadas que o levaram a publicar a notícia. É certo que a não transmissão foi ventilada pela emissora. Mas o que o levou a mudar? Certamente, também, a pressão da próprio Globo, que deve ter sido bombardeada pelos patrocinadores e até por gente da FOM, que negocia os direitos da F1. Por isso a Globo levou ao ar uma chamada solitária da F1 no meio da sua novela. Imagino que celulares devem ter tocado bastante na noite de ontem. É o mercado publicitário mandando no Jornalismo, como vem acontecendo cada vez mais. Você tem a informação, mas pode se comprometer por publicá-la. Se for num site de uma grande empresa então, como a Editora Abril, nem pense nisso.

De qualquer maneira, não nos assustemos. A Fórmula 1 vai sair da grade da TV aberta em breve e, com essa notícia, talvez tenhamos que pensar em uma brevidade ainda maior. Talvez no ano que vem, mesmo. E o motivo é simples, como já debatemos: a F1 não é um produto adequado para a TV aberta.

A última vitória de um brasileiro por lá foi em 2009. Nosso único representante está em má fase há pelo menos quatro anos e não há nenhum indício de que teremos alguém em condições de resgatar o interesse do grande público, que quer ver mesmo esportes nos quais os brasileiros ganham.
Deixemos a F1 para quem entende, compreende e gosta dela de verdade. Sem dramas.