terça-feira, 29 de setembro de 2015

Grosjean na Haas, em 2016



A movimentação do mercado de pilotos para 2016 vinha sendo bem pouco interessante este ano, até que a Haas, nova equipe da F1 no ano passado resolveu colocar um pouco de sal na mistura: anunciou que terá Romain Grosjean como um de seus pilotos para o próximo ano. O outro piloto ainda não foi anunciado, mas deve ser indicado pela Ferrari, e tudo leva a crer que Esteban Gutierrez assume o volante do outro carro.

Com isso, a Lotus fica com uma boa vaga disponível. Se for comprada pela Renault, o que deve acontecer, torna-se ainda mais interessante. Quem poderia ir para lá? Alonso? Button? Algum jovem talento da GP2? Será interessante ver essa movimentação.

Quanto a Grosjean, é um piloto que merece muito crédito. Começou na F1 em 2009, substituindo Nelsinho Piquet na Renault, mas não engrenou. Teve sabedoria para voltar atrás, retornar a GP2, vencer um campeonato e voltar à mesma Renault, que já era Lotus (essa equipe é uma confusão só!) pela porta da frente em 2012.

E é legal acreditar no projeto da Haas, uma equipe que vem se preparando há muito tempo para ingressar na F1, ao contrário das nanicas HRT (que foi Hispânia), Catheram (que foi Lotus) e a Marússia (que entrou como Virgin e foi a única a sobreviver até hoje).

Certamente será um primeiro ano difícil, mas com futuro promissor. Aos 29 anos, Grosjean tem tempo, experiência e talento para fazer da Haas uma equipe vencedora. Torço para que dê certo.

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Sono define

McLaren sofrendo com pressão da Toro Rosso: é a "nova" F1 meus amigos

“Temos um motor de GP2”, berrou Alonso no rádio, durante o GP do Japão, ao ser ultrapassado por Max Verstappen na reta, como se estivesse parado. Na casa da Honda, o espanhol perdeu a paciência com os japoneses e soltou o verbo sem dó. E dó é o que dá no espectador de ver McLaren e Honda, duas gigantes da categoria, com dois campeões do mundo sentados no cockpit completamente inertes, sendo devorados por carros de equipes como Toro Rosso, Sauber e Force Índia.

Culpa desse regulamento horroroso, que obriga os fabricantes a produzirem motores, ou unidades de força, incompreensíveis, que levam anos e anos de adaptação para conseguirem algum resultado. Veja a situação da RedBull, agora: uma equipe com muita grana, rompida com a Renault, tendo que mendigar motores para a Ferrari, em 2016. Seria uma hora ótima para atrair novas fábricas como Audi, Toyota, BMW, e tantas outras. Mas quem é que vai querer entrar numa bricandeira dessas, caríssima e nada promissora?

Aliás, o GP do Japão foi meio que uma síntese do que é a Fórmula 1 atualmente. Uma corrida insípida, sem emoções, com pilotos passivos, sem poder fazer nada mais do que os seus carros permitem. A única exceção foi Max Verstappen, que animou um pouco a madrugada com algumas ultrapassagens. De resto, uma chatice só.

Isso nem seria problema, se fosse uma exceção. Mas não é. E quando se vê Nico Rosberg, largando na pole, depois de conseguir descontar 12 pontos para Lewis Hamilton em Cingapura, fazer uma largada e uma corrida como a que fez em Suzuka, aí é para desanimar mesmo. Um campeonato sem disputa é aceitável, se as corridas forem boas. Corridas chatas são aceitáveis, se a disputa pelo título estiver pegando fogo. Mas corridas chatas e campeonato dominado por apenas um piloto, aí é dose.

Pela primeira vez, em muito tempo, acabei dormindo durante a corrida, de forma involuntária. Foi por isso que só consegui postar hoje, inclusive, pois tive que rever a prova. E olha que gosto das provas de madrugada, mas essa foi impossível acompanhar.

É Fórmula 1, você já perdeu a audiência daqueles que só assistiam de vez em quando. Está querendo que a turma que gosta mesmo de automobilismo te abandone também?

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Corrida esquisita coloca Vettel na briga

Mercedes escondidas na largada do GP de Cingapura: um GP bem estranho

Corridinha esquisita essa de Cingapura. Ferrari e RedBull dominando, Mercedes como terceira força, batida boba envolvendo dois pilotos experientes, piloto de 17 anos desobedecendo ordem de equipe. Vamos por partes então.

A começar pelo estranhíssimo desempenho da Mercedes. Sim, é normal uma equipe ter dificuldade em uma ou outra pista, já vimos isso acontecer com a própria Mercedes nos dois últimos anos. Mas, pela primeira vez, desde que se tornou a grande força da Fórmula 1, a equipe alemã se tornou coadjuvante em uma corrida, sem mostrar potencial sequer para incomodar os líderes, em momento algum. Ninguém conseguiu entender o desempenho de Lewis Hamilton e Nico Rosberg, nem os próprios. Com Lewis abandonando, Nico acabou lucrando, conseguindo o quarto lugar e descontando 12 pontos na tabela.

A má notícia para o alemão, no entanto, foi a vitória arrasadora de Sebastian Vettel, que mostrou a velha classe de um tetracampeão ao passear pelas ruas de Cingapura com a sua Ferrari. Vettel tem 8 pontos a menos do que Rosberg e, a se considerar a temporada ruim que o piloto da Mercedes vem fazendo, é bastante viável pensar que a Ferrari pode sonhar com seu piloto como vice campeão. Nico precisa abrir o olho. Um vexame desses não vai contribuir em nada para o seu futuro na F1.

No pelotão do meio, Felipe Massa e Nico Hulkenberg se meteram numa batida ridícula, digna de dois principantes. O brasileiro vinha saindo dos boxes, após outro trabalho lamentável da Williams, e foi acertado por Hulkenberg, que fez a curva como se não houvesse ninguém ali. Achei que os dois foram culpados, mas Nico forçou a barra mais do que devia. A FIA concordou e puniu o alemão, o que consegue ser mais ridículo do que a batida. Alô pessoal da FIA, batidas acontecem em corridas. Hulkenberg se deu mal e abandonou a prova. Precisa de punição extra? Vão todos à merda.

No final, ainda tivemos Max Verstappen soltando um sonoro não à Toro Rosso, depois que a equipe pediu que ele deixasse Carlos Sainz passar para que o espanhol tentasse atacar Sérgio Perez. Muito legal, uma atitude digna de um grande piloto (e, aliás, que corrida fez Max Verstappen, depois de ficar parado na largada), mas vamos com calma. Meu amigo Ron Groo, postou uma coisa no Facebook com a qual concordo: negar uma ordem da Toro Rosso é bem diferente de negar uma ordem da Ferrari, da Mercedes, ou mesmo da RedBull.

Por último, um comentário sobre transmissão: a Globo não transmitiu o treino, o que levou muita gente a faniquitos, alguns delirando porque várias mensagens ofensivas foram postadas na página da emissora. Onde está a surpresa? Em 3 ou 4 anos, suponho, a F1 não estará mais na Globo. E eu continuo com o mesmo posicionamento: se é para ouvir Galvão Bueno comentar “o choro é livre”, após o anúncio da punição a Hulkenberg, é melhor que a TV a Cabo assuma logo o comando do negócio. Dou 3 corridas nessa situação para que todos dêem graças a Deus de terem ficado livres desse tormento chamado Globo.

domingo, 6 de setembro de 2015

Hamilton e a contagem regressiva



Como é chato um campeonato sem disputa. Uma semana depois de vermos Juan Pablo Montoya perder o título da Indy, para Scott Dixon, pelos critérios de desempate, somos obrigados a testemunhar mais um passeio de Lewis Hamilton que será campeão mundial pela terceira vez na carreira. E com requintes de crueldade: há poucas voltas do fim, quando já tinha mais de 20 segundos, a equipe pediu que ele conseguisse mais 5 segundos em virtude de uma eventual punição, que poderia surgir no final. Não surgiu, mas Hamilton apertou o da direita e cumpriu a ordem da Mercedes, cruzando a linha de chegada 25 segundos e uns quebrados a frente de Sebastian Vettel.

Contemplar um piloto na plenitude de sua forma, com um carro absurdamente melhor do que todos os outros até tem seu charme, mas a F1 já está há três temporadas nessa. Vai cansando. E nem mesmo Nico Rosberg, montado na mesma Mercedes, é capaz de se aproximar de Hamilton. Esse fim de semana, na Itália, o desempenho do alemão foi pífio. Classificou-se apenas em quarto lugar e fez uma corrida em marcha lenta, dependendo de pit-stops para ultrapassar os carros da Williams. No final, com a quebra de seu motor, Nico despede-se definitivamente da briga pelo título. Só um milagre poderia recolocá-lo na disputa novamente.

A Williams, por sinal, continua devendo a seus pilotos. Massa e Bottas, de contratos renovados, fizeram uma ótima corrida, mas a equipe, novamente com pit-stops desastrosos, os fez perder posições. O abandono de Rosberg salvou  o pódio merecido de Felipe Massa, que suportou de forma brilhante a pressão de Bottas no fim da prova.

Quem acabou aparecendo bem na corrida foi Kimi Raikkonen. Depois de brilhar nos treinos, conseguindo o segundo lugar, Kimi se atrapalhou na largada, caiu para último e teve que fazer uma prova de recuperação. Conseguiu terminar em quinto, um resultado bom numa temporada marcada por azares de todos os tipos.

E é o que tenho para comentar sobre o GP da Itália. A corrida foi monótona, com um final interessante, mas que em nada mudou no panorama do mundial: Hamilton ruma para um título fácil, para o azar de quem gosta de boas disputas. Fica para o ano que vem. Será?