segunda-feira, 31 de maio de 2010

É disso que a F1 precisa...

GP da Turquia: uma boa prova, sem fatores externos



Começo esta análise com uma pergunta: afinal de contas, o que vale mais em uma corrida? Ultrapassagens, brigas e disputas ou ver a eficiência de uma equipe dominando o campeonato? A segunda opção foi o que vimos durante anos e anos. Anos representados pela Ferrari, utilizando como símbolo a frase repetida mil vezes pelo “locutor rei”: “Tragam as crianças para casa”. E foi levando as crianças para casa que Raikkonen, Massa, Schumacher e Barrichello fizeram da Ferrari um time quase imbatível nos últimos anos. Mas também transformaram a Fórmula 1 num negócio chato, modorrento, pouco competitivo. Enfim, uma disputa entre camaradas.

E chegamos a este GP da Turquia, sem dúvida, uma das grandes corridas dos últimos tempos. E desta vez não teve chuva, não teve Safety Car, nada, nenhum fator externo. Teve, sim, Hamilton partindo para cima de Webber desde a primeira volta, devolvendo uma linda ultrapassagem de Button com outra linda ultrapassagem, teve Alonso batendo rodas com Petrov para garantir um pontinho a mais e diversos outros lances interessantes.

E teve, claro, o grande momento da temporada até aqui: a batida entre as duas Red Bull de Webber e Vettel. O alemão vinha em segundo, depois de ganhar a posição de Hamilton no Pit Stop. Atrás no campeonato, pressionado, fez o que se esperava dele, partiu para cima. Mas cometeu um erro de avaliação. Mark Webber não deixou espaço para o companheiro, se defendeu de forma leal e justa. Mas Vettel esperava que Webber abrisse, o que não aconteceu. Ao tentar voltar para tangência da curva encontrou o companheiro lá, eles bateram e a Red Bull entregou para a McLaren uma dobradinha que era toda sua. O australiano ainda conseguiu chegar em terceiro, pelo menos salvou a liderança do campeonato.

Uma manobra de ultrapassagem é arriscada por natureza, não há como negar. Mas quando acontece entre dois companheiros de equipe é preciso ter uma dose maior de atenção por parte dos envolvidos. Atenção que faltou a Vettel e que sobrou a Button, durante o segundo melhor momento da temporada até aqui. O atual campeão tentou ganhar a posição do companheiro, passou, os dois vieram lado a lado até o momento em que chegaram ao limite de uma batida. Jenson recolheu, salvou o segundo lugar e mostrou que é possível que dois companheiros disputem uma vitória sem causar prejuízo da equipe.

Temo que a imagem das Red Bull se chocando seja mais forte do que a bela disputa da McLaren. Mas que essa imagem não influencie às demais equipes a adotar a tal de “Tragam as crianças para casa” que a Ferrari imortalizou. A Fórmula 1 precisa de disputas como as que tivemos na Turquia.

Classificação Final (10 primeiros)

1º) Lewis Hamilton – McLaren Mercedes Benz
Combativo desde o início, deu um show na disputa com Button. Estranhamente parecia mais contido no pódio, mas isso é o de menos. Está na disputa pelo campeonato.

2º) Jenson Button – Mclaren Mercedes Benz
Continua mostrando que o seu forte é a inteligência durante a corrida. Foi até o limite na disputa com Hamilton mas soube a hora de recolher e garantir os 18 pontos.

3º) Mark Webber – Red Bull Renault
Sem culpa no acidente com Vettel. Mostrou que, além de estar pilotando muito, está com uma sorte dos diabos. Se tocar àquela velocidade e ainda conseguir continuar parece algo inacreditável.

4º) Michael Schumacher – Mercedes Benz
Combativo no início da prova e constante no final. Já está mais rápido que o companheiro. Gostaria muito de vê-lo nas disputas que estão acontecendo na ponta das provas. Pode chegar lá na segunda metade da temporada.

5º) Nico Rosberg – Mercedes Benz
Acompanha bem Michael Schumacher, mas não o supera como antes. Teve dificuldades no final da prova, com os pneus desgastados, mas se manteve bem.

6º) Robert Kubica – Renault
Sempre nos pontos, faz um campeonato para lá de digno. É outro que faz falta nas disputas da dianteira.

7º) Felipe Massa – Ferrari
Fraco, pouco combativo, burocrático. Felipe me parece fora de combate no momento. E o carro não ajuda.

8º) Fernando Alonso – Ferrari
Ele e a equipe cometeram um erro grosseiro na classificação. Largando no meio do bolo, teve que fazer outra prova de recuperação. Mostrou muita ousadia e técnica na disputa final com Petrov.


9º) Adrian Sutil – Force India Mercedes Benz
Outro que chegou aos pontos ultrapassando concorrentes e mostrando combatividade. Bela prova.

10º) Kamui Kobayashi – Sauber Ferrari
Na classificação, conseguiu passar ao Q3, o que é um grande destaque. Passou a corrida toda disputando posições e foi premiado com um ponto importante para a sua equipe.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Castroneves: quarta pole e uma dúvida


Hélio Castroneves: pela quarta vez, o mais rápido nos treinos de Indianápolis



Pela quarta vez na carreira, Hélio Castroneves vai largar na pole position em Indianápolis, o que não é pouco. As 500 milhas, prova mais tradicional do automobilismo, vão acontecer neste fim de semana. O brasileiro já ganhou três vezes lá e, mesmo sabendo que numa prova com quase 4 horas de duração todos os 33 pilotos que largam podem ganhar, dá para afirmar com uma certa segurança que Helinho é favorito a beber o tradicional leite após a bandeirada.

Isso levou o jornalista Victor Martins a fazer uma pergunta instigante em seu blog: seria Hélio Castroneves o melhor piloto brasileiro da era pós-Senna? Confesso que minha primeira reação foi de negar, até porque nunca tinha parado para pensar sobre isso. (aqui cabe um parêntese: não gosto do estilo de Helinho pelo mesmo motivo que não gosto do de Tony Kanaan. São dois pilotos que aceitam a derrota muito passivamente, estão sempre sorrindo. Podem reparar. Não acho que o cara tenha que sair socando a porta do motorhome quando perde, mas o atleta precisa ter “sangue nas veias”, se é que vocês me entendem. Kanaan, então, é um absurdo. Me lembro de uma corrida em que ele liderava quando, faltando duas voltas para o final, foi acertado por um retardatário. Quando chegou aos boxes estava sorrindo, dizendo que corrida era assim mesmo, tudo bem e vamos para a próxima. Ah, faça-me o favor.).

O fato é que, se não for Helinho, quem seria então o melhor brasileiro pós-Senna? De cara podemos tirar aqueles pilotos que não ganharam nenhuma corrida. Fiquemos então com os dois da F1: Rubens Barrichello é sem dúvida um grande piloto, habilidoso, rápido, conhecedor de carros. Mas se meteu na Ferrari, junto com Michael Schumacher, e foi estraçalhado pelo companheiro. Juntando isso com a pouca habilidade de Rubens no relacionamento com a equipe, com a torcida e com a imprensa, chegamos a um piloto com poucas possibilidades de se tornar um ídolo.

Felipe Massa é mais promissor. Pode não ser tão rápido quanto Barrichello, mas é mais inteligente, se relaciona bem com a equipe, é mentalmente mais bem preparado e não teve um companheiro de equipe que o destruísse. Se tivesse ganhado o título em 2008 (bateu na trave) certamente tornaria esta discussão improdutiva, mas não ganhou, e é isso que falta a ele. Depois daquele ano, a Ferrari ainda não se acertou, o brasileiro sofreu um acidente grave no ano passado e, este ano, tem um companheiro muito rápido que está andando na sua frente. Ainda acredito nele, mas por enquanto não briga com Helinho.

Na Indy podemos restringir a disputa a quatro pilotos: Cristiano da Matta, Gil de Ferran, Tony Kanaan e o próprio Helinho. O primeiro ganhou o título da Fórmula Mundial (ô nominho besta) em 2002 e arrumou uma vaga na Toyota, na Fórmula 1. Mas não se firmou, foi demitido, voltou para os EUA, se acidentou e saiu do circuito das categorias top.

Tony é rápido, foi campeão da Indy em 2004, está numa boa equipe, mas não me convence. Além do problema que já expliquei mais acima. E isso resume à disputa a Gil e Helinho. Uma disputa apertada aliás.

Gil é um dos melhores pilotos brasileiros que eu já vi. É rápido, conhece carros, batalhador, tem um estilo elegante, que lembra os grandes do automobilismo. E converteu a sua carreira em resultados: tem dois títulos na Fórmula Mundial e venceu as 500 milhas uma vez. Helinho não tem títulos (aliás, pouquíssimos na carreira toda) mas tem três 500 milhas o que, nos EUA, vale mais do que um campeonato inteiro.

Mas isso é nos EUA. Respeito muito as 500 milhas, mas acho que ganhar uma prova não atesta o talento de ninguém. Ganhar um campeonato sim. E continuo achando que falta a Helinho sangue nos olhos na hora de decidir um campeonato e isso pode estar ligado a este jeitão passivo do brasileiro. É por isso que respondo à pergunta do Victor Martins cravando Gil de Ferran como melhor piloto do Brasil depois de Ayrton Senna. Mas ainda torço para que tanto Helinho, quanto Felipe Massa, possam tomar este título dele.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Sobre decisões...

Nelsinho Piquet: do topo à base em menos de um ano


Se existe alguém que possa personificar a teoria de que uma decisão errada pode prejudicar uma vida toda, essa pessoa se chama Nelson Ângelo Piquet. Ao acatar a ordem do patrão Flávio Briatore, que o mandou jogar seu carro num muro da pista de Cingapura em 2008, para favorecer o seu companheiro de equipe, Nelsinho talvez não imaginasse que também estava jogando sua carreira praticamente no lixo. Sim porque vi, hoje, uma notícia de que o brasileiro, que há um ano era piloto de Fórmula 1, vai disputar uma etapa do brasileiro de Kart.

Kart. É isso mesmo. O cara que estava no topo do automobilismo, menos de um ano depois, volta à base. No mês passado ele também andou na Copa Montana, que faz parte dos eventos da Stock Car e tem disputado algumas corridas da divisão de acesso da Nascar norte-americana.

Pode parecer polêmico o que vou dizer mas, até para armar uma falcatrua, é necessário ter um certo “nome” no mercado. É óbvio que a idéia da farsa de Cingapura partiu de Flávio Briatore, um crápula histórico. Mas Briatore está na Fórmula 1 há anos, tramita neste meio como ninguém, tem relacionamentos e a maior prova disso é que foi perdoado pela FIA e já está novamente circulando pelos bastidores. Sou capaz de apostar que em muito pouco tempo, ele estará novamente no comando de alguma equipe e ninguém vai se lembrar do episódio ocorrido em 2008.

O caso de Nelsinho é diferente. Não foi punido pela FIA mas era um estreante, estava mal no campeonato, vinha em pleno processo de construção de uma imagem. Enfim, não tinha moral para reagir diante de um escândalo. Michael Schumacher estacionou seu carro no meio da pista de Mônaco para garantir uma pole position, na maior das caras de pau, mas é um heptacampeão mundial, foi punido, largou em último está aí, correndo até hoje. As equipes vão apostar em alguém como ele, mesmo sabendo de seu passado duvidoso. Mas não vão apostar em alguém como Nelsinho.

É triste que uma grande promessa do nosso automobilismo tenha chegado a este ponto. Por mais que diga que está correndo onde o deixa mais feliz, não posso acreditar que ele abra um sorriso ao olhar para a sua carreira e ver onde poderia estar hoje. E tudo isso veio a partir de um desastrado sim, a uma proposta absurda.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Estava demorando...

Procissão em Mônaco: só mesmo Schumacher para dar um jeito nisso


Em algum momento, a volta de Schumacher à Fórmula 1 traria uma polêmica. O alemão, especialista em lances duvidosos, não conseguiria ficar muito tempo longe das confusões. E chegou a hora: assim que o Safety Car deixou a pista de Mônaco, na última volta da corrida de ontem, o alemão viu uma brecha e ultrapassou Fernando Alonso antes que eles tivessem cruzado a linha de chegada.

Em primeiro lugar, a manobra: espetacular! Numa única bobeada do espanhol durante a corrida toda, patinando na saída de uma curva muito lenta, Schumacher jogou o carro por dentro, mostrando a velha classe de campeão. E essa sempre foi a sua característica, não ligar muito para o regulamento. Tem espaço, ultrapassa, depois os dirigentes que se virem.

Confesso que essa regra do Safety Car sempre me deixou confuso e desconfio que ela seja confusa mesmo. Acabei de descobrir que existe uma linha, chamada Safety Car line, que fica na entrada dos boxes. Schumacher passou depois dessa linha mas o regulamento diz que não se pode ultrapassar antes da linha de chegada. E aí cabe a pergunta: se era a última volta, porque diabos os comissários não deixaram o maldito mercedão na pista até o fim, como fazem na Indy? Às vezes acho que esse pessoal da FIA gosta mesmo é de uma boa confusão.

E isso é quase tudo a se dizer do GP de Mônaco, cuja pista pode ser linda, glamourosa, espetacular, mas é apertada demais para a F1 atual. Alguns pitacos:

_ Karun Chandhok deve ter visto a mãe pela greta no acidente com Trulli no final. Baita manobra infeliz do italiano, não havia a menor condição de se fazer uma ultrapassagem naquela curva.
_ Por falar em Trulli: só faltou estender um tapete vermelho para a ultrapassagem de Fernando Alonso, no início da prova. Não tem vergonha não?
_ A trapalhada da McLaren com Jenson Button merece entrar para a galeria de casos bizarros da Fórmula 1. Só que, ao esquecer de tirar a proteção da entrada de ar do carro, limaram seu piloto da liderança do campeonato.
_ Rubens Barrichello conseguiu uma bela largada pela segunda corrida seguida, mas dessa vez foi traído por um problema mecânico. Vem fazendo um bom trabalho, mas o carro não colabora.
_ Finalmente a tabela de classificação reflete o domínio da Red Bull. Se não houver uma reação drástica de Ferrari e McLaren, o título vai mesmo ficar entre Webber (quem diria) e Vettel.

Classificação Final (10 primeiros)


1º) Mark Webber – Red Bull Renault

Fim de semana tranqüilo, passeando pelo principado. Está pilotando muito. É o favorito ao título, por incrível que pareça.
2º) Sebastian Vettel - Red Bull Renault
Apesar da boa segunda posição, jamais chegou perto de acompanhar o ritmo de Webber. Mas ainda pode melhorar o desempenho e brigar de igual para igual.
3º) Robert Kubica – Renault
Destaque do ano até aqui, tirando da Renault mais do que o carro pode entregar.


4º) Felipe Massa – Ferrari
Vinha dominando o sábado, quando não conseguiu se manter forte na parte final da classificação. A Ferrari não tem um bom carro em 2010.

5º) Lewis Hamilton – McLaren Mercedez Benz
Se limitou a acompanhar Massa a prova toda.

6º) Fernando Alonso – Ferrari
Depois de Webber, é o grande vencedor do fim de semana. Largar dos boxes e chegar aos pontos, em Mônaco é quase um milagre. Mas deve estar muito bravo com a ultrapassagem que levou de Schumacher no final.

7º) Nico Rosberg – Mercedes Benz

Perdeu a posição para Schumacher na largada e só chegou à frente porque o alemão foi punido.

8º) Adrian Sutil – Force India Mercedes Benz
Continua bem no ano, fazendo pontos importantes.

9º) Vitantonio Liuzzi - Force India Mercedes Benz

Desta vez, mais perto do seu companheiro.

10º) Sebastien Buemi – Toro Rosso Ferrari

Apenas acompanhou o pelotão, assim como praticamente todos do grid. Foi beneficiado com um pontinho, após a punição a Schumacher.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Chatice sem fim

Sempre que a Fórmula 1 chega à Espanha, é inevitável o suspiro de desânimo dos espectadores do esporte. É incrível como uma pista bem nascida, com traçado interessante e desafiador, pôde chegar aos dias de hoje produzindo corridas tão enfadonhas. Se antes podíamos ver Ayrton Senna e Nigel Mansell descendo a grande reta batendo rodas, hoje vemos um piloto como Nico Rosberg, com um carro infinitamente mais rápido, ter dificuldades para ultrapassar adversários bem mais lentos.

Aliás, somente algumas pequenas brigas e a disputa de Michael Schumacher contra Jenson Button salvaram a prova do desastre total. A corrida só não foi totalmente dominada pelos dois carros da Red Bull porque Sebastian Vettel não esteve bem e ainda enfrentou problemas de freio no final que o impediram de tentar algo (não que fosse conseguir). Enquanto isso, Mark Webber não teve dificuldades para vencer, passeando na pista espanhola.

Vettel esteve bastante apagado durante a corrida e vai precisar acordar logo, porque Webber, aos 33 anos, está vivendo um momento melhor. E sabe que essa pode ser uma de suas últimas chances de ter um carro vencedor. Portanto é bom o alemão, que é melhor piloto, ficar esperto e parar de cometer erros bobos.

Ainda esta semana, volto para falar sobre os mecanismos adotados por Ferrari e Mclaren para aumentar a velocidade nas retas. Por enquanto, alguns pitacos a respeito dessa corrida:

_ Já tem gente falando que a Mclaren deveria reclamar da Bridgestone, por conta do estouro do pneu de Lewis Hamilton no final da prova. Parar para trocar pneus no início da corrida e ir até o final é um risco, que obriga o piloto a poupar o equipamento durante o resto da prova. E este não é exatamente o estilo do inglês.

_ Alonso deu muita sorte, mas é aquela história: é preciso estar perto dos adversários para se aproveitar dos seus tropeços e problemas...

_ ... coisa que Felipe Massa está precisando aprender. O brasileiro vem marcando seus pontinhos, mas está distante do companheiro de equipe. Precisa melhorar a performance.

_ Depois de reclamar do rádio (!) e das pedrinhas jogadas pelo carro de Hamilton no seu capacete, Rubens Barrichello conseguiu uma bela largada e marcou mais pontos para a Williams. É um poeta com a boca fechada, diria Romário.

_ A Hispania é mesmo a pior das estreantes, não mostrando sinais de evolução. Bruno Senna já deve estar se perguntando se foi a melhor estratégia entrar na Fórmula 1 desta maneira.

Classificação final (10 primeiros)

1º) Mark Webber – Red Bull Renault
Seguro, rápido e confiante. Faz, até aqui, sua melhor temporada na F1, aproveitando muito bem a qualidade do seu equipamento.

2º) Fernando Alonso – Ferrari
Deu muita sorte, mas estava lá e é isso que conta no final. Se adaptou rapidamente à nova equipe e já supera seu companheiro de equipe.

3º) Sebastian Vettel – Red Bull Renault
Comete muitos erros. Precisa urgentemente se concentrar, pois é mais piloto e tem condições de estar a frente de Webber.

4º) Michael Schumacher – Mercedes Benz
Mostrou a velha garra e a classe de sempre na disputa com Jenson Button. Aos poucos, vai reaparecendo.

5º) Jenson Button – McLaren Mercedes Benz
Quando viu que não ia conseguir ultrapassar Schumacher, sossegou e passou a correr pelos pontos. Lidera o campeonato com inteligência.

6º) Felipe Massa – Ferrari
Lento, burocrático e pouco competitivo. Se não acordar, vai perder espaço na equipe para o talento de Fernando Alonso.

7º) Adrian Sutil – Force India Mercedes Benz
Continua bem com a Force India em 2010. Mais uma corrida com bom resultado.

8º) Robert Kubica – Renault
Desta vez não brilhou como nas provas anteriores, mas segue fazendo pontos importantes.

9º) Rubens Barrichello – Williams Cosworth
Depois de, supostamente, instalar uma antena no seu carro, conseguiu solucionar os problemas do rádio e fez uma bela prova.

10º) Jaime Alguesuari – Toro Rosso Ferrari
Boa surpresa até aqui, mostrando coragem e arrojo na pista.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

As novatas

Novatas de 2010: ligação necessária com o passado




Como prometido, um breve comentário sobre as equipes novatas na Fórmula 1:

Todo mundo descendo a lenha nos estreantes, porque são lentos, frágeis, atrapalham os outros carros e podem causar acidentes. Mas a culpa de tudo isso não é das equipes. É da FIA, que permite a entrada delas, mas não cria uma forma de prover o desenvolvimento das novatas. Essa coisa da limitação de testes precisa ser revista. Não faz mesmo nenhum sentido que uma equipe como a Hispania apresente o carro em uma semana e na outra já esteja disputando treinos livres.

De qualquer maneira, não sou contra a entrada destas equipes. Pelo contrário. Elas representam, como a Brawn representou em 2009, uma certa ponte com as origens da Fórmula 1, como esporte. É óbvio que não há comparação, os tempos são outros, mas na essência, a coisa nasceu assim. Alguém (que antigamente eram pessoas, hoje são empresas) monta uma equipe, contrata funcionários, constrói um carro, compra motores, pneus, consegue um fornecedor de combustível e disputa a temporada.

Isso é algo bem diferente do que fazem as montadoras, que invadiram a F1. Não há apaixonados por automobilismo ali. São empresas do mercado automotivo que identificam a Fórmula 1 como uma boa possibilidade de auxílio na venda dos seus carros nas concessionárias. Se o resultado for bom, continuam. Se não for, dão adeus. Max Mosley cantou essa pedra, não é novidade.

Voltando às novatas, a Lotus é a que tem se mostrado mais consistente como equipe. A Hispania tem o pior desempenho, mas isso é resultado da confusão em que Adrian Campos se meteu, ao perceber que não conseguiria a grana necessária para entrar na F1. A Virgin tem um futuro promissor, por ter bastante dinheiro, mas essa história de errar o cálculo e construir um carro com tanque de gasolina menor que o necessário, entra para a galeria de micos históricos.

Tomara que elas tenham um ano de profundo aprendizado e que possam entrar em 2011 em condições melhores.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Stock x Televisão

Stock Car em Porto Alegre: se o espetáculo for bom, a TV transmite


A lamentável “transmissão” da prova da Stock Car feita pela Globo, no último domingo, só mostra a atual situação da categoria. Na verdade é uma contradição: ao passar a ser transmitida pela emissora, no início da década a Stock se tornou relativamente popular. E digo relativamente porque, de fato, jamais houve uma grande mobilização do grande público para assistir a uma corrida. E agora, quase 10 anos depois, a mesma Globo vai, aos poucos, abandonando a Stock.



Comprar eventos apenas para impedir que outras emissoras o transmitam não uma novidade em se tratando de Globo, isso já acontece há bastante tempo. Na verdade, só não acontece com a Fórmula 1, sejamos honestos, porque Bernie Ecclestone inclui cláusulas nos contratos de transmissão que obrigam as emissoras à transmitir às corridas.



Tenho a sensação que a Stock, nos últimos anos, se preocupou mais em adaptar seu regulamento para a televisão do que em se desenvolver como esporte. Daí nasceram, por exemplo, as paradas de Box para reabastecimento desnecessárias e obrigatórias. Enquanto isso os equipamentos vão ficando para trás. No ano passado tivemos um sopro de esperança com a estréia dos novos carros. Mas a desorganização da categoria fez com que eles fossem para a pista com pouca quilometragem em teste, gerando uma prova recheada de capôs voando, em Interlagos. E isso é algo que queima o filme de qualquer categoria. Se os carros de F1 começassem a se despedaçar com o vento, a cada corrida, duvido que alguém continuasse assistindo.



Antes de reclamar da TV, a Stock Car precisa olhar para si mesma e identificar o que está fazendo de errado. A Globo parou de transmitir a prova porque o Safety Car precisou entrar na pista diversas vezes em razão de batidas e abandonos. Telespectador não é bobo. Se a corrida estiver chata, ele muda mesmo de canal. O que a categoria precisa é voltar a dar espetáculos. Se isso acontecer, a TV voltará a se interessar.

Twitter

Comentários bobos à qualquer hora? @brunoaleixo80!

segunda-feira, 3 de maio de 2010

De volta

Vou começar dizendo que não há justificativa que explique uma ausência tão grande sem nenhum aviso prévio. Se um blog é uma espécie de diário virtual (há controvérsias, mas tudo bem) e atrai leitores é preciso que estes leitores tenham uma explicação plausível para o sumiço do blogueiro. E essa explicação, de preferência, deveria ser prévia. Mas já não é prévia, e também não é plausível. Me afastei por pura falta de tempo, que me impediu de trazer para cá textos com a qualidade necessária.

E neste tempo, muita coisa aconteceu. O caso Nelsinho, que debati alguns posts abaixo, já foi resolvido, com toda a farsa descoberta, punições distribuídas e já perdoadas e, como saldo, uma enorme mancha na reputação de piloto e dirigentes. Já foram punidos moralmente, apesar de que, a cara de pau de Flávio Briatore, o impeça de sentir vergonha que qualquer atitude.

Também tivemos o título de Jenson Button, por uma equipe independente que aplicou um belo tapa de luvas nas montadoras. Mas foi vendida para uma delas e Button, com medo da perda de espaço, se mandou para a McLaren, onde vem fazendo um belo trabalho.

As equipes estreantes, Hispania, Lótus e Virgin. Essas merecem um post a parte, e ele virá ao longo da semana. Assim como a volta de Michael Schumacher.

Enfim, sem muitas explicações. Apenas desculpas e uma promessa: trazer este espaço de volta com aquilo que posso oferecer: comentários sobre automobilismo, às vezes constantes, às vezes pontuais. Conto com os meus leitores de volta, ou pelo menos, aqueles que ainda tiverem paciência de ler minhas bobagens.


Mãos à obra.