sábado, 31 de dezembro de 2011

Mark Webber: o intruso


Esta retrospectiva segue a ordem do campeonato. E Mark Webber não deveria estar aqui. Ele ficou em terceiro no campeonato graças a vitória que lhe foi dada de presente em Interlagos.

Depois de 2010, ano em que fez um campeonato muito acima da média, o australiano voltou a sua forma normal. Aos 34 anos já está perto do final da carreira. Ganhou mais um aninho na Red Bull e poderá ficar lá, empatando a chegada de alguém mais talentoso.

Sim, porque um piloto que tem nas mãos uma máquina como esta, vencer apenas uma corrida no ano e, mesmo assim, como um presente do companheiro de equipe, não merece mesmo permanecer no time.
Resta a Webber aproveitar 2012 para, pelo menos, encerrar a carreira em grande estilo. Quem sabe, no apagar das luzes, ele não nos convence de que poderia ter sido campeão do mundo algum dia.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Jenson Button: só ele desafiou o bicampeão


Quando Jenson Button foi campeão em 2009 muita gente torceu o nariz, dizendo que o inglês era um campeão fraco, que só levou a taça porque a Brawn tinha um carro muito superior nas primeiras corridas do ano. Sua mediana temporada em 2010 parecia confirmar este diagnóstico.

Que bobagem. Jenson Button é apenas um piloto diferente. Tão rápido quanto os outros, mas seu estilo é pouco espalhafatoso, não se mete em brigas desnecessárias e vai construindo seu campeonato da mesma forma que constrói suas corridas: escalando aos poucos.

Foi o piloto que mais se entendeu com os ridículos pneus esfarelentos produzidos pela Pirelli em 2011. Sua capacidade de concentração e cabeça fria o levaram a vencer as provas mais complicadas do ano (Canadá e Hungria). Na briga interna da McLaren venceu Lewis Hamilton, até então o queridinho dos prateados.
Se tiver um carro que não passe por tantos altos e baixos em 2012, pode ser, novamente, o grande adversário de Sebastian Vettel. Desta vez, em igualdade de condições.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Sebastian Vettel: O cara



É muito difícil escrever sobre Sebastian Vettel sem apelar para clichês como “o cara”, “campeão de verdade”, “sensacional”, “espetacular”. E querem saber? Não vou me esforçar para isso.

Vettel merece todos esses adjetivos. É o piloto mais bacana da nova safra da Fórmula 1. Sem afetações, concentrado no que faz, capaz de sentar no carro, acelerar, agregar toda a equipe em torno de si, sem se importar com polêmicas, jogos de equipe, e toda a baboseira que infesta a Fórmula 1 moderna. Sim, ele deixou Mark Webber vencer o GP do Brasil, mas aquela corrida já não lhe valia nada.

Vettel e a RedBull construíram um time forte, puxados pelo projeto vencedor concebido, mais uma vez, por Adrian Newey, essa máquina de produzir carros fantásticos. Claro, um dia a má fase virá e a Ferrari está aí para mostrar que a realidade vira para todo mundo. Mas, por enquanto, temos que aproveitar. A Fórmula 1, vez por outra, tem temporadas que são dominadas por determinados pilotos e determinadas equipes. A F1 dominada por Vettel e Red Bull é a mais legal até agora.

Retrospectiva 2011 – Vai começar

Meu amigo Fábio Campos costuma dizer que o automobilismo é o esporte que mais tortura os seus fãs. Ao contrário de outras modalidades, nós que gostamos de corrida, precisamos ficar do início de novembro ao final de março sem ouvir um único sonzinho de motor. É bem verdade que em meados de fevereiro começam os testes de inverno, mas é muito pouco.


Desde a época do Grid GP tenho o hábito de fazer uma retrospectiva do ano na Fórmula 1, analisando piloto por piloto, desempenho por desempenho.

Fiquei pensando muito na possibilidade de realizar ou não esta retrospectiva este ano. 2011 foi o ano da consagração da Fórmula 1 fake, com ultrapassagens forçadas por uma asa traseira fajuta, que perdeu a eficiência assim que foi compreendida pelas equipes. O ano também trouxe pneus que eu e meu amigo Luis Fernando Ramos apelidamos de “pudim”. Esses “pneus pudim” que se transformam em farofa, fazendo com que um piloto fosse obrigado a parar até 4 vezes nos boxes para trocá-los. Também tivemos os comissários de pista e suas ridículas punições a cada encostada de um piloto no outro, como se o automobilismo tivesse que ser como o tênis, ou o vôlei, um esporte sem contato.

Mas também pudemos ver a consagração de Sebastian Vettel, o novo bicampeão da categoria. O cara que esmagou todos os seus adversários em 2011, pilotando com alegria, buscando as vitórias a qualquer custo sem, com isso, prejudicar ninguém.

Também tivemos a confirmação, como se precisasse, de que Fernando Alonso é capaz de tirar de um carro aquilo que ele não tem. De que Michael Schumacher, mesmo com a idade avançada, ainda pode mostrar a velha categoria. De que Jenson Button não foi campeão em 2009 só porque tinha um grande carro.

Enfim, acho que tudo isso já é motivo suficiente para começarmos a retrospectiva. Então vamos lá. A partir de hoje, diariamente, vou tentar postar os comentários sobre cada piloto. E vamos nessa!

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Toro Rosso e Force India anunciam duplas

Force India e Toro Rosso também já têm suas duplas confirmadas para 2012. Somente Williams e Hispania ainda não fecharam seus pares, tendo confirmado apenas um piloto cada uma.

O anúncio da Toro Rosso foi o mais surpreendente até aqui: mandou Jaime Alguersuari e Sebastian Buemi passearem e assinou com Daniel Ricciardo e Jean-Éric Vergne. O interessante foi a justificativa do time: envelhecimento da dupla de pilotos, que ficou na equipe por dois anos. A Toro se define como uma equipe “reveladora de talentos”. O detalhe é que Alguersuari tem 21 anos e Buemi apenas 23.

Não é segredo para ninguém que a Toro Rosso, equipe B da Red Bull, tem a missão de revelar um companheiro decente para Sebastian Vettel em 2013, quando Mark Webber picar a mula. Mas isso tem se tornado um fardo para pilotos aparentemente talentosos. Alguersuari se junta a Klien, Liuzzi e Speed no moedor de carne dos energéticos. Buemi nunca mostrou potencial. A especulação do momento é que Jaime vá para a Hispania, fazer dupla com o conterrâneo Pedro de la Rosa.

Já a Force India confirmou Paul di Resta e traz Nico Hulkenberg para o outro cockpit. Uma boa dupla. Di Resta fez uma temporada para lá de digna em 2011 e Nico foi uma das boas surpresas de 2010, tendo sido tirado da Williams pela grana de Pastor Maldonado.

Falando em Williams, fica muito claro que o velho Frank deverá anunciar Sutil como titular. Seria uma pena que um piloto rápido e talentoso como ele ficasse de fora do grid em 2012. Não faria sentido optar por Barrichello, já que Sutil, apesar de jovem, já reúne experiência suficiente para carregar a equipe.

Vamos aguardar o anúncio para comentarmos o inevitável: o fato de que teremos somente um piloto no grid em 2012. E esse piloto é Massa.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Lá se foi mais uma...

E uma das vagas mais cobiçadas da Fórmula 1 para 2012 já tem dono: a Lotus anunciou que Romain Grosjean formará dupla com Kimi Raikkonen, o que significa que Bruno Senna e Vitaly Petrov, que terminaram 2011 como titulares, estão fora dos planos.


E eu, que apostei numa dupla brasileira na Lotus, com Senna-Barrichello, errei feio. Mas não há mistério na escolha da Lotus: Grosjean, Petrov e Senna lutavam por uma vaga apenas utilizando lobby e dinheiro. Nenhum dos três, quando sentou no carro, mostrou serviço. Grosjean substituiu Nelsinho Piquet em 2009 e conseguiu a façanha de ter um desempenho pior que o do brasileiro. Petrov se destacou apenas por impedir o título de Alonso em Abu Dhabi / 2010.

Já Senna tem uma trajetória idêntica a de Antônio Pizzonia, quando este foi titular da Williams em 2005: ambos perderam a vaga na pista. Assim como o amazonense, Senna foi muito mal. Se destacou nos treinos da Belgica e do Brasil, chegando ao Q3, marcou pontos apenas na Itália, colecionou uma série de largadas lamentáveis e demonstrou um ritmo de corrida absurdamente lento. Não fez por merecer uma vaga que tinha tudo para ser sua.

Agora, o brasileiro e Petrov se juntam a Barrichello, Sutil e mais uma horda de novatos pagantes na briga pelas vagas que restam, que são as seguintes: Williams, Toro Rosso, Marussia e Hispania. Sendo que a mais clara e cobiçada é a que resta na equipe do velho Frank, que já tem Maldonado confirmado. Sinceramente, prefiro não prever mais nada. Acho que Barrichello ainda é favorito na Williams e que a Toro Rosso vai optar por pilotos com bom histórico de desempenho, já que não precisam de grana e têm, por trás, o interesse da Red Bull para formar futuros campeões. E, neste caso, só Sutil tem retrospecto bom. Marússia e Hispania? Eu acho que nem se pagassem aos pilotos.

Sobre a dupla da Lotus: na minha opinião, mediana. Já disse aqui que Raikkonen não tem espírito de liderança, apesar de ser talentosíssimo e Grosjean vai precisar provar que também é capaz de andar rápido na Fórmula 1, o que não fez em 2009. Talvez, a tranqüilidade garantida pelo contrato de titular, ajude nisso.