domingo, 30 de junho de 2013

4 homens e um show

Hamilton: um dos destaques do GP da Inglaterra, junto com Massa, Alonso e Webber


Depois dos questionamentos publicitários do outro post, vamos falar da corrida. Que foi muito boa, principalmente em virtude dos problemas de pneus. E, especialmente, por causa da atuação de 4 pilotos: Massa, Hamilton, Alonso e Webber.

A começar por Massa. O brasileiro fez uma largada primorosa, como há muito tempo não se via na Fórmula 1. Saiu da 12ª para a 5ª posição, um salto impressionante. Estava em quarto quando seu pneu foi para o espaço e no meio da curva, ao contrário dos outros desafortunados da borracha, que ficaram descalços na reta. Felipe rodou, deu uma volta inteira até parar nos boxes e voltar à pista em último. Com as entradas do Safety Car voltou à briga, estava em 11º a seis voltas do fim, e fechou em 6º. Estaria no pódio e poderia até brigar pela vitória, caso não tivesse tido problemas.

Hamilton fez um treino incrível, liderava tranquilamente e venceria em casa. Mas foi a primeira vítima dos pneus e teve que batalhar uma recuperação semelhante à do brasileiro da Ferrari. Conseguiu um excelente 4º lugar, deixando a torcida de Silverstone bem feliz.

Já Alonso não teve problemas nos pneus, mas tinha um carro pouco competitivo e aproveitou cada momento para fazer ultrapassagens e chegar lá na frente. Na saída do último Safety Car, a seis voltas do fim, viu que era a hora certa e partiu para cima com sangue nos olhos, conseguindo um pódio improvável.

E, por fim, Mark Webber, o quase aposentado. Largou mal, foi tocado por Grosjean, caiu para 15º e fez uma parte final de prova alucinante, protagonizando grandes duelos. Mais duas voltas e chegaria em Rosberg, para lutar pela vitória. Não deu, mas o segundo lugar foi um prêmio pela sua excelente perfomance no final.

O vencedor, Nico Rosberg, surpreendeu pelo ritmo constante e mostrou que a Mercedes resolveu mesmo seus problemas crônicos de desgaste de pneus. O campeonato continua em aberto, com Vettel na liderança, mesmo com o abandono de hoje.
Daqui uma semana, a corrida é na casa do alemão. Será que a sorte o abandonou de vez?

Sinuca de bico...

Um dia a Fórmula 1 já representou o auge. Para pilotos e equipes, isso continua valendo. Mas para fornecedores da parte técnica, não sei. Qual fornecedora de pneus gostaria de estar no lugar da Pirelli hoje? Tendo que fabricar um produto que movimente as corridas e tenha que acompanhar a evolução dos carros na mesma proporção?

A fabricante italiana entrou na F1 em 2011 e já mostrou a cara nova da categoria. Tivemos que nos acostumar com aquele monte de restos de pneus que ficavam pela pista. Em 2012, Schumacher pos a boca no trombone, dizendo que ser inadimissível que o piloto com mais capacidade de economizar saísse vencedor.

E agora chegamos a 2013, ano no qual a situação parece ter ficado insustentável. Os pit stops acontecem a cada 10 voltas, vimos carros rápidos fazendo poles e mal conseguindo se sustentar na pista durante a corrida e, agora, 5 furos de pneus na Inglaterra. E com 5 carros diferentes: Mercedes, Ferrari, Sauber, McLaren e Toro Rosso.

Trabalho com Comunicação corporativa e não gostaria de estar na pele do setor de Marketing da Pirelli nessa hora. O que fazer? Nossos pneus não são tão ruins quanto vocês estão vendo? Compre um Pirelli e veja quanto tempo consegue rodar com ele, sem furar?

Isso sem contar a segurança dos pilotos. Os bastidores do GP da Inglaterra devem estar pegando fogo uma hora dessas. É melhor esperar um pouco para escrever sobre a corrida, que foi muito boa.

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Fim da linha



Mark Webber está deixando a Fórmula 1 depois de doze anos. Estreou na Minardi em 2002, passou pela Jaguar, Williams e Red Bull. Uma carreira sólida, sem dúvidas. Foram 9 vitórias, 34 pódios e 11 pole positions. A maior parte destes números veio a partir de 2009, quando o Australiano foi para a equipe de Dietrich Mateschitz.

Aos 36 anos Webber vai integrar o time da Porche no WEC. Os alemães estão preparando uma entrada triunfal no campeonato e certamente um piloto com tanta experiência em Fórmula 1 será muito útil.

A maior contribuição de Mark Webber à Fórmula 1 foi a de, no ano de 2010, mostrar que é possível um segundo piloto lutar por resultados sem abaixar a cabeça para ninguém e, ainda assim, manter o prestígio dentro da equipe. Webber sai da Red Bull com uma ótima imagem, ao contrário do que pregam os segundos pilotos clássicos, que achavam que desobedecer uma ordem de equipe significaria o encerramento imediato do contrato. Mark lutou roda a roda com o companheiro Vettel pelo título naquele ano e ainda assim teve seu contrato renovado mais de uma vez. Um tapa na cara de uns e outros que abaixam a cabeça para qualquer voz mais contundente que pinta no rádio.

Agora começam as especulações. Raikkonen, Massa, Vergne e Ricciardo já foram citados como possíveis ocupantes do carro nº 2 da Red Bull. Kimi não é piloto para ser coadjuvante, o que pode ser um problema. Massa representaria uma troca de 6 por meia dúzia. Vergne e Ricciardo me parecem escolhas mais lógicas e, a partir de agora, o duelo entre eles por esta vaga deverá ser uma das grandes atrações da temporada.

Começou a temporada 2014 nos bastidores.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Afinal de contas, foi ruim?

As Mercedes de Rosberg e Hamilton: eles podem ter salvado o campeonato

Depois de um início de temporada problemático, com alguns pilotos mal conseguindo dar 6 voltas na pista, a Pirelli parece ter minimizado os problemas. Mônaco e Canadá, os GP’s nos quais a borracha se comportou bem, ocorreram após o polêmico teste no qual a Mercedes usou um carro de 2013, após o GP da Espanha. Pelo regulamento, a fornecedora de pneus pode requisitar um teste quando achar conveniente, mas ele precisa ser feito com um carro, no máximo, de 2011.

Não pode ser uma coincidência. No GP da Espanha, os carros da Mercedes chegaram em 7º e 14º na corrida, depois de largarem em 1º e 2º lugares. Isso com Hamilton gritando pelo rádio que não conseguia andar mais devagar que aquilo. Em Mônaco, Rosberg ganhou a prova com o pé nas costas e ontem ambos fizeram corridas consistentes, sendo que Lewis perdeu a segunda posição por problemas nos freios. Além disso, Paul di Resta deu assombrosas 53 voltas com seus pneus médios.

É claro que vimos ainda alguns problemas, como a Toro Rosso de Jean Éric Vergne patinando antes da 10ª volta, mas essa parece ter sido uma exceção e não a regra, como antes.

Que a Mercedes levou vantagem com o teste, não há dúvidas. Mas fico pensando se a FIA não precisaria fazer uma revisão nesta regra. O teste da Mercedes acabou fazendo bem a todas as equipes. Felipe Massa, um dos que mais consumiram pneus nas primeiras corridas do ano, pode fazer sua prova de recuperação sem problemas. A Red Bull, que também sofria bastante principalmente com Webber, venceu com Vettel e obteve um quarto lugar com o australiano.

Alonso continuou forte como sempre, as Force India também fizeram boas corridas. Os carros ruins, continuam ruins, como Williams e McLaren. As nanicas, não mudaram em nada.
Quando eram ruins, os pneus prejudicavam todos. Agora, melhores, alteram pouco o panorama do mundial. Afinal de contas: o teste da Mercedes foi bom ou ruim? Acho que o GP do Canadá nos respondeu positivamente.