sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Jenson Button: eficiência que dá resultado


Tem muita gente que torce o nariz para Jenson Button, considerando o campeão de 2009 um piloto normal, que não é digno de integrar o rol dos maiores da história. E o fato de ter ficado atrás de Lewis Hamilton na McLaren apenas deu mais combustível para os detratores do piloto.


Mas eu penso diferente. Button é um piloto de estilo discreto, mas de eficiência indiscutível. Regular a ponto de passar uma corrida inteira virando tempos de voltas absolutamente idênticos, o inglês chegou a liderar o campeonato, ganhou duas corridas, apertou Hamilton na Turquia, mostrando que respeito e subserviência são duas coisas bem diferentes. E poderia, sim, ter terminado à frente do companheiro no saldo geral de 2010. Basta lembrar que em Mônaco a equipe se esqueceu de retirar a proteção dos radiadores de seu carro e, na Bélgica, foi atingido por Vettel quando estava na segunda posição.


O fato é que a McLaren tem uma dupla de pilotos fortíssima, talvez a melhor do grid. E não ficarei nem um pouco surpreso se Button terminar 2011 à frente de Hamilton. Façam suas apostas.

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Lewis Hamilton: hora de dosar a afobação


A temporada de Lewis Hamilton foi bastante curiosa: pilotando um carro mais lento que os de seus adversários, o inglês realizou, até o GP da Bélgica, uma temporada brilhante. Liderava o campeonato naquele momento e parecia que faturaria o campeonato aproveitando-se dos erros dos dois pilotos da Red Bull. Mas, a partir do GP da Itália, foi ele quem passou a errar, abandonando duas provas seguidas e dando adeus a disputa. Ainda chegou à última prova com remotíssimas chances, mas uma vitória sua seria uma zebra histórica.


O estilo de Hamilton faz bem à Fórmula 1, já que ele é um piloto que não espera: se precisa ultrapassar, ultrapassa. Mas também é um tipo de pilotagem perigosa que pode prejudicar um campeonato. Afinal, Hamilton se afobou nos GP’s da Itália e de Cingapura ao tentar superar adversários? Deveria ter ficado atrás e garantido pontos. Agora, com a disputa terminada, é fácil apostar na segunda opção mas, e a emoção das corridas, onde fica?


No dia em que Lewis Hamilton conseguir dosar a afobação com uma técnica mais apurada na hora de ultrapassar, tenho pena dos seus adversários. Ele certamente vai faturar muitos campeonatos.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Mark Webber: em seu melhor ano, deixou escapar um título ganho


Se Mark Webber tivesse se concentrado apenas em si mesmo, como fez até a metade da temporada, teria se sagrado campeão da temporada 2010, na Fórmula 1. Mas não. Ao invés disso, após o GP da Hungria, o australiano preferiu concentrar seus esforços em pleitear uma posição de primeiro piloto na Red Bull, aproveitando-se do momento ruim que o companheiro Sebastian Vettel atravessava.


Logo ele, Webber, que na largada para o GP da Inglaterra mostrou direitinho como se ganha espaço em uma equipe, ultrapassando o companheiro na primeira curva e ganhando a corrida de forma inapelável.


Mas o espaço ganho com atuações como essa, somadas às de Mônaco, Hungria e outras, foi por água abaixo porque a Red Bull mostrou que não estava mesmo a fim de preterir um piloto e favorecer outro, ou pelo menos, não quis favorecê-lo em detrimento do seu pupilo, Sebastian Vettel.


Sorte da equipe que ficou com os títulos de pilotos e construtores. Azar de Webber que, em seu melhor ano na Fórmula 1, perdeu o que pode ter sido sua última chance de ser campeão.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Fernando Alonso: uma criança mimada, mas talentosa


Fernando Alonso não sabe perder. Isso não é exatamente uma ofensa, na verdade é uma característica comum a grandes campeões: Senna, Prost, Schumacher, Piquet, nenhum deles jamais engoliu uma derrota com facilidade. E nem deveriam: o esporte é feito de vencedores e perdedores, mas para se encaixar na primeira, é preciso engolir os adversários mesmo. E os bons engolem os ruins.


O problema do espanhol é que ele jamais consegue assumir a culpa por uma derrota. Senna ficava bravo com suas derrotas, mas sua revolta era consigo mesmo. Schumacher também. Já Alonso está num patamar parecido com Alain Prost: reclama de tudo e de todos quando seus imundos jogos de bastidores não funcionam. Destaco dois momentos do espanhol este ano: a ridícula reclamação que fez contra Massa, no GP da Alemanha, quando o brasileiro fechou a sua porta e, claro, o vergonhoso gestual contra Vitaly Petrov que segurou o espanhol em Abu Dhabi, com uma limitada Renault, para garantir pontos importantes para ele e sua equipe. Nos dois casos Alonso não passou pela própria incompetência.


Mas chega de falar mal do bicampeão, o melhor piloto da Fórmula 1 atualmente. Afinal de contas, mesmo com seus arroubos de criança criada pela avó, é preciso reconhecer que Alonso fez um trabalho excepcional dentro e fora da pista em 2010. Chegou à Ferrari, colocou Felipe Massa no bolso, conquistou equipes e torcedores e, com um carro que não era o melhor do grid, quase se sagrou campeão.


Uma temporada fabulosa de um piloto que vai dar muito trabalho em 2011. Aliás, arrisco a dizer, Alonso é o favorito ao título na próxima temporada.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Sebastian Vettel: vitória de virada




Sim, ele errou muito durante o campeonato. Em certo momento, pareceu carta fora do baralho na disputa pelo campeonato. Mas nada que um excelente carro e muito talento não resolvessem.


Vettel chegou na Fórmula 1 em 2006, com apenas 19 anos e, quatro anos depois, já se sagra campeão. Os erros cometidos pelo alemão são perdoáveis se pensarmos pelo lado da experiência. O que faz pensar o quanto seu futuro pode ser brilhante já que, com maior quilometragem, esses erros tendem a diminuir drasticamente.


Azar dos adversários que, em 2011, enfrentarão um Vettel muito mais forte e mais preparado, e ainda levando o número 1 na carenagem do seu carro.

Retrospectiva 2010

Lembrando um pouco do finado Grid GP, é hora de fazer uma pequena retrospectiva do ano, lembrando de como foi o desempenho de cada piloto este ano na Fórmula 1. Vou tentar publicar uma análise por dia aqui no blog, seguindo a ordem do campeonato.

Espero que vocês tenham paciência para acompanhar.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Lucas di Grassi e Bruno Senna: futuro em cheque por motivos distintos

A Virgin, que agora se chama Marussia, confirmou a contratação de Jerome D’Ambrosio para a próxima temporada, ocupando o lugar que era de Lucas di Grassi. Isso mostra o quanto a permanência dele e de Bruno Senna na Fórmula 1 em 2011 é um fato bastante improvável. Mas isso não é surpresa: os dois se arrastaram pela pista em 2010 com carros pouco competitivos, não chamaram a atenção de ninguém e só ficam se tiverem uma contrapartida muito boa.

Bruno tem vantagem neste quesito: tem um sobrenome forte e traz patrocínios interessantes. Mas ainda não conseguiu nada, a Hispania está campengando e o acordo do brasileiro com a Lotus (que agora são duas Lotus) parece ter sido mais um boato infundado.

Mas ainda assim, a situação de Lucas di Grassi é mais dramática. Igualmente correndo com um carro ruim, o brasileiro não goza do mesmo prestígio que o compatriota no meio, seus patrocínios não são páreo para os dos pilotos estrangeiros e o pior: sequer conseguiu chegar perto do companheiro Timo Glock em 2010 o que faz com que os chefes de equipe o vejam com mais desconfiança.

Lucas tem falado em tentar uma vaga de piloto de testes o que não quer dizer muita coisa, já que ninguém testa nada. Acho que seria bom que Di Grassi tentasse uma vaga na Indy, que vem crescendo, e pode representar um futuro de vitórias, bem mais promissor do que a Fórmula 1.