segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Renault demite Nelsinho Piquet

Nelsinho Piquet está demitido da Renault. Não é uma novidade, todos já esperávamos por isso. A questão era saber quando a confirmação viria. Veio agora, por meio de uma nota divulgada pelo próprio piloto. O brasileiro está fora, seu substituto ainda não foi informado, mas é possível que seja Lucas di Grassi, outro brasileiro.

É preciso ver a demissão de Nelsinho sob dois ângulos diferentes: o do próprio brasileiro e o do seu chefe, Flávio Briatore. O mandatário da Renault não é exatamente um líder nato, no sentido de lidar com novatos. Suas críticas abertas a Nelsinho Piquet sempre soaram um tanto deselegantes e cruéis e, certamente, contribuíram para que o clima não fosse dos melhores para o brasileiro. Quando chegou em segundo lugar na Alemanha, no ano passado, até mesmo Fernando Alonso chegou a fazer comentários irônicos sobre o resultado. Ninguém nunca tentou esconder a má vontade com o filho do tricampeão Nelson Piquet e, para qualquer pessoa, é praticamente impossível trabalhar sob um clima tão ruim quanto este.

Mas se é verdade que Nelsinho foi prejudicado por um ambiente ruim, também é preciso dizer que, em nenhum momento, o brasileiro apresentou um desempenho sequer regular, que pudesse justificar sua permanência na equipe. Isso porque se o ambiente é hostil (é hostil para muitos pilotos, em muitas equipes, essa é a verdade) não há registros de uma equipe que prejudique um piloto abertamente. Ninguém está na Fórmula 1 brincando, é um negócio muito caro para se desperdiçar tempo e dinheiro com um piloto prejudicando-o.

Em seu 1 ano e meio de F1, Nelsinho Piquet marcou 19 pontos no ano de estréia. Fez uma ou outra corrida razoável, e nada mais. De resto cometeu uma série infindável de erros, rodadas, batidas grotescas e foi muito, muito mais lento do que seu companheiro Fernando Alonso. Classificou-se à frente do espanhol apenas uma vez, por obra do acaso. Assim como foi obra do acaso seu melhor resultado, o já citado pódio pelo segundo lugar no GP da Alemanha de 2008. Neste ano, enquanto Alonso se esfola para conseguir alguns pontos para a equipe, Nelsinho permanece zerado, sem conseguir chegar sequer perto dos pontos. Não adianta tentarmos defender, é muito pouco para um piloto de Fórmula 1.

E ainda tem o próprio desempenho do brasileiro em corrida. Sempre discreto, do meio do pelotão para trás, adotando a conservadora tática de encher o tanque e fazer menos paradas. Coisa que nunca deu certo. Faltou para ele, um corridão. Daqueles inesquecíveis, que o cara põe um sopro de combustível, sai passando todo mundo, barbariza e, independente do resultado final, chama a atenção para si.

Sobre o futuro resta esperar. Esperar, inclusive, pelo desempenho do substituto do brasileiro. Se o tal piloto andar lá na frente, marcar pontos e se aproximar de Alonso, acho que a carreira de Nelsinho estará sepultada. Caso contrário, pode argumentar, junto à essas novas equipes, que possui alguma experiência na categoria. E tem ainda a chance de seu pai montar uma equipe, o que ainda parece improvável.

O fato é que o brasileiro está a pé. Um final triste, para uma história que prometia ser bem mais vitoriosa.

3 comentários:

Ron Groo disse...

E pelas noticias que chegavam até que demorou.

Agora coitado do Grosjean.

Marcelonso disse...

Bruno,


Pior que ser mandado embora com um belo pé na bunda,é ficar se lamentando e colocando a culpa sóno Briatore,que não tinha isso,não tinha aquilo.
Nelsinho Pirueta também contribuiu e muito para sua saida,vai conhecer area de escape assim lá na Australia,Malasia,China,Bahrein...

abraço

Alexandre Ribeiro disse...

Caro Aleixo:

Já foi tarde...esse Pé de breque...