quinta-feira, 28 de maio de 2009

Senna e Alonso: trajetórias parecidas

Comparar qualquer piloto a Ayrton Senna é sempre algo muito complicado, porque desperta a ira dos Sennistas, torcedores que elevaram o piloto ao status de semi-deus, um atleta absolutamente perfeito que jamais cometeu nenhum erro na vida. Felizmente, aqueles que como eu tiveram o privilégio de ver Ayrton pilotando, sabem que ele teve altos e baixos em sua carreira (muito mais altos do que baixos é verdade), ocasionados tanto pelos seus próprios erros, quanto pela conjuntura do grid da Fórmula 1.

E um desses maus momentos, ocasionados pelo fato de estar em uma equipe ruim, correndo com um carro pouco competitivo, aconteceu justamente quando Senna estava no auge da sua forma. Foram os anos de 1992 e 1993 quando a McLaren caiu vertiginosamente de performance depois de anos de domínio, justamente por não saber acompanhar a evolução das outras equipes. Principalmente em relação à Williams que desenvolveu os fabulosos FW14 e FW15, conduzidos aos títulos daqueles anos por Nigel Mansell e Alain Prost.



E agora vem o comparativo: que piloto está no auge da sua forma mas preso no meio do grid, limitado por um equipamento ruim? Ele mesmo, Fernando Alonso. Que assim como Senna, em nenhum momento mostrou qualquer traço de otimismo em relação à sua temporada atual. E também como o brasileiro fazia com a Williams, vem namorando a Ferrari, dando declarações elogiosas e, o principal, sendo paparicado pelos italianos.

Senna e Alonso compensaram a deficiência de seus carros no braço. Basta comparar o desempenho deles em relação aos seus companheiros de equipe. Em 92, Senna ainda tinha Gerhard Berger como parceiro e venceu três corridas, contra duas do austríaco. E ficou bem à frente dele no campeonato. Em 93, foi covardia. A McLaren trouxe Michael Andretti da Fórmula Indy e o americano teve um desempenho sofrível, sendo demitido antes do fim da temporada. Foi substituído por Mika Hakkinen, que chegou a se classificar à frente de Senna no GP de Portugal, mas não representou ameaça. E Senna foi vice-campeão daquele ano, vencendo 5 corridas contra nenhuma dos seus companheiros.

Junto com Nelsinho Piquet na Renault, desde 2008, Alonso não foi superado pelo brasileiro em nenhum treino de classificação. Em corrida ficou atrás do companheiro na Alemanha e na França. Mas a diferença entre os dois é óbvia tanto que o asturiano conseguiu a proeza de vencer duas provas em 2008 enquanto o brasileiro nem chegou perto disso (Ficou em 2º na Alemanha, mas foi um resultado absolutamente circunstancial). Em 2009, basta dizer que todos os pontos marcados pela Renault no campeonato vão para a conta do espanhol.

Senna acabou conseguindo seu objetivo. Foi para a Williams, mas com as mudanças de regulamento, pegou um carro que já não tinha mais tanta vantagem sobre os outros. E já conhecemos bem o desfecho da história. Alonso parece que também vai conseguir o quer. Deve estar na Ferrari em um ou dois anos, provavelmente em lugar de Kimi Raikkonen. Vamos acompanhar e torcer para que o espanhol consiga voltar a fazer aquilo que sabe: ganhar corridas e títulos.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Indy 500: a superação

E não é que Hélio Castroneves, que há pouco mais de um mês estava sentando no banco dos réus, ameaçado de ser preso por sonegação de impostos, foi absolvido, retomou sua carreira, rumou para Indianápolis e ganhou as 500 milhas, a maior prova do automobilismo mundial. Uma virada esportiva poucas vezes vistas. Talvez possamos comparar com o atacante Ronaldo, na Copa do Mundo de 2002, que vinha de uma contusão gravíssima no joelho, tinha a carreira ameaçada, se recuperou, foi para a Copa e decidiu o título em favor do Brasil, fazendo dois gols na final contra a Alemanha e um na semi-final contra a Turquia.

Quem me acompanha sabe que relutei muito em julgar Hélio Castroneves, mas sempre disse que, se fossem comprovadas as acusações ele tinha mais é que pagar pelo crime. Mas a justiça americana o absolveu então não há o que se discutir. Só aplaudir.

Aplaudir a vitória de um piloto que sabe como poucos correr em Indianápolis. Observe como ele se manteve sempre entre os primeiros, mas sem nunca forçar seu equipamento para liderar a corrida. Apenas no final, que é quando as 500 milhas efetivamente definem seu vencedor, é que Helinho apareceu na ponta, acelerando forte. Uma vitória maiúscula, merecida. Ganhar as 500 milhas de Indianápolis é muito mais importante do que ganhar o campeonato da Fórmula Indy. Portanto parabéns ao grande campeão.

Sobre a prova, já vi melhores. Claro, Indianápolis é sempre Indianápolis, o calor da torcida inflama o telespectador mesmo à distância, as disputas sempre envolvem uma tensão enorme pela proximidade do muro. Mas a verdade é que a prova ficou devendo em emoção, muitas vezes vimos uma fila indiana de pilotos, sem que ninguém tentasse nada de mais ousado.

E, claro, tivemos alguns acidentes. O mais grave dele, envolvendo os brasileiros Vitor Meira (que se machucou mais gravemente, mas passa bem) e Raphael Matos. Tony Kanaan, que não leva sorte nas 500, vinha bem, mas algo quebrou em seu carro e o jogou no muro duas vezes. Kanaan está sentindo dores nas costelas e sua participação nas próximas etapas ficou comprometida.

Também tivemos a batida entre Marco Andretti e Mario Moraes, que saíram esbravejando um com o outro. Mas não vi nada de muito anormal na batida deles. Coisa de corrida, coisa de Indianápolis.

Ao longo da semana, falamos mais sobre esta grande corrida. E você, o que achou da prova?

domingo, 24 de maio de 2009

Passeio de Jenson Button pelas ruas de Mônaco

Não há muito o que dizer do Grande Prêmio de Mônaco. Com exceção das primeiras voltas, com brigas ocasionadas pelo mau desempenho de Vettel e seus pneus macios, tivemos uma prova monótona, com carros espaçados entre si e ninguém arriscando nada. Ou seja, como sempre foi em Mônaco: se não chove e ninguém bate, não há nada a se fazer mesmo. Então vamos direto aos pitacos:

_ Estou surpreso com a reação da Ferrari hoje. Os carros vermelhos tiveram um fim de semana consistente e sem erros, o que é o mais importante. Embora o “locutor rei” tenha tentado insinuar que a Ferrari estragou a corrida de Felipe Massa ao não antecipar sua segunda parada, é bom informá-lo que, se tivessem feito isso, provavelmente o brasileiro perderia sua posição para Mark Webber.

_ Aliás, Felipe Massa foi o protagonista da única briga existente no GP de Mônaco, ao arriscar tudo para tentar ultrapassar Vettel no início da corrida. Realmente ele não tinha outra saída, pois se ficasse atrás não teria chance alguma no final. E quem arrisca, acaba tendo mais chance de errar. Mas é melhor assim do que esperar para ultrapassar na parada de box.

_ E a Brawn GP continua sua incrível sina de vitórias. É impressionante o domínio desta equipe. Button correu como quis e Barrichello também não teve dificuldades para superar os adversários.

_ Nelsinho Piquet, desta vez, não teve culpa de sua saída, já que foi acertado em cheio por Sebastien Buemi. O interessante foi a declaração do brasileiro, sobre pilotos estreantes que causam acidentes. Puxa, como se ele estivesse fazendo um ano espetacular. E como se, no ano de estréia, não tivesse feito bobagens atrás de bobagens. Aliás, continua fazendo no seu segundo ano.

_ Enquanto isso Fernando Alonso sempre dá um jeito de aparecer bem durante as provas. Desta vez, conseguiu ficar na pista por um longo tempo antes da sua primeira parada, dando voltas consistentes. Esse sim é um piloto diferenciado.

_ A BMW roubou, com louvor, o título de fiasco do ano, que estava na mão da Ferrari.

_ Kovalainen: já deu, não?

Classificação final (8 primeiros):

1º) Jenson Button – Brawn Mercedes Benz
Bela pole, corrida sob controle. Segue tranqüilo rumo ao título.
2º) Rubens Barrichello – Brawn Mercedes Benz
Ótima largada e corrida consistente. Só não foi melhor que o companheiro.
3º) Kimi Raikkonen – Ferrari
Perdeu a posição na largada, mas mostra que a Ferrari vem chegando aos poucos.
4º) Felipe Massa – Ferrari
Arriscou tudo no início, errou, mas isso acabou fazendo pouca diferença.
5º) Mark Webber – Red Bull Renault
Outra corrida em que veio comendo pelas beiradas. Bom resultado.
6º) Nico Rosberg – Williams Toyota
Parecia que ia lutar pelo pódio, mas acabou em sexto lugar. É um piloto bastante irregular.
7º) Fernando Alonso – Renault
Faz o que pode com o carro que tem. Somou mais uns pontinhos importantes.
8º) Sebastien Bourdais – Toro Rosso Ferrari
Finalmente marcando pontos em 2009. Mas continua andando atrás do companheiro Sebastien Buemi.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Fórmula 1 e seus dirigentes: um novo capítulo

Em qualquer esporte que se preze, quando os dirigentes começam a aparecer mais que os atletas, é porque algo está errado. E, infelizmente, na Fórmula tem sido assim há alguns anos. Escândalos de espionagem, jogos de equipe, desclassificações injustas, julgamentos, etc. E, quando os carros vão para a pista, a emoção fica devendo.

Aí, quando pensamos que finalmente vamos ter paz para acompanharmos as corridas vêm novamente os dirigentes acabar com a nossa paciência. Depois de anunciar as mudanças na categoria para 2010, Max Mosley e Bernie Ecclestone agora têm que enfrentar a fúria das equipes, que ameaçam se retirar da Fórmula 1.

Primeiro as regras. É óbvio que essa história de teto orçamentário de 40 milhões jamais vai dar certo. É um absurdo pensar numa categoria em que equipes que se adequam ao regulamento têm vantagens e outras que preferem gastar mais perdem privilégios. Imaginem a desigualdade que isso causaria. Isso sem contar que Bernie e Max, que já passaram da hora de se aposentarem, ainda voltaram com a idéia do campeão ser definido pelo número de vitórias, o que também é ridículo e rompe com todos os padrões de automobilismo que conhecemos.

Agora as equipes. Com exceção de Williams (Frank disse que não sabe fazer outra coisa na vida), Brawn GP e Force India (que não se pronunciaram), todas foram unânimes: se as regras forem mantidas, se retiram da F1.

É claro que a FIA terá que voltar atrás. Não existe Fórmula 1 sem a Ferrari, por exemplo. Seria uma perda de audiência fabulosa, um prejuízo que, sem dúvida nenhuma, ajudaria a quebrar de vez a F1. Só é necessário saber até quando esse teatrinho vai durar e até quando teremos que agüentar esses dirigentes, mais uma vez, ocupando o espaço que deveria ser destinado a discutir performances, vitórias, derrotas, ultrapassagens. Essas coisas que costumávamos chamar de esporte.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Helinho é pole em Indianápolis

Nos últimos minutos do Pole Day, treino que define o primeiro colocado no grid de largada das 500 milhas de Indianápolis, todos estavam acompanhando a última tentativa de Ryan Briscoe, que tentava tomar a pole do companheiro de equipe Hélio Castroneves. O australiano acelerou tudo que podia no seu Penske, mas ficou em segundo. E assim, teremos a honra de ver um brasileiro, que há um mês estava ameaçado de passar muitos anos na cadeia, largar na primeira posição da maior corrida de todas.

Eu, particularmente, acho Indianápolis um negócio espetacular. Durante todo o mês de maio, vários pilotos trabalham, acertam, rodam, batem, aceleram, enfim, se esfolam para conseguir uma das 33 vagas no grid de largada da corrida. E vale de tudo. Algumas equipes montam uma pequena estrutura para competir somente em Indianápolis, arranjam motores e chassis emprestados, trazem mecânicos com pouco treinamento, mas muita boa vontade. O público chega dias antes, as pessoas levantam acampamento ao redor e dentro do circuito, fazem churrasco, conhecem novos amigos, se divertem.

É a ligação entre o automobilismo puro e essa coisa chata de hoje em dia, personificada pela Fórmula 1 e seus orçamentos estratosféricos. E nenhum piloto, dos que tentam largar no dia 24 de maio, tem uma relação melhor com essa pista do que Hélio Castroneves. Já ganhou lá duas vezes, a última delas, dramática, com seu Penske se arrastando nos metros finais, quase sem gasolina. E, depois do inferno astral pelo qual vinha passando, Helinho volta e já marca a pole.

Mas isso não significa que seja o favorito. Aliás, ninguém é favorito em Indianápolis. Qualquer um dos 33 malucos que largarem pode ganhar. Desde o cara com motores emprestados, até aquele que corre numa equipe mega estruturada e endinheirada. E é por isso que, no dia 24 de maio, estarei grudado na TV, assistindo mais essa edição, da maior de todas as corridas.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

GP da Espanha ressuscita o velho Rubinho, “o brasileirinho”

É preciso tirar o chapéu para Rubens Barrichello. Se ele tiver a capacidade de bagunçar o ambiente de uma equipe surpreendente como a Brawn, depois de uma dobradinha espetacular na Espanha, será uma façanha e tanto. E o brasileiro vem se empenhando para isso, não podemos negar. Afinal, depois de uma corrida na qual conseguiu uma largada fantástica, mas não foi capaz de imprimir um ritmo forte como o do companheiro de equipe, Rubinho terminou em segundo. E o que ele faz? Sai do carro fazendo beicinhos, insinuando que foi prejudicado por causa da mudança de estratégia de três para duas paradas de Jenson Button enquanto a sua estratégia foi mantida.

É nessas horas que somos obrigados a pensar como a maioria dos torcedores brasileiros: esse Rubens Barrichello é mesmo muito bobo. Bom piloto, nada espetacular, mas eficiente, vem cumprindo seu papel na equipe. Mas, mais uma vez, quando tem um carro vencedor nas mãos, não consegue acompanhar o ritmo do companheiro de equipe.

Repito. A equipe Brawn é uma das coisas mais bacanas que já surgiram na Fórmula 1. Veio das cinzas da porcaria da Honda, é independente e está colocando as montadoras, e suas soberbas, no bolso. Rubens disse que pendura o capacete se souber que está sendo prejudicado. Meu conselho: não perca tempo investigando, a resposta já existe. Quem está se prejudicando é você. Então pendure logo a droga do capacete. Faça esse bem à F1 e à torcida brasileira.

E vamos aos pitacos:

_ No Barhein eu defendi. Disse que a prova tinha sido razoável com algumas brigas que me enchiam de esperança de que teríamos uma temporada emocionante. Mas essa corrida da Espanha é indefensável. Foi terrivelmente chata. Começo a achar que a Fórmula 1 é mesmo uma categoria fadada às ultrapassagens de box.

_ Duas pérolas no rádio da Ferrari, este fim de semana: na sexta, ao ser lembrado que estava sem o KERS, Raikkonen respondeu ao engenheiro que não era necessário que este o lembrasse disso a cada curva, pois ele podia ver as luzes no painel. E ontem, ao ser informado do erro no cálculo de combustível, Massa soltou um espetacular “o que você quer que eu faça?”. Uma equipe totalmente perdida, mas que tem pilotos com personalidade questionadora e vontade de melhorar. E por isso, têm a minha torcida.

_ Está dando pena da McLaren. O carro não corresponde, Heikki Kovalainen parece estar em outro planeta e Hamilton coitado, rema, rema, rema, para chegar apenas em nono. É a praga de Fernando Alonso, que continua firme e forte na equipe inglesa.

_ A Toyota continua forte, embora não tenha assustado muito na Espanha. Muito porque Jarno Trulli acabou saindo da corrida no início, num acidente do qual não teve culpa mas que ainda levou mais quatro pilotos e provocou a entrada do Safety Car.

_ Nelsinho Piquet continua como um zero à esquerda na Renault. Enquanto Alonso leva a equipe nas costas.

Resultado Final (8 primeiros colocado):

1º) Jenson Button – Brawn Mercedes-Benz
Rápido, eficiente, concentrado. Mudou a estratégia no início da prova, ao ver que não poderia ultrapassar Barrichello. Não há ressalvas à pilotagem que Button vem apresentando em 2009. Absolutamente fantástico.
2º) Rubens Barrichello – Brawn Mercedes-Benz
Belíssima largada. Foi perdendo ritmo ao longo da prova e levou um “nó tático” do companheiro. Garantiu a dobradinha da Brawn, mas leva nota zero pela choradeira no final. Mau perdedor, como sempre.
3º) Mark Webber – Red Bull Renault
Veio comendo pelas beiradas e conseguiu um grande resultado. Para quem esperava um banho inapelável de Vettel (eu inclusive), vem fazendo bonito com o bom carro da Red Bull.
4º) Sebastian Vettel – Red Bull Renault
Empacou atrás de Felipe Massa e só conseguiu passar quando o brasileiro tirou o pé para economizar combustível. Corrida discreta.
5º) Fernando Alonso – Renault
Muita luta e o quinto lugar como prêmio. Se não fosse ele, acho que os franceses já tinham voltado a se dedicar exclusivamente à construção de Clios e Logans.
6º) Felipe Massa – Ferrari
Um belo fim de semana de Felipe. Andou forte o tempo todo, chegando ao limite do carro. Mas um erro inacreditável no cálculo de combustível tirou dele o quarto lugar.
7º) Nick Heidfeld – BMW
Depois do resultado lamentável do Barhein não deixa de ser surpreendente que a BMW tenha marcado pontos. Mas ainda está longe da forma de 2008.
8º) Nico Rosberg – Williams Toyota
O que será que ele faz para andar na ponta todas as sextas feiras? Podiam usar a mesma fórmula mágica nas corridas.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

BMW sem KERS: para mim, esse negócio está com os dias contados

A BMW anunciou que não vai usar o KERS na corrida de domingo, na Espanha. Os alemães foram aqueles que melhor desenvolveram o dispositivo, vinham trabalhando com ele há mais tempo e, quando colocaram o carro na pista, os resultados não vieram.

Esse tal de KERS já despertou polêmica demais e, acredito, acabará sendo proibido até o fim do ano. Isso porque é caro, pesado, perigoso (a própria BMW sofreu com ele na pré-temporada, com um de seus mecânicos sendo eletrocutado) e, na prática, ninguém que está utilizando o sistema conseguiu tirar dele uma vantagem considerável. Pelo contrário: a Ferrari teve problemas no equipamento na Malásia, e resolveu chutá-lo para escanteio no Barhein.

Bobagem a Fórmula 1 dizer que o KERS representa economia, já que aproveita a energia das freadas transformando-a em potência extra. O alto custo de manutenção não paga esse investimento. Pensando pelo lado da competitividade, seria mais prático e barato adotar o nitro, como a Stock Car usa e como a Fórmula Indy usou há um tempo atrás.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Uma pergunta...

Por que a Globo, ao homenagear Ayrton Senna, um piloto com tantas vitórias, títulos e corridas memoráveis, sempre faz questão de mostrar várias vezes o final do GP do Japão de 91, quando ele deixou o companheiro Berger passar na última curva?

sexta-feira, 1 de maio de 2009

15 anos...

Já fui mais aficionado com automobilismo. É engraçado isso, porque de uns tempos para cá é que venho militando mais neste meio, mas sem dúvida, eu era mais fanático na minha adolescência.
E foi nesta época que adquiri e mantive o hábito de gravar corridas de Fórmula 1. E depois, via, revia, esperava mais alguns dias para ver de novo. Hoje só aciono meu videocassete (sim, eles ainda existem) para gravar aquelas corridas às quais não poderei ver, mais como um compromisso com vocês, leitores aqui do blog.

Não tenho mais essas fitas, com exceção de uma. E um dia desses eu a reencontrei, mexendo no meu armário. É exatamente a gravação do GP de Ímola, de 1994. Hoje faz quinze anos que aquela corrida aconteceu. Resolvi assisti-la e pude notar o quanto a Fórmula 1 mudou nesses últimos anos.

Não vou utilizar este espaço para comentar o acidente fatal de Ayrton Senna. Todos nos lembramos, temos uma relação especial com este momento do nosso esporte, sabemos o que estávamos fazendo, qual foi nossa reação. Enfim, a tragédia marcou a todos. A verdade é que esta corrida tem um valor muito grande para o automobilismo e, em especial, para a Fórmula 1. Apenas Rubens Barrichello disputava a categoria naquele ano (ele não disputou este GP, por causa do seu acidente na sexta feira) e deve se surpreender cada vez que lembra como era a F1 naquele tempo. A primeira coisa que me chama a atenção quando coloco o play é ver pelas precárias imagens (na época eu não tinha tv a cabo) os carros se equilibrando em um asfalto todo remendado.

Se o asfalto era ruim, a pista era sensacional. A corrida foi boa, apesar do clima ruim, teve muitas ultrapassagens proporcionadas pelas curvas Tamburello e Villeneuve, que eram feitas com o pé no fundo. Quando Michael Schumacher estava atrás da Ferrari de Gerhard Berger, depois da segunda largada, dava para ver o Benetton ser “sugado” pelo vácuo da Ferrari, fazendo o alemão chegar ao fim da reta em condições de ultrapassar. Cenas raras de se ver nos dias de hoje, com o calendário infestado de traçados enfadonhos que dão sono só de olhar.

Uma das coisas que mais me impressionaram, confesso, foi a falta da limitação de velocidade nos boxes. Acho que não me lembrava de como era perigoso a maneira como os carros entravam e saíam dos boxes em altíssima velocidade. Isso causou o acidente de Michelle Alboreto, que atropelou dois mecânicos e instituiu de vez a limitação da velocidade.

Esses 15 anos passaram rápido demais. Aquele fim de semana, triste e doloroso, certamente ensinou uma lição importante aos dirigentes da Fórmula 1: a de que não se pode brincar com um esporte tão perigoso. A evolução da categoria, mostra que eles aprenderam direitinho.