terça-feira, 26 de julho de 2011

Batata de Heidfeld começa a assar na Renault

Bruno Senna em Jerez: bom desempenho nos testes da Hungria pode garantir uma vaga de titular até o final do ano.


A Renault anunciou que Bruno Senna realizará os testes de sexta feira, na Hungria, no lugar de Nick Heidfeld. A partir de sábado, o alemão volta ao posto de titular e corre normalmente no domingo.

Nada na Fórmula 1 acontece à toa. Heidfeld ganhou a vaga de Kubica no início do ano por ser um ótimo piloto, com experiência suficiente para elevar a equipe de patamar. Mostrou isso nos testes, chegando a conseguir o melhor tempo em uma das baterias. Mas seu desempenho, durante a temporada, é para lá de mediano. Conseguiu um pódio na Malásia, após realizar uma excelente corrida, mas foi só.

É bem verdade que o carro da Renault também caiu muito de desempenho e é por este motivo que Petrov também não vem fazendo nada demais.

Na minha opinião, faz bem a Renault em dar chance a Senna. Heidfeld foi contratado para trazer um diferencial para a equipe, agregar experiência, mas não está agregando nada. Apostar num jovem talento agora, que pode dar frutos futuros, me parece uma jogada inteligente.

Se Bruno Senna demonstrar capacidade nestes testes, na Hungria, e ganhar a confiança da equipe, não tenho dúvidas de que veremos o sobrinho de Ayrton largando em alguma prova até o final da temporada. Esse poderá ser o passo que falta para sua carreira decolar de vez.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

GP da Alemanha: McLaren e Ferrari encostam na RedBull

Lewis Hamilton vence na Alemanha: ele, Alonso e Webber seguem perseguindo o líder, Sebastian Vettel

Foi estranho ver o pódio do GP da Alemanha ontem, em Nurburgring e dar de cara com Hamilton, Alonso e Webber. Na verdade o estranho não era a presença deles e sim a ausência de Sebastian Vettel, líder disparado do campeonato, com 77 pontos à frente de seu companheiro na RedBull. Para assumir a liderança, Webber teria que vencer 3 provas e conseguir um 9º lugar, contando que Vettel não marque pontos daqui para a frente.


Na verdade, essa vantagem ainda pode ser maior, já que as vitórias podem perfeitamente ser divididas entre os três componentes do pódio de ontem, que são, sem dúvida, os principais rivais do alemão da RedBull. E, dispersando os pontos entre eles, o caminho de Vettel fica ainda mais curto.

McLaren e Ferrari parecem ter encostado de vez no carro da RedBull, principalmente em ritmo de corrida. Como neste ano ultrapassar não é problema, é bem possível imaginar que Hamilton e Alonso deverão ocupar o lugar mais alto do pódio mais algumas vezes, em 2011.

Mas a situação de Sebastian Vettel é muito tranqüila. Assim como Jenson Button, em 2009, o alemão não precisa sequer vencer corridas até o fim do ano para garantir o título. Basta se manter, constantemente, entre os 4 primeiros que garantirá o bi-campeonato.

Falando da corrida, o GP da Alemanha foi movimentado como têm sido todas as corridas em 2011. Logo no começo Felipe Massa tentou ganhar posições na largada, mas acabou ficando encaixotado e foi parar atrás de Rosberg. Ficou 12 voltas tentando passar o alemão, o que arrebentou com sua corrida. Já Alonso, que havia passado Vettel e perdido a posição, demorou só três voltas para recuperar o posto. E, no final, terminou quase 50 segundos à frente do companheiro brasileiro. Entenderam a diferença?

Já no pelotão do meio, a coisa seguia quente com Schumacher, Petrov, Sutil e Kobayashi, todos fazendo grandes provas. Já lá atrás, poucas surpresas com Rubens Barrichello abandonando mais uma vez, Nick Heidfeld ficando na caixa de brita (decepção do ano, não?) e o indiano Karun Chandok, mostrando que seu lugar não é mesmo na Fórmula 1.

A próxima corrida é na Hungria, pista que, historicamente, apresentou algumas das corridas mais chatas do campeonato. Vamos ver se a asa móvel e os pneus pudim dão um jeito nisso.

Classificação final – GP da Alemanha (10 primeiros)

1º) Lewis Hamilton – McLaren Mercedes
Muito raçudo, arrancou a vitória ao ultrapassar Alonso, quando este saia dos boxes na sua segunda parada. Quando poe a cabeça no lugar, geralmente faz provas espetaculares.

2º) Fernando Alonso – Ferrari
Não conseguiu segurar Hamilton na saída dos boxes, mas conseguiu um grande resultado. Caso a Ferrari mantenha esta performance, é bem possível que conquiste mais vitórias até o fim do ano.

3º) Mark Webber – RedBull Renault
Fez a pole no sábado, mas na corrida não conseguiu se manter na ponta. Sofreu com a falta de ritmo de corrida da RedBull.

4º) Sebastian Vettel – RedBull Renault
Com problemas nos freios, jamais conseguiu ser ameaça para os ponteiros. No final, garantiu o 4º lugar graças à incompetência dos mecânicos da equipe Ferrari, que foram mais lentos na parada de Felipe Massa na última volta.

5º) Felipe Massa – Ferrari
Vinha fazendo um bom trabalho, segurando Sebastian Vettel. Mas essa briga só aconteceu porque, no começo da prova, ficou 12 voltas preso atrás de Nico Rosberg.

6º) Adrian Sutil – Force India Mercedes Benz
Grande corrida do alemão, que já havia feito bom trabalho nos treinos.

7º) Nico Rosberg – Mercedes Benz
Protagonizou ótima briga com Felipe Massa nas primeiras voltas. Combativo até o fim da prova, conseguiu boa posição no final.

8º) Michael Schumacher – Mercedes Benz
Brigou muito, o tempo todo, errou, ultrapassou e foi ultrapassado. Diversão garantida nas corridas.

9º) Kamui Kobayashi – Sauber Ferrari
Fantástico desempenho, saindo lá de trás e chegando aos pontos.

10º) Vitaly Petrov – Renault
Com um carro pouco competitivo, não foi páreo para os adversários e acabou ultrapassado várias vezes. No fim, o pontinho conquistado valeu muito.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Nostalgia total: temporada 95 na Fórmula Indy


Gil de Ferran e o belo carro da Hall: um dos destaques da Indy em 95

Ando muito nostálgico nos últimos dias. Tão nostálgico que andei comprando várias corridas antigas de Fórmula 1 (temporadas 95, 96, 97, e aí por diante). Mas, há cerca de 2 meses me superei: comprei a temporada inteira da Fórmula Indy, em 95. O fornecedor foi o Jackson Lincoln, do Blog da Indy. Recomendo!


Bom, já assisti a temporada quase toda. Ontem, quando acabei de ver o GP de Mid-Ohio, me veio a pergunta inevitável: em que ponto da história o automobilismo se perdeu? Não, a temporada de 95 não foi perfeita. Houve provas chatas como Miami e Detroit, mas ninguém entrou em pânico por isso. Sabem porque? Por que a temporada em si foi boa, os pilotos faziam a diferença, para o bem e para o mal, não tínhamos fiscais e dirigentes aparecendo mais do que deveriam.

Esse GP de Mid-Ohio é um bom parâmetro. No começo da prova, Michael Andretti perseguia Jacques Villeneuve pela liderança. Depois de várias tentativas de ultrapassagem, os dois entraram juntos no boxe e Jacques saiu na frente. Andretti não teve dúvidas: com pneus frios foi para cima do canadense, jogou seu carro por fora, os dois se tocaram, bateram rodas umas 3 vezes e o americano foi-se embora. Ninguém foi punido. Christian Fittipaldi (com um belo carro da equipe Walker, reproduzindo a bandeira do Brasil) também atacou Raul Boesel e, afobado, tocou no compatriota, que rodou na pista. Um acidente de corrida, ninguém levou stop and go por causa dele.

Lá na frente, Villeneuve tinha problemas de freio e era pressionado por Gil de Ferran. Sim, aqueles carros davam problemas. Faltavam três voltas para o segundo pit-stop de ambos, mas Gil não se conteve: se meteu por fora na curva e deixou Villeneuve para trás. Não esperou o pit.

“Ah, mas eu gosto de pilotos que sabem aproveitar-se das estratégias e vencer a corrida”, dirá alguém. Eu digo calma amigo: Al Unser Jr. (ídolo deste blogueiro) retardou sua parada e, andando mais rápido do que todos mesmo com os pneus já em frangalhos, saiu da 5ª para a 2ª posição, à frente do canadense Paul Tracy.

Não acabou ainda: em certa altura Bobby Rahal também atacou Villeneuve (os dois disputavam o título). Bobby emparelhou com Jacques numa curva e o canadense não teve dúvidas: jogou o rival no muro. Ninguém foi punido e não havia uma área de escape gigantesca. Vacilou, é muro. Furioso, Bobby esperou Villeneuve passar por ele na volta seguinte e, já fora do carro, fez sinais bem pouco educados para o rival.

Em nenhum momento da prova foi possível apontar um vencedor. Há quatro voltas do fim, o motor de Michael Andretti estourou e Al Unser Jr., que tinha largado em 9º e pilotava uma Penske problemática, herdou a liderança.

Ainda tinha a transmissão, um show do SBT. Toda feita in-loco com os ótimos Téo José (locutor), Dedê Gomez (comentários, um show de informação) e Luiz Carlos Azenha (repórter), que circulava pelos boxes acompanhado de uma câmera exclusiva. Quando Emerson Fittipaldi abandonou (fazia uma péssima temporada, reflexo do carro ruim da Penske e do peso de seus 48 anos na época), Azenha conversou com o piloto que havia acabado de deixar o carro e estava furioso. Não tinha nenhum assessor de imprensa filtrando suas palavras que foram duras contra a equipe. Isso sem contar um canal direto com Christian Fittipaldi, que permitia que Téo José conversasse com o piloto durante as bandeiras amarelas.

Se você tiver a oportunidade, adquira uma dessas corridas, ou procure lances desta temporada no Youtube. A Indy, nessa época, era exatamente aquilo que nós, amantes do automobilismo, gostamos de ver: uma categoria com grandes pilotos, fábricas envolvidas e não dando as cartas e, na sua essência, mais esporte do que política. Os pilotos tinham vontade de vencer e não mediam esforços para isso. Um tempo que, infelizmente, acho que não volta mais.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

GP da Inglaterra: Alonso entra na briga?

Fernando Alonso comemora em Silverstone: ele faz a diferença


2010: após um início de ano horroroso, a Ferrari já parecia jogar a toalha para o campeonato. Mas Fernando Alonso insistia em dizer que uma vitória o colocaria na briga. O espanhol venceu o GP da Alemanha daquele ano e, por pouco, não se sagrou campeão em Abu Dhabi.


2011: após um início de ano horroroso, a Ferrari já parecia jogar a toalha para o campeonato. Mas Fernando Alonso insistia em dizer que uma vitória o colocaria na briga. E, ontem, o espanhol venceu o GP da Inglaterra.

Se o final vai ser o mesmo, é impossível saber. Mas é preciso reconhecer que não se pode duvidar de Fernando Alonso. O espanhol fez uma corrida primorosa ontem em Silverstone e, se é verdade que foi beneficiado pelo problema de Vettel no seu segundo Pit-Stop, também é verdade que depois que assumiu a liderança passou a ser o piloto mais rápido do circuito, sem permitir que ninguém chegasse perto dele.

Talvez seja por causa da proibição do difusor aquecido, mas também pode ser só uma coincidência. A verdade é que, enquanto a McLaren vai caindo ao longo do ano, a Ferrari vai se aproximando da RedBull. E, no ano passado, Alonso já mostrou que não precisa de um carro exatamente melhor. Se o equipamento for pelo menos razoável, o resto ele tira no braço.

A corrida ainda teve disputas interessantes como Webber x Vettel, Massa x Hamilton, Alonso x Hamilton. Teve Schumacher como um grande destaque, batendo no início, sendo punido e, ainda assim, chegando em nono.

É uma pena que Silverstone, um dos autódromos mais desafiadores e seletivos que a Fórmula 1 já teve, está se transformando em mais uma obra do Hermann Tilke, com suas seqüências de curvas burocráticas.

Agora é ver, nas próximas corridas, se a Ferrari vai mesmo permitir que Alonso disputa o campeonato ou se a vitória de ontem foi só uma feliz coincidência.

Classificação Final (10 primeiros):

1º) Fernando Alonso – Ferrari
Com a velha e boa garra, Alonso embolsou seus adversários. Um dos poucos pilotos da Fórmula 1 que fazem a diferença.

2º) Sebastian Vettel – RedBull Renault
Teve problemas no segundo pit-stop mas, mesmo assim, não acredito que conseguiria se manter à frente de Alonso. Mesmo assim continua muito à frente no campeonato.

3º) Mark Webber – RedBull Renault
Ficou para trás na largada e, depois, foi superado por Alonso. No final, poderia ter ultrapassado Vettel mas foi “aconselhado” pela equipe a se manter em terceiro.

4º) Lewis Hamilton – McLaren Mercedes Benz
Assim como Alonso parece estar andando mais que o carro. No final, levou a melhor numa disputa empolgante com Felipe Massa.

5º) Felipe Massa – Ferrari
Durante a prova, se manteve em seu habitual estado letárgico. Acordou no fim, quando foi avisado de que Hamilton estava sem combustível e travou uma luta leal pela posição. Aplausos em sua postura no fim da corrida, reconhecendo que não houve excesso do inglês durante a disputa.

6º) Nico Rosberg – Mercedes Benz
Voltando à zona de pontos depois de uma sequência ruim. Passou a corrida toda à frente de Sergio Perez.

7º) Sergio Perez – Sauber Ferrari
Brigou com Nico Rosberg a prova toda e não conseguiu passar. Mas segue sendo o grande destaque entre os estreantes do ano.

8º) Nick Heidfeld – Renault
Salvou pontinhos importantes para a Renault que, desde o início do ano, vem perdendo rendimento.

9º) Michael Schumacher – Mercedes Benz
Não teve culpa na batida com Kobayashi mas, mesmo assim foi punido. Depois fez uma corrida fabulosa, passando todo mundo que estava pela frente.

10º) Jaime Alguersuari – Toro Rosso Ferrari
Boa prova do espanhol que consegue mais um ponto importante na luta interna da equipe.