quinta-feira, 17 de abril de 2014

Para Relembrar: China

Schumacher festeja sua última vitória: uma aula na China

Domingo tem GP da China. A pista não é das piores, mas está longe de ser espetacular. Pelo menos no traçado já que, em termos de estrutura, quem já esteve no Autódromo de Xangai diz que é uma coisa assustadora, até mesmo para os padrões da Fórmula 1. Estrutura essa que é usada praticamente uma vez por ano, numa corrida com público muito reduzido. O mundo precisava de um pouco mais de simplicidade...

Bem, mas vamos relembrar. GP da China, para mim, significa a última vez que Michael Schumacher subiu ao alto do pódio. E que vitória foi aquela. Foi em 2006, última temporada do alemão antes da primeira aposentadoria. Depois de ter seu monopólio de títulos quebrado em 2005, Schumacher voltou com tudo nessa temporada, disputando contra as eficientes Renault de Fernando Alonso e Giancarlo Fisichella.

Largando mais atrás, Schumacher passou as primeiras voltas preso atrás da Honda de Rubens Barrichello. Os pneus Bridgestone, da Ferrari, perdiam para os Michelin quando a pista estava seca. Mas quando começou a garoar, na metade da corrida, Michael ligou seu famoso módulo "sangue nos zóio" e partiu para cima de Alonso e Fisichella, que lideravam, mas enfrentavam problemas com os instáveis pneus intermediários da fabricante francesa.

Na parte final, com a pista começando a secar, todos começaram a trocar para pneus de pista seca. Schumacher se antecipou e voltou voando para a pista. Superou Alonso nos boxes, mas ainda precisava ser mais rápido que Físico.

A Renault trouxe Giancarlo para os boxes, ele colocou pneus de pista seca e voltou para a pista ainda à frente do Alemão. Quando saiu dos boxes, Michael fez isso:




Com duas rodas para fora da pista, Schumacher despachou Fisichella como quem afasta uma mosca incômoda e seguiu para a vitória, com Alonso em segundo. Ali, Michael empatava a disputa com o espanhol, mas um motor estourado na corrida seguinte, no Japão e um pneu furado em Interlagos sacramentaram o bi-campeonato de Fernando Alonso.

Mas foi uma vitória para mostrar ao mundo da F1 a falta que sentiríamos de Schumacher nos anos seguintes. 

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Panela de pressão

Stefano Domenicali: muitas promessas e poucos resultados

Stéfano Domenicali dançou na Ferrari. Ele havia assumido a direção esportiva do time em 2008, uma temporada após o título de Kimi Raikkonen, o ultimo campeão ferrarista. Com Domenicali no comando, a Ferrari venceu o título de construtores em 2008 e conseguiu dois vices com Alonso: um em 2010 e outro em 2012.

Para o seu lugar, chega um tal de Marco Mattiacci, CEO da Ferrari nos EUA. Da Ferrari dos carros de rua, é bom dizer. O que a Ferrari pretende com isso, não sei. O que esse camarada pode contribuir, não me perguntem. Mas tirar Domenicali me parece ser uma decisão acertada, ainda que tardia. Estava na cara, desde que chegou, que o italiano não era do ramo. Pegar um time redondindo, como era a Ferrari em 2007 e deixar virar essa bagunça, como era na época pré-Schumacher, em tão pouco tempo, não me parece ser um sinal de competência.

Aliás a pressão para cima dele devia estar pesada. Ou alguém acha que o fato de Alonso ter comemorado efusivamente o nono lugar no Bahrein não era uma irônica demonstração da insatisfação do espanhol? Ainda mais depois do cala a boca que levou no fim do ano passado, quando desandou a falar mal do carro.


Tenho a impressão que o espanhol não fica no ano que vem. Está na cara que a Ferrari vai demorar para se reerguer, se é que vai conseguir, e Alonso não vai ter paciência de esperar. Raikkonen, desconfio, também não. A dupla de pilotos da equipe vermelha parece estar em aberto, neste momento. Quem será que vai se arriscar?

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Pastana Garage


Não sei se já disse isso aqui, mas costumo dar umas voltinhas de kart, de vez em quando. Kart amador, para deixar bem claro. Até disputo um campeonato aqui em Belo Horizonte, a gloriosa e organizadíssima Copa BH de Kart. É um campeonato razoavelmente organizado, mas feito entre amigos, sem brigas, sem confusões, só diversão mesmo.

Bem, mas isso não importa. O que importa é essa foto aí de cima. Este é o meu capacete, pintado pelo Estúdio Pastana Garage, que fica no Rio de Janeiro e é capitaneado pelo amigo Marcello Pastana. Entre no blog e constate a qualidade do trabalho desses caras! E o preço é excelente, posso garantir. Para você ter uma ideia, todo o trabalho no meu capacete foi feito sem que eu pisasse no Estúdio, tudo por sedex, e ainda assim ficou mais barato do que se eu tivesse feito em BH.

E o atendimento é muito personalizado. No meu caso, queria uma pintura em homenagem a Al Unser Jr., meu ídolo no automobilismo. É claro que foi um espanto e Marcello me escreveu dizendo: “Já fiz pinturas de Senna, Piquet, Barrichello e Schumacher, mas Al Unser Jr. é a primeira vez que me pedem!” Foi um desafio, mas o resultado ficou ótimo, melhor do que a encomenda.

Portanto, se você está procurando alguém para fazer um trabalho deste tipo, entre em contato com eles. Vale muito a pena!


terça-feira, 8 de abril de 2014

Faltou falar do principal


Com tantas coisas para falar depois do GP do Bahrein, acabamos esquecendo do mais importante: que resultado sensacional conseguiu Lewis Hamilton. Uma vitória sólida, construída com raça e técnica. Não é qualquer piloto que passa quase 15 voltas suportando a pressão do adversário com o mesmo carro, mas com pneus mais de um segundo mais rápidos por volta.

Aliás, a dupla da Mercedes é a melhor do grid, já tinha dito isso aqui no blog. A Ferrari tem dois campeões do mundo, mas nunca acreditei que Raikkonen se adaptaria àquele ambiente de novo e, por enquanto, estou acertando a previsão.

Mas, voltando a Hamilton e o Bahrein, além ter sido uma vitória importante matematicamente, ela também foi fundamental psicologicamente. Rosberg ainda tem boa vantagem à frente, mas sabe que a batalha contra o companheiro inglês será dura. Se começar a ficar atrás constantemente, pode bater o desespero.

Hamilton é acusado de não lidar bem com pressões. Eu mesmo não vejo nele um piloto completo, como Alonso ou Vettel, só para citar como exemplo gente que está no grid atual. Às vezes comete erros em momentos fundamentais, como ocorreu no treino oficial de sábado.

Mas há um fator, que poucas pessoas comentam: Lewis deixou a McLaren depois de 2012 para liderar a Mercedes após a saída de Michael Schumacher. E os resultados da equipe prateada subiram muito após sua chegada. É impossível não valorizar um piloto que é capaz deste tipo de iniciativa. Sair da zona de conforto é para poucos. Massa e Barrichello, por exemplo, levaram anos para deixar a Ferrari.


Se Hamilton conseguir manter o nível atingido na corrida de domingo, é questão de tempo para tomar a liderança do campeonato. 

segunda-feira, 7 de abril de 2014

E agora?

Hamilton x Rosberg: a guerra que queremos é essa, na pista

Posso estar redondamente enganado, mas fiquei com a impressão de que a ordem da Williams para seus pilotos trocarem de posição na Malásia, e suas devidas repercussões, acabaram afetando diretamente o GP do Bahrein, disputado esse fim de semana. Talvez pelo próprio desconfiômetro, talvez por uma pressão de Bernie Ecclestone, os engenheiros deixaram a coisa rolar solta na pista. Apenas a Red Bull arriscou alguma coisinha no meio da prova, pedindo que Vettel abrisse caminho para Ricciardo, mas no fim, quando os dois disputavam posições e pontos importantes, deixou o pau comer.

Aliás, Paddy Lowe, da Mercedes, falou sobre isso: ele mesmo havia pedido que Hamilton e Rosberg tomassem cuidado na relargada, após a saída do Safety Car e os dois brigaram pela vitória, sem estragar a dobradinha da equipe. Mas, segundo Lowe, seria um crime pedir que mantivessem as posições depois do que aconteceu em Sepang. Uma coisa é ter cuidado, outra é "levar as crianças para casa", como eternizou Ross Brawn.

Force India também deixou o
pau quebrar entre Hulk e Perez
A pergunta que fica é: e agora? Quanto tempo esse liberalismo vai durar? Nesse sentido, o resultado da prova foi importantíssimo. Pilotos da Mercedes, Force India, Red Bull e Williams se digladiaram na pista e todos chegaram ao final sãos e salvos. De quebra, produziram uma corrida como há muito não se via, uma prova que certamente gerou repercussões positivas importantes para a imagem arranhada da Fórmula 1 neste início de ano. Ninguém estava mais falando sobre feiúra dos carros, som dos motores ou ordens de equipe. Passamos a conversar sobre a corrida em si, que foi excelente.

Ponto para os pilotos, que provaram ser capazes de disputar posição com o companheiro sem por em risco o resultado do time. Não são irresponsáveis, enfim. E querem, todos eles, terminar bem o campeonato, de preferência disputando limpamente. E é por isso que Rosberg e Hamilton deram show. Batalharam na pista e comemoraram o resultado depois. Há uma imagem espetacular dos dois na salinha que antecede a ida para o pódio, comentando as manobras e contando para Perez o que tinha acontecido lá na frente, com o mexicano morrendo de rir. Sem mimimi, sem choradeira, sem biquinhos. São competidores, afinal.


Não tenho dúvidas de que os engenheiros devem ter acabado com todas as unhas, mas agora a questão das ordens de equipe parece ter ficado mais complexa. E acho que Bernie Ecclestone vai cuidar disso de perto, impedindo que ocorra. A Fórmula 1, o público e os pilotos vão agradecer muito. 

domingo, 6 de abril de 2014

Que corrida!



Sem tempo para análises mais profundas agora. Passo aqui apenas para dizer: que corrida meus amigos, que corrida!

Uma prova com várias disputas e as melhores delas entre companheiros. Os pilotos da Mercedes deram um show na pista e fora dela, se cumprimentando depois, celebrando a briga que tiveram, roda a roda, com responsabilidade. Sem reclamações, sem choradeira. Sim engenheiros, é possível dois companheiros de equipe disputarem uma posição sem estragar a corrida do time! Qualquer um desses dois, Rosberg e Hamilton, que vencerem o campeonato este ano, terá merecido a vitória.

Sensacional prova também da Force India, da Red Bull e da Williams, definitivamente de volta ao grupo das principais equipes. Péssima prova da Ferrari, uma equipe que só vem andando para trás.

Mais tarde, ou talvez amanhã, falaremos mais detalhadamente. Que corrida meus amigos, que corrida!

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Para Relembrar: Bahrein


Alonso vence na estréia pela Ferrari: começava o calvário de Felipe Massa

Integrante do calendário da Fórmula 1 desde 2004, a pista do Bahrein tem um dos traçados mais sem graça da categoria (a ela se juntam Hungria, Abu Dhabi e Barcelona). Por isso mesmo, é difícil lembrar de alguma corrida memorável neste circuito, o que se tornou um grande desafio para este blogueiro: descobrir uma prova que valesse a pena relembrar.

Mas, vamos lá: 2010. Estréia de Fernando Alonso na Ferrari, Jenson Button na McLaren, Rubens Barrichello na Williams, Nico Rosberg na Mercedes. Na equipe alemã, aliás, a grande atração do fim de semana: Michael Schumacher, de volta à Fórmula 1 depois de 3 temporadas de aposentadoria. Havia ainda as três nanicas, Lotus (hoje Caterham), Virgin (hoje Marússia) e Hispania (hoje, no céu das equipes). Bruno Senna e Lucas di Grassi estavam entre os que se aventuraram nesses times.

Outro destaque importante eram os pit-stops: pela primeira vez, desde 1994, não haveria mais o reabastecimento. Nos treinos, Felipe Massa classificou-se em segundo lugar, na sua volta após o acidente na Hungria, em 2009. Sempre cito essa corrida para acabar como argumento de que Felipe abalou-se com o acidente a ponto de perder performance. Além de classificar-se à frente de Alonso, o brasileiro, que fez uma largada ruim, andou em ritmo forte o tempo todo, chegando em alguns momentos a incomodar o companheiro. Há um momento em que a Ferrari o orienta a diminuir o ritmo.

Esse sim foi o problema  de Massa: perceber que, depois de anos de Ferrari, havia perdido prestígio com a chegada do espanhol já na primeira prova juntos. Alonso venceu a prova, após um problema na Red Bull de Sebastian Vettel, com Massa em segundo. A Ferrari parecia forte naquele começo de ano e, de fato, Alonso disputou o campeonato até o final contra Vettel e Webber. No fim, o alemão conseguiu seu 1º título na carreira.

Foi um parto achar essa corrida para linkar aqui, mas encontrei um vídeo com os melhores momentos. A prova teve algumas ultrapassagens, mas esteve longe de ser uma corrida boa. Como nenhuma foi nessa pista, aliás. Sinal de um fim de semana de poucas emoções na Fórmula 1, mais uma vez.