terça-feira, 19 de agosto de 2014

Mais juventude, menos experiência


Geralmente, no intervalo entre os GP`s da Hungria e da Bélgica a Fórmula 1 enche os noticiários com boatos e confirmações sobre a troca de pilotos para a próxima temporada. Foi neste período, em 2013, que surgiram as primeiras informações da troca de Felipe Massa por Kimi Raikkonen na Ferrari.

Este ano a coisa estava mais morna, até que a Toro Rosso soltou um comunicado ontem, confirmando que Max Verstappen vai estrear na equipe em 2015, no lugar de Jean Éric Vergne. O filho de Jos Verstappen, que correu na F1 nos anos 90, vai completar 17 anos em Setembro. E sera o mais jovem piloto a correr na maior categoria do automobilismo.
Max é filho de Jos Verstappen,
que correu na Benetton em 94

Max está na Fórmula 3 europeia e, claro, deve ser muito bom piloto. Mas não tenho como comentar com profundidade pois não acompanho esta categoria. Apenas posso dizer que a experiência vem valendo cada vez menos na Fórmula 1.

Aquela velha receita, de juntar um jovem estreante, a um veterano na mesma equipe, para que o fedelho em questão possa “aprender os atalhos” já não vale de nada. E não vale porque esses garotos já chegam muito preparados, essa que é a verdade. Basta ver que, neste ano, Jenson Button vem tendo vida difícil contra Kevin Magnussen, e Felipe Massa está tomando uma surra acachapante de Valteri Bottas. Em 2011, Pastor Maldonado (vejam só…) aposentou Rubens Barrichello, na Williams. Trabalho que tinha sido iniciado por Nico Hulkenberg, um ano antes.

Pessoalmente, acho que o esporte em geral vem preconizando cada vez mais a ascensão de atletas ao topo das modalidades. Basta ver o futebol, e a forma como os clubes europeus carregam garotos de 9 ou 10 anos para jogar em Barcelona ou Madri, pagando salários altíssimos e dando a eles uma vida cheia de mordomias.

Um cara de 17 anos ainda não tem cabeça para chegar ao topo da carreira (e a F1 é o topo da carreira de um piloto), ganhar um salário milionário e acelerar um carro de Fórmula 1 em circuitos espalhados pelo mundo. É preciso ralar um pouco, passar aperto, provar que merece chegar lá não apenas por ser rápido em sentar e enfiar o pé no acelerador, mas porque sabe que a vida não é fácil, e é preciso dar valor àquilo que se conquista.

Quem tem 17 anos, ainda não sabe. Mas, é um caminho sem volta, este que o esporte tomou. Portanto, nos resta a curiosidade de ver o comportamento do piloto quando tivermos a largada para a primeira corrida de 2015.

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