quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Para relembrar: Austrália/94

Schumacher e essa coisa linda que era a Benetton B194

Foi num dia 13 de novembro, há exatos 20 anos, que Michael Schumacher conquistava o primeiro de seus 7 títulos mundiais, no GP da Austrália, que era disputado em Adelaide. Era um ano em que o alemão sobrava na turma, e parece estranho que a conquista tenha vindo apenas na última etapa do campeonato de 94.

Numa temporada triste, marcada pelas mortes de Ayrton Senna e Roland Ratzenberger, a Fórmula 1 ainda via as equipes sofrerem com o regulamento, que tinha sido radicalmente alterado em relação aos anos anteriores, produzindo um campeonato de provas bem monótonas (opa, alguém lembrou deste ano?). A Benetton entendeu melhor as regras, produziu um carro excepcional e ainda contava com Schumacher em ótima forma, pronto para adentrar a galeria dos grandes campeões.

Mas tudo começou a ruir quando o alemão fez a volta de apresentação do GP da Inglaterra à frente do pole position Damon Hill (manobra que, diga-se, ele já havia feito no GP do Brasil). Schumacher não obecedeu à bandeira preta recebida durante a corrida e foi desclassificado. E mais: seria banido de duas corridas até o final da temporada.

Mas ainda não tinha acabado: na Bélgica, irregularidades no assoalho de sua Benetton o levaram a uma nova desclassificação. As duas corridas de punição foram Itália e Portugal, GP`s vencidos com facilidade por Damon Hill. A Williams havia encontrado um acerto melhor para o problemático FW-16, principalmente após a participação de Nigel Mansell no GP da França, que apontou o caminho das pedras para que a equipe melhorasse o chassi que tanta dor de cabeça havia trazido para Ayrton Senna no início do campeonato.

Com todas essas confusões, Schumacher e Hill chegaram ao GP da Austrália separados por um ponto, com vantagem para o alemão. Mesmo assim, o título de Schumacher parecia uma barbada, já que Hill continuava a mostrar-se um piloto apenas mediano, parecendo estar ali por falta de alguém melhor.
Mas o que vimos foi diferente. Desde a largada, Damon Hill encarou o forte ritmo imposto por Michael Schumacher na ponta (Mansell havia largado na pole, mas arrancou de forma lamentável) e pressionava o alemão o tempo todo.

O momento decisivo da
temporada de 94
E foi logo após o primeiro pit-stop que ocorreu o momento decisivo: Schumacher cometeu um erro, tocou o muro e quando voltou a pista, ainda a frente de Hill, viu o inglês colocar a Williams por dentro para ultrapassar. O alemão jogou a Benetton para cima e destruiu o braço de suspensão do carro de Damon, que ainda tentou alguma coisa nos boxes, mas em vão. Schumacher parou na barreira de pneus e comemorou ali seu primeiro título mundial. Mansell herdou a ponta e venceu o GP, seu ultimo triunfo na Fórmula 1.

Não é uma maneira bonita de se ganhar um campeonato, mas no caso de Schumacher sempre achei que FIA pegou pesado nas punições que aplicou a ele para que a disputa fosse prolongada até a última prova. Ninguém mais do que ele, disparadamente o melhor piloto do grid, merecia ganhar o campeonato.

A manobra deu início a uma certa rivalidade entre ele e Hill, mas o inglês nunca foi um adversário a altura. Ele se sagraria campeão em 96, quando a Williams produziu um carro muito melhor do que todos os outros. Damon Hill encerrou a carreira em 99, na Jordan. Já Michael Schumacher ainda venceria o campeonato seguinte, na Benetton, e dominaria o início dos anos 2000 na Ferrari, tornando-se heptacampeão mundial, o maior piloto de todos os tempos, uma lenda do esporte.

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