domingo, 12 de outubro de 2014

Virou o jogo


Seja lá o que tenha ocorrido após o GP da Bélgica, quando Rosberg e Hamilton atingiram o auge da rivalidade, o fato é que o inglês saiu mais forte do episódio. As conversas devem ter sido duras e, pelo que saiu na imprensa, a Mercedes ficou ao lado dele. E Rosberg, depois daquilo, não conseguiu mais manter o mesmo desempenho. Apenas em Cingapura, teve problemas. Na Itália, no Japão e na Rússia, foi engolido pelo companheiro.

Na chatíssima pista de Sochi, Nico confirmou que a pressão pesou nos seus ombros. Tentou ultrapassar Lewis de forma suicida na primeira curva, arrebentou com seus pneus, precisou trocá-los ainda na primeira volta e só conseguiu o segundo lugar porque a Mercedes tem um carro que é de outra categoria. Mais uma dobradinha da equipe no ano, que confirma o título de construtores, de forma inapelável e merecida.
Quanto ao título de pilotos, Lewis Hamilton caminha forte. A não ser que os azares que o atrapalharam na primeira metade do campeonato voltem a incomodá-lo. Na pista, está difícil bate-lo.

A pista de Sochi apresentou uma nova característica, a qual não estávamos acostumados. Com um asfalto muito gentil, permitiu que os pilotos optassem por apenas um pit stop e Rosberg, que parou na primeira volta, chegou ao fim com a borracha em boas condições. Só Felipe Massa parou duas vezes. O brasileiro adotou uma tática diferente, já que largava em 18°. Colocou pneus macios logo na primeira volta.

Vinha bem, até que empacou atrás de Sérgio Perez. A Williams então decidiu colocar um novo jogo de pneus no carro de Felipe, para que ele pudesse superar os adversários com maior facilidade. Não adiantou. Novamente empacado atrás do mexicano da Force Índia, Massa chegou apenas em 11°, tendo nas mãos o segundo melhor carro do grid, enquanto Valteri Bottas conseguiu mais um pódio. A corrida de hoje explica um pouco a diferença de pontos entre os dois na tabela. Definitivamente, o primeiro ano de Massa na Williams poderia ter sido bem melhor.

No mais, boas corridas da McLaren e de Fernando Alonso, enquanto as Toro Rosso tiveram desempenho discreto, após boa performance nos treinos. Mas foi uma corrida estranha, na Rússia. O acidente de Jules Bianchi e seu gravíssimo estado de saúde deixou a competição em segundo plano. Antes da prova, foi feita uma bela homenagem ao piloto, que segue no hospital, sem progressos. Tenho um amigo que é médico e ele me disse que o tipo de lesão que foi descrito no boletim médico, é irreversível. E os pilotos sabem disso.

A Fórmula 1 terá muito o que discutir sobre segurança e procedimentos extra-pista nos próximos meses.

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