sábado, 6 de dezembro de 2014

2014 em revista: Mercedes


Ao se referir a 2014 é impossível não se recorrer ao clichê de dizer que foi um ano prateado. De tempos em tempos surgem equipes dominantes na Fórmula 1, mas são poucas as vezes em que se pode dizer que o domínio foi tal, que tornou humilhante a participação das outras. Foi assim com a Mercedes este ano, num desempenho comparável à McLaren, em 1988, e à Williams em 1992.

A equipe contou com o melhor motor da temporada, o seu, um chassi absolutamente equilibrado, dois pilotos espetaculares e um excelente time fora da pista. Uma receita de sucesso que resultou em 16 vitórias, com 11 dobradinhas e 18 poles position. Somente devido a falhas em seu equipamento, ou a vacilos dos pilotos, a Mercedes viu Daniel Ricciardo obter 3 vitórias e Felipe Massa marcar uma pole position, na Áustria. De resto, a equipe foi sempre um segundo mais rápida do que as outras, praticamente criando uma Fórmula 1 a parte, entre Hamilton e Rosberg.

É claro que um domínio desses, com dois pilotos em níveis semelhantes, geralmente resulta em egos inflados. E a Mercedes viveu esse problema intensamente em 2014. Após o GP de Mônaco, a tensão entre Rosberg e Hamilton aumentou a cada corrida e a equipe precisou agir.

A princípio, optou por fingir que nada estava acontecendo, o que acabou resultando numa ordem de equipe absolutamente esdruxula no GP da Hungria, quando solicitaram que Hamilton desse passagem ao companheiro. A resposta de Lewis foi até muito educada, ao negar o pedido.

Mas aí veio o GP da Bélgica, quando Nico resolveu jogar duro, furou o pneu do companheiro e provocou a ira da cúpula do time. Os dirigentes se posicionaram contra o alemão e derrubaram o ímpeto de Rosberg na luta pelo título. Garantiram o campeonato com Hamilton, mas a luta entre os dois, que poderia ser épica, acabou sendo eclipsada.

A Mercedes largou na frente em 2014, principalmente por ter entendido melhor o novo regulamento. Mas, para 2015, terá que trabalhar mais se quiser manter o domínio. E terá cuidar muito do clima interno, sem matar o espírito de competição dos pilotos. Um grande desafio para o time dos sonhos da atual Fórmula 1.

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