quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Hora de pagar a conta

Barrichello, Senna e Massa: situações opostas e igualmente dramáticas para 2012

O Brasil, país que detém 8 títulos mundiais na Fórmula 1, chega ao final de 2011 representado por três pilotos: Felipe Massa, Rubens Barrichello e Bruno Senna. Nenhum dos três têm resultados convincentes este ano e as perspectivas, por diferentes motivos, são b em ruins para 2012.


Dos três, a situação mais triste é, curiosamente, a de Felipe Massa. Curiosamente, porque apesar de ser o único com contrato para 2012, é Felipe quem enfrenta o caso mais grave de execração pública, justamente por causa de seu desempenho absolutamente lamentável em 2011 (e que deve se somar à sua péssima temporada de 2010).

Massa está prestes a se tornar o primeiro piloto da Ferrari, desde Ivan Capelli em 92, a deixar de subir no pódio por uma temporada inteira. Ele tem 108 pontos no campeonato, contra 245 do companheiro Fernando Alonso, uma diferença inacreditável de 137 pontos. Mas nem precisamos ir tão longe: do grupo dos seis pilotos das três maiores equipes Felipe é, de longe, o pior. Está 119 pontos atrás de Lewis Hamilton, 5º colocado no campeonato. Na última corrida, em Abu Dhabi, iria conquistar seu melhor resultado na temporada, um quarto lugar, quando rodou sozinho na pista e perdeu a posição para Mark Webber.

Com isso tudo, não podemos deixar de pensar que a Ferrari, provavelmente, deve muitos favores a Nicolas Todt, o empresário do brasileiro. Só isso explica a permanência de Massa no time em 2012. A Ferrari já fala abertamente da não presença de Felipe em 2013, está trabalhando o jovem Jules Bianchi como futuro companheiro de Alonso e não esconde, nem mesmo no Twitter oficial, a sua indiferença em relação ao piloto brasileiro. Um buraco que o próprio Massa tratou de cavar sozinho.

Do outro lado da moeda, temos Rubens Barrichello, com 19 anos de Fórmula 1. Foi ele quem, durante anos, carregou nas costas a cobrança do país por ter um piloto vencedor. Esteve por anos na Ferrari ao lado de Schumacher, ficando atrás dele também, mas com muito mais dignidade do que Felipe mostra agora. Aos 39 anos, é carta fora do baralho na Williams em 2012, apesar de ter passado dois anos lutando contra aquela carroça.

Mesmo assim, não fala em parar. Em Abu Dhabi, após se classificar em penúltimo lugar, chegou em 12º, chegando a freqüentar a zona de pontos. Rodrigo Borges fez este post no Esporte Fino, clamando pela ida de Rubinho para a Ferrari no ano que vem. Assino embaixo. Se não é, nem nunca foi um craque do volante, Barrichello é, ao menos, um piloto com sangue nas veias, que ajuda o time, que quer obter os resultados. Mas está num beco sem saída: as poucas vagas que restam não estão à sua espera. Deverá se despedir da F1 em Interlagos. Que a torcida lhe faça a homenagem justa, que ele merece.

Por fim, temos Bruno Senna. Começou bem na Renault, com bons fins de semana na Bélgica e na Itália. Mas foi só. O carro parou o desenvolvimento, Bruno pouco vem contribuindo e o entusiasmo inicial da equipe com ele esfriou. Os dirigentes insistem em dizer que aguardam Robert Kubica e já têm a grana de Vitaly Petrov. Uma situação bastante complicada para ele.

O único brasileiro que, no momento, bate à porta da categoria é Luiz Razia, que fez uma temporada fraca na GP2 e é piloto de testes da Lotus Caterham. Os anos de abandono do automobilismo brasileiro começam, a partir do próximo ano, a cobrar a sua conta. E, pelo jeito, ela não será barata.

2 comentários:

Luís Fernando Ramos Santos disse...

Descordo plenamente, no que diz respeito ao Rubens Barrichello!
Vc tem a memória muito curta. Leia o livro do Rubinho, com ele soltando os cachorros na equipe e verás que deve ser improvável a volta dele.
E digo mais. Não concordo que ele tenha sangue nas veias, muito pelo contrário. Ele tem ótima qualidade técnica, mas não tem garra para ganhar nada. Para no primeiro obstáculo que enfrenta. O Brasil está seguindo os mesmos caminhos da França no automobilismo.

Bruno Aleixo disse...

Eu acho o contrário. Para mim, garra ele tem de sobra. Se não tivesse, não largaria da última posição no GP de Abu Dhabi para a 12ª, com aquela carroça, aos 39 anos de idade.

O que falta, em relação aos outros, é técnica e, principalmente, regularidade. Se ele parasse no 1º obstáculo, já teria encerrado a carreira há muito tempo.

E sim, estamos seguindo o caminho da França. Na verdade, o estrago já foi feito e, agora, a partir de 2012, começamos a colher os frutos.