sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Pit-stop

Retrospectiva feita, agora é hora daquele tempinho necessário no final do ano. O blog faz um pit-stop agora e volta no final de janeiro.

Desejo a todos os meus leitores um Feliz Natal e um 2015 de muita velocidade e realizações!


quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

2014 em revista: Transmissão

Galvão, Burti e Reginaldo: malabarismos para  ludibriar
o espectador detonam a credibilidade da F1

A Fórmula 1 começou a despertar algum interesse nos brasileiros quando Emerson Fittipaldi começou a mostrar que o país era capaz de se destacar no cenário automobilístico internacional. Nelson Piquet ajudou nessa percepção quando começou a ganhar títulos. Mas foi na segunda metade da década de 1980 que o esporte se popularizou de vez, graças a figura icônica de Ayrton Senna.

Piloto talentosíssimo, adepto a frases de efeito, sempre pronto a empunhar a bandeira brasileira a cada vitória, Senna era o personagem perfeito. A Globo embarcou na brincadeira e trabalhou para convertê-lo num verdadeiro semideus. Com o país em crise, população desesperançada, futebol em baixa (a seleção perdeu duas copas nas quais era favorita), o tema da vitória das manhãs de domingo tornou-se a redenção do país, na figura de Ayrton Senna.

Mas, há vinte anos, Senna se arrebentou num muro em Ímola e se foi. E, por incrível que pareça, sua ausência não foi capaz de demonstrar à Globo, que a história do herói nacional, pelo menos no automobilismo, não colava mais. Rubens Barrichello carregou essa cruz e virou chacota na boca da torcida, embora tenha tido uma carreira respeitável. Felipe Massa chegou perto de ser campeão pela Ferrari, mas os anos seguintes mostraram que aquele 2008 foi uma exceção à regra. De resto, uma longa lista de brasileiros que passaram pela F1 com pouco ou nenhum destaque.

O fato é que, sem um ídolo para cultuar, a Globo partiu para uma estratégia de defender o indenfensável. Galvão Bueno, Reginaldo Leme e Luciano Burti passaram os últimos três ou quatro anos se desdobrando para convencer o telespectador de que ele não estava vendo o que estava acontecendo na realidade. Não importa qual erro Felipe Massa cometa na pista: a culpa nunca será dele, parece ser o lema.

Em 2014, atingimos o fundo do poço em termos de transmissão de Fórmula 1. Profissionais despreparados, comentários que nada acrescentam, áudios vazando no ar com locutores mostrando como fariam para ludibriar o espectador. Rubens Barrichello, que pelo menos fazia comentários técnicos interessantes, foi dispensado.

O interesse em F1, que já era pouco, foi ficando cada vez menor. A Globo tirou do ar o início dos treinos. Boatos deram conta de que a transmissão da temporada 2015 seria feita, totalmente, pelo Sportv, o que foi desmentido.

O ano de 2014 mostrou que a Fórmula 1 não é mais um esporte que se adequa às exigências da Globo. As corridas são longas, não há pilotos em condição de serem heróis e as corridas, aos domingos, tiram a chance da emissora colocar no ar algum “Desafio Espetacular de Verão”, que irá revelar um novo ícone brasileiro das praias.

Continuo com a mesma opinião: a TV fechada (por mais Litos Cavalcantis que se tenha que aturar) só vai fazer bem à F1 no Brasil. Automobilismo é um esporte especializado, quem gosta, gosta e ponto. Chega dessa massificação besta, não precisamos de heróis. Precisamos de uma equipe capaz de transmitir a corrida, narrando e comentando. O resto é bobagem.

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

2014 em revista: Regulamento


Quando a pré-temporada da Fórmula 1 2014 começou, todos estavam curiosos para ver como se comportariam os novos carros, com motores menores, turbinados, e um monte de componentes eletrônicos de recuperação de energia. Tudo ecologicamente correto e buscando a famosa redução de custos.

Os primeiros resultados foram escandalosos: a RedBull, atual campeã, mal conseguia sair dos boxes. A Lotus sequer apareceu nas duas primeiras sessões. Todos os pilotos reclamando dos carros, ariscos e difíceis de guiar. O som do motor era ridículo. Diversos dirigentes dando entrevistas, dizendo que seria uma surpresa se algum carro conseguisse chegar ao final do GP da Austrália, a primeira corrida.

Infelizmente, o novo regulamento da Fórmula 1 acabou se tornando uma sucessão de tiros n`água. A falta de confiabilidade dos carros foi superada a tempo. O som dos motores, baixo e abafado, tornou-se um problema, tanto para que assiste pela televisão, como para quem vê ao vivo. O excesso de eletrônica nos carros tornou o papel dos pilotos ainda mais irrelevante, já que eles são monitorados pelo rádio o tempo todo. As corridas de Fórmula 1 passaram a destacar aquele que economiza melhor, e não aquele que é mais rápido.

Para completar, o novo regulamento ainda mantinha esses pneus horrorosos da Pirelli que, em algumas pistas, não chegam a durar mais que seis voltas. E não podemos nos esquecer da asa móvel, que converteu as ultrapassagens em simples passagens de um piloto pelo outro.

A Fórmula 1 2014 afastou-se ainda mais de sua essência, que é a velocidade. Ao invés de vermos pilotos fritando pneus, brigando com os carros, buscando vitórias, passamos a ver gráficos de economia de combustível, câmeras térmicas para mostrar desgaste de pneus e gravações de rádio de engenheiros mandando pilotos virarem mais para a direita, do que para a esquerda.

Sim, houveram boas corridas, mas a questão é maior do que essa. A Fórmula 1 sempre foi uma experiência única. Me lembro da primeira vez que levei um primo meu a Interlagos. O moleque tinha 15 anos e quando passamos pela portaria do setor G, ouvimos um carro rasgando a reta oposta. Apenas o som e a sensação de que era um carro passando a quase 300 por hora fizeram com que esse meu primo saísse correndo desembestado na minha frente para chegar logo à arquibancada, mesmo não sabendo como chegar lá ainda.

Desconfio que a sensação não seria a mesma em 2014. E deve ser por isso que a F1, mesmo no meio de uma disputa entre dois pilotos da mesma equipe, tenha chegado ao final de uma forma meio melancólica, estranha. Talvez esteja na hora de resgatar um pouco da essência lá do passado.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

2014 em revista: Kimi Raikkonen


A volta de Kimi Raikkonen à Ferrari prometia ser um dos principais atrativos da temporada de 2014. A equipe italiana passaria a contar com dois campões em seus cockpits, uma situação inédita para eles. Além disso, seria interessante ver como seria o comportamento de Raikkonen na equipe da qual havia saído pela porta dos fundos em 2009, e como ele lidaria com o ego de Fernando Alonso.

Infelizmente, nada aconteceu. Raikkonen não mudou em nada o seu comportamento, sempre desligado e pouco preocupado com problemas de desempenho. Não se adaptou ao carro da Ferrari e pouco fez para mudar a situação. Fechou o campeonato com apenas 55 pontos, contra 161 de Alonso. A tiro da Ferrari, que trouxe o finlandês para o lugar de Felipe Massa, buscando aumentar o saldo de pontos do time, saiu pela culatra. Passou a pagar um salário bem mais alto, por praticamente o mesmo número de pontos. Se isso não é um mau negócio, desconheço o que seja.

Kimi é um piloto espetacular, e parecia ter melhorado ainda mais quando voltou à Fórmula 1 em 2012, após dois anos fazendo Rally. Conseguiu duas vitórias com um carro apenas razoável, e esteve sempre em grande forma. Mas, na Ferrari, voltou a viver os tempos apagados de 2008 e 2009, quando estava justamente na equipe italiana.

Apesar de ter sido campeão em 2007 pilotando um carro vermelho, a sensação que fica é que Raikkonen e Ferrari não foram feitos um para o outro. A temporada de 2015 parece ser a última para que o finlandês mude essa história. Embora ele não esteja nem aí para isso.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

2014 em revista: Fernando Alonso


Fernando Alonso chegou à Ferrari em 2010 para se tornar um multicampeão, como foi Michael Schumacher. Mas os anos foram passando e a impressão de que o piloto era sempre melhor do que o carro ia ficando mais forte. Mesmo quando chegou a disputar títulos, a sensação que se tinha era de que apenas Alonso estava na disputa, e a equipe já ajudaria caso não atrapalhasse.

Veio 2014 e, o que era esperança, desabou de vez. O espanhol conheceu de perto a Ferrari em sua essência: trocas de dirigentes, aposentadoria de presidente, entrevistas cheias de indiretas para lá e para cá. De um lado, Alonso criticando o carro, do outro os italianos rebatendo, pedindo empenho e cobrando mais trabalho.

A verdade é que, nesses cinco anos de parceria, apenas nos três primeiros a Ferrari ofereceu à sua estrela um carro razoável. Nas duas últimas temporadas, Alonso contou com verdadeiras cadeiras elétricas. E, numa Fórmula 1 cada vez mais engessada, é muito difícil um piloto tirar de um carro o desempenho que ele não tem.

O resultado foi um vergonhoso quarto lugar para a Ferrari no mundial de construtores, num ano sem nenhuma vitória vermelha. Alonso bem que tentou, fez uma corrida extraordinária na Hungria, mas pouco brilhou em 2014. E a Fórmula 1 precisa do brilho de um piloto como ele.

A paciência, que vinha dando sinais de que ia acabar, acabou. Alonso se mandou para a McLaren, de onde saiu brigado em 2007. Talvez seja melhor lidar com Ron Dennis, do que com os italianos trapalhões.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

McLaren 2015


Todo mundo já sabia, mas não deixa de ser espantoso: Fernando Alonso volta à McLaren em 2015. A equipe anunciou sua dupla de pilotos hoje pela manhã, mantendo Jenson Button e colocando Kevin Magnussen como reserva. Jenson deve correr mais um ano para que o dinamarquês, que fez um campeonato razoável em 2014, volte em 2016.

A volta de Alonso à equipe, depois de tudo o que ocorreu entre ele e Ron Dennis em 2007, mostra que quando há interesse envolvido, tudo pode ser superado. Foi muito grave o que rolou naquele ano, envolvendo chantagens, ameaças e muita briga. A McLaren perdeu muito com tudo aquilo, inclusive o mundial de pilotos, que estava em suas mãos. Mas Dennis e Alonso até posaram para fotos abraçadinhos na sede da equipe hoje. Então, se está tudo bem para eles, fica tudo bem para os fãs também.

O fato é que essa é a ultima chance para Alonso dar rumo final a uma carreira que caminha para terminar com menos resultados do que deveria. E isso se deve, e muito, à forma como ele saiu da McLaren em 2007, tendo que passar 2 anos numa Renault decadente. Na Ferrari, o espanhol não foi capaz de trazer o time à rotina de vitórias, que tinha ficado parada na era Schumacher, com um título de Raikkonen no meio do caminho.

Com a manutenção de Button, a Honda conta com três títulos mundiais na condução do seu projeto de retorno à Fórmula 1. É um bom negócio. Button pode não ser um às do volante, mas é um piloto extremamente eficiente, já trabalhou com os japoneses e tem ótimo relacionamento com a equipe. Além disso, numa Fórmula 1 em que adolescentes de 16 anos já são capazes de mostrar serviço, é importante que tenhamos outros nomes de peso no grid.


A princípio, Alonso, Button, McLaren e Honda formam um time de peso, mas no papel, por enquanto. Teremos que esperar para ver como essa engrenagem vai funcionar na prática. 

2014 em revista: Sebastian Vettel


Não me lembro de já ter visto um piloto que carrega o número 1 no seu carro ter um desempenho tão fraco como foi o de Sebastian Vettel, na temporada 2014. Talvez Damon Hill, em 1997, mas o inglês deixou a Williams, onde havia se sagrado campeão, para encarar um projeto ousado na Arrows. E, claro, era Damon Hill. Mesmo assim, quase venceu o GP da Hungria daquele ano, o que seria uma façanha memorável.

Mas Vettel, depois de 4 títulos consecutivos que o colocaram entre os monstros do esporte a motor, permaneceu na RedBull, tinha a equipe toda trabalhando a seu favor e corria ao lado de Daniel Ricciardo, recém chegado da Toro Rosso, com poucos resultados. Sabia-se, desde a pré-temporada, que a equipe austríaca não repetiria o domínio dos anos anteriores, mas esperava-se que Vettel fosse o cara que poderia ameaçar as Mercedes.

De fato, a RedBull mostrou uma incrível força para superar os problemas nos testes, apresentou um carro razoável, mas a estrela de Sebastian se apagou em 2014. Viu Ricciardo marcar a maior parte dos pontos da equipe e, em nenhum momento, ameaçou o reinado do companheiro. Fez algumas boas corridas, com destaque para o GP da Espanha mas, de resto, sumiu no meio do pelotão.

É injusto avaliar usar uma temporada com tantas mudanças no regulamento para colocar um ponto de interrogação sobre o talento de alguém que tem quatro títulos mundiais, mas Vettel deixou um cheiro estranho no ar. Os grandes pilotos são aqueles que se viram com carros medianos também, e que têm recursos de sobra para tirar de equipamentos ruins aquilo que eles não têm.

Foi a primeira vez, desde que começou sua série espetacular de títulos, que Sebastian enfrentou problemas reais e não foi capaz de sair desta situação. Tanto que saiu da RedBull com certa tranquilidade, ninguém lá parecia desesperado por perder seu piloto.

Bem, se Sebastian Vettel precisa mostrar ser capaz de obter bons resultados, mesmo com equipamento limitado, a Ferrari é a casa ideal para isso. Tomara que ele consiga superar também a turbulência interna da equipe. Só falta este degrau para que sua permanência no hall dos grandes campeões seja celebrada sem nenhuma sombra de dúvida.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

2014 em revista: Daniel Ricciardo


Lewis Hamilton foi o campeão, Nico Rosberg um adversário à sua altura, Valteri Bottas assombrou todo mundo e Fernando Alonso foi Fernando Alonso. Mas a temporada teve um nome: Daniel Ricciardo, o cara que conseguiu vencer três provas na temporada, de forma espetacular, com direito a ultrapassagens sobre as Mercedes no finalzinho das corridas.

Ele chegou a RedBull apenas como substituto de Mark Webber e a expectativa era de que ficasse a sombra do tetracampeão Sebastian Vettel. Com os problemas que a equipe enfrentou na pré-temporada, tudo parecia ainda mais desastroso.  Mas Ricciardo, que vinha de temporadas discretas na Toro Rosso, não quis nem saber. Deixou Vettel comendo poeira e foi a grande referência da equipe austríaca em 2014.

Dono de um estilo agressivo, Ricciardo desfilou todo o seu repertório de ultrapassagens ao longo da temporada, fazendo corridas de recuperação, sendo regular quando necessário, e atormentando a vida de Hamilton e Rosberg ao menor sinal de problema nas espetaculares Mercedes. Por causa de seu desempenho fantástico a RedBull conseguiu o vice campeonato de construtores, mesmo tendo um carro inferior à Williams.

Ricciardo foi além: em qualquer lugar do mundo, qualquer equipe sentiria a perda de um campeão como Vettel, que vai pilotar a Ferrari em 2015. Mas a RedBull não. Encarou com a maior naturalidade, pois descobriu um novo líder para o seu bem sucedido projeto de Fórmula 1.

Um líder jovem, carismático, bem humorado. A presença de Daniel Ricciardo fez bem à Fórmula 1 em 2014. E ele caminha a passos largos para se tornar um grande campeão.

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

2014 em revista: Williams


Todo mundo que gosta de Fórmula 1 acaba torcendo um pouco para a Williams. A equipe, que nos anos 90 produziu os mais espetaculares carros já vistos, se recusou a sucumbir à entrada das montadoras na F1, e pagou um alto preço por isso. Durante anos os carros de Frank Williams apanharam no fundo do grid, sofrendo com pilotos pouco expressivos.

Mas a Williams acordou em 2014, investiu pesado na estrutura da equipe e voltou a brilhar este ano. O FW36, além de bonito, provou ser um carro rápido e confiável e a Williams voltou a ter destaque, chegando a se colocar como fiel da balança na decisão do campeonato entre Lewis Hamilton e Nico Rosberg. Infelizmente faltou uma merecida vitória, mas ela deve vir, em 2015.

Com uma boa estrutura técnica, o próximo passo dos ingleses deve ser na parte tática da equipe, já que Valteri Bottas e Felipe Massa sofreram com as táticas desastradas e os pit-stops equivocados este ano. Aliás, diga-se, táticas nunca foram o forte da equipe, mesmo quando esta tinha os melhores carros do grid.

Mas isso não tira o brilho da Williams, a equipe que mais evoluiu entre 2013 e 2014. Sim, a Mercedes foi a melhor equipe do ano, mas já era uma equipe grande. A Williams fez apenas 3 pontos no ano passado e, este ano, chegou a impressionantes 320, o que a levou a terceira posição no campeonato. Não fosse o mau desempenho de Felipe na primeira metade da temporada, a Williams poderia ter brigado pelo vice campeonato.

O que só faz bem à Fórmula 1. A Williams é uma parte importante da história da categoria e precisa estar brigando na parte de cima da tabela, como foi este ano. E que continue assim.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

2014 em revista: Valteri Bottas



Valteri Bottas estreou na Fórmula 1 em 2013. Tinha fama de rápido, mas pegou um carrinho sem vergonha da Williams e pouco conseguiu fazer. Classificou-se em 3° lugar para o GP dos EUA, o que parecia uma façanha incrível, mas foi só. Dava toda a pinta de ser mais uma das inúmeras promessas que nunca vinga na categoria.

Mas em 2014 tudo mudou. A Williams investiu muito em infraestrutura e pessoal, e fez um carro espetacular, que a trouxe de volta ao grupo das grandes equipes. E, com esse carro, Valteri Bottas mostrou que é fera mesmo.

Correndo ao lado de um piloto experiente e com anos de Ferrari nas costas, o finlandês não se intimidou e fez um campeonato consistente, impondo um vantagem de 52 pontos sobre Felipe Massa ao final do ano, um número espantoso. E, mesmo quando o brasileiro chegou a sua frente, sempre tinha Bottas no encalço, pressionando.

Rápido, consistente e cometendo quase nenhum erro ao longo do ano, é difícil olhar para a temporada de Bottas e avaliar alguma corrida sua como razoável. Todas foram boas, sendo que na Alemanha, terminou em segundo lugar, à frente de Lewis Hamilton, segurando o inglês e o seu incrível Mercedes nas voltas finais.

Foi por meio das suas mãos, principalmente, que a Williams esteve, o ano todo, frequentando o pelotão da frente. Um desempenho que já coloca seu nome entre os principais da Fórmula 1, despertando, inclusive, o interesse da McLaren em certo momento. E, agora, já se fala que ele poderá substituir Raikkonen na Ferrari, em 2016.

Valteri Bottas foi, sem dúvida, um dos melhores pilotos de 2014. É um piloto credenciado a ganhar corridas e títulos, o que deve acontecer em pouco tempo.

domingo, 7 de dezembro de 2014

2014 em revista: Felipe Massa


Uma das maiores expectativas de 2014 era a respeito do desempenho de Felipe Massa na Williams. Após 8 temporadas na Ferrari, o brasileiro vinha de três anos lamentáveis na equipe italiana e estrearia numa equipe que já tinha sido grande e que há anos luta para voltar ao topo, sem sucesso.

Para espanto geral, os carros da Williams demonstraram um desempenho incrível e a equipe só não terminou a temporada em segundo lugar devido ao fantástico desempenho de Daniel Ricciardo na RedBull e à baixa de pontuação de… Felipe Massa!

Infelizmente essa é a realidade. Felipe terminou uma temporada na qual tinha o segundo melhor carro nas mãos apenas na sétima posição, e pior, 52 pontos atrás do seu companheiro de equipe, o finlandês Valteri Bottas.

Mas há algo que pode absolver o brasileiro: enquanto seu primeiro semestre foi horroroso, a segunda metade da temporada foi bastante proveitosa. Felipe fechou o ano com três pódios (Itália, Brasil e Abu Dhabi), e terminou o ultimo GP em ótima forma, chegando a pressionar o líder Lewis Hamilton, que tinha nas mãos o foguete da Mercedes.

Mas o fato é que a afirmação que se esperava de Massa em 2014 foi adiada para 2015. Se a Williams acertar a mão no carro novamente, Felipe terá uma raríssima terceira chance na carreira, já que deixou passar a segunda este ano. E, novamente, a expectativa sobre seu desempenho será grande. Vamos ver e torcer.

sábado, 6 de dezembro de 2014

2014 em revista: Mercedes


Ao se referir a 2014 é impossível não se recorrer ao clichê de dizer que foi um ano prateado. De tempos em tempos surgem equipes dominantes na Fórmula 1, mas são poucas as vezes em que se pode dizer que o domínio foi tal, que tornou humilhante a participação das outras. Foi assim com a Mercedes este ano, num desempenho comparável à McLaren, em 1988, e à Williams em 1992.

A equipe contou com o melhor motor da temporada, o seu, um chassi absolutamente equilibrado, dois pilotos espetaculares e um excelente time fora da pista. Uma receita de sucesso que resultou em 16 vitórias, com 11 dobradinhas e 18 poles position. Somente devido a falhas em seu equipamento, ou a vacilos dos pilotos, a Mercedes viu Daniel Ricciardo obter 3 vitórias e Felipe Massa marcar uma pole position, na Áustria. De resto, a equipe foi sempre um segundo mais rápida do que as outras, praticamente criando uma Fórmula 1 a parte, entre Hamilton e Rosberg.

É claro que um domínio desses, com dois pilotos em níveis semelhantes, geralmente resulta em egos inflados. E a Mercedes viveu esse problema intensamente em 2014. Após o GP de Mônaco, a tensão entre Rosberg e Hamilton aumentou a cada corrida e a equipe precisou agir.

A princípio, optou por fingir que nada estava acontecendo, o que acabou resultando numa ordem de equipe absolutamente esdruxula no GP da Hungria, quando solicitaram que Hamilton desse passagem ao companheiro. A resposta de Lewis foi até muito educada, ao negar o pedido.

Mas aí veio o GP da Bélgica, quando Nico resolveu jogar duro, furou o pneu do companheiro e provocou a ira da cúpula do time. Os dirigentes se posicionaram contra o alemão e derrubaram o ímpeto de Rosberg na luta pelo título. Garantiram o campeonato com Hamilton, mas a luta entre os dois, que poderia ser épica, acabou sendo eclipsada.

A Mercedes largou na frente em 2014, principalmente por ter entendido melhor o novo regulamento. Mas, para 2015, terá que trabalhar mais se quiser manter o domínio. E terá cuidar muito do clima interno, sem matar o espírito de competição dos pilotos. Um grande desafio para o time dos sonhos da atual Fórmula 1.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

2014 em revista: Nico Rosberg


A impressão que tenho, repensando a temporada excepcional de Nico Rosberg, é a de que ele talvez tenha exagerado na dose. Sua percepção de que para derrotar Lewis Hamilton seria necessário jogar muita pressão psicológica em cima do companheiro, foi perfeita. Ele pode negar até a morte, mas tenho certeza que foi isso que o levou a estacionar o carro no treino para o GP de Mônaco e garantir a pole e a vitória naquela corrida, parando uma reação que o seu companheiro de equipe havia conseguido no campeonato.

Demonstrando segurança, Rosberg ponteou o campeonato com autoridade mas, no GP da Bélgica, Nico jogou duro demais contra Lewis e levou a Mercedes a agir. Rosberg foi podado pela equipe e sua segurança se apagou. Viu o companheiro vencer corridas em sequência e não teve como impedir o bi-campeonato de Hamilton.

Mas Rosberg mostrou que não é bobo. Não é mais piloto que Hamilton, mas conhece os pontos fracos do companheiro e sabe como derrotá-lo. Se souber dosar a malandragem em 2015 pode, novamente, fazer um belo campeonato. E, quem sabe, com o outro final.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

2014 em revista: Lewis Hamilton


É impossível não começar a falar sobre como foi o ano de 2014 na Fórmula 1, sem relembrar o que foi a temporada do campeão, Lewis Hamilton. Aliás, sem falar na sua trajetória na categoria, que é curiosa.

Quando começou em 2007, Hamilton parecia um rolo compressor. Estreou na McLaren, atropelando Fernando Alonso, já bicampeão. A ideia de Ron Dennis, na época, era fazer com que Alonso fosse uma espécie de instructor do inglês, mas Hamilton não tomou conhecimento do companheiro, e o resultado foi uma briga de proporções bíblicas, que culminou com a saída de Alonso da equipe.

Em 2008, Lewis manteve a boa performance e derrotou Felipe Massa na disputa pelo campeonato. Então veio o novo regulamento em 2009, a McLaren caiu e Hamilton foi junto. Sua carreira parecia estagnada, até que ele foi para a Mercedes e viu a equipe crescer substanciamente, já em 2013.

Veio então 2014 e, com um carro de outro planeta, o caminho estava aberto. Mas surgiu uma nova pedra no caminho: Nico Rosberg, seu amigo e companheiro de equipe. A briga entre os dois esquentou após o GP de Mônaco, quando Hamilton acusou o parceiro de causar uma bandeira amarela de propósito no fim do treino oficial, atrapalhando sua volta rápida.

A partir daí iniciou-se uma guerra na equipe Mercedes e Hamilton dava sinais de que cederia à pressão. Mas a hora da decisão mostrou quem é quem e Lewis exibiu sua toda a sua capacidade. Ao todo, foram 11 vitórias no ano, um número impressionante. E, depois do GP da Bélgica, Hamilton jogou o companheiro Rosberg nas cordas, deixando o alemão sem reação.

Bi campeão, ainda jovem, mais experiente e com o melhor carro. Lewis Hamilton tem tudo para se tornar o principal piloto inglês da história da Fórmula 1.