quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Vicar se encarrega de matar o Trofeo Linea


Cacá Bueno no Trofeo Linea: imagem que fica no passado


Em 2010 assisti a duas etapas do Racing Festival, uma em São Paulo, outra no Rio de Janeiro. Minhas impressões sobre o evento estão aqui e aqui. E hoje leio a notícia de que a Vicar, que organiza a Stock Car não vai permitir que seus pilotos disputem o Trofeo Linea, categoria mais interessante do Racing Festival.


O Racing Festival foi, talvez, a única tentativa de se fazer algo pelo automobilismo brasileiro que se viu nos últimos anos. Trouxe a categoria de motos 600 Hornet, que atrai um público específico, mas fanático; criou a Fórmula Future que, mesmo ainda no começo, já mostrou que pode ser uma alternativa viável para voltarmos a formar pilotos neste país; e o Trofeo Línea que, repito, é infinitamente mais interessante do que a Stock Car, poderia ter sido um pontapé inicial para a volta do brasileiro de marcas.


Digo poderia, porque a Vicar está tentando negociar a criação deste mundial e, imagino, isso deve explicar porque o Trofeo Línea está sendo boicotado: possivelmente a Fiat se negou a participar da competição da Vicar e agora está sofrendo represália.


Este era o momento da CBA entrar em ação e por ordem na casa. Mas a entidade entregou a organização do automobilismo à Vicar, que é uma empresa e não está nem aí para a formação de pilotos. Quer é ganhar dinheiro.


Quando pensamos que o fundo do poço chegou somos supreendidos por um buraco ainda maior. É triste a situação do automobilismo brasileiro.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Os mais belos da F1

Terminada nossa retrospectiva (ficaram faltando os pilotos da Lotus e os companheiros de Bruno Senna e Lucas di Grassi, mas quem se importa com eles?) resolvi dar uma consultada na velha memória para fazer uma lista dos mais belos carros da F1. Nunca tinha feito uma e jamais imaginei que escolher dez carros para eleger como os mais belos da Fórmula 1 fosse algo tão complicado. Mas vamos lá:


Os mais atentos vão perceber que minha época preferida, salvo exceções, são os meados dos anos 90. Mas listas são listas, então sempre alguma coisa fica de fora (adoro os carros da Jordan, mas não consegui eleger nenhum em especial para entrar na minha lista). E você, tem a sua?


McLaren Mercedes-Benz MP4/10 (1995)

Esse carro era uma bomba? Sim era. Chegou a ser pilotado por um Nigel Mansell tão fora de forma que nem participou das primeiras corridas por não caber no cockpit? Sim, é verdade. Foi o precursor dos penduricalhos aerodinâmicos que invadiram a F1 até 2008? Muito provavelmente. Mas que era bonito o bichão, ah isso era!



Benetton Renault B195 (1995)

As combinações de cores da Benetton eram irregulares: às vezes acertavam em cheio, às vezes erravam a mão. Mas neste carro de 1995, eles foram muito felizes. Além do desenho ser muito bonito. E para completar foi pilotado por ninguém mais, ninguém menos, que o inigualável Jonnhy Herbert! (Tá, o Schumacher também, mas quem importava mesmo era o Herbert).





Ferrari F310 (1996)

Um dos últimos projetos de Jonh Barnard e, para mim, um dos mais belos modelos da Ferrari. É o carro do início da era Schumacher na escuderia italiana e tinha um desenho ousado para os padrões da época. Não chegou a ser um grande carro, mas apresentou um salto de qualidade em relação aos anos anteriores. Depois inventaram de levantar o bico do carro, e a beleza foi pro espaço junto.





Lotus Renault 97T (1985)

Ainda quero ver surgir uma pintura tão maravilhosa quanto essa. Só não está no topo da lista porque não gosto muito do desenho do carro. Acho excessivamente quadrado, mesmo para os padrões da época. Mas é um carro de grandes lembranças para o Brasil, pois foi com ele que Ayrton Senna venceu sua primeira corrida na F1.





Williams Renault FW14 (1992)

O carro mais bonito já feito pela equipe inglesa. Um modelo que, sozinho, representou uma era na Fórmula 1, ao introduzir novidades como câmbio automático, controle de tração e suspensão ativa. Foi o carro que impediu uma injustiça histórica: não fosse ele, Nigel Mansell deixaria a F1 sem nenhum título de campeão mundial.



McLaren Ford MP4/8 (1993)

Uma pena este carro ter um motor tão fraquinho como o Ford V8. O modelo era belíssimo mas não andava. Senna ainda conseguiu o milagre de vencer 5 corridas naquele ano e se sagrar vice campeão do mundo.





Arrows Yamaha A19(1998)

Essa eu tenho certeza que meu amigo Fábio Campos vai concordar comigo. Essa Arrows preta, apesar de ser péssima, era muito elegante. Tinha um belo desenho que combinava perfeitamente com a sobriedade da pintura. No ano seguinte resolveram enfiar um laranja que estragou o carro totalmente.





Mclaren Mercedes Benz MP4/13 (1998)

Quando vi essa McLaren pela primeira vez, pensei: “tá aí o carro mais bonito da Fórmula 1!” A pintura prata não era exatamente uma novidade, tinha sido adotada no ano anterior, mas encaixou certinho no desenho deste carro. Talvez eu tenha mudado de idéia, porque o carro mudou pouquíssimo nos anos seguintes e fiquei meio cansado da pintura. Mas que é lindo, e merece estar nesta lista, não tenho dúvidas.





Jaguar Ford R2 (2001)

Olha, se fosse por beleza de carro, a Jaguar teria sido campeã do mundo. Essa pintura verde metálica, que acompanhou a equipe em sua história na F1, era uma das coisas mais sensacionais dos últimos tempos. Mas como beleza não põe mesa, o carro sempre foi lastimável, guiado por pilotos ridículos e com dirigentes incompetentes. O resultado, já sabemos.





Williams BMW FW26 (2004)

Esse carro tem vários apelidos: prestobarba e batmóvel, são alguns deles. Muitos o acham feioso. Eu não. Acho bonito, ousado e interessante. Foi um carro diferente, num universo de projetos idênticos. Não correspondeu na pista, tanto que foi mudado durante o ano, mas mostrou um sopro de criatividade numa Fórmula 1 padronizada.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Lucas di Grassi: faltava um sobrenome


Lucas di Grassi é um excelente piloto. Rápido, técnico, bom acertador de carros, tem uma cabeça tranqüila. Seus anos de GP2 provaram que ele sabe muito bem como andar na ponta e disputar um campeonato. Assim como Bruno Senna optou por uma entrada kamikaze na Fórmula 1, numa equipe quase amadora (o carro foi produzido com um tanque que não cabia gasolina suficiente para que o piloto chegasse ao final dos GP’s. Nem a Andrea Moda conseguiu semelhante façanha!), sabendo que não poderia mostrar nem 1% do seu talento mas apostando na sorte e, ao menos, realizando o sonho de pilotar um F1.


Mas ao contrário do sobrinho de Ayrton, que ainda tem seu nome ventilado aqui e ali, Di Grassi parece estar totalmente descartado da Fórmula 1. Podemos apontar algumas razões para isso:


1ª) A óbvia influência do sobrenome. Por mais que Bruno tenha feito uma temporada normal como a de Lucas, o sobrenome Senna abre portas justamente pela possibilidade de ganhos de imagem que proporciona.


2ª) Os carros eram porcarias muito semelhantes, mas Di Grassi teve como companheiro o eficiente Timo Glock, com mais tempo de F1 do que o estreante Karun Chandok e o lamentável japonês pagante Sakon Yamamoto da Hispania. Sorte de Bruno Senna que pode andar na frente dos companheiros com mais freqüência.


3ª) Culpa dele ou não, arrebentar um carro na volta de colocação no grid é algo que pode arruinar a carreira de qualquer um. Lucas bateu desta maneira em Suzuka e, provavelmente, foi ali que a equipe decidiu chutá-lo.


O destino foi ingrato com Lucas di Grassi. Uma carreira promissora, construída no programa de jovens talentos da Renault, acabou desperdiçada numa carroça construída num túnel de vento virtual. Uma pena que o brasileiro não possa ter a chance de provar que o automobilismo brasileiro ainda tem, sim, pilotos com talento e capacidade, que não precisam de um sobrenome famoso para abrir portas.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Bruno Senna: ao menos, o sonho foi realizado


Não se pode acusar Bruno Senna de não ter tentado. Desde 2008 o brasileiro vem batalhando por um lugar na Fórmula 1. Fez testes com a Honda e foi muito bem (mas a equipe fechou as portas depois), correu na DTM pela Mercedes, tentando uma aproximação com a McLaren (que está cada vez mais distante da montadora alemã), flertou com Gerhard Berger quando o austríaco dirigia a Toro Rosso(mas este se afastou e o brasileiro ficou desamparado de novo).


Veio a chance na Hispania, uma equipe quase amadora. Ao contrário de muitos, que condenam os rumos que Bruno escolheu para sua carreira, entendo que passar pela F1 é um sonho para qualquer piloto e não sei dizer se ele fez errado em se meter com os espanhóis e sua estrutura enxuta. Querendo ou não esteve por um ano inteiro na Fórmula 1, aprendeu bastante com as dificuldades e hoje, certamente, é um piloto mais preparado para dar continuidade à sua carreira.


Infelizmente, porém, este ano não contribuiu para suas pretensões de buscar uma equipe mais competitiva já que o carro da Hispania não oferece condições para que um piloto possa mostrar seu talento.


Acredito que Bruno Senna tenha feito sua parte. Não acho que mais um ano em uma equipe como essa lhe faria bem. Agora é buscar novos ares, mesmo que estes estejam em outras categorias. O sonho de correr na F1 já foi realizado.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Jaime Alguersuari: atrás de boas oportunidades


A estréia de Jaime Alguersuari, na Toro Rosso, em 2009 foi cercada de expectativas. Com apenas 19 anos e pouquíssima experiência em monopostos, o medo era de que o espanhol causasse algum acidente, por não ter condições de pilotar um carro de alta performance. Bobagem. Alguersuari entrou na pista para os treinos do GP da Hungria, correu de forma correta, terminou a temporada de forma digna e ganhou a chance de disputar uma temporada completa, em 2010.


É uma situação bem parecida com a de Kimi Raikkonen em 2001, quando o finlandês estreou na Fórmula 1. A diferença é que Raikkonen começou na Sauber, que tinha um bom carro na época e suas atuações o levaram para a McLaren no ano seguinte. Preso num carro ruim como o da Toro Rosso, Alguersuari não teve condições, ainda, de mostrar seu potencial.


Que ele consiga encontrar um lugar que lhe dê condições de protagonizar boas disputas e que possa seguir os passos de Kimi Raikkonen.

sábado, 15 de janeiro de 2011

Nick Heidfeld: eficiência comprovada mais uma vez


Nick Heidfeld é um piloto incontestavelmente eficiente. Com uma carreira marcada por bons serviços prestados às equipes que defendeu sem, contudo, conseguir resultados marcantes que mereçam destaque individuamente, não é de se espantar que ele tenha sido escolhido para desenvolver os pneus Pirelli durante toda a temporada e prepará-los para o uso em 2011. E se este pneu já arrancou elogios de vários pilotos nos seus primeiros quilômetros, em Abu Dhabi, não tenho dúvidas de que este alemão contribuiu para isso.


Portanto não foi surpresa que a Sauber tenha solicitado seus serviços quando percebeu que Pedro de la Rosa não teria condições de oferecer um bom desempenho à equipe. Em apenas cinco provas, Heidfeld os mesmos 8 pontos que o espanhol registrara nas corridas anteriores, o que mostra que Peter Sauber talvez tenha acordado tarde demais.


Arrisco dizer que, com Heidfeld a Sauber tem chance de dar um salto de qualidade em 2011, apresentando um desempenho mais de acordo com o talento de seus dois pilotos. Vamos torcer.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Pedro de la Rosa: na Fórmula 1 não dá mais


A situação de Pedro de la Rosa, em 2010, foi bem parecida com a de Alexander Wurz, quando o austríaco correu na Williams, em 2007. Ambos construíram suas carreiras atuando, principalmente, como pilotos de testes e, depois de muitos serviços prestados, foram promovidos a titulares. Infelizmente, para o espanhol, os resultados foram bem parecidos com os de Wurz: ruins o suficiente para que o espanhol fosse dispensado antes do fim do ano.


É claro que o carro da Sauber também não ajudou mas, com anos de Fórmula 1 nas costas, não pega bem marcar 8 pontos no campeonato contra 32 do companheiro de equipe. E, principalmente, quando este companheiro de equipe é o japonês Kamui Kobayashi, um estreante. Seu substituto no campeonato, Nick Heidfeld marcou a mesma quantidade de pontos, em apenas cinco provas.


Contra números não há argumentos. De la Rosa sofreu com as quebras do carro da Sauber, mas em nenhum momento pareceu estar apto para pilotar em alto nível. Com tantos jovens buscando vagas na Fórmula 1, os pilotos experientes precisam se aprimorar a cada dia. Se pararem no tempo, como o espanhol, acabam sucumbindo.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Sebastien Buemi: ele faz ou não faz diferença?


Esperança suíça e com bom retrospecto nas categorias de base, Sebastien Buemi ainda não conseguiu decolar na Fórmula 1. Chegou à Toro Rosso em 2009, exatamente no ano seguinte à melhor temporada da equipe, que contava com Sebastian Vettel em 2008 e chegou a vencer uma corrida em Monza.


Claro que a queda de desempenho da Toro Rosso não tem a ver com Buemi que, apesar de ter marcado apenas 8 pontos em 2010, ao menos superou, de longe, seu companheiro de equipe Jaime Alguersuari. Além disso se envolveu em um acidente espetacular na China, quando as duas rodas dianteiras de seu carro se soltaram, uma das imagens mais marcantes do ano.


Sebastien Buemi é um daqueles pilotos que ainda não teve nas mãos um carro capaz de lhe dar o destaque necessário na Fórmula 1. Mas também não trouxe nenhum up-grade para sua equipe o que, no mínimo, nos mostra que não se trata de um piloto com grande diferencial.


É isso que vai separando os grandes, dos que passam sem deixar saudade.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Vitantonio Liuzzi: uma terceira chance seria demais


Vitantônio Liuzzi conseguiu uma coisa muito difícil: depois de estrear na Fórmula 1 em 2005, na Red Bull e continuar por mais dois anos na Toro Rosso, ficou fora em 2008. Mas conseguiu voltar, contratado como piloto reserva da Force Ìndia e foi promovido a titular com a saída Giancarlo Fisichella.


Mas infelizmente, Liuzzi jamais fez jus a este retorno, passando a maior parte do tempo andando atrás de seu companheiro de equipe, o rápido alemão Adrian Sutil. Em 2010, o italiano mostrou que sua principal característica continua viva: o talento inigualável que tem para se envolver em acidentes e destruir carros.


Por essas e outras é que a Force India corre atrás de alguém que possa substituí-lo em 2011. E, por mais que tenha tido a sorte de conseguir uma segunda chance, não acredito que os chefes de equipe darão a ele um lugar no próximo ano. E, se conseguir, que agarre a chance de uma vez por todas.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Nico Hülkenberg: salvo pela pole


Estreante em uma equipe de mediana para ruim, numa época em que os testes são escassos e tendo como companheiro um piloto com mais de 300 GP’s disputados. Superar desafios num cenário como este seria garantia de um futuro promissor na Fórmula 1, mas Nico Hulkenberg fez uma temporada apenas correta. Mas há uma exceção, que pode garanti-lo por mais alguns anos na Fórmula 1: com este carro ruim, o alemão marcou uma incrível pole position em Interlagos, aproveitando-se das condições climáticas e encarando com extrema habilidade a encharcada curva da junção utilizando pneus slick.


É óbvio que isso não apaga sua fraca temporada, mesmo que parte da imprensa tenha resolvido crucificar a Williams por ter demitido o estreante para trocá-lo pelo pagante venezuelano Pastor Maldonado. Mas a volta espetacular em Interlagos deve acender uma luz nas outras equipes, apostando numa evolução do piloto com experiência adquirida na primeira temporada.


Não é bom julgar pilotos estreantes. Nico tem uma carreira sólida nas categorias de base e o fato de ter não ter estreado bem na Fórmula 1 não pode jogar por terra seus feitos. Ele ainda pode prestar bons serviços para muitas equipes na categoria.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Vitaly Petrov: a maldição russa


Existe um homem que odeia Vitaly Petrov: Fernando Alonso. Mas a culpa não é do russo e sim do espanhol, um piloto mimado que acha que ninguém pode ficar na frente dele, ainda mais numa disputa de título. E Petrov acabou se tornando protagonista da disputa pelo campeonato, ao segurar a Ferrari de Alonso por praticamente todo o GP de Abu Dhabi pemitindo que Vettel se levantasse a taça no final.


Infelizmente esse foi um dos poucos momentos em que Petrov brilhou na temporada, já que passou a maior parte do tempo comentendo erros, batendo e dando prejuízos enormes para a sua equipe. E em nenhum momento se aproximou do seu companheiro Robert Kubica, o que, apesar de não ser um desastre, tampouco o ajuda na carreira.


Em 2011 ele precisa consolidar sua carreira e definir de vez se será apenas um piloto endinheirado ou se poderá escrever seu nome na história.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Kamui Kobayashi: a salvação da lavoura


A história ainda não nos trouxe a chance de definir, claramente, qual foi o melhor japonês da história do automobilismo e ainda é cedo para dizer se Kamui Kobayashi é este piloto. Mas isso não importa. Kobayashi poderia encerrar sua carreira hoje, apenas colhendo os frutos da temporada que fez em 2010, quando foi uma espécie de santo protetor dos amantes do esporte, salvando as corridas do tédio absoluto, com suas manobras ousadas para cima dos adversários.


Kobayashi mostrou que a dificuldade de se ultrapassar na Fórmula 1 não está apenas no equipamento, mas também na cabeça dos pilotos. Se não fosse assim, o japonês não teria como esmagar adversários com o fraco carro da Sauber, como fez no ano passado. Era assim: ninguém ficava muito tempo na frente do japonês. Ele chega e passa, nem que seja pela grama.


Não sei como será o restante da carreira deste japonês, mas espero que ele tenha vida longa na Fórmula 1. E, principalmente, que não se enquadre nas exigências das equipes e continue dando espetáculo para o público.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Adrian Sutil: ainda falta acontecer


Quando estreou na Fórmula 1, em 2007, Adrian Sutil pilotava um carro da Spyker, só andava no fim do grid e não tinha nenhuma chance de mostrar qualquer qualidade. Mesmo assim, muita gente exaltava sua capacidade. Com a entrada da Force India e a conseqüente evolução da equipe, o talento do alemão foi aparecendo, seu nome chegou até a ser ventilado pela McLaren embora seus resultados jamais tenham sido empolgantes a este ponto.


Em 2010 Sutil voltou a conseguir resultados satisfatórios mas, pelo menos na minha opinião, ainda não brilhou a ponto de chamar atenção. É um piloto habilidoso, rápido em pista molhada, mas precisa urgentemente realizar uma temporada consistente que desperte o interesse definitivo das equipes maiores.


Caso contrário, corre o risco de ser daqueles pilotos reconhecidamente talentosos, mas que ficam pelo caminho na história da Fórmula 1.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Rubens Barrichello: uma aula de motivação e amor à profissão


Se eu fosse um profissional de RH e precisasse fazer uma palestra sobre motivação e amor à profissão, eu certamente incluiria imagens de Rubens Barrichello. É impressionante que um piloto consiga se manter por 17 temporadas numa Fórmula 1 na qual cada vez mais os jovens são valorizados em detrimento dos veteranos. E se manteve sendo competitivo, colaborando para o time e mostrando que a vontade de parar nem passa pela sua cabeça.


Em 2010 Rubens Barrichello colaborou enormemente para o desenvolvimento do mediano carro da Williams, certamente contribuiu para a melhora de desempenho do inexperiente companheiro Nico Hulkenberg, marcou pontos importantes, brigou no meio dos jovens mostrando raça e categoria e ainda por cima foi o autor da mais bela ultrapassagem do ano, sobre o velho desafeto Michael Schumacher, na Hungria. E ainda ouviu seu nome em coro no autódromo de Interlagos, numa reação da torcida brasileira contra a atitude de Felipe Massa na Alemanha.


Claro que também foi o velho Rubinho, se envolvendo em polêmicas idiotas com velhos rivais, dando entrevistas infelizes e chegando ao final do ano prometendo títulos e vitórias para a próxima temporada.


Mas estes aspectos negativos não apagam o profissionalismo e o amor à profissão deste piloto que, de um jeito ou de outro, já tem seu nome escrito na história do automobilismo brasileiro e que precisa não só ser mais respeitado, como também se dar mais ao respeito.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Michael Schumacher: entre trapalhadas e maus resultados, o prazer de correr


Existe hora certa para parar? O que vale mais, transformar-se em mito ou curtir o prazer de correr, sem se importar com a opinião das pessoas? Ou será que são as pessoas que precisam respeitar mais a escolha dos ídolos, sabendo separar os momentos distintos pelos quais a carreira de qualquer atleta passa?


A volta de Michael Schumacher à Fórmula 1 levanta tantas questões que seria possível dedicar uma dissertação inteira ao assunto. Mas, terminada a sua temporada de volta, a pergunta mais importante é: afinal ele errou ou acertou ao voltar à F1?


Particularmente gostei de ver o heptacampeão de novo ao volante de um carro de corridas, embora ele tenha passado o ano todo andando no bolo, sem fazer nenhuma corrida memorável e sofrendo com as ultrapassagens que levou por todos os lados. O seu ponto alto no ano foi a ultrapassagem que fez sobre Alonso em Mônaco, um lance fora do regulamento que resultou numa desclassificação, mas mostrou que Schumacher surpreende mesmo é quando ninguém espera nada dele.


Por isso mesmo eu não me assustaria com uma substancial melhora de desempenho em 2011. Não podemos esquecer que em três anos um carro de Fórmula 1 muda da água para o vinho e a readaptação é muito complicada, ainda mais para um atleta veterano andando no meio de jovens em plena atividade (e por isso mesmo, acho injustíssima a comparação de seu desempenho com o de Nico Rosberg). Após um ano de reconhecimento de campo, é bom prestar atenção no seu desempenho este ano.


Mas querem saber? Acho que Schumacher está pouco ligando para críticas e cobranças. O alemão quer mesmo é fazer o que mais gosta, sem ligar para pressão. Um direito conquistado em quase 15 anos de uma das mais bem sucedidas carreiras do esporte.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Robert Kubica: só está faltando o carro


Se alguém me perguntasse o que faltou na disputa pelo título de 2010, eu responderia sem pestanejar: Robert Kubica. É impressionante como este piloto polonês tem a capacidade de andar rápido a corrida inteira, sem cometer nenhum erro. E mais impressionante ainda é o fato de nenhuma das equipes de ponta ter olhado para ele no final de 2009, quando a BMW saiu de cena. Só para polemizar um pouco: com Kubica no lugar de Felipe Massa, acho que teríamos um campeonato mais disputado.


O fato é que Kubica precisa, e merece, ter nas mãos um carro vencedor. Sua temporada, em 2010, com o mediano carro da Renault, apenas serviu para reafirmar que o polonês é mesmo muito bom de braço. Se não fosse, não teria sido o único piloto das equipes médias a incomodar os líderes do campeonato.


Que a história faça justiça nos próximos anos e coloque Kubica em condições de vencer campeonatos. Quem gosta de corridas, merece ver isso.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Nico Rosberg: até que enfim, andando na ponta


Um mistério pairava sobre a Mercedes, no início da temporada. Com a volta do super campeão Michael Schumacher, será que Nico Rosberg seria mais um companheiro de equipe a ser esmagado pelo alemão? Ao invés de falar pelos cantos e fazer promessas, como uns e outros (sim, estou olhando para você Rubens Barrichello), Nico respondeu a esta pergunta na pista. Foram exatamente 70 pontos marcados a mais em relação a Schumacher, um resultado incontestável que mostra que o piloto se preparou muito bem para o desafio.



Porque não tenho dúvidas que uma eventual derrota seria por puro peso psicológico. Não se pode comparar um piloto de 41 anos, que ficou os últimos 4 afastado do automobilismo com um jovem em plena atividade, motivado, chegando a uma nova equipe. Mas isso é assunto para a retrospectiva de Schumacher.



Falando de Rosberg é impossível conter a felicidade de ver um piloto de extrema qualidade tendo uma chance numa equipe forte. Certo, esperávamos mais da Mercedes, mas ainda assim o filho do campeão Keke Rosberg fez um ano brilhante chegando três vezes ao pódio e dando muito trabalho aos pilotos das três equipes de ponta.



Se a Mercedes reencontrar a receita de bolo da Brawn, em 2009, acho que poderemos ver este piloto lutando por vitórias e, porque não, pelo título também.

sábado, 1 de janeiro de 2011

Felipe Massa: um ano desastroso


“OK… So… Fernando is faster than you…you confirm that you understood this message?".


Exatamente um ano após o acidente que quase lhe custou a vida na Hungria, essa foi a frase ouvida por Felipe Massa, pelo rádio da sua Ferrari, quando liderava o GP da Alemanha de Fórmula 1. E, claro, é símbolo de sua catastrófica temporada que teve a corrida de Hocheinheim como ápice negativo. Temporada que começou a desmoronar quando Fernando Alonso percebeu que não teria tanto trabalho para destronar o brasileiro, então querido na Ferrari.


O ano até começou promissor. Massa se classificou em segundo para a largada do GP do Barhein e chegou nessa mesma posição. Mesmo com atuações apagadas na Austrália e na Malásia, Felipe liderava o campeonato apostando na sua regularidade. Mas tudo começou a desmoronar no GP da China.


Fernando Alonso, até então tateando sua chegada à Ferrari vinha respeitando o brasileiro. Mas em Xangai, o espanhol resolveu por as manguinhas de fora, ultrapassou Felipe na entrada do box jogando o companheiro na brita. A partir daí a coisa degringolou, terminando no triste episódio da Alemanha, no qual Felipe liderava a prova e deixou o companheiro de equipe vencer a prova, após a frase já citada.


Muito já foi dito sobre o episódio, e Felipe Massa vem pagando seus pecados. No Brasil foi ignorado pela torcida. A equipe Ferrari já não tem por ele a mesma admiração, porque equipe nenhuma admira um piloto que não luta pelos seus objetivos.


Em 2011 Felipe terá o maior desafio de sua carreira: precisa superar não só seu fortíssimo companheiro de equipe como também sua própria desmotivação. Braço ele tem, só precisamos saber se será suficiente.

2011

Desejo a todos que passam por aqui para ler meus pitacos um 2011 cheio de realizações, pessoais, profissionais, amorosas... E, claro, um ano de muita velocidade e emoções nas pistas!

Que possamos compartilhar mais idéias, que sobre mais tempo para cuidar deste espaço que tanto que tanto gosto.

A retrospectiva 2010 continua a todo o vapor!

Feliz Ano Novo pessoal!