quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Lucas di Grassi: faltava um sobrenome


Lucas di Grassi é um excelente piloto. Rápido, técnico, bom acertador de carros, tem uma cabeça tranqüila. Seus anos de GP2 provaram que ele sabe muito bem como andar na ponta e disputar um campeonato. Assim como Bruno Senna optou por uma entrada kamikaze na Fórmula 1, numa equipe quase amadora (o carro foi produzido com um tanque que não cabia gasolina suficiente para que o piloto chegasse ao final dos GP’s. Nem a Andrea Moda conseguiu semelhante façanha!), sabendo que não poderia mostrar nem 1% do seu talento mas apostando na sorte e, ao menos, realizando o sonho de pilotar um F1.


Mas ao contrário do sobrinho de Ayrton, que ainda tem seu nome ventilado aqui e ali, Di Grassi parece estar totalmente descartado da Fórmula 1. Podemos apontar algumas razões para isso:


1ª) A óbvia influência do sobrenome. Por mais que Bruno tenha feito uma temporada normal como a de Lucas, o sobrenome Senna abre portas justamente pela possibilidade de ganhos de imagem que proporciona.


2ª) Os carros eram porcarias muito semelhantes, mas Di Grassi teve como companheiro o eficiente Timo Glock, com mais tempo de F1 do que o estreante Karun Chandok e o lamentável japonês pagante Sakon Yamamoto da Hispania. Sorte de Bruno Senna que pode andar na frente dos companheiros com mais freqüência.


3ª) Culpa dele ou não, arrebentar um carro na volta de colocação no grid é algo que pode arruinar a carreira de qualquer um. Lucas bateu desta maneira em Suzuka e, provavelmente, foi ali que a equipe decidiu chutá-lo.


O destino foi ingrato com Lucas di Grassi. Uma carreira promissora, construída no programa de jovens talentos da Renault, acabou desperdiçada numa carroça construída num túnel de vento virtual. Uma pena que o brasileiro não possa ter a chance de provar que o automobilismo brasileiro ainda tem, sim, pilotos com talento e capacidade, que não precisam de um sobrenome famoso para abrir portas.

2 comentários:

Ron Groo disse...

Sei não. O Bruno tinha o sobrenome mais poderoso da F1 (depois de Ecclestone) e está na mesma situação.

Bruno Aleixo disse...

É verdade Groo, mas o Bruno ainda está tendo o nome ventilado aqui e ali... Lucas já é carta fora do baralho sem chance de retorno.