quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Racing Festival em Interlagos

Estive em Interlagos, no último fim de semana, acompanhando a terceira etapa do Racing Festival, torneio apadrinhado por Felipe Massa, que reúne três competições: Trofeo Línea (Turismo), Formula Future (Monopostos) e 600 Hornet (Motos). Já tinha acompanhado a primeira etapa no Rio de Janeiro e, desta vez, foi possível tirar algumas conclusões sobre o evento:

Público
Infelizmente não há. As poucas pessoas que vão ao evento são convidados dos patrocinadores. As arquibancadas, mesmo sendo de graça, estavam absolutamente vazias. Mas o interessante é que o público vai chegando ao longo do evento e não vai embora, o que mostra que as corridas são interessantes e despertam interesse de quem chega a ir. Talvez com um pouco mais de divulgação seja possível atrair mais pessoas, até porque...

Organização
... as empresas que estão por trás do Racing Festival cuidam bem do seu evento. Tudo é muito organizado, há muitas opções de alimentação, stands com carros (inclusive dois modelos usados nas corridas, um Línea e um Formula Future, que despertam grande interesse do público), boa sinalização em torno do autódromo. É claro que aumentando o número de pessoas, aumenta a desorganização e quem já foi à Fórmula 1 sabe bem do que estou falando, mas há potencial para crescimento ali.

Competição
Entre as três categorias, a que mais provoca frisson entre os espectadores é o Trofeo Línea. E não é à toa: as duas corridas foram espetaculares, com muitas disputas, um grid recheado de pilotos do primeiro escalão. Acredito que o Trofeo Línea pode, perfeitamente, evoluir para uma categoria de turismo de alto nível, com participação de outras marcas, fazendo dela a principal categoria de turismo do Brasil.

A 600 Hornet também tem sua parcela de destaque. As duas provas foram bem disputadas, vimos algumas quedas, mas nada grave. É realmente interessante ver que as pessoas no Brasil gostam de corridas de moto, mesmo sabendo que nosso país não tem tradição neste tipo de evento.

Mas o que preocupa mesmo é a Fórmula Future. Os carros são bem interessantes, mas o grid é minguado, apenas 8 carros largaram (no Rio foram 9). Dessa forma não há disputas na pista e o público se desinteressa rapidinho. Não foram poucos os que aproveitaram esta corrida para fazer um lanche. É um abacaxi que os idealizadores precisaram descascar, pois o grande apelo do Racing Festival junto à CBA é realmente a formação de novos pilotos. Será necessário realizar um estudo de custos para incentivar a entrada dos pilotos que saem do Kart, caso contrário a categoria vai durar muito pouco.

Em resumo é isso: o Racing Festival decepciona como categoria escola, mas empolga com a promessa de uma categoria de turismo espetacular. Agora é preciso equilibrar esta balança. A semente já está plantada e acredito que vamos conseguir colher os frutos muito em breve.

2 comentários:

Gabriel Schmidt Barcel disse...

Muito boa a análise, Bruno.
Concordo com você em praticamente todos os pontos. De fato, a Formula Future é a que ainda tem mais potencial não-aproveitado. Trofeo Linea e 600 Hornet empolgam, principalmente o primeiro. Inclusive, acho o Linea bem mais emocionante do que a Stock Car.

Bruno Aleixo disse...

Oi Gabriel, obrigado por passar por aqui. Estou realmente com a esperança de que, em pouco tempo, voltaremos a ter uma categoria de turismo de primeiro nível, multimarcas, com as principais montadoras envolvidas. Vamos torcer e prestigiar!