quarta-feira, 7 de agosto de 2013

As 5 +: crises na Ferrari

Quando vai tudo bem, a Ferrari é uma ótima equipe. Mas bastou pintar um probleminha, ela se transforma numa máquina de fritar pilotos. Não é a toa que em sua melhor fase, entre os anos 2000 e 2006, a equipe tenha sido comandada por um alemão, um inglês e um francês. Quando os italianos põe a mão, a coisa complica. Veja alguns do que já sentiram na pele o problema:


Alain Prost
O tricampeão chegou à Ferrari em 90, após se cansar das brigas internas da McLaren. Era uma contratação bombástica. No primeiro ano, tudo certo, bons resultados, vitórias e um vice-campeonato.

No ano seguinte, a coisa degringolou. O carro era ruim, Prost não conseguia extrair o melhor desempenho da máquina e ainda via Jean Alesi conquistar a simpatia da torcida de Maranello. No final do ano, o francês desandou a falar mal do carro e isso é um pecado mortal na Ferrari. Ele foi demitido antes da última corrida do ano e só voltou à F1 em 93, para ser tetracampeão pela Williams.


Ivan Capelli
Para o lugar de Prost em 92, a Ferrari buscou Ivan Capelli, que estava na March e havia conseguido alguns resultados expressivos, mesmo tendo um carro ruim nas mãos. Seria o primeiro italiano a correr na Ferrari desde Michelle Alboreto, em 1988 (Gianni Morbidelli tinha substituído Alain Prost na Austrália/91, mas aquela corrida durou apenas 15 voltas).

Mas as esperanças acabaram logo nos primeiros minutos da temporada. O carro era uma porcaria, um dos piores que a Ferrari já fez e Capelli também não colaborou, envolvendo-se em acidentes esquisitíssimos e andando muito atrás de Jean Alesi, seu companheiro de equipe.

Após o GP da Bélgica daquele ano, com apenas 3 pontos anotados na temporada, Capelli foi sumariamente demitido. Em seu lugar, entrou o também italiano Nicola Larini. Ivan Capelli voltaria a correr em algumas provas pela Jordan no ano seguinte, mas sua carreira estava acabada.


Eddie Irvine
A partir de 1996, com um projeto voltado para que Michael Schumacher fosse campeão, a Ferrari parecia não se importar com os resultados pouco expressivos conseguidos pelo irlandês Irvine no carro nº2. Mas veio 1999, os italianos finalmente tinham uma máquina capaz de ganhar o campeonato e quando tudo parecia encaminhado, Schumacher se arrebentou na Inglaterra e ficou fora da disputa.

A responsabilidade de conduzir a equipe caiu sobre os ombros de Irvine o que, claro, não deu certo. O irlandês fanfarrão venceu 4 corridas naquele ano, mas nem com Mika Hakkinen fazendo todo o tipo de bobagens e nem com a falta de confiabilidade da McLaren de 1999, ele conseguiu o título. Acabou deixando a equipe no final do ano, para a entrada de Rubens Barrichello em 2000.


Rubens Barrichello
A relação do brasileiro com a equipe italiana sempre foi meio de gato e rato. Falastrão, foi proibido diversas vezes de falar com a imprensa. Teve que engolir várias situações constrangedoras como a famosa marmelada da Áustria, em 2002, quando entregou a vitória a Michael Schumacher.

Mas foi em 2005 que a maionese desandou de vez. A equipe tinha um carro ruim, que não se adaptava ao esdrúxulo regulamento daquele ano, que proibia trocas de pneus. Em meio à crise pela falta de vitórias, Rubinho viu Schumacher desrespeitar um acordo de cavalheiros eu existia entre ambos, quando o alemão o ultrapassou na última volta do GP de Mônaco. A relação entre os dois azedou e culminou com uma manobra perigosa do heptacampeão no GP dos EUA (aquele de 6 carros), quando Schumy jogou o carro para cima do brasileiro,  quase jogando fora uma dobradinha providencial para a equipe.

Rubinho deixou a equipe no final daquele ano e, desde então, sempre dá suas alfinetadas nos italianos.


Fernando Alonso
Ainda não é propriamente uma crise, mas Alonso começa a traçar um caminho semelhante ao de Alain Prost, o que pode ser perigoso. Sem paciência com a desorganização e a incapacidade da equipe em lhe entregar um carro capaz de vencer o campeonato, o espanhol andou falando mal da equipe para a imprensa.

Depois, seu empresário foi visto conversando com membros da Red Bull na Hungria e nenhuma das partes negou absolutamente nada. O piloto ganhou um puxão de orelhas público do presidente da escuderia, Luca di Montezemolo. Já vimos esse filme antes e o resultado não foi nada bom.

Um comentário:

Ron Groo disse...

Tirando Alonso e - evidentemente - Prost, as crises na Ferrari são só com pilotos meia boca.