quarta-feira, 5 de maio de 2010

Stock x Televisão

Stock Car em Porto Alegre: se o espetáculo for bom, a TV transmite


A lamentável “transmissão” da prova da Stock Car feita pela Globo, no último domingo, só mostra a atual situação da categoria. Na verdade é uma contradição: ao passar a ser transmitida pela emissora, no início da década a Stock se tornou relativamente popular. E digo relativamente porque, de fato, jamais houve uma grande mobilização do grande público para assistir a uma corrida. E agora, quase 10 anos depois, a mesma Globo vai, aos poucos, abandonando a Stock.



Comprar eventos apenas para impedir que outras emissoras o transmitam não uma novidade em se tratando de Globo, isso já acontece há bastante tempo. Na verdade, só não acontece com a Fórmula 1, sejamos honestos, porque Bernie Ecclestone inclui cláusulas nos contratos de transmissão que obrigam as emissoras à transmitir às corridas.



Tenho a sensação que a Stock, nos últimos anos, se preocupou mais em adaptar seu regulamento para a televisão do que em se desenvolver como esporte. Daí nasceram, por exemplo, as paradas de Box para reabastecimento desnecessárias e obrigatórias. Enquanto isso os equipamentos vão ficando para trás. No ano passado tivemos um sopro de esperança com a estréia dos novos carros. Mas a desorganização da categoria fez com que eles fossem para a pista com pouca quilometragem em teste, gerando uma prova recheada de capôs voando, em Interlagos. E isso é algo que queima o filme de qualquer categoria. Se os carros de F1 começassem a se despedaçar com o vento, a cada corrida, duvido que alguém continuasse assistindo.



Antes de reclamar da TV, a Stock Car precisa olhar para si mesma e identificar o que está fazendo de errado. A Globo parou de transmitir a prova porque o Safety Car precisou entrar na pista diversas vezes em razão de batidas e abandonos. Telespectador não é bobo. Se a corrida estiver chata, ele muda mesmo de canal. O que a categoria precisa é voltar a dar espetáculos. Se isso acontecer, a TV voltará a se interessar.

Nenhum comentário: