Hélio Castroneves: pela quarta vez, o mais rápido nos treinos de Indianápolis
Pela quarta vez na carreira, Hélio Castroneves vai largar na pole position em Indianápolis, o que não é pouco. As 500 milhas, prova mais tradicional do automobilismo, vão acontecer neste fim de semana. O brasileiro já ganhou três vezes lá e, mesmo sabendo que numa prova com quase 4 horas de duração todos os 33 pilotos que largam podem ganhar, dá para afirmar com uma certa segurança que Helinho é favorito a beber o tradicional leite após a bandeirada.
O fato é que, se não for Helinho, quem seria então o melhor brasileiro pós-Senna? De cara podemos tirar aqueles pilotos que não ganharam nenhuma corrida. Fiquemos então com os dois da F1: Rubens Barrichello é sem dúvida um grande piloto, habilidoso, rápido, conhecedor de carros. Mas se meteu na Ferrari, junto com Michael Schumacher, e foi estraçalhado pelo companheiro. Juntando isso com a pouca habilidade de Rubens no relacionamento com a equipe, com a torcida e com a imprensa, chegamos a um piloto com poucas possibilidades de se tornar um ídolo.
Felipe Massa é mais promissor. Pode não ser tão rápido quanto Barrichello, mas é mais inteligente, se relaciona bem com a equipe, é mentalmente mais bem preparado e não teve um companheiro de equipe que o destruísse. Se tivesse ganhado o título em 2008 (bateu na trave) certamente tornaria esta discussão improdutiva, mas não ganhou, e é isso que falta a ele. Depois daquele ano, a Ferrari ainda não se acertou, o brasileiro sofreu um acidente grave no ano passado e, este ano, tem um companheiro muito rápido que está andando na sua frente. Ainda acredito nele, mas por enquanto não briga com Helinho.
Na Indy podemos restringir a disputa a quatro pilotos: Cristiano da Matta, Gil de Ferran, Tony Kanaan e o próprio Helinho. O primeiro ganhou o título da Fórmula Mundial (ô nominho besta) em 2002 e arrumou uma vaga na Toyota, na Fórmula 1. Mas não se firmou, foi demitido, voltou para os EUA, se acidentou e saiu do circuito das categorias top.
Tony é rápido, foi campeão da Indy em 2004, está numa boa equipe, mas não me convence. Além do problema que já expliquei mais acima. E isso resume à disputa a Gil e Helinho. Uma disputa apertada aliás.
Gil é um dos melhores pilotos brasileiros que eu já vi. É rápido, conhece carros, batalhador, tem um estilo elegante, que lembra os grandes do automobilismo. E converteu a sua carreira em resultados: tem dois títulos na Fórmula Mundial e venceu as 500 milhas uma vez. Helinho não tem títulos (aliás, pouquíssimos na carreira toda) mas tem três 500 milhas o que, nos EUA, vale mais do que um campeonato inteiro.
Mas isso é nos EUA. Respeito muito as 500 milhas, mas acho que ganhar uma prova não atesta o talento de ninguém. Ganhar um campeonato sim. E continuo achando que falta a Helinho sangue nos olhos na hora de decidir um campeonato e isso pode estar ligado a este jeitão passivo do brasileiro. É por isso que respondo à pergunta do Victor Martins cravando Gil de Ferran como melhor piloto do Brasil depois de Ayrton Senna. Mas ainda torço para que tanto Helinho, quanto Felipe Massa, possam tomar este título dele.
Um comentário:
Castronneves tem uma ligação qualquer a mais com esta pista. Ele adora correr por lá e está sempre bem.
Impressionante.
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