quinta-feira, 20 de maio de 2010

Sobre decisões...

Nelsinho Piquet: do topo à base em menos de um ano


Se existe alguém que possa personificar a teoria de que uma decisão errada pode prejudicar uma vida toda, essa pessoa se chama Nelson Ângelo Piquet. Ao acatar a ordem do patrão Flávio Briatore, que o mandou jogar seu carro num muro da pista de Cingapura em 2008, para favorecer o seu companheiro de equipe, Nelsinho talvez não imaginasse que também estava jogando sua carreira praticamente no lixo. Sim porque vi, hoje, uma notícia de que o brasileiro, que há um ano era piloto de Fórmula 1, vai disputar uma etapa do brasileiro de Kart.

Kart. É isso mesmo. O cara que estava no topo do automobilismo, menos de um ano depois, volta à base. No mês passado ele também andou na Copa Montana, que faz parte dos eventos da Stock Car e tem disputado algumas corridas da divisão de acesso da Nascar norte-americana.

Pode parecer polêmico o que vou dizer mas, até para armar uma falcatrua, é necessário ter um certo “nome” no mercado. É óbvio que a idéia da farsa de Cingapura partiu de Flávio Briatore, um crápula histórico. Mas Briatore está na Fórmula 1 há anos, tramita neste meio como ninguém, tem relacionamentos e a maior prova disso é que foi perdoado pela FIA e já está novamente circulando pelos bastidores. Sou capaz de apostar que em muito pouco tempo, ele estará novamente no comando de alguma equipe e ninguém vai se lembrar do episódio ocorrido em 2008.

O caso de Nelsinho é diferente. Não foi punido pela FIA mas era um estreante, estava mal no campeonato, vinha em pleno processo de construção de uma imagem. Enfim, não tinha moral para reagir diante de um escândalo. Michael Schumacher estacionou seu carro no meio da pista de Mônaco para garantir uma pole position, na maior das caras de pau, mas é um heptacampeão mundial, foi punido, largou em último está aí, correndo até hoje. As equipes vão apostar em alguém como ele, mesmo sabendo de seu passado duvidoso. Mas não vão apostar em alguém como Nelsinho.

É triste que uma grande promessa do nosso automobilismo tenha chegado a este ponto. Por mais que diga que está correndo onde o deixa mais feliz, não posso acreditar que ele abra um sorriso ao olhar para a sua carreira e ver onde poderia estar hoje. E tudo isso veio a partir de um desastrado sim, a uma proposta absurda.

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