segunda-feira, 30 de maio de 2016

Piada


Não se pode reclamar da Fórmula 1 este ano. As corridas estão boas, há uma rivalidade entre os pilotos da Mercedes e a briga no segundo pelotão é muito boa entre Red Bull, Ferrari e, de muito de vez em quando, a Williams. Mas nesse último GP de Mônaco, a F1 resolveu nos lembrar de algumas chatices que acabam por afastar quem gosta de corridas, desviando a atenção de todos para outras categorias. Ainda mais num dia de 500 milhas de Indianápolis.

A primeira delas é essa largada em movimento quando chove. Eu pesquisei aqui e não consegui encontrar qual foi o ponto em que isso se tornou uma regra. Me lembro do GP do Brasil de 2003, deve ter sido a primeira vez que vi. A torcida na arquibancada, Barrichello na pole, todos ansiosos e os caras rodando 7 ou 8 voltas atrás do Safety Car antes de "largar".

Coloco largada entre aspas, porque largada na F1 é parada. E é nessa categoria que estão, ou deveriam estar, os melhores pilotos do mundo, caras capazes de esperar o apagar das luzes e ir dividir a primeira curva, esteja seco, esteja nevando. Não entendo e não concordo com esse excesso de cuidado, um desrespeito ao público que paga caro para ter emoções fortes. Sim, as pessoas gostam de ver situações de perigo também e a F1 já tem muitos elementos (necessários) para proteger os pilotos. Não faz sentido que eles não possam largar normalmente na chuva, tendo em mãos um equipamento tão seguro e tecnológico.

A outra, claro, são as ordens de equipe que vão e vêm. Agora foi a vez da Sauber fazer uma gracinha no meio da prova, pedindo que Felipe Nasr desse passagem a Marcus Ericsson. Isso porque os dois estavam em 14º e 15º, sem conseguirem ultrapassar um carro da Manor. Dá pra ser mais ridículo? A equipe está numa pitimba de fazer dó, nem sabe se chega ao final do ano, e manda seus pilotos realizarem uma troca de posição que não faria diferença nenhuma no resultado final da prova. Para pontuar, a Sauber ia precisar de 4 abandonos, aí tanto fazia quem estivesse na frente. No caso, era Nasr.

Mas o que conseguiram com a ordem antipática e desnecessária? Nasr, com razão, desobedeceu, Ericsson ficou bravo e tentou uma manobra suicida num lugar absolutamente inadequado. Resultado: batida entre os dois, ambos fora e mais prejuízo para a equipe. Pelo menos o sueco evitou a crise interna ao pedir desculpas pela tentativa absurda.

Ordens de equipe não precisam ser abolidas. Elas servem para ajudar a equipe em momentos decisivos, quando um piloto está disputando um título e tem pela frente o companheiro que está fora da disputa. Não vejo problemas em pedir uma troca nessa situação. Agora, na 5ª corrida do campeonato, uma equipe que não disputa nada, mandar seus pilotos inverterem entre 14ª e 15ª posições? Vão catar coquinho!

É F1, aí você fica indefensável.


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