segunda-feira, 16 de maio de 2016

Culpa de alguém?

Rosberg e Hamilton batem na Espanha: em disputa
de título, ninguém alivia

Lewis Hamilton e Nico Rosberg estão disputando um título mundial. Estão na mesma equipe, a Mercedes, que desde 2014 tem um carro muito melhor do que todos os outros do grid. Hamilton aproveitou melhor o equipamento e já faturou dois mundiais. Este ano, Rosberg vem melhor, mais concentrado, pilotando com mais precisão. Aí os dois se encontram numa curva, numa pista como a Espanha onde é difícil ultrapassar. Alguém achou que um ia facilitar para o outro?

Assim foi a batida das Mercedes na primeira volta do GP da Espanha. Nico largou melhor, tomou a ponta, e foi atacado por Hamilton na curva três. O inglês viu o espaço e mergulhou. Nico não deixou espaço e os dois bateram. Simples e direto. Às pessoas que estão apontando o dedo para Lewis, acusando-o de ser muito agressivo, eu pergunto: o que ele deveria fazer? Recolher? E Nico? Deixar passar?

Parece que as três temporadas seguidas sem disputas de título na F1 fizeram com que as pessoas se desacostumassem com brigas duras na pista. É claro que Hamilton poderia ter esperado mais, assim como Rosberg poderia ter deixado o companheiro ir embora. Mas ali, quem cedesse, provavelmente perderia a corrida. Não acho que seja isso que queremos. Que os dois se peguem mesmo, o problema não é do público e sim da Mercedes, que terá que ver como domar os ânimos dos seus dois pilotos.

E é uma pena que tenha tido que ser assim, porque o GP da Espanha acabou sendo histórico por outro motivo. Max Vertappen, de 18 anos, venceu sua primeira corrida na carreira, logo na sua estréia na Red Bull, no lugar Daniil Kvyat. A gente pode discutir se a decisão da equipe austríaca foi justa ou injusta, mas a discussão será inócua. Com um cartão de visitas desses, Verstappen se coloca definitivamente como um dos prováveis próximos campeões da F1.

E não foi uma vitória qualquer. Verstappen adotou uma estratégia ousada, fazendo uma parada  a menos do que os adversários. E, nas últimas dez voltas, teve Raikkonen em seus calcanhares. É impressionante que o moleque tenha suportado a pressão sem ter cometido nenhum erro.

Particularmente, eu acho que não é bom para a Fórmula 1 o sucesso de um piloto tão novo em tão pouco tempo. Passa a impressão de que a categoria exige pouco dos pilotos, já que um novato é capaz de chegar e colocar os veteranos no bolso com facilidade. Mas, já que é assim, o caminho é celebrar a vitória de um daqueles candidatos a quebrar recordes da categoria.

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