segunda-feira, 30 de março de 2015

Ferrari mostra sua evolução


Quando registrei a retrospectiva de 2014, disse que Sebastian Vettel teria, em 2015, seu ano mais importante. Afinal, depois de aparecer com muita força na Toro Rosso, Vettel construiu seu tetracampeonato pilotando as obras primas de Adrian Newey, na Red Bull. Mas, no ano passado, quando Newey cometeu um raro deslize, vitimado pelo novo regulamento, Vettel sumiu e foi engolido por seu companheiro de equipe, Daniel Ricciardo. Portanto, a Ferrari representaria a chance do alemão de mostrar que não é tetracampeão apenas por ter tido o melhor carro do grid durante 4 anos.

Pois, pelo que vimos na Malásia, a conta será paga sem sustos. Vettel foi soberano em Kuala Lumpur, na primeira vez que alguém vence um carro da Mercedes com autoridade, sem que os prateados enfrentassem algum problema mecânico. Na realidade, acredito até que Vettel poderia ter vencido sem a entrada do Safety Car, que acabou o favorecendo no início da prova, já que nas três primeiras voltas ele acompanhava a Mercedes de Hamilton e pararia uma vez menos. Seria bem mais apertado, mas eu não descartaria a hipótese.

Mas a vitória de Sebastian mostrou mais: a Ferrari conseguiu uma guinada, talvez inédita na sua história, saindo de um desempenho pífio em 2014 para se tornar uma segunda força consolidada em 2015. Os italianos seguiram a receita da Williams, que deu certo no ano passado. Investimento em contratações e estrutura fora da pista e renovação de um dos pilotos. O resultado é que a Ferrari desbancou a própria Williams, que tinha terminado 2014 como a segunda força.

Os ingleses, além de verem a Ferrari avançar, demonstraram que continuam com os mesmos problemas. Colocaram pneus mais macios nos carros de Massa e Bottas no primeiro pit, ao contrário de todas as equipes. E nenhum dos dois carros conseguiu escalar o pelotão como era esperado, o que influiu no resultado final. Para completar, os mecânicos vacilaram no ultimo pit-stop de Massa, o que permitiu que Bottas ganhasse a posição do brasileiro no final. Uma briga interessantíssima, uma das melhores da prova.

E, para finalizar, menção a dois pilotos: primeiro Kimi Raikkonen, o melhor do fim de semana. Ele caiu para ultimo, depois de ter um pneu furado e se recuperou de forma espetacular, para chegar em quarto. E Fernando Alonso que além de se arrastar no fundo do grid, encarou a realidade da McLaren, um carro que só não é pior do que a Manor Marússia. É para se refletir sobre as escolhas que o espanhol fez na carreira e porque, quando ele deixa uma equipe, ela melhora. Triste e interessante.

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