domingo, 15 de março de 2015

F1 começa com corrida chata e melancólica

As 15 almas que largaram na abertura da F1

Com apenas 15 carros no grid, começou o Mundial de Fórmula 1 2015. Isso mesmo, 15 carros, com 11 deles conseguindo chegar ao final. Até mesmo a Copa BH de Kart, campeonato de kart amador do qual participo aqui em Belo Horizonte tem mais ibobe do que a F1. As pessoas que criaram esse regulamento merecem realmente parabéns. Isso se o objetivo inicial era acabar com a categoria, o que parece ser o caso.

Sem os carros da Marússia, seriam 18 carros. Mas Valteri Bottas foi vetado com dores nas costas. Tínhamos 17 almas no grid. Mas, embora a Globo não mostrasse mesmo já estando no ar com a “transmissão” (amanhã falaremos um pouco sobre isso), o motor Honda da McLaren de Magnussen e o câmbio da RedBull de Kvyat falharam na volta de instalação. Ficamos com 15.

Se já está difícil que a F1 consiga produzir uma boa corrida com 20 carros, não será com um grid tão vazio que vai conseguir. Menos carros, menos brigas, a matemática é cruel. Sim, tivemos algumas disputas envolvendo Button e Pérez, Raikkonen, Ricciardo e Nars. Mas foi pouco.

Falando no brasileiro, que prova sensacional. Uma das estréias mais contundentes que eu já vi. Felipe Nasr correu com enorme segurança, manteve ritmo forte o tempo todo, realizou uma bela ultrapassagem sobre Ricciardo no início da prova e conseguiu um excepcional quinto lugar. Pontos importantes para ele e para a Sauber, que produziu um bom carro para 2015.

A disputa mais forte do ano deverá ser entre Williams e Ferrari para decidir qual será a segunda melhor equipe do ano. Pelo que vimos na Austrália, os tempos dos carros dos dois times são parecidíssimos e a decisão será nos detalhes. Nessa prova, a Ferrari levou a melhor, com Vettel superando Massa nos boxes. Mais uma vez, a Williams se atrapalhou e realizou o pit-stop de Felipe em péssima hora, recolocando-o na pista no meio do tráfico. É uma coisa que não muda: a Williams é a pior equipe em termos de estratégia.

E, lá na frente, a Mercedes. Os alemães mostraram que, definitivamente, souberam trabalhar melhor neste regulamento e ampliaram a vantagem que já tinham conseguido em 2014. Hamilton e Rosberg andaram próximos, mas tive a impressão de que o inglês administrou muito mais do que acelerou, para vencer a corrida. Cheiro de tricampeonato no ar.

Mas quem vai ganhar não é importante, de verdade. Hoje, importa muito mais, para quem gosta de automobilismo, que F1 encontre um caminho para se tornar novamente relevante. Porque 15 carros largando para uma temporada é algo que dói no coração. E tem muita categoria legal por aí, para nos preocuparmos com uma que não parece querer manter o interesse do público.

Um comentário:

Ron Groo disse...

Melancólica... A melhor definição ever.