terça-feira, 30 de outubro de 2012

#ripjacarepaguá




Esse fim de semana foi realizado o último evento automobilístico no que restou do Autódromo de Jacarepaguá. Uma etapa do campeonato estadual de marcas e pilotos do RJ e uma prova de arrancada na reta oposta. Depois disso, o único autódromo brasileiro que já recebeu provas da Fórmula 1, Fórmula Indy e Moto GP será demolido.

Ví uma entrevista de um dos pilotos que disputaram a prova de marcas e a sua fala é bem coerente. Ninguém é contra a Olímpiada. Pelo contrário. Mas por que, numa cidade enorme como o Rio de Janeiro é preciso sacrificar Jacarepaguá para construir parques aquáticos e velódromos. Aliás, reconstruir, já que ambos, velódromo e parque aquático, foram construídos ali mesmo em 2007, para o Pan, mas advinhem? Pois é, não têm padrões olímpicos, pois que serão demolidos e construídos de novo. Uma farra com o
nosso dinheiro e ainda por cima sacrificando outro templo esportivo.

Mas isso não é uma surpresa. É apenas mais uma etapa de um processo que começou lá atrás, quando Senna estampou a Williams no muro da Tamburello, morreu, e levou junto o interesse do brasileiro por automobilismo. E esporte, sem público, não sobrevive. Como nada que não seja futebol sobrevive no Brasil. A não ser que tenha um ídolo em ação, como tinha Senna e Piquet para o automobilismo, como tinha Guga para o tênis, como tinha Oscar para o Basquete. Alguém assiste tênis hoje?

Não assiste, como não assiste basquete e como não assiste corrida. As poucas iniciativas para formação de pilotos no Brasil vem de algumas empresas privadas. E, mesmo assim, é injusto chamar de “iniciativa”. De
maneira geral o que acontece é que o pai do jovem piloto tem algum relacionamento com um dirigente da empresa e na base da troca de favores arruma um apoio.

Sem formação de jovens atletas, o esporte não sobrevive, simples assim. Jacarepaguá não tinha mais o que receber para correr lá, a não ser esses campeonatos quase amadores que fazem, ou a Stock Car. É pouco. Sem eventos, a conta não fecha. A prefeitura promete construir outro autódromo em Deodoro, mas não acredito. A conta vai continuar não fechando.

De minha parte fica uma pequena homenagem a este autódromo. No vídeo, a vitória de André Ribeiro, na Indy, em 96. Um dos grandes, talvez o maior momento do circuito carioca. Sorte de quem esteve lá.


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