terça-feira, 12 de abril de 2016

Emerson Fittipaldi


Há alguns dias, quando estourou o caso da falência de Emerson Fittipaldi, um jornalista de um grande portal especializado em corridas pediu que seus seguidores, no Twitter, apontassem quais teriam sido as contribuições do “Rato”para o automobilismo brasileiro. Grande parte das respostas seguia na linha do tradicional “abriu as portas do automobilismo para o Brasil”, respostas essas que o jornalista rechaçou. Segundo ele, realização mesmo, como exemplo, foi a de Felipe Massa, que criou a Fórmula Fiat, há alguns anos.

Hoje em dia, com a mobilidade e conectividade de que dispomos, parece ser difícil entender o que significa esse abrir de portas, que Emerson proporcionou. Afinal, aviões cruzam o oceano em direção à Europa em poucas horas e, de lá, nos comunicamos por video com qualquer pessoa, em qualquer lugar do mundo, conversando com o interlocutor como se estivéssemos ao seu lado. Mas, no fim dos anos 60, o cara se mandar para outro continente e se meter num esporte que matava quase dois pilotos por corrida era outro papo.

E Fittipaldi foi esse cara, que se mandou para a F1 quando ninguém falava dela no Brasil. Portanto, se hoje falamos em corridas aqui, se temos transmissão ao vivo, se tivemos campeões e vencedores de corrida e, por fim, se é possível mantermos um site só para falar de corridas no país, devemos, sim, a Emerson Fittipaldi. Pode-se questionar sua qualidade como piloto, mas não se pode negar: mesmo que não tenha criado categorias, ou sido o que tenha mais títulos ou vitórias, Emerson Fittipaldi é, sim, o maior e mais importante piloto brasileiro da história. Não creio que haja discussão aqui.

Mas isso não tem nada a ver com a sua vida como empresário. Se Emerson deve a alguém, e ele mesmo já admitiu ter uma dívida de 25 milhões de reais, então tem que pagar. Não tenho pena de quem dá calote nos outros. Pessoas, muitas vezes, dependem desses pagamentos e podem estar em enorme dificuldade por causa da desorganização e desonestidade de quem não paga.

Pena mesmo, tenho da forma como essa situação pode afetar a história do automobilismo brasileiro. As imagens da Copersucar e da Penske #20 sendo recolhidas pela Receita, para pagamento de dívidas, são de cortar o coração.

Neste momento, só posso torcer para que esses carros sejam bem cuidados por quem recebê-los. E, claro, que Emerson honre seus compromissos, para que sua importância inquestionável como esportista não seja apagada.

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