domingo, 29 de novembro de 2015

Acabou

Rosberg x Hamilton: era para ser uma disputa, mas a Mercedes não deixou

Não sei em qual postagem foi, mas foi numa das últimas que meu amigo Ron Groo postou um comentário que dizia mais ou menos assim: precisamos gostar da F1 atual como ela é, não dá pra ficar só pensando no passado. Concordo com ele. De fato, não faz sentido olhar para a Fórmula 1 de hoje e pensar como ela era boa no passado e que tudo deveria ser como era antes. Bobagem. Além disso, a F1 estar chata é uma questão de ponto de vista. Não deve estar tão ruim na Alemanha, ou na Inglaterra.

Mas a discussão é longa. Afinal de contas, há disputa nessa Fórmula 1 de hoje? Acabei de assistir ao GP de Abu Dhabi, que pode ser considerado um bom resumo do que foi essa temporada, uma das piores que já acompanhei, senão a pior. A Mercedes escolheu o vencedor da corrida. Lewis Hamilton arriscou uma tática para fazer uma parada a menos do que Nico Rosberg, mas a equipe o mandou para os boxes. E Lewis também não quis ficar por conta própria.

Em dois momentos, Sebastian Vettel, que fez grande corrida, deixou Kimi Raikkonen ultrapassá-lo, pelo fato de estar com pneus desgastados, já que faria uma parada a menos. Tivesse Vettel segurado Raikkonen por uma ou duas voltas, poderia ter tentado alcançá-lo no finalzinho, para brigar pelo pódio. Mas não. A Ferrari também escolheu o terceiro colocado.

Vamos esquecer a tecnologia, o barulho (ou a falta dele), as pistas com traçados bestas. Quem se dispõe a sentar num sofá para assistir mais de 50 voltas de uma corrida, quer ver equipes, ou corporações escolhendo pilotos que vão vencer?

Você, que gosta de corridas: quantas vezes recebeu, no celular, o video de Valentino Rossi e Marc Marquez na Malásia? E quantos videos de F1 você recebeu, com disputas deste ano?

A Fórmula 1 atual não produz nada que seja notícia. Não há batidas, não há quebras de motor, não há grandes rivalidades, as ultrapassagens são fáceis, com uso da asa móvel. A Fórmula 1 atual não chama a atenção, porque não tem nada mesmo que chame a atenção.

Ao final da transmissão de hoje, outra vez péssima, como todas as outras de 2015, Galvão Bueno disse que Bernie Ecclestone está atento aos problemas e que vai resolve-los. Peço licença para discordar. A F1 precisa de cabeças novas. Que saibam olhar para o passado, não para colocar plaquinhas de titânio no fundo dos carros para produzir faíscas, mas que saibam trazer de lá o que a F1 tinha de melhor, o que atraía o público, o que levava gente a vê-la, afinal. E adaptar aos novos tempos, aos computadores, às redes sociais, ao que a garotada gosta.

Atrair para a F1, gente que gosta de corridas e não só de dinheiro. Dinheiro, essa praga que vai estragando os esportes. Que vai transformando tudo em uma interminável ação de marketing, na qual a imagem importa mais do que o resultado.

A pista de Abu Dhabi é linda, assim como a do Barhein, ou a de Xangai. Os carros atuais são fascinantes em sua tecnologia. Mas nós, que gostamos de corrida, gostamos de corrida. Automobilismo, ultrapassagens, pilotos batendo rodas, ficando putos uns com os outros. Será que é difícil de fazer isso?

Um comentário:

Ron Groo disse...

este gp é um anticlímax danado. um desserviço.
Depois de ver uma corrida nesta pista fechando o ano, ninguém fica com gosto de quero mais pra temporada seguinte.