segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Quando torcida ganha jogo



O GP do México, no reformado autódromo Hermanos Rodriguez, foi assistido por assombrosas 134.850 pessoas. A cada passagem dos carros, especialmente de Sérgio Perez, era possível ouvir os gritos delirantes da torcida. A todo momento, câmeras captavam a reação divertida dos mexicanos ao que ocorria na pista. E a corrida não foi boa. Aliás, foi chatíssima. Mas em nenhum momento eu desgrudei da televisão. Estava achando aquilo tudo divertidíssimo.

Pode parecer um absurdo o que vou dizer, mas até mesmo a chatice de uma corrida pode mudar de pista para pista. O circuito Hermanos Rodriguez nem é um circuito exatamente fascinante, ou desafiador (ainda mais sem a Peraltada), mas ver um autódromo cheio, com as pessoas participando ativamente da prova, faz toda a diferença.

É nisso que a Fórmula 1 tem que pensar antes de ir atrás da grana do oriente médio, colocando seus carros para fazer barulho (ou, nem tanto) em circuitos gigantescos como Abu Dhabi, ou Barhein, recheados de areas vips, nas quais as pessoas vão para fazer de tudo, menos para ver uma corrida. E as arquibancadas, coitadas, vazias que dão pena.

Esse tipo de atmosfera, a F1 só vai encontrar em lugares onde gostam dela. Já foi bacana ver A1-Ring de volta, em 2014. Agora o México. Que tal ir atrás de Hockenheim, Nurburgring, Magny-Cours, Paul Ricard, Brands Hatch, e tantas outras?

Corridas podem ser boas ou ruins, mas uma corrida ruim num palco legal, é bem diferente de uma corrida ruim num lugar insípido, onde ninguém liga para ela. Pensa nisso Bernie, por favor!

Nenhum comentário: