quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Hora de voltar 25 anos no tempo, doutor!


Num dia em que se fala tanto de viagens no tempo, a turma que gosta de automobilismo certamente pegaria o DeLorean, de De Volta para o Futuro, para dar umas voltas em 1990. Foi neste dia, há exatos 25 anos, que Ayrton Senna conquistou seu segundo título mundial, no GP do Japão de 1990. De uma forma controversa: devolvendo a “gentileza”de Alain Prost, que jogou seu carro sobre o do brasileiro um ano antes. Dessa vez, Senna atropelou Prost depois de largar mal, perdendo a liderança da corrida para o francês, que corria na Ferrari. Os dois ficaram fora e Senna não poderia mais ser alcançado na tabela de pontuação.

A corrida foi vencida por Nelson Piquet, já tricampeão, com a Benetton. O segundo lugar foi de Roberto Moreno, pela mesma equipe, seu primeiro e único pódio na categoria. Vejam só o momento do automobilismo brasileiro. Em uma mesma prova vimos Senna se sagrar campeão pela segunda vez, Piquet vencer e Moreno chegar em segundo, protagonizando um dos pódios mais emocionantes já vistos na categoria.

Na rabeira do sucesso de Senna e Piquet, vários pilotos promissores se destacavam em categorias de base. Gente como Rubens Barrichello, Gil de Ferran, Christian Fittipaldi, e outros que viriam a ter carreira vitoriosa em diversas categorias importantes.

Infelizmente, Piquet parou em 91, Senna morreu em 94, em um acidente marcante, que traumatizou milhares de fãs de F1 no país. Foi nessa época que a Globo nos ensinou que para gostar de um esporte é necessário que sejamos campeões nele e o Brasil só voltou a se interessar por F1 quando Barrichello foi para a Ferrari, em 2000. Infelizmente, sua passagem por lá, embora vitoriosa, foi ofuscada por Michael Schumacher, apenas 7 vezes campeão do mundo. Felipe Massa, quando decidiu o título de 2008 e perdeu, em casa, trouxe mais algum entusiasmo, mas ele acabou rapidinho.

Ninguém mais liga para corridas no Brasil, só mesmo um pequeno número de fãs de velocidade, como eu e você. Os indices de audiência são pequenos. No próximo domingo, a F1 deverá consagrar Lewis Hamilton, admirador de Ayrton Senna, como tri-campeão. Mas a corrida será transmitida apenas na TV a Cabo, pois é no horário do futebol.


Em 25 anos muita coisa muda, para melhor e para pior. O automobilismo brasileiro, como era em 1990, talvez nunca mais exista. 

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