segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Dixon, de virada



Nada como uma boa decisão de campeonato para lembrarmos porque mesmo gostamos deste esporte. E foi o que a Indy proporcionou, ao chegar a Sonoma com 6 postulantes ao título e um franco favorito: Juan Pablo Montoya, que largava em quinto, ao lado de seu adversário direto, Graham Rahal. Os demais tinham possibilidades remotas e foi justamente um deles, Scott Dixon, que levou a taça no final, conquistando uma vitória com a categoria e autoridade de um, agora, tetracampeão da Indy.

A prova foi marcada por homenagens a Justin Wilson, num clima triste e pouco convidativo para se disputar uma corrida. Mas, motores ligados, viseiras fechadas, a tristeza fica para trás. O GP de Sonoma foi como aqueles bons filmes de terror, nos quais a gente começa achando tudo meio sem graça, mas a tensão vai crescendo e, no fim, estamos roendo todas as unhas.

Adotando uma estratégia de box diferente, parando uma vez menos, Dixon conseguiu ser rápido e econômico, liderando a corrida com folga em sua segunda metade. Ele contou também com a tarde ruim de Montoya, Will Power e Rahal. Os dois da Penske, inclusive, acabaram se estranhando na pista e jogaram fora suas chances de título. No finalzinho, Montoya precisava de apenas uma ultrapassagem para conseguir o campeonato, mas acabou não sendo capaz e encostar em Ryan Briscoe. Acabou em sexto lugar, atingindo a mesma pontuação de Scott Dixon que, com uma vitória a mais, sagrou-se campeão.

E terminou assim mais um bom ano da Fórmula Indy, uma categoria que não tem o espaço que merece no Brasil. Com pequenos ajustes, carros esteticamente mais atraentes e bandeiras amarelas menos longas, talvez a Indy conseguisse despertar o interesse de uma TV que a leve mais a sério. Mesmo assim, é preciso elogiar o bom trabalho do BandSports ontem, embora tenha sido ocasional. A categoria foi tratada como lixo, durante a maior parte do ano.

Sobre os brasileiros, infelizmente foi um ano ruim. Tony Kanaan fez algumas corridas exuberantes, mas de poucos resultados. E Hélio Castroneves foi, bem, foi Hélio Castroneves. Chegando nos pontos, mas pouco combativo, falhando em momentos decisivos e, pela 7837465478437 vez chegando a uma decisão com chances e perdendo ao fazer uma corrida medíocre.

Nelsinho Piquet andou namorando a Indy, inclusive realizando testes. Seria uma ótima pedida para tentar aumentar o interesse por uma categoria que produz ótimas corridas, mas que ninguém vê.

2 comentários:

Ron Groo disse...

Não acompanhei o campeonato, mas as declarações do Montoya sobre Dixon ter feito um campeonato medíocre foram fortes. Que ele não merecia o título.
E sabe, tenho tendencia a concordar com o ex gordo.

Bruno Aleixo disse...

Ron, eu acho que Montoya fez um campeonato sensacional, mas o que vale é a pontuação no fim. Ganhar campeonatos é saber jogar com os critérios definidos. Odeio esse sistema de pontuação dobrada no final, mas se ele existia, cabia à Montoya e à Penske, jogar com ele. Por isso, não posso jamais concordar que Dixon fez um campeonato de merda, como o colombiano falou. Virou discurso de mau perdedor.