domingo, 23 de agosto de 2015

Bélgica, Hamilton e o balde de água fria



Se havia alguma esperança de que as férias mudariam algo na balança de forças da F1, o GP da Bélgica se encarregou de enterrar tudo. E com requintes de crueldade já que, além das Mercedes terem aumentado sua distância para as outras, Lewis Hamilton parece estar sobrando ainda mais e a Williams, que poderia ser uma adversária possível, andou para trás. Ou seja: Hamilton entrou, a partir de agora, em contagem regressiva para o título.

É triste que uma pista espetacular, como Spa-Francorchamps, seja palco de uma corrida tão fria e sem surpresas como essa, mas assim é a Fórmula 1 atual. É bem verdade que tivemos algumas ultrapassagens no pelotão intermediário e a briga entre Vettel e Grosjean tenha causado um pequeno levantar de sobrancelhas, mas no geral, passamos mais tempo rezando para que chovesse. E nem a água, que costuma dar o ar da graça na Bélgica, apareceu.

Me impressiona muito o controle que Hamilton tem da corrida, principalmente nessas provas de 2015. O cara parece correr o tempo todo com reservas. Hoje, Rosberg fez uma largada lamentável, e quando terminou de escalar o pelotão, estava 9 segundos atrás do companheiro. Empolgado, começou a tirar a vantagem até que, quando a mesma chegou em 4 segundos, Hamilton deu uma volta rápida e aumentou  para 5.5. Assim, com uma volta. Infelizmente, por mais que tenhamos tentado acreditar que o piloto do #6 fosse capaz de desafiar o companheiro inglês, não há o que fazer. O caneco tem dono.

Mais atrás, novamente, uma corrida espetacular de Sebastian Vettel, que conseguiria um novo pódio após largar apenas em 9° lugar. Parou apenas uma vez nos boxes e seus pneus não resistiram, furando a duas voltas do final. Uma pena.

Pneus também foram problema para a Williams, mas por outro motivo: num erro absolutamente incompatível para uma equipe nesta posição, montaram um jogo com 3 pneus macios e 1 duro no carro de Bottas, que acabou punido. Felipe Massa salvou o domingo com o sexton lugar, pulando para a quarta posição no campeonato. Mas essa era uma pista que, aparentemente, favorecia a Williams e o resultado não foi nada bom. Perspectivas ruins para o final do ano.

No fim de tudo, o grande destaque da prova foi Romain Grosjean, que chegou ao pódio pela primeira vez desde 2013, levando um pouco de alívio à Lotus, a equipe que mais sofreu com o novo regulamento, adotado no ano passado.

No mais, entramos, junto com Hamilton, na contagem regressive para o fim do campeonato. Torcendo para que o ano que vem traga de volta a competitividade que já passa longe da F1 há bastante tempo.

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