terça-feira, 2 de julho de 2013

A arte de selecionar a informação

Raikkonen a frente de Grosjean: ordem idêntica à da Ferrari na Lotus e ninguém no Brasil ligou. Será por que?


Passou desapercebido, no meio da confusão dos pneus do GP da Inglaterra, um episódio que já vimos por essas bandas. Na volta 15, Kimi Raikkonen e Romain Grosjean duelavam por posições na pista, quando veio o áudio da Lotus: "Kimi is faster than you". O texto e a entonação foram idênticos ao do engenheiro de Felipe Massa na Alemanha / 2010. E a atitude de Grosjean também idêntica à de Felipe: tirou o pé para a passagem do companheiro.

O episódio morreu por dois motivos básicos: no mesmo instante da manobra, o pneu de Jean Éric Vergne foi pelos ares bem em frente aos dois Lotus, obrigando a direção de prova a mandar o Safety Car para a pista pela primeira vez. O segundo, claro, é porque Grosjean não é brasileiro. Aí não tem injustiça, não tem desrespeito, nada que faça com que a turma da Globo abra sua boca na transmissão, para criticar uma manobra idêntica.

Que apenas reforça o que já comentamos aqui: na Fórmula 1 o cara tem que se impor, na pista e na raça. Em 2010 Webber deu uma banana para a Red Bull, mas permaneceu na equipe até hoje. Vai se aposentar no final do ano com boa imagem e prestígio. Enquanto aqueles que sucumbiram às ordens de equipe continuam como segundos pilotos absolutos.

A Lotus pode enfrentar uma situação interessante no ano que vem, se Raikkonen se mandar para a Red Bull. Não pode e, pelo jeito, não quer contar com Grosjean como líder do time. Abre uma ou duas vagas interessantíssimas para 2014. Se for buscar um piloto que atualmente pilota para uma equipe grande, o que seria interessante para seu projeto, poderia contar somente com Massa, cujo contrato com a Ferrari acaba no fim do ano. Mas o brasileiro está entre aqueles que não parecem ter perfil para liderar uma equipe. Vai ser interessante acompanhar essa novela.

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