quarta-feira, 21 de março de 2012

O pelotão do meio



Sauber de Pérez é uma das candidatas a surpreender
Uma das coisas que ficaram claras na abertura do mundial de Fórmula 1 foi a ascensão de três equipes, especificamente: a Sauber, a Lotus e a Williams. É uma boa notícia, embola mais o meio do pelotão e pode trazer problemas para outras três equipes. A Toro Rosso (uma equipinha mal formada, que só serve para revelar gente para a Red Bull), a Force India (que parecia ter um bom carro, mas não andou nada na Austrália) e a Mercedes (que pode ser incomodada pela Lotus se não começar a usar o caminhão de dinheiro que tem para fazer um carro que preste).

Mas isso não é simples. Essas três equipes, Williams, Sauber e Lotus, não têm dinheiro como as outras (exceção da Force India) e podem sucumbir ao longo do ano por não terem condições de testar componentes (virtualmente e no túnel de vento, já que teste mesmo, ninguém pode fazer). A Lotus, aliás, provou deste gosto amargo em 2011, quando estreou bem e não conseguiu acompanhar o desenvolvimento das outras, terminando o ano de forma melancólica.

A Sauber vem crescendo desde que voltou à categoria, em 2010. É uma equipe séria, chefiada por um cara que gosta de automobilismo, tem gente que entende do riscado e uma dupla de pilotos muito boa. Aliás, arrisco dizer que, depois de Button e Hamilton, a dobradinha Kobayashi e Perez é a melhor do grid.

A Williams é a que tem a ascensão mais perigosa. Vem de um ano desastroso, mas parece ter feito um carro bom e, principalmente, confiável. Claro que a chegada do eficiente motor da Renault ajudou muito, mas não duvido que os conselhos de Rubens Barrichello tenham levado à equipe à construir um bom chassi. E esse é o problema: ao invés de optar pelo veterano brasileiro, Frank Williams preferiu apostar suas fichas em dois novatos endinheirados, que até o início do ano, nada tinham mostrado na Fórmula 1. Um tiro no escuro, que pode dar certo, ou pode ser um fiasco. Na Austrália, a proporção foi de 50%: Maldonado deu esperança ao time, já Bruno Senna andou mal o tempo todo.

E, por fim, a Lotus parece ter feito um grande carro e tem uma ótima dupla de pilotos também. Raikkonen voltou em forma, mas é do tipo que desanima rápido se o carro não mantiver um bom desempenho.
Por isso, é bom que essas três aproveitem as 4 primeiras etapas, antes da primeira corrida na Europa. É aí que as equipes maiores costumam apresentar novidades e a diferença começa a aumentar. Se Williams, Sauber e Lotus conseguirem acumular pontos até lá, desconfio que poderão manter o bom desempenho até o fim do ano. Caso contrário, chegarão à Interlagos apagadas como nos últimos anos.

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