quarta-feira, 12 de março de 2014

Para relembrar: Melbourne

Damon Hill vence com a Williams toda imunda com o óleo de Villeneuve: uma F1 diferente

Desde 1996 realizado na pista de Melbourne, o GP da Austrália, por ser o primeiro da temporada, costuma reservar estréias especiais e inesquecíveis. Este ano não será diferente: Kimi Raikkonen na Ferrari, Felipe Massa na Williams, Pastor Maldonado na Lotus, Daniel Ricciardo na Red Bull, Daniil Kvyat na Toro Rosso, são os que me lembro. A principal estréia, claro, o novo regulamento, que parece ter dado uma bagunçada geral na ordem de desempenho das equipes.

O GP de 96 também teve estréias interessantíssimas:
_ O novo sistema de largada, com a sequência de luzes vermelhas, que permanece até hoje.
_ Jacques Villeneuve, que estreava na Fórmula 1 e na Williams com pole position.
_ Schumacher e Irvine na Ferrari.
_David Coulthard na McLaren
_ Alesi e Berger na então campeã Benetton.
_ Um brasileiro, Ricardo Rosset, chegando à F1 pela Arrows.
_ Martin Brundle na Jordan, ao lado de Rubens Barrichello.

A corrida está disponível em partes no Youtube e posto a parte inicial da prova abaixo. Para ver o resto, é só ir clicando nos links ao lado. Muito interessante de assistir e ver como a dinâmica de uma corrida deF1 mudou ao longo dos anos. E para melhor. Com exceção das Williams, que andaram juntas o tempo todo, os outros pilotos chegaram ao fim separados por diferenças enormes, de mais de 20 segundos. Ponto para Bernie Ecclestone que, ao longo dos anos, formatou o regulamento para permitir uma igualdade maior entre os carros.

Chamou a atenção também a fortíssima estréia de Villeneuve, liderando toda a prova à frente de Damon Hill, inclusive ultrapassando o companheiro com uma bela manobra, quando este saiu dos boxes à sua frente. Só perdeu a corrida porque seu motor falhou a cinco voltas do fim, dando chance a Hill de recuperar a posição, vencer, e arrancar para o seu primeiro e único título.

Muito legal ver também o upgrade imediato que Schumacher proporcionou à Ferrari,levando a equipe que até 95 era a quarta força do campeonato à incomodar os líderes pelo menos no início da prova. Por outro lado, o erro da Benetton em apostar em uma dupla desgastada como Berger e Alesi, com pilotos jovens e promissores no grid podendo ocupar seus cockpits, como Barrichello, Panis ou Frentzen.

E, por fim, uma palavra sobre a transmissão: narração sóbria e equilibrada de Galvão Bueno, com comentários pertinentes e bem colocados de Reginaldo Leme. Sem ficar o tempo todo tentando defender os pilotos brasileiros os dois chegaram a observar, corretamente, o erro crasso cometido por Rosset no começo da prova, ao tentar fazer uma ultrapassagem. Hoje em dia, é inadimissível falar em erro de piloto brasileiro, que são praticamente infalíveis aos olhos da transmissão, mesmo com as imagens mostrando o contrário.

Bem bacana relembrar uma Fórmula 1 de outros tempos, na semana em que a categoria volta a ser disputada.



Um comentário:

Por Dentro dos Boxes disse...

Bruno,

de 96 pra cá muita coisa mudou na F1 mas a nossa vontade em acompanhar as corrida é a mesma...

que chegue logo domingo...

abs...