domingo, 16 de março de 2014

Exageros da Fórmula 1

Com uma largada brilhante, Rosberg assumiu a ponta e foi assim até o final
Não sei se foi na quinta ou na sexta, mas li, no blog do Fábio Seixas, uma frase que faz muito sentido apóes a primeira corrida da Austrália: a Fórmula 1 adora um drama. E é verdade mesmo. Após os testes no Barhein e em Jerez de la Frontera foram inúmeros depoimentos de chefes de equipes e de pilotos, dando um tom catastrófico à primeira corrida do ano. Previsões de uma corrida sem bandeirada final, é o que chegaram a dizer.

Foi um exagero. A corrida não foi catastrófica, o número de abandonos foi até normal, para uma primeira prova. O GP de Melbourne confirmou algumas coisas, trouxe surpresas e mostrou, principalmente, a capacidade extraordinária de desenvolvimento da Fórmula 1, uma categoria que reúne algumas das cabeças mais brilhantes do esporte.

Começando pelas confirmações: a Mercedes fez um foguete e tem uma dupla de pilotos das melhores. A pole de Hamilton e a vitória de ponta a ponta de Rosberg confirmam o favoritismo da equipe. Não fosse o problema de Lewis no começo, a equipe poderia ter tido uma dobradinha espetacular.

Aliás, os motores Mercedes confirmaram o seu potencial, andando o forte o tempo todo. Chamaram a atenção a estreia excelente de Kevin Magnussen, na McLaren, e a Williams, que chegaria ao pódio com Bottas não fosse o toque do finlandês no muro, no começo da prova. Boa notícia para Felipe Massa, que teve que adiar sua estréia na equipe para a próxima prova, já que Kobayashi o atropelou logo na largada, deixando o brasileiro enfurecido, com razão.

Agora, as confirmações ruins: a Lotus não só andou para trás, como conseguiu ser uma equipe de rabeira. Impressionante o que aconteceu com essa equipe de 2013 para cá, o que prova que dinheiro fala muito alto neste meio. Romain Grosjean disse, na sexta, que o carro é horrível. De fato, é mesmo.

E a Ferrari que fez um carro mais ou menos. Isso deverá ser parcialmente compensado com Fernando Alonso, que realmente faz milagres. Kimi Raikkonen, como eu já esperava, teve um desempenho discreto. Vamos ver quanto tempo ele vai aguentar o histrionismo e a desorganização italianas.

No campo das surpresas, começamos pela RedBull, principalmente com Daniel Ricciardo. Corrida constante, rápida e sem erros do australiano, que acabou perdendo seu segundo lugar devido a uma desclassificação: foi constatada irregularidade no fluxo de combustível de seu carro. Será interessante ver como Vettel vai reagir tendo um companheiro que seja tão rápido quanto ele. O fim de semana do alemão foi lamentável, cheio de problemas.

E, por ultimo, Nico Hulkenberg, que começou 2014 como terminou 2013: dando trabalho aos ponteiros. Vai dar uma surra em Sergio Perez.

Infelizmente, a corrida não foi boa como esperávamos. Tirando Valteri Bottas, que fez belas ultrapassagens, o restante dos pilotos andou de forma burocrática, realmente querendo apenas chegar ao fim. Vamos esperar que, na Malásia, daqui duas semanas, as equipes possam ter a segurança de arriscar mais, para podermos ver aquilo que o novo regulamento nos prometeu: mais emoção e alternativas.

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