quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Feios, mas estilosos

Nova McLaren MP4\25: se andar bem, ninguém vai lembrar que é feia 

Se não me engano, as mudanças no regulamento da Fórmula 1 para 2014 são as mais radicais pelas quais a categoria passou, desde 1994. Naquele ano, toda a eletrônica dos carros foi banida, mas cometeu-se o equívoco de manter a potência dos motores, criando carros altamente instáveis, o que gerou vários acidentes graves. Agora, 20 anos depois, a F1 volta a apresentar carros completamente novos, e é possível que os pilotos, pelo menos nas primeiras corridas do ano, façam a diferença no braço, algo que não víamos há muito tempo.

Essa é a grande perspectiva deste início de temporada. Não restará ao piloto, como nos últimos anos, apenas acelerar. Será necessário conhecer o comportamento do carro, saber onde pode explorar mais a máquina e, principalmente, saber a hora de conservar o equipamento. Os mais inteligentes vencerão.

Para entender melhor, sugiro a leitura deste post do Flávio Gomes. Os carros terão motores 1.6 turbinados, com um novo sistema de recuperação de energia, freios eletrônicos, menos arrasto aerodinâmico nas frenagens e um câmbio de 8 marchas. Os primeiros testes mostraram como as primeiras etapas serão difíceis. Houve inúmeras quebras em Jerez de la Frontera e a Red Bull, por exemplo, mal conseguiu testar.

Mas o que tem chamado mais a atenção são dois fatores: o visual e o som dos carros. O regulamento impõe restrições a altura do bico e os novos motores, com apenas um escapamento, produzem um som mais agudo e menos marcante.


Realmente, os carros são feios. Nesse quesito, parabéns à Caterham que conseguiu a façanha de produzir o F1 mais horroroso já visto. Mas nessa história toda, há um ponto que me agrada: apesar de feios, os carros são diferentes entre si. Casa projetista interpretou o regulamento à sua maneira e, em 2014, os carros voltam a ter identidade. Uma identidade feia, é verdade, mas é melhor do que a padronização visual dos últimos anos, que levou os carros a se diferenciarem apenas por sua pintura.

Em relação ao som, nem tenho muito o que comentar, porque acho que isso só faz diferença para quem está no autódromo. O video abaixo faz uma  comparação interessante entre os carros de 2013 e os atuais:



No fim das contas, o que vale é o seguinte: se o campeonato começar bem, com disputas, ultrapassagens e diferentes pilotos ganhando, ninguém vai ligar se o carro é feio ou o barulho é chato. Portanto, resta esperar que as luzes vermelhas se apaguem em Melbourne.

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