segunda-feira, 17 de setembro de 2012

O caminho da Indy ainda é longo



Acabou a temporada 2012 da Indy. A primeira temporada do novo chassi Dallara e a primeira de Rubens Barrichello na categoria. O campeão foi Ryan Hunter Reay, que venceu o duelo contra Will Power, vice campeão pela terceira vez, vítima de sua própria incapacidade de lidar com circuitos ovais. O melhor brasileiro foi Hélio Castroneves, que terminou o campeonato em 5º. Há anos correndo na Penske, Helinho passou perto do título algumas vezes, mas nunca foi campeão.

A temporada foi boa mas, de novo, passou despercebida no Brasil. E por vários motivos. A começar pelo mais óbvio: ninguém liga para automobilismo no país. A categoria cresceu em audiência nos anos 90, principalmente após a morte de Senna, quando as pessoas procuraram a categoria americana quedava aos brasileiros chance de vitória. E brasileiro só gosta de esporte em que o Brasil vai bem. Mas com os problemas que a Indy enfrentou no início dos anos 2000 (Separação entre Cart e IRL, perda de identidade, falta de dinheiro e crise técnica), o brasileiro desistiu de vez do automobilismo. 

Some-se a isso o fato de que Rubens Barrichello, principal atração da Indy em 2012, não fez o que se esperava dele. E no Brasil se espera o impossível. Em seu primeiro ano na Indy, correndo em uma equipe pequena como a KV, Rubinho conseguiu um quarto lugar como melhor resultado e terminou o ano em 12º. Poderia ter feito mais, mas é preciso dar tempo. Mas a torcida brasileira não é muito adepta a conceder tempo aos seus atletas. 

E ainda temos os motivos técnicos, que são o calcanhar da Indy a alguns anos. A Dallara é fornecedora única de chassis. Nos tempos áureos, a categoria contava com Reynard, Lola, Penske, Eagle e Swift. Pistas como Laguna Seca e Elkhart Lake foram trocadas por bombas como Baltimore, São Paulo e São Petesburgo. O asfalto de Detroit estava se desintegrando durante a prova. 

Antigamente víamos disputas entre Al Unser Jr., Michael Andretti e Bobby Rahal. Hoje temos Ryan Hunter Reay, Ryan Briscoe e Will Power. Sem grandes juízos de valor, o mínimo que podemos dizer é que o automobilismo americano já contou com gente melhor. 

E por fim, claro, o que já debatemos aqui: precisamos de uma emissora de TV que tenha a tarde livre de esportes e que possa transmitir a Indy como uma alternativa à nossa lamentável programação de TV aberta. A Band, compreensivelmente, investe no futebol. Tanto que as etapas que não foram disputadas às 16hs (horário dos jogos do campeonato brasileiro) foram transmitidas. É difícil se identificar com um campeonato em que não se pode ver todas as corridas.  Ainda não foi desta vez que vimos o tal renascimento da Indy. O caminho ainda é longo e é preciso percorrê-lo com mais velocidade. Que 2013 traga essa dose extra de potência.

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