segunda-feira, 2 de maio de 2011

Indy em São Paulo: a confirmação de que o Brasil não sabe organizar eventos esportivos




Carros da Indy se equilibram na pista paulistana: e vamos ter Copa e Olimpíada aqui




Will Power venceu a Itaipava São Paulo Indy 300 Nestlé hoje, em São Paulo. Foi sua segunda vitória nas ruas paulistanas, já que ele já havia vencido no ano passado. Não vi a corrida, por um motivo muito simples: fiquei grudado na televisão durante todo o domingo esperando pela prova, que não aconteceu porque a pista montada na capital paulista não oferecia condições.

Não oferecia condições porque o Brasil não sabe organizar eventos esportivos. Tudo aqui é improvisado, mal feito, desrespeitoso com o público. Os dirigentes pensam, primeiro, na festa para vender aos patrocinadores e depois se lembram que a razão de tudo isso é um evento esportivo. E aí não dá mais tempo de melhorar nada. E tampouco aprendem com as experiências passadas, preferindo continuar contando com a sorte.

Mas a sorte não acompanha os incompetentes e a chuva que caiu em São Paulo, durante a corrida, acabou com a maquiagem promovida pelos organizadores. A pista alagou e ninguém sabia como agir, os carros ficaram parados por duas horas, voltaram, pararam de novo e a prova teve seqüência numa segunda feira, com portões abertos. E quem pagou ingresso se lascou.

E aí entra outra característica do nosso país: a de, mesmo com todos os problemas, ainda tentar passar uma imagem positiva. A Band, organizadora do evento, se recusava a fazer qualquer crítica, tentando a todo custo mostrar que a prova era um sucesso. À noite, durante um programa de entrevistas, Joelmir Betting e o prefeito Gilberto Kassab celebravam a corrida que não aconteceu. Kassab chegou a dizer que a corrida era uma tentativa de mostrar ao mundo que São Paulo sabe organizar um evento esportivo.

Sim, sabe. Se organizar um evento esportivo for colocar Luan Santana para vomitar o hino nacional, numa lamentável interpretação, construir um circuito num local que sofre com enchentes, pintar áreas de escape com tinta que as deixam mais escorregadias, começar uma corrida num dia e terminar no outro sem devolver o dinheiro de quem pagou caro para assistir, podemos dizer que o Brasil sabe organizar eventos esportivos.

Mas receio que isso seja o oposto daquilo que aprendemos ser um espetáculo esportivo.

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