terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Fernando Alonso: uma criança mimada, mas talentosa


Fernando Alonso não sabe perder. Isso não é exatamente uma ofensa, na verdade é uma característica comum a grandes campeões: Senna, Prost, Schumacher, Piquet, nenhum deles jamais engoliu uma derrota com facilidade. E nem deveriam: o esporte é feito de vencedores e perdedores, mas para se encaixar na primeira, é preciso engolir os adversários mesmo. E os bons engolem os ruins.


O problema do espanhol é que ele jamais consegue assumir a culpa por uma derrota. Senna ficava bravo com suas derrotas, mas sua revolta era consigo mesmo. Schumacher também. Já Alonso está num patamar parecido com Alain Prost: reclama de tudo e de todos quando seus imundos jogos de bastidores não funcionam. Destaco dois momentos do espanhol este ano: a ridícula reclamação que fez contra Massa, no GP da Alemanha, quando o brasileiro fechou a sua porta e, claro, o vergonhoso gestual contra Vitaly Petrov que segurou o espanhol em Abu Dhabi, com uma limitada Renault, para garantir pontos importantes para ele e sua equipe. Nos dois casos Alonso não passou pela própria incompetência.


Mas chega de falar mal do bicampeão, o melhor piloto da Fórmula 1 atualmente. Afinal de contas, mesmo com seus arroubos de criança criada pela avó, é preciso reconhecer que Alonso fez um trabalho excepcional dentro e fora da pista em 2010. Chegou à Ferrari, colocou Felipe Massa no bolso, conquistou equipes e torcedores e, com um carro que não era o melhor do grid, quase se sagrou campeão.


Uma temporada fabulosa de um piloto que vai dar muito trabalho em 2011. Aliás, arrisco a dizer, Alonso é o favorito ao título na próxima temporada.

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