domingo, 13 de novembro de 2016

Vale como vitória



Pode parecer que não, mas o que Felipe Nasr fez hoje, em Interlagos, significa muito. O nono lugar do brasileiro representam os primeiros dois pontos da Sauber no campeonato e fazem com que a equipe supere a Manor na classificação. Se nada anormal ocorrer em Abu Dhabi, e não vai ocorrer porque Abu Dhabi é muito previsível, a equipe garante cerca de 13 milhões de dólares na sua conta para o ano que vem.

E não é apenas o resultado ou os pontos em si. E sim a atuação do brasileiro que foi magistral em Interlagos, numa condição de pista que traiu muita gente hoje. Além do traçado espetacular, o circuito paulistano ainda oferece essas variações climáticas que, ano sim ano não, transformam a corrida numa imensa loteria.

E abre espaço para gente muito boa brilhar. E Nasr brilhou, o que pode ser um grande peso na sua tentativa de permanecer na Sauber em 2017. Ele não tem a grana de Esteban Gutierrez, mas mostrou que pode garantir dinheiro de outra forma para a equipe: apresentando-se bem quando as condições estiverem a seu favor.

E o que dizer da corrida de Max Verstappen? Minha Nossa Senhora, que piloto é esse? Ultrapassou nada menos do que 11 adversários em 15 voltas, um absurdo. A última manobra, sobre Sérgio Perez, foi um verdadeiro show do piloto, que foi aplaudido de pé pelo público, no circuito.

Falando em público, vale dizer: comportamento exemplar da torcida na homenagem a Felipe Massa. É muito raro ver a exigente torcida brasileira reverenciar um piloto que não foi campeão e ainda que vai mal na sua prova de despedida, diante dos seus torcedores. Mas Felipe talvez tenha sido o último a chamar a atenção do brasileiro para a Fórmula 1, com suas temporadas de 2006 e 2008, quando venceu no Brasil. Na última, inclusive, ficou por 500 metros de ser campeão. Massa foi um piloto menos exuberante do que Rubens Barrichello, mas soube escolher a hora de parar e deu à torcida a chance de homenageá-lo como merece. A imagem dele voltando as boxes com a bandeira brasileira é uma das mais belas da história do autódromo.

Agora a F1 terá sua decisão em Abu  Dhabi, com Lewis Hamilton precisando vencer e torcer para que Nico Rosberg chegue na quarta posição. Como já dissemos, o moderníssimo autódromo Yas Marina é extremamente previsível e Nico só precisará se manter na pista. Lewis terá que torcer para que as duas Red Bull aprontem alguma, ou então para que o companheiro enfrente problemas de motor.


Acho que não vai dar. Rosberg fez uma boa temporada e merece ser campeão. Vamos conferir.  

Um comentário:

Ron Groo disse...

pena que a vitória, meste caso, valeu pouco.
Ficou sem o sponsor e pode ficar sem a vaga.
Uma pena.