Pode parecer que não, mas o que Felipe Nasr fez hoje, em
Interlagos, significa muito. O nono lugar do brasileiro representam os
primeiros dois pontos da Sauber no campeonato e fazem com que a equipe supere a
Manor na classificação. Se nada anormal ocorrer em Abu Dhabi, e não vai ocorrer
porque Abu Dhabi é muito previsível, a equipe garante cerca de 13 milhões de
dólares na sua conta para o ano que vem.
E não é apenas o resultado ou os pontos em si. E sim a
atuação do brasileiro que foi magistral em Interlagos, numa condição de pista
que traiu muita gente hoje. Além do traçado espetacular, o circuito paulistano
ainda oferece essas variações climáticas que, ano sim ano não, transformam a
corrida numa imensa loteria.
E abre espaço para gente muito boa brilhar. E Nasr brilhou,
o que pode ser um grande peso na sua tentativa de permanecer na Sauber em 2017.
Ele não tem a grana de Esteban Gutierrez, mas mostrou que pode garantir
dinheiro de outra forma para a equipe: apresentando-se bem quando as condições
estiverem a seu favor.
E o que dizer da corrida de Max Verstappen? Minha Nossa Senhora,
que piloto é esse? Ultrapassou nada menos do que 11 adversários em 15 voltas,
um absurdo. A última manobra, sobre Sérgio Perez, foi um verdadeiro show do
piloto, que foi aplaudido de pé pelo público, no circuito.
Falando em público, vale dizer: comportamento exemplar da
torcida na homenagem a Felipe Massa. É muito raro ver a exigente torcida
brasileira reverenciar um piloto que não foi campeão e ainda que vai mal na sua
prova de despedida, diante dos seus torcedores. Mas Felipe talvez tenha sido o
último a chamar a atenção do brasileiro para a Fórmula 1, com suas temporadas
de 2006 e 2008, quando venceu no Brasil. Na última, inclusive, ficou por 500
metros de ser campeão. Massa foi um piloto menos exuberante do que Rubens
Barrichello, mas soube escolher a hora de parar e deu à torcida a chance de
homenageá-lo como merece. A imagem dele voltando as boxes com a bandeira
brasileira é uma das mais belas da história do autódromo.
Agora a F1 terá sua decisão em Abu Dhabi, com Lewis Hamilton precisando vencer e
torcer para que Nico Rosberg chegue na quarta posição. Como já dissemos, o
moderníssimo autódromo Yas Marina é extremamente previsível e Nico só precisará
se manter na pista. Lewis terá que torcer para que as duas Red Bull aprontem
alguma, ou então para que o companheiro enfrente problemas de motor.
Acho que não vai dar. Rosberg fez uma boa temporada e merece
ser campeão. Vamos conferir.
Um comentário:
pena que a vitória, meste caso, valeu pouco.
Ficou sem o sponsor e pode ficar sem a vaga.
Uma pena.
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