domingo, 20 de março de 2016

Começou bem



É impressionante como todo mundo reclama que a Fórmula 1 está chata, mas todo mundo fica ligado quando os carros vão para a pista em Melbourne, na primeira etapa da temporada. E quando a coisa começa animada, melhor ainda.

A F1 começou bem em 2016, por alguns motivos que podem ser resumidos facilmente: a Ferrari reduziu a distância para a Mercedes, e vai roubar pontos dos prateados. Nico Rosberg parece mais combativo do que foi em 2015, embora ainda tenha muito a provar. A Toro Rosso fez um bom carro e sua dupla de pilotos jovem e explosiva vai divertir bastante ao longo do ano. A Haas é uma baita equipe competente e Grosjean mostrou que, com a experiência, transformou-se em um pilotaço. E até mesmo a Manor, nanica, melhorou com a chegada do motor Mercedes e vai incomodar a Sauber e, quem sabe, a Renault.

Mas vamos pela ordem. Logo na largada, a Ferrari mostrou seu cartão de visitas com Vettel partindo da terceira para a primeira posição. As Mercedes se enrolaram na primeira curva e Raikkonen aproveitou para assumir o segundo lugar. Hamilton caiu para sexto. O ritmo dos ferraristas era muito bom e a Mercedes percebeu que precisava se mexer. Chamou Rosberg para os boxes e colocou pneus macios no carro do alemão. Para não ficar para trás, a Ferrari chamou Vettel e manteve os super macios no #5, permitindo que seu piloto voltasse a frente de Rosberg. Assim os dois partiram para cima de Hamilton, que vinha tentando fazer uma parada a menos.

A essa altura, Felipe Massa se arrastava na pista, na sétima posição, enquanto Valteri Bottas penava em 11°. O GP da Austrália mostrou que a Williams não tem perspectivas muito animadoras com esse carro.

McLaren #14 virou sucata
E foi aí que ocorreu o acidente de Fernando Alonso. O espanhol tentava ultrapassar a Haas de Esteban Gutierrez, mas atropelou a roda traseira esquerda do mexicano e decolou, capotando várias vezes e parando de ponta cabeça, rente ao muro. Saiu andando do carro, mas a preocupação na hora foi grande. Achei, no primeiro momento, que Gutierrez antecipou muito a freada, mas o próprio Alonso admitiu ter errado o cálculo na entrada da curva.

A pista ficou cheia de detritos e a prova foi interrompida com bandeira vermelha. Todos os pilotos puderam trocar de pneus e isso arruinou a estratégia da Ferrari. Enquanto Hamilton e Rosberg puseram pneus macios, os italianos mantiveram seus pilotos com supermacios, na esperança de abrir vantagem após a relargada. Mas, com pneus em igual estado de desgaste, é difícil conseguir um ritmo tão mais forte quanto as Mercedes. Pisada de bola dos estrategistas da Ferrari.

Vettel relargou, abriu pouca coisa para Rosberg e, quando parou nos boxes, voltou em terceiro. No final, foi para cima de Hamilton mas a briga que seria épica, não aconteceu porque o alemão acabou cometendo um erro há três voltas do fim e teve que se contentar com a terceira posição.

Ainda no pelotão intermediário, a Toro Rosso protagonizava grandes momentos, com Carlos Sainz Jr. e Max Vertappen brigando por posição. Max, que estava atrás, berrava no rádio para que a equipe ordenasse que Sainz o deixasse passar, mas o espanhol não quis nem saber. Sinal dos tempos? O holandês é talentoso, mas se quiser passar, que o faça na pista.

E em sexto lugar, a grande notícia do fim de semana: Romain Grosjean, com o carro da Haas. Desde a estréia da Toyota, em 2002, uma equipe que veio do zero não estreava marcando pontos. Um grande resultado.

No fim, deu Rosberg, com Hamilton em segundo e Vettel em terceiro. Massa, que soube aproveitar a bandeira vermelha e levou seu carro com pneus médios até o fim, obteve um grande quinto lugar para a Williams, uma posição que não condiz com a situação do time no momento.

Ainda essa semana vamos falar mais da prova, e da polêmica sobre o sistema de classificação, que já foi abolido para a próxima prova, no Bahrein. A F1 voltou!

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