segunda-feira, 28 de julho de 2014

Ricciardo espetacular


Não é todo dia que se pode assistir a um GP da Hungria e escrever depois que a corrida foi espetacular. E foi exatamente o que aconteceu no travado circuito de Hungaroring, com direitos a grandes atuações, surpresas e desempenhos medianos de quem se esperava muito. Vamos então a uma análise por partes:

Daniel Ricciardo
Sempre achei Ricciardo um bom piloto, mas nenhuma de suas atuações na Toro Rosso apontava, pelo menos para mim, para o desempenho assombroso que o australiano vem tendo em 2014. Pode ser apontado, facilmente, como o melhor piloto da temporada, pelo carro que tem e pelo companheiro que tem, em quem vem dando um banho.

Ontem, Ricciardo teve uma atuação de gala, mantendo ritmo forte, conservando pneus quando necessário e dando o bote no final com uma ultrapassagem de mestre sobre Lewis Hamilton. Poderia estar na briga pelo título, não fosse sua desclassificação na Austrália, o que é, por si só, um assombro.

Lewis Hamilton
Tudo bem que o cara tem um canhão nas mãos, mas o que Lewis fez ontem foi absurdo. Largar dos boxes, na Hungria, rodar e tocar o muro na primeira curva e ainda assim chegar em terceiro, a frente do companheiro que largou na pole, é pilotagem para ninguém botar defeito.

Hamilton ainda fez o favor de colocar a Mercedes em seu devido lugar, ao ignorar uma ordem de equipe absurda dada durante a prova, quando Rosberg parecia estar mais rápido devido ao tipo de pneu que usava. Mas o alemão em momento algum chegou próximo para ultrapassar, o que torna tudo ainda mais patético.

Incrível como as equipes se superam em termos de falta de noção nas ordens. A Mercedes, aparentemente, não percebeu que precisa administrar dois rivais que lutam pelo título, e que não vão ceder um milímetro para o outro. Parabéns à Mercedes que ganhou tomou da Williams o troféu “Ordem de equipe ridícula”.

Fernando Alonso
A Ferrari deveria erguer uma estátua para Alonso na entrada de Maranello. Isso seria a recompensa minima para um piloto que, com esta porcaria de carro, consegue quase vencer uma corrida como a da Hungria.
Fernando mostrou para todo mundo o que é ser rápido economizando pneus e, somente a três voltas do fim, perdeu a liderança para Ricciardo, ainda mantendo as duas Mercedes atrás dele. Se Alonso encerrar a carreira sem conseguir mais nenhum título, será um desperdício imenso de talento para a F1.

McLaren

A McLaren quis apostar na continuidade da chuva. Ok, poderia dar certo. Nesse sentido, entendo manter Jenson Button na pista, com pneus intermediários. Mas mandar Kevin Magnussen para os boxes, para trocar seus pneus e manter os mesmos para pista molhada, me parece absurdo demais para uma equipe que está a tantos anos no negócio. Se o dinamarquês tivesse seguido os outros e colocado pneus para pista seca, no mínimo a equipe garantiria sucesso com um dos carros, já que ele certamente marcaria pontos importantes. Bola fora total de Ron Dennis.

Felipe Massa
Como dissemos aqui, é hora de minimizar prejuízos e o primeiro passo foi dado. Felipe fez uma corrida consciente, foi conservador na largada e conseguiu bons pontos. Essa pista não era boa para a Williams e o mau resultado de Valteri Bottas, que chegou em oitavo após largar em terceiro, provou isso.

Sinceramente, apesar de ele ter parado para trocar pneus bem mais cedo do que o companheiro, acho que isso aconteceu mais pelo feeling de saber que eles não chegariam ao final. Bottas optou manter os mesmos compostos por muito tempo, e acabou se dando muito pior que Massa.

Agora a Fórmula 1 para por um mês. E já devem começar a pintar as especulações para o ano que vem afinal, o circo não para nunca.

Um comentário:

Ron Groo disse...

Ricciardo é muito melhor do que qualquer um poderia ter imaginado em seu principio de carreira.
Eu mesmo fiz muita piada sobre o cara, não imaginava quão bom piloto era.